tag:blogger.com,1999:blog-76742524727780893722024-03-13T20:18:18.365-07:00EDUCAÇÃO COMO RESPOSTA RESPONSÁVELTEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.comBlogger111125tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-39699800555358471012011-10-06T13:36:00.001-07:002011-10-06T13:37:31.161-07:00Adriana Martins Modesto<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O Ensino da Gramática<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Adriana Martins Modesto</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">adriana.modesto@hotmail.com</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Graduando em Letras/CESJF</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Podemos definir a gramática normativa como um conjunto de regras que devem ser seguidas. Ela<strong> </strong>tem a função de estabelecer regras para o uso da língua<span style="display: none;"><br />
</span><strong>.</strong> Sendo, então, a mais usada em salas de aula como forma de padronizar a utilização da língua materna.<strong><o:p></o:p></strong></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-weight: bold;"> </span>Mikhail Bakhtin vem trazer com seus estudos uma resposta responsável ao ensino da gramática, apresenta a linguagem como produto social e mostra que sua realização se dá através da interação.<b><o:p></o:p></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Em sua obra <i>Marxismo e Filosofia da Linguagem, </i>Bakhtin critica duas linhas teóricas do pensamento filosófico e linguístico vigentes: o subjetivismo idealista e o objetivismo abstrato.<b><o:p></o:p></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 10pt;">Para a primeira linha teórica, o fenômeno da linguagem era um ato significativo de criação individual, sendo o psiquismo individual a fonte da língua. Para essa teoria linguística, a língua é uma atividade que se materializa sob forma de atos de fala. Assim, nada permanece instável nem conserva sua identidade. Os atos de fala constituem-se no fundamento da língua e a língua é vista como produto acabado, um sistema estável. (SOUZA, Vanessa, </span><span style="font-size: 10pt;">Entre - Rios Jornal</span><span style="font-size: 10pt;">, 2008).<b><o:p></o:p></b></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 10pt;">Para o objetivismo abstrato, ao contrário, a fala não é objeto da linguística. Ao contrário, era separada da língua (social), priorizando os elementos constituídos pelas formas normativas da língua, cujo centro organizador situar-se-ia no sistema linguístico: o sistema de forma s fonéticas, gramaticais e lexicais da língua. Supunha ser a língua um produto que o sujeito registra <i>passivamente.</i> Se a língua tem um caráter estável, cabe ao indivíduo assimilá-lo no seu conjunto tal como ele é. O código linguístico seria como um código matemático, racional, só lhe interessando a lógica interna do próprio signo num sistema fechado e desvinculado das significações ideológicas, sendo seu sistema constituído de um fato objetivo externo a consciência individual. (SOUZA, Vanessa, </span><span style="font-size: 10pt;">Entre - Rios Jornal</span><span style="font-size: 10pt;">, 2008).<b><o:p></o:p></b></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Podemos perceber que Bakhtin trás uma visão inovadora, distinta das demais vigentes da sua época:<b><o:p></o:p></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 10pt;">Bakhtin critica essas duas correntes porque acredita que a linguagem não é um objeto engessado ou algo imóvel, determinado por regras e estruturas ou pelo psiquismo individual. A sua orientação básica da concepção de linguagem é a interação verbal cuja realidade fundamental é seu caráter dialógico, pois toda enunciação é um diálogo, fazendo parte de um processo de comunicação sempre ininterrupto. Para ele, ignorar a natureza social e dialógica a linguagem seria apagar a profunda ligação existente entre a linguagem e a própria vida. (SOUZA, Vanessa, </span><span style="font-size: 10pt;">Entre - Rios Jornal</span><span style="font-size: 10pt;">, 2008).<b><o:p></o:p></b></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Nessa perspectiva, Bakhtin objetiviza um novo olhar no que diz respeito à visão instrumentalista língua materna, não mais impor a língua como um sistema centrado nas técnicas, regras e no individualismo e sim em uma concepção dialógica em que se promove a interação.<b><o:p></o:p></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">De acordo com a concepção dialógica de Mikhail Bakhtin, temos o conceito de gêneros do discurso, que engloba a noção que todo enunciado tem em comum o fato o sujeito a que se remete. E estes são relativamente estáveis, pois se eles não forem estáveis, você não identifica o gênero. E é necessário o conhecimento dos gêneros, pois este conhecimento facilitará um bom desempenho na leitura e na escrita.<b><o:p></o:p></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Segundo Bakhtin, a riqueza e a diversidade dos gêneros do discurso são infinitas, porque são inesgotáveis as possibilidades da multiforme atividade humana. Os gêneros do discurso incluem de breves réplicas do diálogo cotidiano, do relato do dia-a-dia, a um texto específico, uma tese ou texto oficial. Não dar para contar: notícias, contos, poemas, provérbios, textos de opinião, cartas, crônicas, tirinha, etc.(SOUZA, Vanessa, Entre-Rios Jornal, 2008).<b><o:p></o:p></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Percebemos que os estudos feitos por Bakhtin e as suas conclusões sobre a linguagem é algo fundamental e de extrema valia em nossas vidas. Com essa visão bakhtiniana passamos a ver que não podemos resumir a língua em apenas um amontoado de técnicas e regras. A língua vai muito, além disso, ela permite a interação com os indivíduos ao nosso redor, com os textos que lemos, etc.<b><o:p></o:p></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"> Não podemos ensinar ao aluno uma gramática pura, descontextualizada, em que o aluno apenas memorize ou decore as regras e identifique-as em frases soltas. E preciso muito mais que isso, é necessário uma contextualização. Para Bakhtin, falar de uma linguagem fora do contexto é falar de uma linguagem morta.<b><o:p></o:p></b></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 33.6pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Ainda encontramos muitos resquícios no ensino, que faz uso dessa gramática descontextualizada que promove apenas a “decoreba”. Mas também já encontramos mudanças, podemos exemplificar essa mudança com o novo ENEM, A ideia é justamente reduzir a "decoreba". As questões apresentam as fórmulas necessárias, não significando que seja simplesmente substituir valores, ou escrever regras. Com este tipo de prova, as escolas deverão preparar os alunos para questões mais "inteligentes", favorecendo o desenvolvimento do raciocínio, da interpretação.<o:p></o:p></span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-color: windowtext; border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1.5pt; border-color: initial; border-left-style: none; border-right-style: none; border-top-style: none; border-width: initial; padding-bottom: 1pt; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;"><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-style: none; border-color: initial; border-left-style: none; border-right-style: none; border-top-style: none; border-width: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 33.6pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"> A contextualização a cada dia vem tomando espaço nas provas do ENEM e dos principais vestibulares do país. Mostrando que a forma que se trabalha gramática deve ser mudada. Abre-se um novo olhar em relação ao ensino. E trabalhar com a concepção dialógica, como explica Bakhtin é deixar de lado as regras e técnicas. Enfocando na palavra-chave de Bakhtin: Contexto.</span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white;"><o:p></o:p></span></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-29637954396617100342011-10-06T13:28:00.001-07:002011-10-06T13:28:37.981-07:00Ageu Quintino Mazilão Filho, Aline Aparecida Angelo, Ana Caroline de Almeida, Flávia Aparecida Mendes de Oliveira Cruz<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="apple-style-span"><b><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A responsividade bakhtiniana e a proposta freiriana de educação:<o:p></o:p></span></span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="apple-style-span"><b><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">aproximações possíveis<o:p></o:p></span></span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Ageu Quintino Mazilão Filho<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Aline Aparecida Angelo<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Ana Caroline de Almeida<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Flávia Aparecida Mendes de Oliveira Cruz<span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;"> <o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 125.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“O existir, isolado do centro emotivo-volitivo único da responsabilidade, é somente um esboço ou um rascunho, uma variante possível, não reconhecida, do existir singular; somente através da participação responsável do ato singular pode-se sair das infinitas variantes do rascunho e reescrever a própria vida, de uma vez por todas, na forma de uma versão definitiva” (BAKHTIN, 2010, p. 102).<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 125.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 125.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“O operário precisa inventar, a partir do próprio trabalho, a sua cidadania que não se constrói apenas com sua eficácia técnica mas também com sua luta política em favor da recriação da sociedade injusta, a ceder seu lugar a outra menos injusta e mais humana” (FREIRE, 1996, p. 102).<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;">O presente texto tem como objetivo fazer algumas aproximações entre as propostas de educação de Paulo Freire e de responsividade <st1:personname productid="em Bakhtin. A" w:st="on">em Bakhtin. A</st1:personname> idéia da escrita deste texto tem origem nas reflexões e discussões realizadas no âmbito do Grupo de Estudos Críticos do Discurso Pedagógico - </span></span>GECDiP<span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;"> da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), criado com o objetivo de estudar a Teoria da Enunciação na obra de Bakhtin. Trata-se de um grupo composto por professores, estudantes de Mestrado em Educação e estudantes de graduação em Pedagogia, que desenvolvem pesquisa na área de educação e, assim, procuram dialogar suas reflexões com o campo teórico Bakhtiniano. No decorrer das discussões foram muitas as aproximações feitas entre Bakhtin e Paulo Freire, pelo fato de ambos destacarem em suas obras entendimentos semelhantes. Assim, tentaremos aqui resgatar um pouco dessas discussões levantadas no grupo e aprofundar nosso debate sobre a responsividade bakhtiniana pensando ao mesmo tempo na concepção de educação proposta por Paulo Freire.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;"> Como estudantes de Mestrado em Educação, tendo em vista nossas pesquisas e seus sujeitos, consideramos importante comentar sobre a responsabilidade ética e estética na forma de escrever e interpretar nossos dados. Sobre esse aspecto Bakhtin (2010) alerta a necessidade de compreender o objeto (sujeitos) de pesquisa de maneira participativa, ética, responsável e reflexiva, </span></span>para não pensarmos que o nosso conhecimento teórico dará conta de explicar, em forma de verdade, o mundo real, que é histórico, inacabado e passível a várias interpretações. Ou seja, <i>“tudo que é teoricamente concebível não é mais que um aspecto” </i>(<i>Idem</i>, p. 53). E, isso também nos ajuda a refletir sobre a forma responsável como nos colocamos nos trabalhos que escrevemos, ao realizar comparações, análises e aproximações entre um campo teórico e outro. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"> O presente texto é apenas uma amostra entre tantas aproximações e interpretações possíveis para relacionar dois autores como Paulo Freire e Bakhtin, <span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;">com especial atenção na questão da responsividade, portanto, na relação com o próximo apregoada por estes autores</span></span>, uma relação que apresenta o “outro” como elemento indispensável para a realização do “eu”. <span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;">Sobre tal relação social, cabe a contribuição para nós muito esclarecedora de Augusto Ponzio – que, talvez tenha sido italiano no sentido intelectual do termo, por demonstrar suas simpatias pelo Renascimento em suas analogias – ao afirmar que <i>“a Revolução Bakhtiniana consiste em deslocar o centro, como em Copérnico, deslocando o centro da Terra em relação ao sol. E o sol é o próximo, é a luz do outro”</i>. No mesmo sentido nos é útil também outro marxista de possíveis aproximações a Bakhtin e Freire, Antônio Gramsci, quando afirma: <i>“Creio que agora me... reformei, conciliando em meu espírito Renascimento e Reforma, utilizando esses dois termos que, me parece, simbolizam muito bem, em grandes linhas, todo movimento das civilizações”</i> (GRAMSCI <i>apud</i> NOSELLA, 2004, p. 143). <o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: ideograph-numeric; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;">Paulo Freire também deixa claro que é dialética a questão – como o movimento de <i>Renascimento</i> e <i>Reforma</i> para Gramsci –, o processo de transformação não pode deixar de vir de fora, e também não pode deixar de partir de dentro, o educador necessita do educando, assim como o educando necessita do educador, ambos se educam. <i>“Em suma, em toda enunciação, por mais insignificante que seja, renova-se sem cessar essa síntese dialética viva entre o psíquico e o ideológico, entre a vida interior e a vida exterior”</i> (BAKHTIN, 1995, p. 66). Freire explica que <i>“o inacabamento de que nos tornamos conscientes nos fez seres éticos”</i> (FREIRE, 1996, p. 59), e cobra nossa responsabilidade quando afirma que <i>“não podemos nos assumir como sujeitos da procura, da decisão, da opção, como sujeitos históricos, transformadores, a não ser assumindo-nos como sujeitos éticos”</i> (<i>Idem</i>, p. 17)<i>.</i> Wanderley Geraldi, contribuindo no entendimento do</span></span><b> </b>futuro como centro de gravidade das decisões do presente para Freire e Bakhtin, chama atenção para o fato de que<i> “talvez sejam estes os ensinamentos maiores de Paulo Freire e Mikhail Bakhtin: a grandeza da inconclusão humana e a partilha de um futuro em que a diferença sobrepuje a desigualdade. Por isso, a importância para ambos da ética, da estética e da política”</i> (GERALDI, 2004, p. 51). <span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;">Para Freire, que via a educação como um ato político e um ato de conhecimento, por isso mesmo, como um ato criador, uma prática consciente capaz de escrever, reescrever, transformar o mundo, a ética é um saber e uma postura necessária para aqueles que exercem uma prática educativa, pois para ele essa tem de ser <i>“um testemunho rigoroso de decência e de pureza” </i>(FREIRE, 1996, p. 33) e cabe ao educador saber que <i>“as palavras a que falta a corporeidade do exemplo pouco ou nada valem”</i> (<i>Idem</i> p. 34).<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Essa postura ética do educador destacada por Paulo Freire dialoga com o que Bakhtin chama de responsividade através do ato. Para Bakhtin, o ato é orientado em duas direções diferentes: a singularidade irrepetível e a unidade objetiva, abstrata. A concepção de ato nessas duas direções pode ser compreendida quando Bakhtin analisa a relação entre arte e vida, afirmando que <i>“a ciência, a arte e a vida adquirem unidade somente na pessoa que a incorpora na sua unidade”</i> (PONZIO, 2010, p. 21). Todavia essa unidade exige uma <i>“responsabilidade especial”</i>, que decorre da pertença a um todo, a um determinado setor da cultura, a um certo papel e função e, portanto, uma responsabilidade delimitada, definida, referida a identidade reiterável do indivíduo objetivo. Segundo Ponzio, do outro lado da “responsabilidade moral”, uma “responsabilidade absoluta”, sem limite, sem álibi, sem desculpa, que por si só se torna único, irrepetível o ato, enquanto responsabilidade não transferível do indivíduo (<i>Idem</i>). O próprio Bakhtin evidencia tal idéia ao afirmar que:<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“um pensamento participativo é precisamente a compreensão emotivo-volitiva do existir como evento na sua singularidade concreta, sob a base do não-álibi no existir. Isto é, é um pensamento que age e se refere a si mesmo como o único ator responsável” (BAKHTIN, 2010, p. 102).<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: ideograph-numeric; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: ideograph-numeric; text-indent: 35.4pt;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Na perspectiva da educação freiriana relacionada à responsividade bakhtiniana, podemos considerar que o educador, através de uma postura ética e responsável possibilitada pela compreensão emotivo-volitiva do existir como evento único e irrepetível, materializada no seu ato (ação educativa), concretiza uma ligação entre “cultura e vida, entre consciência cultural e consciência viva”, nos termos de Bakhtin. Freire deixa claro que, sendo a educação a alavanca das mudanças sociais por modelar almas e recriar corações, o processo de transformação é uma questão dialética, que não pode deixar de vir de fora, e também não pode deixar de partir de dentro, como aqui já apontamos na relação com o outro: <o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-autospace: ideograph-numeric;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“nenhum de nós está só no mundo. Cada um de nós é um ser no mundo, com o mundo e com os outros. Viver ou encarnar esta constatação evidente, enquanto educador ou educadora, significa reconhecer nos outros o direito de dizer a sua palavra, direito deles de falar a que corresponde o nosso dever de escutar” (FREIRE, 2009, p. 26).</span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: ideograph-numeric;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"> <o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: ideograph-numeric; text-indent: 35.4pt;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Neste sentido, a atenção de Bakhtin como filósofo da linguagem que permite a comunicação transformadora, apregoada pela proposta educativa freiriana encontra também respaldo na filosofia de Paulo Freire quando afirma que<i> “a linguagem e a realidade se prendem dinamicamente”</i> (<i>Idem</i>, p. 11). E a linguagem é composta de palavras que, na educação devem ser preferencialmente as <i>“palavras do Povo, grávidas de mundo. [...] codificações, que são representações da realidade”</i> (<i>Idem</i>, p. 20), concordando assim com Bakhtin quando afirma ser cada signo ideológico <i>“um fragmento material dessa realidade”</i> (BAKHTIN, 1995, p. 33). E “<i>é neste sentido que a leitura crítica da realidade, [...] pode constituir-se num instrumento para o que Gramsci chamaria de ação contra-hegemônica”</i> (FREIRE, 2009, p. 21). <i>“Agora já não é possível texto sem contexto”</i> (Idem, p. 30). <o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: ideograph-numeric;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"> Na perspectiva dialógica, sociointeracionista da linguagem e da interação de Bakhtin, os interlocutores vão construindo sentidos e significados segundo as relações que cada um mantém com a língua, com o tema o qual se fala e escreve, ouve ou lê, segundo as relações que os interlocutores mantêm entre si e ainda de acordo com o contexto social em que a interlocução ocorre. É nesse processo interacional, que os sujeitos constroem uma relação dialógica, marcada por diferentes vozes (BAKHTIN, 1995). A palavra é dialógica por natureza e “<i>se transforma em uma arena de lutas de vozes, que situadas em diferentes posições, querem ser ouvidas por outras vozes</i>” (BRANDÃO, 2004, p. 9). Assim, não podemos deixar de considerar que <i>“o signo se torna a arena onde se desenvolve a luta de classes”</i> (BAKHTIN, 1995, p. 46) e que <i>“o conflito parteja a nossa consciência. Negá-lo é desconhecer os mais mínimos pormenores da experiência vital e social. Fugir a ele é ajudar a preservar o status quo”</i> (FREIRE, 2008, p. 64).<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><u><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Referências Bibliográficas:<o:p></o:p></span></u></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BAKHTIN, Mikhail M., (V. N. Volochínov). <b>Marxismo e Filosofia da Linguagem.</b> São Paulo: Editora HUCITEC, 1995.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BAKHTIN, Mikhail M. <b>Para uma filosofia do Ato Responsável.</b> São Carlos: Pedro & João Editores, 2010.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BRANDÃO, H. H. N. <b>Introdução à análise do discurso</b>. São Paulo: Editora da Unicamp. 2004<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">FREIRE, Paulo. <b>Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.</b> São Paulo: Paz e Terra, 1996.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">FREIRE, Paulo. <b>Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. </b>São Paulo: Editora Olho d’água, 2008.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">FREIRE, Paulo. <b>A importância do ato de ler: em três artigos que se completam.</b> São Paulo: Cortez, 2009. <o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">GERALDI, João Wanderley . <b>Paulo Freire e Mikhail Bakhtin - o encontro que não houve</b>. In: CORTEZÃO, Luiza; MACEDO, Eunice; NUNES, Rosa; GERALDI, João Wanderley; ROMÃO, João Eustáquio; FREIRE, Abreu; TRINDADE, Rui. (Org.). Diálogos através de Paulo Freire. 3 ed. Porto - Portugal: Edição Instituto Paulo Freire de Portugal e Centro de Recursos Paulo Freire da FPCE, 2004.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">NOSELLA, Paollo. <b>A escola de Gramsci.</b> São Paulo: Cortez, 2004.<o:p></o:p></span></span></span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">PONZIO, Augusto. <b>A concepção bakhtiniana do ato como dar um passo (introdução)</b>. In: BAKHTIN, Mikhail M. Para uma Filosofia do Ato Responsável. Tradução: Valdemir Miollo & Carlos Alberto Faraco. São Carlos: Pedro e João Editores, 2010.</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-56912001165523276332011-10-06T13:26:00.001-07:002011-10-06T13:26:20.379-07:00Alain Kenji Kanai<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><b><span style="font-size: 14.0pt;">Prisioneiros do cotidiano: Brasil e Japão</span></b><span style="font-size: 14.0pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNoSpacing"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Alain Kenji Kanai</span><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-ansi-language: EN-US;"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A nossa educação, entendida a concepção de educação da maneira mais ampla possível (cultural, política ou acadêmica), faz com que nos tornemos prisioneiros do cotidiano. Nós somos criados por ela de forma que lembremos os produtos fabricados <st1:personname productid="em massa. Dois" w:st="on">em massa. Dois</st1:personname> compositores, uma delas brasileira e o outro japonês, tratam desse assunto em suas canções, com a finalidade de retratar a sociedade de cada um de seus países, respectivamente, Brasil e Japão: Pitty e Wowaka. Aqui, refletiremos junto com eles sobre a questão colocada a partir de duas canções, uma de cada autor. Comecemos por Pitty:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><u><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Admirável Chip Novo<o:p></o:p></span></span></u></div><div class="MsoNoSpacing" style="margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Pane no sistema, alguém me desconfigurou<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Aonde estão meus olhos de robô?<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Eu não sabia, eu não tinha percebido<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Eu sempre achei que era vivo<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Parafuso e fluído em lugar de articulação<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Até achava que aqui batia um coração<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Nada é orgânico, é tudo programado<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">E eu achando que tinha me libertado...<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Mas lá vem eles novamente e eu sei o que vão fazer:<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Reinstalar o sistema<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Refrão:<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Pense, fale, compre, beba<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Leia, vote não se esqueça<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Use, seja, ouça, diga<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Tenha, more, gaste e viva<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Não sinhô, sim sinhô, não sinhô, sim sinhô...<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Pitty, com sua canção “Admirável chip novo” (2003), critica a educação brasileira dizendo que a sociedade percebe que está virando “robô”, como aparece na letra. O educador sempre consegue re-implantar as ideologias as quais mais convêm para o sistema, uma vez que o professor é agente que deveria educar, mas trabalha como representante do Governo, uma vez que a escola é um dos “Aparelhos Ideológicos do Estado”, segundo Althisser. Mesmo assim na letra, o sujeito quer sair da rotina e do programa para ele traçado. Por isso nega ao seu senhor, resiste, reflete, grita a todos sobre “esquema” sistêmico. Ao mesmo tempo em que o sujeito da canção apresenta esperança ou ideal de mudança, quando pensa conquistar sua humanidade e liberdade, é surpreendido por pessoas que representam o sistema e que voltam a enquadrá-lo socialmente, o que é metaforizado pela expressão “Reinstalar o sistema”. As necessidades e desejos que se seguem aparentemente tão humanos, colocados no imperativo como aparecem na canção, na verdade, surgem como parte da programação sistêmica e colabora para camuflar/alienar a situação, uma vez que aparentam transmitir uma vontade típica do sujeito, mas até suas vontades são programadas.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Quando escutamos a canção seguidamente, é quase imperceptível onde ela começa e termina, o que transmite uma idéia circular, sem saídas e sempre repetível.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Segundo a letra, a sociedade não percebe que não vive por vontade própria, mas sim por uma educação quase que dogmática, o que faz com que o sujeito não tenha vontade própria e viva de forma programada ou robótica, como Pitty canta no refrão.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Mas, o que isso tem a ver com educação? Diretamente ou de maneira institucional, nada. Mas, indiretamente, tudo, pois podemos entender “Admirável Chip Novo” como uma espécie de resposta da educação (cultura) brasileira, uma vez que esta é uma das responsáveis pela vida programada de forma robotizada e repetível na sociedade. E mesmo que a sociedade queira sair dessa rotina pré-estabelecida, muitas vezes, a educação, que deveria instaurar o senso crítico no sujeito, por meio da escola, vista como instituição formal representante do Estado, aliena-o e o enquadra ao atribuir notas e avaliar as ações humanas em série, de maneira quantitativa e por meio de “múltiplas escolhas” sem brechas (logo, sem escolhas) para vozes outras que não aquelas “programadas”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Na educação japonesa, a mesma temática aparece. Vejamos a letra de uma das canções compostas por Wowaka<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> traduzida por nós:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><u><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt;">Reversive doll (Boneca reversível)</span></u><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt;"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><u><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></u></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Três anos atrás, atingiram-me<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Convidada por uma voz sem voz<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Sempre fugindo da música que é tão importante<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A linha simples e inútil que<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Cansei de esticar e o fim disso<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Mordi o som arrogante e joguei fora cuspindo<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Durante três segundos, num mundo em que paralisa<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O psicológico vai embaraçando,<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Dispensando a partida que estava de frente e me fez andar<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Muitas vezes foi assim<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Fui vendida,<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Mesmo zoando de jogar fora<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt;">O senso de preço egocêntrico</span><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "MS Gothic";"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Gothic"; mso-fareast-language: EN-US;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Fica perseguindo<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“Murmurei uma resposta errada<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">que eu não tenho jeito”<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Mesmo dizendo tal coisa<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Não vai ter ouvidos para escutar não é<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNoSpacing" style="margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">São negócios que já começou. Tudo?<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Não tem coisas que perdi<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Ah... Já cansei.<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O boneco que ficou arrogante<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Dança, roda, salta<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Para todos os lados!<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Refrão:<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Só quero dizer que amo<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Fiquei enfileirando os maços de som<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Agora como que o amor<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Se esvazia e some?<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“‘Odeio’ tropeçou” estava<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Falando.<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">De acordo com este horário<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">No três fui correndo<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">No quarto que não tem nada fiquei imaginando, imaginando<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Três anos atrás, atingiram-me<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Convidada por uma voz sem voz<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Três anos depois com a caneta que dei estive traçando na suas costas<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Como que, com um traço simples e sem sentido<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Consegui conectar e fiquei pensando<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Exibindo a arrogância gananciosa e os caminhos se fecham<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Ah... As coisas todas<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Guardei no quarto que vai se afundando<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Com um cumprimento de costas<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt;">Vou enrolando com as palavras a noite que chora</span><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn5" name="_ftnref5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "MS Gothic";"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Gothic"; mso-fareast-language: EN-US;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><br />
“Agora, a partir daqui por favor,<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">pode fazer como preferir”<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Como ficou?<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">E daí em diante ficou um pouco desaparecido<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Quem é que rodopiou tanto<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Disseminando esse sentimento<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Mesmo escutando isso<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Você não consegue interpretar?<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">São negócios que já começou. Tudo?<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Não tem coisas que perdi<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“Aa.. que sufoco.”<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt;">Brinco, abandono, recolho, giro e giro.</span><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn6" name="_ftnref6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "MS Gothic";"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Gothic"; mso-fareast-language: EN-US;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Refrão:<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Só quero dizer que amo<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Fiquei enfileirando os maços de som<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Como que agora o amor<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Se esvazia e some?<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“‘Odeio’ tropeçou” estava<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Falando.<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">De acordo com este horário<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">No três fui correndo<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">No quarto que não tem nada fiquei imaginando, imaginando<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Apenas a palavra “amo”<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Quero afundar junto ao som<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt;">Assim que se faz o sentimento, só isso</span><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn7" name="_ftnref7" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "MS Gothic";"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Gothic"; mso-fareast-language: EN-US;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Colocado e diz imprudentemente<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Verdade que vai desmoronar o “odeio”<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Virei um boneco que só berra<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">No três fui fugindo<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">No céu que não tem nada só, é, último.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>A letra “Reversive Doll” versa sobre uma pessoa perseguida pela sociedade e que não consegue ser ela mesma, apesar de muita batalha. No final, ela se revela ao ouvinte como uma boneca.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>O início da canção trata do passado do sujeito e informa que a boneca foi atingida por uma “voz sem voz” que, ao nosso ver, representa a voz da sociedade. Não adianta a tentativa de mudança dessa vida robotizada, pois ela é perseguida até o final do enunciado da canção. O ponto de vista do sujeito jamais é aceito e ele sofre, por querer ter sua voz ouvida, pois há perseguição social todo o tempo.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>Após o primeiro refrão, o sujeito já se encontra cansado de correr atrás dos seus ideais e se rende à educação dogmática vivida e imposta pela sociedade. Por mais que os outros da canção lhe ofereçam a liberdade, trata-se de uma liberdade aparente, logo, sufocante, pois o sujeito fica preso àquele formato que lhe obrigam seguir. Nos refrões, fica mais visível o desejo do sujeito da canção: ele quer apenas declarar o seu amor ao sujeito amado, mas, numa sociedade preconceituosa, que impõe seus ideais e impede a pessoa de se expressar de forma livre, sem remorso ou vergonha, o que lhe resta é imaginar. No final, como dissemos, o sujeito se revela uma marionete e apenas grita: “vou destruir o que odeio”, o que retrata o resultado de uma educação repressora imposta pela sociedade.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>A educação atual desenvolvida na sociedade, não apenas na escola, mas cotidianamente (com os pais, na igreja, em cursos, grupos de amigos, etc.), seja no Japão ou no Brasil, transforma o povo em robô ou boneco. A idéia de disciplina é o grande problema da questão, pois disciplinar significa domesticar e não educar. Com a ênfase no que Foucault chama de “docilização dos corpos selvagens”, a educação dogmática e opressora transforma os sujeitos sociais em prisioneiros do cotidiano.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>Todavia, não é apenas responsabilidade da sociedade a educação dos sujeitos, mas dos próprios sujeitos, também responsáveis pelas situações em que se encontra a sociedade e por aquelas em que se encontram os sujeitos das canções em seus desfechos. Em ambos os casos, os sujeitos se rendem à opressão, sem lutar até o fim, aceitando a disciplina imposta pela sociedade, sem resistência. E essa resposta conformada de seus comportamentos é que justifica ou, melhor, mantém a sociedade como está. Como diz Bakhtin: “Nada de citar a ‘inspiração’ para justificar a irresponsabilidade. A inspiração que ignora a vida e é ela mesma ignorada pela vida não é inspiração (...)”. O sujeito não pode justificar o seu rendimento à opressão, pois a escolha final foi do próprio sujeito, sua resposta. Assim, fica o questionamento: a educação imposta é uma educação responsiva? Se todo ato é dialógico, como nos ensina o Círculo russo, é porque todo enunciado é responsivo. E se todo enunciado é responsivo é porque a comunicação verbal é ativa e os sujeitos (eu-outro), mesmo que aparentemente não respondam, emitem sempre uma resposta. E se não há álibi da existência, como afirma o filósofo russo, a aceitação do sujeito à essa ordem educacional, social, política, econômica e cultural reflete e refrata, de alguma maneira, alguma(s) das camadas sociais vigentes e garantem a hegemonia hierárquica ideológica e a alienação imperante. Onde se encontra a educação? Poderíamos chamá-la de disciplinarização.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><b>Bibliografia</b>:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, M. “Arte e responsabilidade”. <i>Estética da Criação Verbal.</i> São Paulo: Martins Fontes, 2007</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, M. M. / VOLOCHINOV. <i>Discurso na vida discurso na arte. </i>Versão acadêmica traduzida por Carlos Alberto Faraco.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">PITTY. “Admirável Chip Novo”. <i>Admirável Chip Novo</i>. São Paulo: Deckdisk, 2003. Disponível em <a href="http://www.pitty.com.br/#page=disco">http://www.pitty.com.br/#page=disco</a>. Acesso em 08 de setembro de 2011 às 04h50.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">TINOCO, Robson Coelho; ALEXANDRIA, Marília de. “Poemas Música e Dialogias: novos processos melopoéticos”. Mimeo sem referência.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">WOWAKA. “Reversive Doll”. S<i>even Girls’ Discord</i>. Tókio: Tora no ana, 2010. Disponível em <a href="http://hinichijourecords.com/release/sevengirls.html">http://hinichijourecords.com/release/sevengirls.html</a> Acesso em 08 de setembro às 04h55.</span></div><div><!--[if !supportFootnotes]--><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><br clear="all" /> </span><hr align="left" size="1" width="33%" /> <!--[endif]--> <div id="ftn1"> <div class="MsoFootnoteText"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Graduando de Letras; UNESP – Assis; GED; <a href="mailto:akmilkcandy@hotmail.co.jp">akmilkcandy@hotmail.co.jp</a></span></div></div><div id="ftn2"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Wowaka pode ser visto como um representante de uma tendência musical típica e muito ouvida no Japão: Vocaloid. Esse tipo de canção é composta (letra e música) por um sujeito que a grava via aparelhagem tecnológica. Assim, um único sujeito pode tocar todos os instrumentos, pois os grava um a um e, depois, ajusta o som. O mais interessante, porém, é que este sujeito não canta, ele utiliza o programa de computador Vocaloid2, da Crypton, com a voz de Hatsune Miku (personagem imagem da voz) como cantora. Assim, a cantora é uma animação. Milhares de pessoas vão a <i>shows</i> desse tipo de canção e, neles, assistem a um ânime que canta e dança. Seria esse tipo de produção, execução e circulação (via internet) uma fuga da “realidade” opressora da cultura japonesa e, por isso, essa temática de uma educação opressora aparece aqui na canção retratada? Seja como for, real e virtual se misturam na contemporaneidade, não apenas no Japão, haja vista a canção de Pitty, de 2003 tratar da mesma temática e Gilberto Gil, nos anos 70, já ter trazido à tona tal questão – na canção “Cérebro Eletrônico”.</span></div></div><div id="ftn3"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Título original “<span lang="JA" style="font-family: "MS Mincho"; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;">リバシブルドール</span>”</span></div></div><div id="ftn4"> <div class="MsoCommentText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Na letra original, os versos 12 e 13 estão invertidos. Como o japonês possui sua estrutura frasal praticamente contrária à nossa, para melhor compreensão do sentido, traduzimos os versos de maneira invertida (12 é, no original, 13 e vice-versa).</span></div></div><div id="ftn5"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref5" name="_ftn5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Na canção, quando este verso é cantado, há uma expressão que lembra o<span> </span>anoitecer.</span></div></div><div id="ftn6"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref6" name="_ftn6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> “<span lang="JA" style="font-family: "MS Mincho"; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;">くるくる</span>” ou “Kuru-kuru” é a onomatopéia do som do giro em japonês.</span></div></div><div id="ftn7"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref7" name="_ftn7" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> A expressão “Só isso” é cantada em tom irônico. Tom este que não se limita ao ato sentimental.</span></div></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-50648062075157943532011-10-06T13:24:00.001-07:002011-10-06T13:24:32.414-07:00Alda Mendes Baffa<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><b><span style="font-size: 14.0pt;">A</span></b><span style="font-size: 14.0pt;"> <b>ética e a estética no discurso dos professores formadores de professores.<o:p></o:p></b></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Alda Mendes BAFFA<b><span style="font-size: 14.0pt;"><o:p></o:p></span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">aldambaffa@osite.com.br</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">GEPEC – Unicamp</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span><span style="font-size: 10.0pt;">“ O outro está continuamente nos acabando” <o:p></o:p></span></span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: right;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">(Bakhtin, 2000)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Vivenciando a educação de diferentes lugares (professora alfabetizadora, coordenadora pedagógica, diretora escolar, professora universitária e pós-graduação) sempre tive como grande objetivo de estudo a formação de professores. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>A formação docente sempre foi (e será) tema importante nos debates educacionais atrelada a ideia que o instrumento na mesma é um dos meios de melhorar a qualidade do ensino no pais, formando um sujeito pensante. E assim não foi feito diferente neste estudo que agora apresento, esperando compartilhar com meus interlocutores as experiências vividas em sala de aula, tendo como meta principal a formação de professores intermediada pela linguagem, pois, somos sujeitos constituídos por ela. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Trabalho com formação de professores há 16 anos e a linguagem e o discurso dos professores formadores de professores mudou de uns tempos para cá. Contextualizando a formação de professores no Brasil intermediado pela linguagem, segundo estudo elaborado por esta pesquisadora notamos ao entrevistar os professores formados nas décadas de 70-80 que durante sua formação ouviram um discurso fechado autoritário no qual se ouvia só uma voz:<span> </span>a do professor que os estava formando. Não havia abertura, o abraço acolhedor às contrapalavras dos seus alunos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Eram freqüentes, em sala de aula, frases como estas:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">- Cala a boca e senta !</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">- Não me interessa sua opinião !</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">- Você sabe com quem está falando ! </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">- Vou fazer deste jeito e pronto. Vocês só copiem !</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">- Aluno que pergunta muito atrasa o meu planejamento.!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Ao relatar suas experiências, os professores formados com este discurso “monológico” no qual só se ouvia uma voz (do professor) e refletindo sob sua responsabilidade ao formar novos professores (décadas de 90-2000) usam, outro tipo de discurso, segundo a referida pesquisa,: um discurso onde se ouve a voz dos seus alunos. Assim ouvimos as seguintes frases nas entrevistas realizadas:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 35.4pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: .05pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">- Analisem o texto e emitam suas opiniões sobre o assunto. Deem boas razões para pensarem assim!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">- Vamos recortar e fazer juntos o próximo desenho!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">- O que você pensa sobre este parágrafo !</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Assim na polifonia de vozes destes<span> </span>novos discursos estavam se formando os novos professores do Centro Específico de Formação de Aperfeiçoamento de Magistério (CEFAM) na cidade de Santo André, curso infelizmente instinto em 2003 ( nova LDB 1996). </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Perceberam os professores formadores da década 1990-2000 que era preciso pensar. Os alunos devem ser chamados a pensar, pois segundo, Bakhtin (2010): “somente o ato de pensar pode ser Ético”. O outro me exige esse pensamento, na formação de um ser ético diferente de mim.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Não podemos só falar de Ética, mas também da Estética no discurso do professor formador de professores. Segundo Bakhtin (2000) “ uma obra é Estética quando há um acabamento”. Assim a Ética está presente em questões como dialogismo, o processo em si de interação entre professores e alunos. Ao refletir sobre o seu discurso e olhar para si mesmo e para o seu aluno o professor formador de professores avalia seu discurso, sua aula, garantindo o reconhecimento do outro como ser em, continua formação, agindo e fazendo (no sentido Ético de seu ato) ”refletir sobre o agir (elaboração Estética) do acabamento de sua aula.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 12pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Referências:<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, Mikhail, <i>Marxismo e filosofia da linguagem</i>, 9ª. edição, São Paulo: Hucitec,1999.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, Mikhail, <i>Estética da Criação Verbal,</i>, 3ª. edição, São Paulo: Martins Fontes, 2000.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, Mikhail, <i>Para uma filosofia do outro responsável,</i>, São Carlos: Pedro&João Editores,2010.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BRAIT, Beth (org.). Bakhtin, dialogismo e construção do sentido. Campinas: Editora da Universidade estadual de Campinas, 2001.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">CLARK, Katerina e HOLQUIST, Michael. Mikhail Bakhtin. São Paulo: Perspectiva, 1998</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Pratica E|ducativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998</span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">GERALDI, João Wanderley, Portos de Passagem. 4ª.. edição.São Paulo: Martins Fontes, 1997. </span></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-91257669378181748992011-10-06T13:22:00.001-07:002011-10-06T13:22:39.137-07:00Alene Caroline, Amanda Carvalho<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Representação: olhar que re(cria)<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Alene Caroline (Universidade Federal do Pará)</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><u><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">alenecaroline@hotmail.com<o:p></o:p></span></u></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Amanda Carvalho (Universidade Federal do Pará)</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><u><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">amandacarvalhovale@hotmail.com<o:p></o:p></span></u></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 115.4pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Se os professores ou alunos usarem o poder para reconstruir o conhecimento na sala de aula, então eles saberiam usar o poder para reconstruir a sociedade. A estrutura do conhecimento oficial é também a estrutura da autoridade social. Paulo Freire (1987: 10)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Percebemos que a criança tem uma capacidade incomparável de refazer tudo o que os adultos fazem, principalmente aqueles que elas vêem como seus heróis. Pais, professores, amigos são alvos fáceis para criança olhar e refazer o que esses fazem.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Poderíamos, assim, dizer que ela imita os outros ao seu redor. Mas será que isso é de fato real? Digo que mais do que imitar, a criança cria também. Ela mistura todo o conhecimento e percepção de mundo adquirido com o que ela “imita” do outro. Ela se torna uma re(criadora) do viver adulto ou do meio social no qual ela está inserida.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Vigotsky fala a respeito disso, quando diz que o desenvolvimento da criança se dá de fora para dentro, sendo o meio social no qual ela está inserida o fator principal para esse desenvolvimento.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Muitos pais ou responsáveis se sentem na obrigação de repreender a criança por tal fato, com a ideia de que ao fazer isso irão melhorar seu crescimento natural.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Não é difícil acreditar que essa é uma idéia errada, se partimos que o funcionamento social dá origem ao desenvolvimento individual.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Cada criança sendo um ser humano único e significativo tem sua forma de olhar e participar da sociedade em que vive. Isso as faz diferentes uma das outras, mas não há como negar essa predisposição que as igualam: O ato de criar, a forma de olhar o mundo ao seu redor, sendo capazes de re-criar tudo o que vêem, criando assim personagens para si.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaMMKZ80PKcxFI6kf_vuoaaVffgnum-FgR0bFmp0tg-xA24e9-WV3JLPxSoJ3H4nDSPcWhmthoztPld5CDwi3_q_QSBnT7oRITkSwuPxaGB5eVEW1Ews8y6qPCCRDAw6wr68UNNb2Y35g/s1600/imagem1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaMMKZ80PKcxFI6kf_vuoaaVffgnum-FgR0bFmp0tg-xA24e9-WV3JLPxSoJ3H4nDSPcWhmthoztPld5CDwi3_q_QSBnT7oRITkSwuPxaGB5eVEW1Ews8y6qPCCRDAw6wr68UNNb2Y35g/s1600/imagem1.jpg" /></a> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt-9xPq653VW6Yh0gUL8W7mspzPwmJF9lP-FWljlTQ_ZKIgEAjEA0UDvkrfbpwlf5jsbiKqOnkvSnXrBYbkFDPSDM0UW8Ol8rGEHj00u0jTvlk8GDZIxF80lYC3FhZC1705jTDMRafCxc/s1600/imagem2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt-9xPq653VW6Yh0gUL8W7mspzPwmJF9lP-FWljlTQ_ZKIgEAjEA0UDvkrfbpwlf5jsbiKqOnkvSnXrBYbkFDPSDM0UW8Ol8rGEHj00u0jTvlk8GDZIxF80lYC3FhZC1705jTDMRafCxc/s1600/imagem2.jpg" /></a></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><!--[if gte vml 1]><v:shapetype id="_x0000_t75" coordsize="21600,21600"
o:spt="75" o:preferrelative="t" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" filled="f"
stroked="f"> <v:stroke joinstyle="miter"/> <v:formulas> <v:f eqn="if lineDrawn pixelLineWidth 0"/> <v:f eqn="sum @0 1 0"/> <v:f eqn="sum 0 0 @1"/> <v:f eqn="prod @2 1 2"/> <v:f eqn="prod @3 21600 pixelWidth"/> <v:f eqn="prod @3 21600 pixelHeight"/> <v:f eqn="sum @0 0 1"/> <v:f eqn="prod @6 1 2"/> <v:f eqn="prod @7 21600 pixelWidth"/> <v:f eqn="sum @8 21600 0"/> <v:f eqn="prod @7 21600 pixelHeight"/> <v:f eqn="sum @10 21600 0"/> </v:formulas> <v:path o:extrusionok="f" gradientshapeok="t" o:connecttype="rect"/> <o:lock v:ext="edit" aspectratio="t"/> </v:shapetype><v:shape id="Imagem_x0020_1" o:spid="_x0000_i1025" type="#_x0000_t75"
style='width:181.5pt;height:123.75pt;visibility:visible'> <v:imagedata src="file:///C:\Users\GRUPOL~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image001.jpg"
o:title=""/> </v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--><!--[if gte vml 1]><v:shape id="Imagem_x0020_2"
o:spid="_x0000_i1026" type="#_x0000_t75" style='width:183pt;height:124.5pt;
visibility:visible'> <v:imagedata src="file:///C:\Users\GRUPOL~1\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image003.jpg"
o:title=""/> </v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Figura 01 e 02:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 115.4pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">As relações dialógicas do universo infantil são constituídas do embate entre a sua realidade familiar e a sala de aula, portanto cabe a esses pais e ainda mais ao professor inserir-se nesse universo.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 115.4pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Dois enunciados distante um do outro, tanto no tempo quanto no espaço, que nada sabem um sobre o outro, no confronto dos sentidos revelam relações dialógicas, se entre elas, há ao menos alguma convergência de sentidos. (BAKHTIN, Estética da criação Verbal p. 307-335)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 115.4pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Uma criança pobre não deve ser vista apenas como alguém carente ou inferior, mas como alguém que convive em uma determinada cultura. Cabe ao professor inserir-se na realidade do aluno a partir do campo de visão do mesmo, partindo de onde a criança está para o desenvolvimento de outras potencialidades.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Mais fácil agora seria afirmar que esse imaginário criativo infantil é um ponto positivo para sua educação, já que desenvolvimento e educação não são dois processos independentes, eles relacionam-se como conteúdo e forma do mesmo processo.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 115.5pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A situação social do desenvolvimento, que é o ponto de partida para todas as mudanças dinâmicas que ocorrem no desenvolvimento nesse período, define completamente as formas e caminho que a criança segue – conforme adquire, cada vez mais, novos traços de personalidade – a partir da atividade social, a principal fonte de desenvolvimento. Esse é o caminho pelo qual o social se transforma no indivíduo. (VIGOTSKY, 1982/1984, vol. 4 p. 258-259)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 115.5pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Estudar a perspectiva histórica cultural ajuda o professor a compreender melhor aquilo que a criança trás para a sala de aula e trás também uma proximidade maior do profissional com a criança, não a enclausurando a uma realidade oposta em demasia da sua.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Para Vygotsky desenvolvimento cognitivo está diretamente relacionado com a base cultural de cada criança. Sendo assim, o saber construído em sala de aula não deve ser uma ruptura com o que a criança já trás para a sala de aula, mas uma soma que os leve a novos conhecimentos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Bakhtin diz que a dialogia é uma relação de forças onde não há a morte de uma convivência, há interação entre as mesmas, as duas forças se transformam de alguma maneira.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 115.5pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Daí uma atitude diferente do professor: ele vai se aproximar da criança achando que ela tem algo a revelar que eu não sei. Enquanto com aquelas outras teorias, eu sempre me aproximava da criança como se eu já tivesse um saber que ela não sabe, que ela não detêm. (BAKHTIN)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Segundo Vigotsky, as práticas educativas formais e informais são meios sociais para organizar uma situação de vida que promova o desenvolvimento mental dessa criança.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Produzir desde a infância um olhar diferenciado, criar maneiras para que elas possam ver os seus heróis em si mesmos é um jeito dinâmico e indispensável de fazer tais crianças desenvolverem habilidades que refletirão no seu modo de viver e ver futuramente.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Produzir ao longo de seu processo de desenvolvimento essa representatividade é de grande valia para aguçar sua sensibilidade estética em relação ao toda em que vive.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 115.5pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Se corretamente organizada, a educação permitirá à criança desenvolver-se intelectualmente e criará toda uma série de processos de desenvolvimento que seriam impossíveis sem a educação. A educação revela-se, portanto, um aspecto internamente necessário e universal do processo de desenvolvimento, na criança, das características históricas do homem, e ao de suas características naturais. (VYGOTSKY, 1956, p. 450) <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 115.5pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>A linguagem também passa a ser um ponto crucial, sendo parte da sociedade como elemento básico na vida social. O discurso faz parte desse desenvolver, já que ele é a própria linguagem como prática social, pois é mediante ele que os indivíduos constroem sua realidade social e agem no mundo. Da mesma forma a criança precisará dessa linguagem para aprender e apreender o todo que nos rodeia.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 115.5pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O ponto mais significativo é que o elemento linguagem se tornou, em certos pontos chave, mais saliente, mais importante do que costumava ser, e na verdade, aspecto crucial das transformações sociais que estão acontecendo – nada faz sentido sem que pensemos na linguagem. (FAIRCLOUGH – 2003: 203)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Trabalhar a representatividade e a linguagem – que, a meu ver, se completam de forma única e dependente, pois a linguagem esta presente nessa representatividade de alguma forma – faz parte do crescimento intelectual da criança, proporcionando a esta esse olhar re(criador) que é tanto dito aqui.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Cabe, assim, ao professor – que está atento a aprendizagem do aluno – promover uma interação na sala de aula, do outro com o outro, da representação com suas variadas formas de linguagem. Assim, professor e aluno poderão se “enxergar” melhor nessa troca.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 115.5pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O excedente de visão é o broto em que repousa a forma e de onde ela desabrocha como uma flor. Mas para que esse broto efetivamente desabroche na flor concludente, urge que o excedente de minha visão complete o horizonte do outro individuo contemplando sem perder a originalidade deste. Eu devo entrar em empatia com esse outro individuo, ver axiologicamente o mundo de dentro dele tal qual ele vê, colocar-me no lugar dele e, depois de ter retornado ao meu lugar, completar o horizonte dele com o excedente de visão que desse meu lugar se descortina fora dele, convertê-lo, criar para ele um ambiente concludente a partir desse excedente de minha visão, do meu conhecimento, da minha vontade e do meu sentimento. (Bakhtin – pag.23)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>O outro e suas experiências de vida são tão importantes para mim quanto eu e minha experiência de vida são para ele. A partir do momento em que o professor leva isto em consideração, ele assume a responsabilidade de educar o aluno, assumindo a importância do ponto de vista desse indivíduo. Dessa forma, é possível desenvolver o olhar – quando digo olhar, me refiro a ele tanto do aspecto social, cultural quanto extraposicional – da criança em consideração a sua cultura e seu meio social, educando o aluno de maneira responsiva.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>É a partir daí que mundos se cruzam, olhares se encontram, formando um todo único e um único todo, capazes de olhar, diferenciar e ao mesmo tempo igualar a sociedade da qual participamos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Palavras e contrapalavras: Conversando sobre os trabalhos de Bakhtin. In GRUPO DE ESTUDO DOS GÊNEROS DO DISCURSO (GEGe). São Carlos (SP): Pedro & João, 2010.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">PAPA, Solange Maria de Barros. <i>Prática pedagógica emancipatória: O professor reflexivo em processo de mudança. </i>São Carlos (SP): Pedro & João, 2008<i>.<o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">DANIELS, Harry (org.) et al. <i>Vygotsky em foco: Pressupostos e Desdobramentos. </i>2° edição – Campinas (SP): Papirus, 1995, p. 121-166.</span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">FREITAS, Maria Tereza A. In: <i>O pensamento de Vygotsky e Bakhtin no Brasil</i> / Maria Tereza A. Freitas – 2° edição – Campinas (SP): Papirus, 1994. (Coleção magistério, formação e trabalho pedagógico) p. 82-95.</span></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-56749796555658724292011-10-06T13:16:00.001-07:002011-10-06T13:16:42.200-07:00Amanda Sangy Quiossa<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A<span> pesquisa nas Ciências Humanas: compreendendo este percurso sob a perspectiva dialógica. <o:p></o:p></span></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span>Amanda Sangy Quiossa – </span><a href="mailto:amandaquiossa@hotmail.com"><span>amandaquiossa@hotmail.com</span></a><span> <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Mestranda em Educação – PPGE/UFJF<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">INTRODUÇÃO<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A pesquisa acadêmica também deve ser percebida como um gênero de discurso, uma vez que ela se constitui em uma forma específica de comunicação composta pelos três elementos fundamentais apontados por Bakhtin, são eles: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Segundo Bakhtin (p.279, 2003):</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 117.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Todas as esferas da atividade humana, por mais variadas que sejam, estão sempre relacionadas com a utilização da língua. Não é de surpreender que o caráter e os modos dessa utilização sejam tão variados como as próprias esferas da atividade humana, o que não contradiz a unidade nacional de uma língua. A utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos), concretos e únicos, que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da atividade humana. O enunciado reflete as condições específicas e as finalidades de cada uma dessas esferas, não só por seu conteúdo (temático) e por seu estilo verbal, ou seja, pela seleção operada nos recursos da língua — recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais —, mas também, e sobretudo, por sua construção composicional. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Os trabalhos acadêmicos se constituem sempre a partir de referenciais teóricos, com os quais os autores dialogam, concordando ou refutando o que foi lido. As produções acadêmicas, sempre buscam gerar um conhecimento novo, porém se pautando em teorias e trabalhos já existentes. Um exemplo desta prática é a revisão bibliográfica, que se faz recorrente no processo de construção das pesquisas. Estas estão sempre relacionadas àquilo que foi produzido anteriormente, no sentido bakhtiniano, se constituem como respostas aos enunciados anteriores.O conceito de dialogismo na obra bakhtiniana, se faz pertinente no processo de compreensão da construção das pesquisas acadêmica, uma vez que compreende a produção dos enunciados de forma elaborada, não desconsiderando a singularidade dos sujeitos – <i>nesse sentido os enunciados são individuais</i>, porém, os compreendendo como sociais, como respostas a enunciados anteriores que se dirigem a determinados destinatários.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A ideia da produção das pesquisas estar sempre relacionada a enunciados anteriores, significa ainda, que elas estão sempre condicionadas às escolhas do seu autor, às leituras e influências que pautaram a sua formação e a sua forma de compreender o mundo. Sendo assim, as pesquisas devem ser entendidas sempre, enquanto pontos de vista, enquanto uma resposta possível na cadeia dos enunciados.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Para refletir sobre esta cadeia de enunciados este trecho de Bakhtin se faz importante (BAKHTIN, 2003, p.275):</span></div><div class="Default" style="margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 10.0pt;">Os limites de cada enunciado concreto como unidade de comunicação discursiva são definidos pela <i>alternância dos sujeitos do discurso</i>, ou seja, pela alternância dos falantes. Todo enunciado – da réplica sucinta (monovocal) do diálogo cotidiano ao grande romance ou tratado científico – tem, por assim dizer, um princípio absoluto e um fim absoluto: antes do seu início, os enunciados de outros; depois do seu término, os enunciados responsivos de outros (ou ao menos uma compreensão ativamente responsiva silenciosa do outro ou, por último, uma ação responsiva baseada nessa compreensão). O falante termina o seu enunciado para passar a palavra ao outro ou dar lugar à sua compreensão ativamente responsiva. </span><span style="font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Para refletirmos sobre o processo de produção das pesquisas acredito que seja importante compreendermos a forma como elas são desenvolvidas no tocante a metodologia. Os referenciais da pesquisa podem se diferenciar um do outro sob o ponto de vista da finalidade da investigação, da realidade, da relação do pesquisador com o objeto de pesquisa e do produto final. Dentre as perspectivas existentes podemos citar: a positivista, a interpretativista, a crítica e a histórico-cultural. Acredito que a última seja a que mais se relaciona com a ideia da produção do conhecimento como algo parcial e subjetivo, a partir do lugar ocupado pelo seu enunciador no processo dialógico em que se dá esta construção. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Irei, de forma sucinta, apresentar estas perspectivas e realizar uma reflexão sobre a utilização delas nos trabalhos científicos <st1:personname productid="em Ci↑ncias Humanas" w:st="on">em Ciências Humanas</st1:personname>, tendo como referência o dialogismo bakhtiano, que considera que para que um enunciador construa um discurso -<i>compreendo a pesquisa acadêmica como um discurso, um enunciado</i>, ele leva em conta o discurso de outrem, que está presente no seu.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">PERSPECTIVAS METODOLÓGICAS<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Começarei apresentando a perspectiva denominada de <i>positivista</i>, a qual tem como principal característica o controle do processo investigativo e a formulação de leis gerais. Sob este ponto de vista, a realidade é tida como objetiva. Esta vertente é muito utilizada na pesquisa quantitativa. No texto <i>Metodologia das ciências humanas, </i>inserido no livro <i>Estética da criação verbal </i>(2003), Bakhtin traz conceitos que servem como crítica esta perspectiva, utilizada com mais frequência nas ciências exatas e naturais. Trabalha-se com a ideia de objetividade na pesquisa para a produção de um conhecimento verdadeiro.Acredita-se na possibilidade da não intervenção do autor na análise dos dados pesquisados e na consequente objetividade no processo de investigação. Alguns conceitos desenvolvidos no texto supracitado, como o de <i>sentido</i> (p. 398), de <i>contexto dialógico</i> (p.410), de <i>influência do contexto extratextual</i> (p. 406), de<i> tonalidade</i> (p. 403) mostram que a objetividade pretendida por esta perspectiva, torna-se muitas vezes, impossível de ser alcançada. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Nas Ciências Humanas, a pesquisa constitui-se em algo tão sério quanto nas Ciências Exatas. O que as diferencia substancialmente é a compreensão do que é fazer pesquisa, que se ancora em bases diferenciadas. Nas ciências humanas, principalmente na pesquisa qualitativa, o pesquisador não trabalha com a ideia de exatidão, mas com a de interpretação. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Segundo Bakhtin,</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A investigação se torna interrogação e conversa, isto é, diálogo. Nós não perguntamos à natureza e ela não nos responde. Colocamos as perguntas para nós mesmos e de certo modo organizamos a observação ou a experiência para obtermos a resposta. Quando estudamos o homem, procuramos e encontramos signos em toda parte e nos empenhamos em interpretar o seu significado (BAKHTIN, 2003, p. 319).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">No que se refere à questão da interpretação, podemos citar a existência de uma perspectiva que é totalmente baseada nesta ideia, a perspectiva <i>interpretativista.</i> Esta tem como finalidade de investigação a compreensão e a interpretação. A realidade não é tida como algo apreensível diretamente, mas é uma construção dos sujeitos em interação com a realidade. A relação do pesquisador com o objeto de pesquisa se dá de forma que são valorizados os fatores subjetivos que marcam a construção de significados. Os valores do pesquisador influenciam na seleção do problema, da teoria e do método. O produto final são análises indutivas e qualitativas, uma vez que o pesquisador é o construtor da realidade pesquisada.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Esta perspectiva se aproxima da <i>histórico-cultural</i>, porém, uma das diferenças é que nesta última acredita-se que a pesquisa acontece SOBRE o sujeito e não COM o sujeito. Na perspectiva histórico-cultural o sujeito investigado é entendido como alguém que modifica o pesquisador, que fala e interpreta a realidade a partir de um lugar específico e, que por isso, realiza a pesquisa de forma subjetiva. Desta forma, o pesquisador também pode ser compreendido como sujeito, que exerce influencia sobre as conclusões da pesquisa.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Outra vertente é a perspectiva <i>crítica</i>, que surge quando a pesquisa-ação, passa a adquirir maior força no cenário investigativo. Segundo essa concepção as pesquisas têm a intenção, além de compreender, intervir na realidade, de forma política e engajada. Nesse tipo de pesquisa, se lida com o coletivo, não com o individual, com um sujeito. A partir da análise de determinada realidade, é feita uma proposta de intervenção, de mudança.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">É importante ter clareza de que a utilização destas perspectivas se dá de acordo com a necessidade e interesse do pesquisador. Sendo assim, não devemos entendê-las sob o ponto de vista evolutivo. Na arqueologia, por exemplo, geralmente a perspectiva <i>interpretativista</i> se justifica mais do que a <i>positivista</i>, tendo em vista que os objetos de pesquisa são artefatos de outro tempo histórico, que precisam ser analisados e interpretados pelo pesquisador.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Por fim irei tratar da perspectiva <i>histórico-cultural</i>, que se faz relevante dentro das Ciências Humanas, uma vez que compreende a forma de produção de conhecimento como algo social, valorizando as relações entre os sujeitos. Desta forma, os papéis do pesquisador e dos sujeitos que estão sendo pesquisados são ressignificados, de modo que a pesquisa se dá com o sujeito e não apenas sobre o sujeito. A teoria da enunciação de Bakhtin se fazimportante para esta perspectiva, na medida em que considera a interação como algo importante no estudo de fenômenos humanos. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Maria Teresa Freitas apresenta a perspectiva histórico-cultural, como (2003, p. 26): </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Um caminho significativo para uma forma outra de produzir conhecimento no campo das Ciências Humanas. Ao compreender que o psiquismo é constituído no social, num processo interativo possibilitado pela linguagem, abre novas perspectivas para o desenvolvimento de alternativas metodológicas que superem as dicotomias externo/interno, social/individual. Ao assumir o caráter histórico-cultural do objeto de estudo e do próprio conhecimento como uma construção que se realiza entre sujeitos, essa abordagem consegue opor aos limites estreitos da objetividade uma visão humana da construção do conhecimento.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Para isso, a partir de conceitos bakhtinianos, a autora destaca a importância da <i>observação mediada</i>, do <i>grupo focal reflexivo e da entrevista dialógica</i> na pesquisa <st1:personname productid="ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��걐ᡜ��������e� Ƣ܈��逬ᡮ걘ᡜ辘ᡮ����ID�� ƥ܈佴ミ ��� � �エᡭ㎠ᡮ Ƹ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㏨ᡮ���������� Ʒ܈��㏄ᡮ㒈ᡮ㇈ᡮ�������� Ŋ܈佴ミ ��� � �㈴ᡮ㐸ᡮ ō܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㒀ᡮ���������� ń܈��㑜ᡮ㔠ᡮ㏰ᡮ�������� ş܈佴ミ ���
� �㊜ᡮ㓐ᡮ Œ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㔘ᡮ���������� ũ܈��㓴ᡮ㖸ᡮ㒈ᡮ�������� Ŭ܈佴ミ ��� � �㉴ᡮ㕨ᡮ ŧ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㖰ᡮ���������� ž܈��㖌ᡮ㙐ᡮ㔠ᡮ�������� ű܈佴ミ ��� � �㈜ᡮ㘀ᡮ Ŵ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㙈ᡮ���������� ă܈��㘤ᡮ㛨ᡮ㖸ᡮ�������� Ć܈佴ミ ��� � �㈄ᡮ㚘ᡮ ę܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㛠ᡮ���������� Đ܈��㚼ᡮ㞀ᡮ㙐ᡮ�������� ī܈佴ミ ��� � �㞤ᡮ㜰ᡮ Į܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㝸ᡮ���������� ĥ܈��㝔ᡮ㡀ᡮ㛨ᡮ�������� ĸ܈ �ciências������ ij܈佴ミ ���(� �㡤ᡮ㟰ᡮ Ķ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㠸ᡮ���������� Ǎ܈��㠔ᡮ㤀ᡮ㞀ᡮ�������� ǀ܈ �humanas������� Ǜ܈佴ミ ���/� �Ꙍᕝ㢰ᡮ Ǟ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㣸ᡮ���������� Ǖ܈��㣔ᡮ㦘ᡮ㡀ᡮ�������� Ǩ܈佴ミ ���1� �㦼ᡮ㥈ᡮ ǣ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㦐ᡮ���������� Ǻ܈��㥬ᡮ㩈ᡮ㤀ᡮ�������� ǽ܈
�sobre� Dz܈佴ミ ���7� �㩬ᡮ㧸ᡮ ǵ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㩀ᡮ���������� ƌ܈��㨜ᡮ㫸ᡮ㦘ᡮ�������� Ƈ܈ �o����� Ƅ܈佴ミ ���9� �㬜ᡮ㪨ᡮ Ɵ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㫰ᡮ���������� Ɩ܈��㫌ᡮ㮨ᡮ㩈ᡮ�������� Ʃ܈ �ato��� Ʈ܈佴ミ ���=� �㯌ᡮ㭘ᡮ ơ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㮠ᡮ���������� Ƹ܈��㭼ᡮ㱘ᡮ㫸ᡮ�������� Ƴ܈ �de���� ư܈佴ミ ���@� �㱼ᡮ㰈ᡮ ŋ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㱐ᡮ���������� ł܈��㰬ᡮ㴘ᡮ㮨ᡮ�������� Ņ܈ �pesquisar����� Ř܈佴ミ ���I� �㴼ᡮ㳈ᡮ œ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㴐ᡮ���������� Ū܈��㳬ᡮ㷈ᡮ㱘ᡮ�������� ŭ܈ �,����� Ţ܈佴ミ ���K� �㷬ᡮ㵸ᡮ ť܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㷀ᡮ���������� ż܈��㶜ᡮ㺈ᡮ㴘ᡮ�������� ŷ܈ �também�������� Ċ܈佴ミ ���R� �㺬ᡮ㸸ᡮ č܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㺀ᡮ���������� Ą܈��㹜ᡮ㼸ᡮ㷈ᡮ�������� ğ܈ �é����� Ĝ܈佴ミ ���T� �㽜ᡮ㻨ᡮ ė܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㼰ᡮ���������� Į܈��㼌ᡮ㿸ᡮ㺈ᡮ�������� ġ܈ �colocada������ Ĥ܈佴ミ ���]� �䀜ᡮ㾨ᡮ Ŀ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㿰ᡮ���������� Ķ܈��㿌ᡮ䂨ᡮ㼸ᡮ�������� lj܈ �a����� ǎ܈佴ミ ���_� �䃌ᡮ䁘ᡮ ǁ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䂠ᡮ���������� ǘ܈��䁼ᡮ䅨ᡮ㿸ᡮ�������� Ǔ܈ �questão������� ǖ܈佴ミ ���g� �䆌ᡮ䄘ᡮ ǩ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䅠ᡮ���������� Ǡ܈��䄼ᡮ䈘ᡮ䂨ᡮ�������� ǻ܈ �do���� Ǹ܈佴ミ ���j� �䈼ᡮ䇈ᡮ dz܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䈐ᡮ���������� Ɗ܈��䇬ᡮ䋘ᡮ䅨ᡮ�������� ƍ܈ �encontro������ ƀ܈佴ミ ���s� �䋼ᡮ䊈ᡮ ƛ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䋐ᡮ���������� ƒ܈��䊬ᡮ䎈ᡮ䈘ᡮ�������� ƕ܈
�entre� ƪ܈佴ミ ���y� �䎬ᡮ䌸ᡮ ƭ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䎀ᡮ���������� Ƥ܈��䍜ᡮ䑈ᡮ䋘ᡮ�������� ƿ܈ �sujeitos������ Ʋ܈佴ミ ���� �䑬ᡮ䏸ᡮ Ƶ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䑀ᡮ���������� Ō܈��䐜ᡮ䓸ᡮ䎈ᡮ�������� Ň܈ �no���� ń܈佴ミ ���
� �䔜ᡮ䒨ᡮ ş܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䓰ᡮ���������� Ŗ܈��䓌ᡮ䖸ᡮ䑈ᡮ�������� ũ܈ �processo������ Ŭ܈佴ミ ���� �䗜ᡮ䕨ᡮ ŧ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䖰ᡮ���������� ž܈��䖌ᡮ䙨ᡮ䓸ᡮ�������� ű܈ �de���� Ŷ܈佴ミ ���� �䚌ᡮ䘘ᡮ ĉ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䙠ᡮ���������� Ā܈��䘼ᡮ䜨ᡮ䖸ᡮ�������� ě܈ �pesquisa������ Ğ܈佴ミ ���� �䝌ᡮ䛘ᡮ đ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䜠ᡮ���������� Ĩ܈��䛼ᡮ䟘ᡮ䙨ᡮ�������� ģ܈ �.����� Ġ܈佴ミ ���� �䟼ᡮ䞈ᡮ Ļ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䟐ᡮ���������� IJ܈��䞬ᡮ䢈ᡮ䜨ᡮ�������� ĵ܈ �Para�� NJ܈佴ミ ��� � �䢬ᡮ䠸ᡮ Ǎ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䢀ᡮ���������� DŽ܈��䡜ᡮ䥈ᡮ䟘ᡮ�������� ǟ܈ �Solange������� ǒ܈佴ミ ���¨� �䥬ᡮ䣸ᡮ Ǖ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䥀ᡮ���������� Ǭ܈��䤜ᡮ䧸ᡮ䢈ᡮ�������� ǧ܈
�Jobim� Ǥ܈佴ミ ���®� �䨜ᡮ䦨ᡮ ǿ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䧰ᡮ���������� Ƕ܈��䧌ᡮ䪨ᡮ䥈ᡮ�������� Ɖ܈ �e����� Ǝ܈佴ミ ���°� �䫌ᡮ䩘ᡮ Ɓ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䪠ᡮ���������� Ƙ܈��䩼ᡮ䭘ᡮ䧸ᡮ�������� Ɠ܈
�Souza� Ɛ܈佴ミ ���¶� �䭼ᡮ䬈ᡮ ƫ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䭐ᡮ���������� Ƣ܈��䬬ᡮ䰈ᡮ䪨ᡮ�������� ƥ܈ �(����� ƺ܈佴ミ ���·� �䰬ᡮ䮸ᡮ ƽ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䰀ᡮ���������� ƴ܈��䯜ᡮ䲸ᡮ䭘ᡮ�������� ŏ܈ �2011�� Ō܈佴ミ ���»� �䳜ᡮ䱨ᡮ Ň܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䲰ᡮ���������� Ş܈��䲌ᡮ䵨ᡮ䰈ᡮ�������� ő܈ �,����� Ŗ܈佴ミ ���½� �䶌ᡮ䴘ᡮ ũ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䵠ᡮ���������� Š܈��䴼ᡮ丘ᡮ䲸ᡮ�������� Ż܈ �p����� Ÿ܈佴ミ ���¾� �丼ᡮ䷈ᡮ ų܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��丐ᡮ���������� Ċ܈��䷬ᡮ仈ᡮ䵨ᡮ�������� č܈ �.����� Ă܈佴ミ ���¿� �们ᡮ乸ᡮ ą܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��什ᡮ���������� Ĝ܈��亜ᡮ佸ᡮ丘ᡮ�������� ė܈ �1����� Ĕ܈佴ミ ���À� �侜ᡮ伨ᡮ į܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��佰ᡮ���������� Ħ܈��佌ᡮ倨ᡮ仈ᡮ�������� Ĺ܈ �)����� ľ܈佴ミ ���Á� �偌ᡮ俘ᡮ ı܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��倠ᡮ���������� Lj܈��俼ᡮ僘ᡮ佸ᡮ�������� ǃ܈ �:����� ǀ܈佴ミ ���Â� �僼ᡮ傈ᡮ Ǜ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��僐ᡮ���������� ǒ܈��催ᡮ៳倨ᡮ�������� Ǖ܈ �
����� Ǫ܈ �.����� ǯ܈ �Ao�1�� Ǭ܈ �No�1� List���� ǧ܈ �em���za������� Ǻ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��凘ᡮ���������� DZ܈��冴ᡮ剸ᡮ䳠ኵ�������� Ǵ܈佴ミ ���y� �劜ᡮ刨ᡮ Ə܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��剰ᡮ���������� Ɔ܈��剌ᡮ匸ᡮ几ᡮ�������� ƙ܈ �conhecimento�� Ɯ܈佴ミ ���� �卜ᡮ勨ᡮ Ɨ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��匰ᡮ���������� Ʈ܈��匌ᡮ叨ᡮ剸ᡮ�������� ơ܈ �que��� Ʀ܈佴ミ ���� �同ᡮ厘ᡮ ƹ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��叠ᡮ���������� ư܈��厼ᡮ咘ᡮ匸ᡮ�������� ŋ܈ �pode�� ň܈佴ミ ���� �咼ᡮ呈ᡮ Ń܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��咐ᡮ���������� Ś܈��呬ᡮ啈ᡮ叨ᡮ�������� ŝ܈ �ser��� Œ܈佴ミ ���� �啬ᡮ哸ᡮ ŕ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��啀ᡮ���������� Ŭ܈��唜ᡮ嘈ᡮ咘ᡮ�������� ŧ܈ �gerado�������� ź܈佴ミ ���� �嘬ᡮ喸ᡮ Ž܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��嘀ᡮ���������� Ŵ܈��嗜ᡮ嚸ᡮ啈ᡮ�������� ď܈ �a����� Č܈佴ミ ���� �囜ᡮ器ᡮ ć܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��嚰ᡮ���������� Ğ܈��嚌ᡮ坸ᡮ嘈ᡮ�������� đ܈ �partir�������� Ĕ܈佴ミ ���£� �垜ᡮ在ᡮ į܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��坰ᡮ���������� Ħ܈��坌ᡮ堨ᡮ嚸ᡮ�������� Ĺ܈
�desta� ľ܈佴ミ ���©� �塌ᡮ埘ᡮ ı܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��堠ᡮ���������� Lj܈��埼ᡮ壨ᡮ坸ᡮ�������� ǃ܈ �condição������ dž܈佴ミ ���±� �夌ᡮ墘ᡮ Ǚ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��壠ᡮ���������� ǐ܈��墼ᡮ妘ᡮ堨ᡮ�������� ǫ܈ �,����� Ǩ܈佴ミ ���³� �妼ᡮ奈ᡮ ǣ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��妐ᡮ���������� Ǻ܈��奬ᡮ婈ᡮ壨ᡮ�������� ǽ܈ �o����� Dz܈佴ミ ���µ� �婬ᡮ姸ᡮ ǵ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��婀ᡮ���������� ƌ܈��娜ᡮ嫸ᡮ妘ᡮ�������� Ƈ܈ �que��� Ƅ܈佴ミ ���¹� �嬜ᡮ媨ᡮ Ɵ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��嫰ᡮ���������� Ɩ܈��嫌ᡮ宨ᡮ婈ᡮ�������� Ʃ܈ �se���� Ʈ܈佴ミ ���¼� �富ᡮ存ᡮ ơ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��宠ᡮ���������� Ƹ܈��孼ᡮ屨ᡮ嫸ᡮ�������� Ƴ܈ �destaca������� ƶ܈佴ミ ���Ä� �岌ᡮ尘ᡮ ʼn܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��屠ᡮ���������� ŀ܈��尼ᡮ崘ᡮ宨ᡮ�������� ś܈ �é����� Ř܈佴ミ ���Æ� �崼ᡮ峈ᡮ œ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��崐ᡮ���������� Ū܈��峬ᡮ巈ᡮ屨ᡮ�������� ŭ܈ �a����� Ţ܈佴ミ ���È� �巬ᡮ嵸ᡮ ť܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��巀ᡮ���������� ż܈��嶜ᡮ庈ᡮ崘ᡮ�������� ŷ܈ �produção������ Ċ܈佴ミ ���Ñ� �庬ᡮ常ᡮ č܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��庀ᡮ���������� Ą܈��幜ᡮ弸ᡮ巈ᡮ�������� ğ܈ �de���� Ĝ܈佴ミ ���Ô� �彜ᡮ廨ᡮ ė܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��弰ᡮ���������� Į܈��弌ᡮ忨ᡮ庈ᡮ�������� ġ܈ �um���� Ħ܈佴ミ ���×� �怌ᡮ徘ᡮ Ĺ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��忠ᡮ���������� İ܈��徼ᡮ您ᡮ弸ᡮ�������� Nj܈ �conhecimento�� ǎ܈佴ミ ���ä� �᷄ᝩ恘ᡮ ǁ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��悠ᡮ���������� ǘ܈��恼ᡮ慀ᡮ忨ᡮ�������� Ǔ܈佴ミ ���ô� �慤ᡮ惰ᡮ ǖ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��愸ᡮ���������� ǭ܈��愔ᡮ戀ᡮ您ᡮ�������� Ǡ܈ �dialógico����� ǻ܈佴ミ ���þ� �戤ᡮ憰ᡮ Ǿ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��懸ᡮ���������� ǵ܈��懔ᡮ抰ᡮ慀ᡮ�������� ƈ܈ �e����� ƍ܈佴ミ ���Ā� �拔ᡮ扠ᡮ ƀ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��抨ᡮ���������� Ɵ܈��抄ᡮ捰ᡮ戀ᡮ�������� ƒ܈ �alteritário��� ƕ܈佴ミ ���ċ� �掔ᡮ挠ᡮ ƨ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��捨ᡮ���������� Ƨ܈��捄ᡮ搠ᡮ抰ᡮ�������� ƺ܈ �.����� ƿ܈佴ミ ���č� �摄ᡮ提ᡮ Ʋ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��搘ᡮ���������� ʼn܈��援ᡮ擐ᡮ捰ᡮ�������� Ō܈ �Para�� Ł܈佴ミ ���Ē� �擴ᡮ撀ᡮ ń܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��擈ᡮ���������� œ܈��撤ᡮ斐ᡮ搠ᡮ�������� Ŗ܈ �Bakhtin������� ũ܈佴ミ ���Ě� �斴ᡮ敀ᡮ Ŭ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��斈ᡮ���������� Ż܈��敤ᡮ晀ᡮ擐ᡮ�������� ž܈ �há���� ų܈佴ミ ���ĝ� �晤ᡮ旰ᡮ Ŷ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��昸ᡮ���������� č܈��昔ᡮ曰ᡮ斐ᡮ�������� Ā܈ �que��� ą܈佴ミ ���ġ� �朔ᡮ暠ᡮ Ę܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��曨ᡮ���������� ė܈��曄ᡮ枠ᡮ晀ᡮ�������� Ī܈ �se���� į܈佴ミ ���Ĥ�
�柄ᡮ材ᡮ Ģ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��枘ᡮ���������� Ĺ܈��杴ᡮ桠ᡮ曰ᡮ�������� ļ܈ �considerar���� ķ܈佴ミ ���į� �梄ᡮ栐ᡮ NJ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��桘ᡮ���������� ǁ܈��栴ᡮ椐ᡮ枠ᡮ�������� DŽ܈ �a����� Ǚ܈佴ミ ���ı� �椴ᡮ检ᡮ ǜ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��椈ᡮ���������� ǫ܈��棤ᡮ槐ᡮ桠ᡮ�������� Ǯ܈ �complexidade�� ǡ܈佴ミ ���ľ� �槴ᡮ榀ᡮ Ǥ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��槈ᡮ���������� dz܈��榤ᡮ檀ᡮ椐ᡮ�������� Ƕ܈ �do���� Ƌ܈佴ミ ���Ł� �檤ᡮ樰ᡮ Ǝ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��橸ᡮ���������� ƅ܈��橔ᡮ欰ᡮ槐ᡮ�������� Ƙ܈ �ato��� Ɲ܈佴ミ ���Ņ� �歔ᡮ櫠ᡮ Ɛ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��欨ᡮ���������� Ư܈��欄ᡮ毰ᡮ檀ᡮ�������� Ƣ܈ �bilateral����� ƥ܈佴ミ ���ŏ� �气ᡮ殠ᡮ Ƹ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��毨ᡮ���������� Ʒ܈��毄ᡮ沠ᡮ欰ᡮ�������� Ŋ܈ �e����� ŏ܈佴ミ ���ő� �泄ᡮ汐ᡮ ł܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��沘ᡮ���������� ř܈��汴ᡮ浐ᡮ毰ᡮ�������� Ŝ܈ �da���� ő܈佴ミ ���Ŕ� �浴ᡮ洀ᡮ Ŕ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��浈ᡮ���������� ţ܈��洤ᡮ渐ᡮ沠ᡮ�������� Ŧ܈ �profundidade�� Ź܈佴ミ ���š� �渴ᡮ淀ᡮ ż܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��済ᡮ���������� ċ܈��淤ᡮ滀ᡮ浐ᡮ�������� Ď܈ �do���� ă܈佴ミ ���Ť� �滤ᡮ湰ᡮ Ć܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��溸ᡮ���������� ĝ܈��溔ᡮ澀ᡮ渐ᡮ�������� Đ܈ �conhecimento�� ī܈佴ミ ���ű� �澤ᡮ漰ᡮ Į܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��潸ᡮ���������� ĥ܈��潔ᡮ瀰ᡮ滀ᡮ�������� ĸ܈ �que��� Ľ܈佴ミ ���ŵ� �灔ᡮ濠ᡮ İ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��瀨ᡮ���������� Ǐ܈��瀄ᡮ烠ᡮ澀ᡮ�������� ǂ܈ �se���� LJ܈佴ミ ���Ÿ� �焄ᡮ炐ᡮ ǚ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��烘ᡮ���������� Ǒ܈��炴ᡮ熠ᡮ瀰ᡮ�������� ǔ܈ �constitui����� ǯ܈佴ミ ���Ƃ� �燄ᡮ煐ᡮ Ǣ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��熘ᡮ���������� ǹ܈��煴ᡮ牐ᡮ烠ᡮ�������� Ǽ܈ �e����� DZ܈佴ミ ���Ƅ� �牴ᡮ爀ᡮ Ǵ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��版ᡮ���������� ƃ܈��爤ᡮ猀ᡮ熠ᡮ�������� Ɔ܈ �se���� ƛ܈佴ミ ���Ƈ� �猤ᡮ犰ᡮ ƞ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��狸ᡮ���������� ƕ܈��狔ᡮ珀ᡮ牐ᡮ�������� ƨ܈ �revela�������� ƣ܈佴ミ ���Ǝ� �珤ᡮ獰ᡮ Ʀ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��玸ᡮ���������� ƽ܈��玔ᡮ瑰ᡮ猀ᡮ�������� ư܈ �na���� Ƶ܈佴ミ ���Ƒ� �璔ᡮ琠ᡮ ň܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��瑨ᡮ���������� Ň܈��瑄ᡮ田ᡮ珀ᡮ�������� Ś܈ �relação������� ŝ܈佴ミ ���ƙ� �畔ᡮ瓠ᡮ Ő܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��用ᡮ���������� ů܈��甄ᡮ痰ᡮ瑰ᡮ�������� Ţ܈ �dialógica����� ť܈佴ミ ���ƣ� �瘔ᡮ疠ᡮ Ÿ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��痨ᡮ���������� ŷ܈��痄ᡮ皠ᡮ田ᡮ�������� Ċ܈ �eu���� ď܈佴ミ ���ƥ� �盄ᡮ癐ᡮ Ă܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��皘ᡮ���������� ę܈��癴ᡮ睐ᡮ痰ᡮ�������� Ĝ܈ �-����� đ܈佴ミ ���Ʀ� �睴ᡮ眀ᡮ Ĕ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��睈ᡮ���������� ģ܈��眤ᡮ砀ᡮ皠ᡮ�������� Ħ܈
�outro� Ļ܈佴ミ ���ƫ� �砤ᡮ瞰ᡮ ľ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��矸ᡮ���������� ĵ܈��矔ᡮ碰ᡮ睐ᡮ�������� Lj܈ �.����� Ǎ܈佴ミ ���Ƭ� �磔ᡮ硠ᡮ ǀ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��碨ᡮ���������� ǟ܈��碄ᡮ稰ᡮ砀ᡮ�������� ǒ܈ �
����� Ǘ܈ �
�y1�� ǔ܈
�Vozes� ǩ܈ �-�alógica��o�� Ǭ܈ �e��ue1�o�ade�� ǧ܈ �Bakhtin�st�.�� Ǻ܈
�texto�List�o�� ǽ܈佴ミ ��� � �磬ᡮ秠ᡮ ǰ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��稨ᡮ���������� Ə܈��稄ᡮ竈ᡮ碰ᡮ�������� Ƃ܈佴ミ ��� � �兄ᡮ穸ᡮ ƅ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��竀ᡮ���������� Ɯ܈��窜ᡮ筠ᡮ稰ᡮ�������� Ɨ܈佴ミ ��� � �禔ᡮ笐ᡮ ƪ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��筘ᡮ���������� ơ܈��笴ᡮ篸ᡮ竈ᡮ�������� Ƥ܈佴ミ ���
� �礄ᡮ箨ᡮ ƿ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��篰ᡮ���������� ƶ܈��篌ᡮ粐ᡮ筠ᡮ�������� ʼn܈佴ミ ��� � �祄ᡮ籀ᡮ Ō܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��粈ᡮ���������� ś܈��籤ᡮ紨ᡮ篸ᡮ�������� Ş܈佴ミ ��� � �経ᡮ糘ᡮ ő܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��素ᡮ���������� Ũ܈��糼ᡮ編ᡮ粐ᡮ�������� ţ܈ �silêncio������ Ŧ܈佴ミ ��� � �뫴ᓠ綘ᡮ Ź܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��締ᡮ���������� Ű܈��綼ᡮ纀ᡮ紨ᡮ�������� ċ܈佴ミ ��� � �뢔ᓠ縰ᡮ Ď܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��繸ᡮ���������� ą܈��織ᡮ缘ᡮ編ᡮ�������� Ę܈佴ミ ���$� �缼ᡮ终ᡮ ē܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��缐ᡮ���������� Ī܈��绬ᡮ翈ᡮ纀ᡮ�������� ĭ܈ �de���� Ģ܈佴ミ ���'� �翬ᡮ罸ᡮ ĥ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��翀ᡮ���������� ļ܈��羜ᡮ肈ᡮ缘ᡮ�������� ķ܈ �pesquisa��Ȁ က܀ NJ܈佴ミ ���0� �肬ᡮ耸ᡮ Ǎ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��肀ᡮ���������� DŽ܈��聜ᡮ脸ᡮ翈ᡮ�������� ǟ܈ �em���� ǜ܈佴ミ ���3� �腜ᡮ胨ᡮ Ǘ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��脰ᡮ���������� Ǯ܈��脌ᡮ臸ᡮ肈ᡮ�������� ǡ܈ �ciências������ Ǥ܈佴ミ ���<� �舜ᡮ膨ᡮ ǿ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��臰ᡮ���������� Ƕ܈��臌ᡮ芸ᡮ脸ᡮ�������� Ɖ܈ �humanas������� ƌ܈佴ミ ���D� �苜ᡮ艨ᡮ Ƈ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��芰ᡮ���������� ƞ܈��芌ᡮ荸ᡮ臸ᡮ�������� Ƒ܈ �Marilia������� Ɣ܈佴ミ ���L� �莜ᡮ茨ᡮ Ư܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��荰ᡮ���������� Ʀ܈��荌ᡮ萸ᡮ芸ᡮ�������� ƹ܈ �Amorim�������� Ƽ܈佴ミ ���S� �葜ᡮ菨ᡮ Ʒ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��萰ᡮ���������� Ŏ܈��萌ᡮ蓨ᡮ荸ᡮ�������� Ł܈ �traz�� ņ܈佴ミ ���X� �蔌ᡮ蒘ᡮ ř܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��蓠ᡮ���������� Ő܈��蒼ᡮ薘ᡮ萸ᡮ�������� ū܈ �uma��� Ũ܈佴ミ ���\� �薼ᡮ蕈ᡮ ţ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��薐ᡮ���������� ź܈��蕬ᡮ虘ᡮ蓨ᡮ�������� Ž܈ �síntese������� Ű܈佴ミ ���d� �虼ᡮ蘈ᡮ ċ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��虐ᡮ���������� Ă܈��蘬ᡮ蜈ᡮ薘ᡮ�������� ą܈ �da���� Ě܈佴ミ ���g� �蜬ᡮ蚸ᡮ ĝ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��蜀ᡮ���������� Ĕ܈��蛜ᡮ蟈ᡮ虘ᡮ�������� į܈ �teoria�������� Ģ܈佴ミ ���n� �蟬ᡮ蝸ᡮ ĥ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��蟀ᡮ���������� ļ܈��螜ᡮ袈ᡮ蜈ᡮ�������� ķ܈ �dialógica����� NJ܈佴ミ ���x� �袬ᡮ蠸ᡮ Ǎ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��袀ᡮ���������� DŽ܈��衜ᡮ褸ᡮ蟈ᡮ�������� ǟ܈ �de���� ǜ܈佴ミ ���{� �襜ᡮ裨ᡮ Ǘ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��褰ᡮ���������� Ǯ܈��褌ᡮ觸ᡮ袈ᡮ�������� ǡ܈ �Bakhtin������� Ǥ܈佴ミ ���� �訜ᡮ覨ᡮ ǿ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��觰ᡮ���������� Ƕ܈��觌ᡮ誨ᡮ褸ᡮ�������� Ɖ܈ �e����� Ǝ܈佴ミ ���
� �諌ᡮ詘ᡮ Ɓ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��誠ᡮ���������� Ƙ܈��詼ᡮ識ᡮ觸ᡮ�������� Ɠ܈ �as���� Ɛ܈佴ミ ���� �譼ᡮ謈ᡮ ƫ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��譐ᡮ���������� Ƣ܈��謬ᡮ谈ᡮ誨ᡮ�������� ƥ܈ �suas�� ƺ܈佴ミ ����
�谬ᡮ许ᡮ ƽ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��谀ᡮ���������� ƴ܈��诜ᡮ賈ᡮ識ᡮ�������� ŏ܈ �consequências� ł܈佴ミ ���� �賬ᡮ豸ᡮ Ņ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��賀ᡮ���������� Ŝ܈��貜ᡮ赸ᡮ谈ᡮ�������� ŗ܈ �para�� Ŕ܈佴ミ ��� � �趜ᡮ质ᡮ ů܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��走ᡮ���������� Ŧ܈��赌ᡮ踨ᡮ賈ᡮ�������� Ź܈ �a����� ž܈佴ミ ���¢� �蹌ᡮ跘ᡮ ű܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��踠ᡮ���������� Ĉ܈��跼ᡮ軨ᡮ赸ᡮ�������� ă܈ �pesquisa������ Ć܈佴ミ ���«� �輌ᡮ躘ᡮ ę܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��軠ᡮ���������� Đ܈��躼ᡮ辘ᡮ踨ᡮ�������� ī܈ �em���� Ĩ܈佴ミ ���®� �込ᡮ轈ᡮ ģ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��辐ᡮ���������� ĺ܈��转ᡮ㍘ᡮ軨ᡮ�������� Ľ܈ �Ciências������ İ܈佴ミ ���·� �간ᡜ逈ᡮ Nj܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㍐ᡮ���������� ǂ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��겸ᡜ��������e� Ǚ܈佴ミ ��� � �賴郀ᡮ ǜ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��鄈ᡮ��������ㆀ ǫ܈��郤ᡮ醨ᡮꩠ����茨ᕴ腠ᕴ Ǯ܈佴ミ ���
�
�ดᣋ酘ᡮ ǡ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��醠ᡮ��������ᨸᗉ Ǹ܈��酼ᡮ鉀ᡮ鄐ᡮ����২ 駘 dz܈佴ミ ��� � �ꪄ釰ᡮ Ƕ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��鈸ᡮ��������㧨 ƍ܈��鈔ᡮ鋘ᡮ醨ᡮ����㭨 㮸 ƀ܈佴ミ ��� � �鋼ᡮ銈ᡮ ƛ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��鋐ᡮ��������䂸 ƒ܈��銬ᡮ鎘ᡮ鉀ᡮ����ڰᝢ䈀 ƕ܈ �estudos�䋰 䌰 ₰ᗷ ƨ܈佴ミ ���!� �鎼ᡮ鍈ᡮ ƣ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��鎐ᡮ��������䚨 ƺ܈��鍬ᡮ鑘ᡮ鋘ᡮ����䟨 还ᚶ ƽ܈ �bakhtinianos� ư܈佴ミ ���-� �緔鐈ᡮ ŋ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��鑐ᡮ��������䳠 ł܈��鐬ᡮ钨ᡮ鎘ᡮ����술ᖺ쵘 Ņ܈佴ミ ���/� �贜ᔐᣋ Ř܈��ᔴᣋᗐᣋ鑘ᡮ����倠 느 hܚᕣꩠᙳ ő܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��뀀ᡜ���������� Ũ܈ �a����� ŭ܈佴ミ ���Ú� �闔ᡮ镠ᡮ Š܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��閨ᡮ���������� ſ܈��閄ᡮ陰ᡮ뀈ᡜ�������� Ų܈ �autora�������� ŵ܈佴ミ ���á� �隔ᡮ阠ᡮ Ĉ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��陨ᡮ���������� ć܈��附ᡮ霰ᡮ閰ᡮ�������� Ě܈ �percebe������� ĝ܈佴ミ ���é� �靔ᡮ雠ᡮ Đ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��霨ᡮ���������� į܈��霄ᡮ韠ᡮ陰ᡮ�������� Ģ܈ �o����� ħ܈佴ミ ���ë� �頄ᡮ鞐ᡮ ĺ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��韘ᡮ���������� ı܈��鞴ᡮ颐ᡮ霰ᡮ�������� Ĵ܈
�texto� lj܈佴ミ ���ñ� �颴ᡮ顀ᡮ nj܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��颈ᡮ���������� Ǜ܈��顤ᡮ饀ᡮ韠ᡮ�������� Ǟ܈ �como�� Ǔ܈佴ミ ���ö� �饤ᡮ飰ᡮ ǖ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��餸ᡮ���������� ǭ܈��餔ᡮ駰ᡮ颐ᡮ�������� Ǡ܈ �um���� ǥ܈佴ミ ���ù� �騔ᡮ馠ᡮ Ǹ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��駨ᡮ���������� Ƿ܈��駄ᡮ骠ᡮ饀ᡮ�������� Ɗ܈
�lugar� Ə܈佴ミ ���ÿ� �髄ᡮ驐ᡮ Ƃ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��骘ᡮ���������� ƙ܈��驴ᡮ魐ᡮ駰ᡮ�������� Ɯ܈ �de���� Ƒ܈佴ミ ���Ă� �魴ᡮ鬀ᡮ Ɣ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��魈ᡮ���������� ƣ܈��鬤ᡮ鰐ᡮ骠ᡮ�������� Ʀ܈ �produção������ ƹ܈佴ミ ���ċ� �鰴ᡮ鯀ᡮ Ƽ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��鰈ᡮ���������� ŋ܈��鯤ᡮ鳀ᡮ魐ᡮ�������� Ŏ܈ �e����� Ń܈佴ミ ���č� �鳤ᡮ鱰ᡮ ņ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��鲸ᡮ���������� ŝ܈��鲔ᡮ鵰ᡮ鰐ᡮ�������� Ő܈ �de���� ŕ܈佴ミ ���Đ�
�鶔ᡮ鴠ᡮ Ũ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��鵨ᡮ���������� ŧ܈��鵄ᡮ鸰ᡮ鳀ᡮ�������� ź܈ �circulação���� Ž܈佴ミ ���ě� �鹔ᡮ鷠ᡮ Ű܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��鸨ᡮ���������� ď܈��鸄ᡮ黠ᡮ鵰ᡮ�������� Ă܈ �de���� ć܈佴ミ ���Ğ�
�鼄ᡮ麐ᡮ Ě܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��默ᡮ���������� đ܈��麴ᡮ龠ᡮ鸰ᡮ�������� Ĕ܈ �conhecimentos� į܈佴ミ ���ī� �鿄ᡮ齐ᡮ Ģ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��龘ᡮ���������� Ĺ܈��齴ᡮꁘᡮ黠ᡮ�������� ļ܈ �,����� ıܐ佴ミ ���ĭ� �ꁼᡮꀈᡮ���� Nj܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ꁐᡮ���������� ǂ܈��ꀬᡮꄈᡮ龠ᡮ�������� Dž܈ �uma��� ǚ܈佴ミ ���ı� �ꄬᡮꂸᡮ ǝ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ꄀᡮ���������� ǔ܈��ꃜᡮꆸᡮꁘᡮ�������� ǯ܈ �vez��� Ǭ܈佴ミ ���ĵ� �ꇜᡮꅨᡮ ǧ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ꆰᡮ���������� Ǿ܈��ꆌᡮꉨᡮꄈᡮ�������� DZ܈ �que��� Ƕ܈佴ミ ���Ĺ� �ꊌᡮꈘᡮ Ɖ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ꉠᡮ���������� ƀ܈��ꈼᡮꌘᡮꆸᡮ�������� ƛ܈
�pensa� Ƙ܈佴ミ ���Ŀ� �ꌼᡮꋈᡮ Ɠ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ꌐᡮ���������� ƪ܈��ꋬᡮꏈᡮꉨᡮ�������� ƭ܈ �que��� Ƣ܈佴ミ ���Ń� �ꏬᡮꍸᡮ ƥ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ꏀᡮ���������� Ƽ܈��ꎜᡮꑸᡮꌘᡮ�������� Ʒ܈ �a����� ƴ܈佴ミ ���Ņ� �꒜ᡮꐨᡮ ŏ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ꑰᡮ���������� ņ܈��ꑌᡮꔸᡮꏈᡮ�������� ř܈ �escrita������� Ŝ܈佴ミ ���ō� �ꕜᡮꓨᡮ ŗ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ꔰᡮ���������� Ů܈��ꔌᡮꗨᡮꑸᡮ�������� š܈ �da���� Ŧ܈佴ミ ���Ő� �ꘌᡮꖘᡮ Ź܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ꗠᡮ���������� Ű܈��ꖼᡮꚨᡮꔸᡮ�������� ċ܈ �pesquisa������ Ď܈佴ミ ���ř� �ꛌᡮꙘᡮ ā܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ꚠᡮ���������� Ę܈��꙼ᡮꝘᡮꗨᡮ�������� ē܈ �não��� Đ܈佴ミ ���ŝ� �ꝼᡮ꜈ᡮ ī܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��Ꝑᡮ���������� Ģ܈��Ꜭᡮꠈᡮꚨᡮ�������� ĥ܈ �se���� ĺ܈佴ミ ���Š� �꠬ᡮꞸᡮ Ľ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ꠀᡮ���������� Ĵ܈��ᡮꢸᡮꝘᡮ�������� Ǐ܈
�reduz� nj܈佴ミ ���Ŧ� �ᡮꡨᡮ LJ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ꢰᡮ���������� Ǟ܈��ꢌᡮꥨᡮꠈᡮ�������� Ǒ܈ �a����� ǖ܈佴ミ ���Ũ� �ꦌᡮꤘᡮ ǩ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ꥠᡮ���������� Ǡ܈��ꤼᡮꨘᡮꢸᡮ�������� ǻ܈ �uma��� Ǹ܈佴ミ ���Ŭ� �ᡮ꧈ᡮ dz܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ꨐᡮ���������� Ɗ܈��ꧬᡮᡮꥨᡮ�������� ƍ܈ �simples������� ƀ܈佴ミ ���Ŵ� �ᡮꪈᡮ ƛ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ᡮ���������� ƒ܈��ꪬᡮꮘᡮꨘᡮ�������� ƕ܈ �transcrição��� ƨ܈佴ミ ���ƀ� �ꮼᡮꭈᡮ ƣ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ꮐᡮ���������� ƺ܈��ᡮ걈ᡮᡮ�������� ƽ܈ �de���� Ʋ܈佴ミ ���ƃ�
�걬ᡮ꯸ᡮ Ƶ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��걀ᡮ���������� Ō܈��개ᡮ괈ᡮꮘᡮ�������� Ň܈ �conhecimentos� Ś܈佴ミ ���Ƒ�
�괬ᡮ겸ᡮ ŝ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��관ᡮ���������� Ŕ܈��곜ᡮ귈ᡮ걈ᡮ�������� ů܈ �produzidos���� Ţ܈佴ミ ���Ɯ� �귬ᡮ굸ᡮ ť܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��귀ᡮ���������� ż܈��궜ᡮ깸ᡮ괈ᡮ�������� ŷ܈ �em���� Ŵ܈佴ミ ���Ɵ� �꺜ᡮ긨ᡮ ď܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��깰ᡮ���������� Ć܈��까ᡮ꼸ᡮ귈ᡮ�������� ę܈ �situação������ Ĝ܈佴ミ ���ƨ� �꽜ᡮ껨ᡮ ė܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��꼰ᡮ���������� Į܈��꼌ᡮ꿨ᡮ깸ᡮ�������� ġ܈ �de���� Ħ܈佴ミ ���ƫ� �뀌ᡮ꾘ᡮ Ĺ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��꿠ᡮ���������� İ܈��꾼ᡮ나ᡮ꼸ᡮ�������� Nj܈
�campo� Lj܈佴ミ ���ư� �낼ᡮ끈ᡮ ǃ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��낐ᡮ���������� ǚ܈��끬ᡮ녈ᡮ꿨ᡮ�������� ǝ܈ �.����� ǒ܈佴ミ ���Ʋ� �녬ᡮ냸ᡮ Ǖ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��녀ᡮ���������� Ǭ܈��넜ᡮ뇸ᡮ나ᡮ�������� ǧ܈
�Sendo� Ǥ܈佴ミ ���Ƹ� �눜ᡮ놨ᡮ ǿ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��뇰ᡮ���������� Ƕ܈��뇌ᡮ늨ᡮ녈ᡮ�������� Ɖ܈
�assim� Ǝ܈佴ミ ���ƽ� �닌ᡮ뉘ᡮ Ɓ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��늠ᡮ���������� Ƙ܈��뉼ᡮ던ᡮ뇸ᡮ�������� Ɠ܈ �,����� Ɛ܈佴ミ ���ƿ� �덼ᡮ댈ᡮ ƫ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��덐ᡮ���������� Ƣ܈��댬ᡮ됈ᡮ늨ᡮ�������� ƥ܈ �uma��� ƺ܈佴ミ ���ǃ� �됬ᡮ뎸ᡮ ƽ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��됀ᡮ���������� ƴ܈��돜ᡮ듈ᡮ던ᡮ�������� ŏ܈ �questão������� ł܈佴ミ ���Nj� �듬ᡮ둸ᡮ Ņ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��듀ᡮ���������� Ŝ܈��뒜ᡮ땸ᡮ됈ᡮ�������� ŗ܈ �que��� Ŕ܈佴ミ ���Ǐ� �떜ᡮ딨ᡮ ů܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��땰ᡮ���������� Ŧ܈��때ᡮ똨ᡮ듈ᡮ�������� Ź܈ �se���� ž܈佴ミ ���ǒ� �뙌ᡮ뗘ᡮ ű܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��똠ᡮ���������� Ĉ܈��뗼ᡮ뛨ᡮ땸ᡮ�������� ă܈ �coloca�������� Ć܈佴ミ ���Ǚ�
�뜌ᡮ뚘ᡮ ę܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��뛠ᡮ���������� Đ܈��뚼ᡮ램ᡮ똨ᡮ�������� ī܈ �importante���� Į܈佴ミ ���Ǥ� �럌ᡮ띘ᡮ ġ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��랠ᡮ���������� ĸ܈��라ᡮ롘ᡮ뛨ᡮ�������� ij܈ �para�� İ܈佴ミ ���ǩ� �롼ᡮ레ᡮ Nj܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��롐ᡮ���������� ǂ܈��렬ᡮ뤘ᡮ램ᡮ�������� Dž܈ �Amorim�������� ǘ܈佴ミ ���ǰ� �뤼ᡮ룈ᡮ Ǔ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��뤐ᡮ���������� Ǫ܈��룬ᡮ마ᡮ롘ᡮ�������� ǭ܈ �é����� Ǣ܈佴ミ ���Dz� �맬ᡮ른ᡮ ǥ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��맀ᡮ���������� Ǽ܈��릜ᡮ멸ᡮ뤘ᡮ�������� Ƿ܈ �a����� Ǵ܈佴ミ ���Ǵ� �몜ᡮ먨ᡮ Ə܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��며ᡮ���������� Ɔ܈��멌ᡮ문ᡮ마ᡮ�������� ƙ܈ �relação������� Ɯ܈佴ミ ���Ǽ� �뭜ᡮ뫨ᡮ Ɨ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��묰ᡮ���������� Ʈ܈��묌ᡮ미ᡮ멸ᡮ�������� ơ܈ �estabelecida�� Ƥ܈佴ミ ���ȉ� �발ᡮ뮨ᡮ ƿ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��믰ᡮ���������� ƶ܈��믌ᡮ벨ᡮ문ᡮ�������� ʼn܈
�entre� Ŏ܈佴ミ ���ȏ� �볌ᡮ뱘ᡮ Ł܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��베ᡮ���������� Ř܈��뱼ᡮ뵘ᡮ미ᡮ�������� œ܈ �o����� Ő܈佴ミ ���ȑ� �뵼ᡮ봈ᡮ ū܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��뵐ᡮ���������� Ţ܈��봬ᡮ븘ᡮ벨ᡮ�������� ť܈ �pesquisador��� Ÿ܈佴ミ ���ȝ� �븼ᡮ뷈ᡮ ų܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��븐ᡮ���������� Ċ܈��뷬ᡮ뻈ᡮ뵘ᡮ�������� č܈ �e����� Ă܈佴ミ ���ȟ� �뻬ᡮ빸ᡮ ą܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��뻀ᡮ���������� Ĝ܈��뺜ᡮ뽸ᡮ븘ᡮ�������� ė܈ �o����� Ĕ܈佴ミ ���ȡ� �뾜ᡮ뼨ᡮ į܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��뽰ᡮ���������� Ħ܈��뽌ᡮ쀨ᡮ뻈ᡮ�������� Ĺ܈
�outro� ľ܈佴ミ ���Ȧ� �쁌ᡮ뿘ᡮ ı܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��쀠ᡮ���������� Lj܈��뿼ᡮ샘ᡮ뽸ᡮ�������� ǃ܈ �.����� ǀ܈佴ミ ���Ȩ� �샼ᡮ삈ᡮ Ǜ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��샐ᡮ���������� ǒ܈��사ᡮ솈ᡮ쀨ᡮ�������� Ǖ܈
�Neste� Ǫ܈佴ミ ���Ȯ� �솬ᡮ세ᡮ ǭ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��솀ᡮ���������� Ǥ܈��셜ᡮ쉈ᡮ샘ᡮ�������� ǿ܈ �sentido������� Dz܈佴ミ ���ȵ� �쉬ᡮ쇸ᡮ ǵ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��쉀ᡮ���������� ƌ܈��순ᡮ싸ᡮ솈ᡮ�������� Ƈ܈ �,����� Ƅ܈佴ミ ���ȷ� �쌜ᡮ슨ᡮ Ɵ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��싰ᡮ���������� Ɩ܈��싌ᡮ쎨ᡮ쉈ᡮ�������� Ʃ܈ �ela��� Ʈ܈佴ミ ���Ȼ� �쏌ᡮ썘ᡮ ơ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��쎠ᡮ���������� Ƹ܈��썼ᡮ쑨ᡮ싸ᡮ�������� Ƴ܈ �destaca������� ƶ܈佴ミ ���Ƀ� �쒌ᡮ쐘ᡮ ʼn܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��쑠ᡮ���������� ŀ܈��쐼ᡮ씘ᡮ쎨ᡮ�������� ś܈ �a����� Ř܈佴ミ ���Ʌ� �씼ᡮ쓈ᡮ œ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��씐ᡮ���������� Ū܈��쓬ᡮ엘ᡮ쑨ᡮ�������� ŭ܈ �importância��� Š܈佴ミ ���ɑ� �염ᡮ얈ᡮ Ż܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��에ᡮ���������� Ų܈��얬ᡮ욈ᡮ씘ᡮ�������� ŵ܈ �de���� Ċ܈佴ミ ���ɔ� �욬ᡮ옸ᡮ č܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��욀ᡮ���������� Ą܈��왜ᡮ윸ᡮ엘ᡮ�������� ğ܈ �se���� Ĝ܈佴ミ ���ɗ� �읜ᡮ웨ᡮ ė܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��윰ᡮ���������� Į܈��윌ᡮ쟸ᡮ욈ᡮ�������� ġ܈ �compreender��� Ĥ܈佴ミ ���ɣ� �제ᡮ잨ᡮ Ŀ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��쟰ᡮ���������� Ķ܈��쟌ᡮ좨ᡮ윸ᡮ�������� lj܈ �as���� ǎ܈佴ミ ���ɦ�
�죌ᡮ졘ᡮ ǁ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��좠ᡮ���������� ǘ܈��졼ᡮ쥨ᡮ쟸ᡮ�������� Ǔ܈ �diferentes���� ǖ܈佴ミ ���ɱ� �즌ᡮ줘ᡮ ǩ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��쥠ᡮ���������� Ǡ܈��줼ᡮ쨘ᡮ좨ᡮ�������� ǻ܈
�vozes� Ǹ܈佴ミ ���ɷ� �쨼ᡮ질ᡮ dz܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��쨐ᡮ���������� Ɗ܈��짬ᡮ쫘ᡮ쥨ᡮ�������� ƍ܈ �presentes����� ƀ܈佴ミ ���ʁ� �쫼ᡮ쪈ᡮ ƛ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��쫐ᡮ���������� ƒ܈��쪬ᡮ쮈ᡮ쨘ᡮ�������� ƕ܈ �em���� ƪ܈佴ミ ���ʄ� �쮬ᡮ쬸ᡮ ƭ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��쮀ᡮ���������� Ƥ܈��쭜ᡮ참ᡮ쫘ᡮ�������� ƿ܈ �um���� Ƽ܈佴ミ ���ʇ� �챜ᡮ쯨ᡮ Ʒ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��찰ᡮ���������� Ŏ܈��찌ᡮ쳨ᡮ쮈ᡮ�������� Ł܈
�texto� ņ܈佴ミ ���ʌ� �촌ᡮ처ᡮ ř܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��쳠ᡮ���������� Ő܈��첼ᡮ춘ᡮ참ᡮ�������� ū܈ �,����� Ũ܈佴ミ ���ʎ� �춼ᡮ쵈ᡮ ţ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��춐ᡮ���������� ź܈��쵬ᡮ칈ᡮ쳨ᡮ�������� Ž܈ �para�� Ų܈佴ミ ���ʓ� �칬ᡮ췸ᡮ ŵ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��칀ᡮ���������� Č܈��츜ᡮ컸ᡮ춘ᡮ�������� ć܈ �se���� Ą܈佴ミ ���ʖ� �켜ᡮ캨ᡮ ğ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��컰ᡮ���������� Ė܈��컌ᡮ쾸ᡮ칈ᡮ�������� ĩ܈ �entender������ Ĭ܈佴ミ ���ʟ� �쿜ᡮ콨ᡮ ħ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��쾰ᡮ���������� ľ܈��쾌ᡮ큨ᡮ컸ᡮ�������� ı܈ �de���� Ķ܈佴ミ ���ʢ� �킌ᡮ퀘ᡮ lj܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��큠ᡮ���������� ǀ܈��퀼ᡮ턘ᡮ쾸ᡮ�������� Ǜ܈
�forma� ǘ܈佴ミ ���ʨ� �턼ᡮ탈ᡮ Ǔ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��턐ᡮ���������� Ǫ܈��탬ᡮ퇘ᡮ큨ᡮ�������� ǭ܈ �crítica������� Ǡ܈佴ミ ���ʰ� �퇼ᡮ톈ᡮ ǻ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ��" w:st="on">em Ciências Humanas. Sobre</st1:personname> esta última estratégia, Maria Teresa coloca que ela deve ser realizada numa perspectiva de interação verbal entre entrevistador e entrevistado, tendo como objetivo a mútua compreensão (<span class="apple-style-span">FREITAS,</span>2003, p. 34).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">No texto <strong><i><span>Mikhail Bakhtin e as ciências humanas: sobre o ato de pesquisar,</span></i></strong><strong><span> também é colocada a questão do encontro entre sujeitos no processo de pesquisa. Para Solange Jobim e Souza (2011, p.1):<o:p></o:p></span></strong></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 117.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Ao levar em conta a particularidade do <i>encontro do pesquisador com o seu outro</i> e, consequentemente, a especificidade do conhecimento que pode ser gerado a partir desta condição, o que se destaca é a produção de um conhecimento inevitavelmente <i>dialógico</i> e <i>alteritário</i>. Para Bakhtin há que se considerar a complexidade do ato bilateral e da profundidade do conhecimento que se constitui e se revela na <i>relação dialógica eu-outro</i>.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 117.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">No texto <i>Vozes e silêncio no texto de pesquisa em ciências humanas </i>Marilia Amorim traz uma síntese da teoria dialógica de Bakhtin e as suas consequências para a pesquisa <st1:personname productid="ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳���������� Ɗܐ �um�������� Ǝܐ �o�䏔İ␅���៳ Ƃ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳��������um ƙ܈��៳៳ø៳���� pro Ɯ܈佴ミ ��� � �홤ᡮ៳ Ɨ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳��������om Ʈ܈��៳៳៳����siqu ơ܈ �histórico��o n Ƥ܈佴ミ ��� � �횼ᡮ៳ ƿ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳��������in ƶ܈��៳៳៳����as p ʼn܈佴ミ ��� � �祬ᡮ៳ Ō܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳��������od ś܈��៳៳៳����erem Ş܈佴ミ ��� � �៳៳ ő܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳��������as Ũ܈��៳៳៳����hist ţ܈佴ミ ��� � �៳៳ Ŧ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳��������im Ž܈��៳៳៳����nstr Ű܈ �produção�liza ċ܈佴ミ ��� � �៳៳ Ď܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳��������es ą܈��៳훨ᡮ៳����jeti Ę܈佴ミ ��� � �휌ᡮ៳ ē܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��훠ᡮ��������
I Īܐ �e�៴㽰ヸᒤ2
Į܈佴ミ ��� � �홼ᡮ៳ ġ܈佴ミ ��� �
�៳@៳ Ĥ܈ �de���� Ĺܐ �ser�␄���៳ Ľ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��洀 ���������� Ĵܐ �,��������� Ljܐ �suas�
nj܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ð៳���������� Ǜܐ �a��������� ǟܐ �A��İ␃���៳ Ǔ܈佴ミ ��� � �ᡵᡵ ǖ܈��d៳៳洈 �������� ǩ܈佴ミ ��� � �횔ᡮ៳ Ǭ܈ �a����� ǡܐ �a�䏔İ␂���¨៳ ǥ܈佴ミ ���
� �ᡯ៳ Ǹ܈��៳៳ꖈᔟ�������� dz܈ �:����� ǰܐ �seu�␁���៳ Ǵ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳���������� ƃܐ
�Paulo����� Ƈܐ �um�İ␀���៳ ƛ܈佴ミ ��� � �퉴ᡯ៳ ƞ܈��៳៳៳�������� Ƒ܈ �IN���� Ɩܐ �e�䏔İ⏿���៳ ƪ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳���������� ơܐ �São������� ƥܐ �,��İ⏾���៳ ƹ܈佴ミ ���
� �៳៳ Ƽ܈��៳ᡯ៳�������� Ʒ܈ �.����� ƴܐ �do�İ⏽���៳ ň܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳���������� Ňܐ �.��������� śܐ �é�䏔İ⏼���៳ ş܈ �Metodologia��� Œ܈佴ミ ��� � �៳ᡯ ŕ܈ �das��� Ūܐ �com�⏻���៳ Ů܈��ໜ៴៳ꬠᡰ�������� š܈佴ミ ���"� �៳៳ Ť܈ �de���� Źܐ �que�⏺���៳ Ž܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳���������� Ŵܐ �de�������� Ĉܐ �a�䏔İ⏹���៳ Č܈��៳៳៳�������� ć܈ �criança������� Ě܈ �como�� ğܐ �,�䏔İ⏸���៳ ē܈佴ミ ���)� �៳ﲈ៳ Ė܈��ﲬ៳ڰ៴៳�������� ĩ܈ �;����� Įܐ �que�⏷���៳ Ģ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��꽸��������co Ĺ܈佴ミ ��� � �츔ᡳ៳ ļ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳��������, Nj܈��៳៳꾀����ianç ǎ܈佴ミ ��� � �뿔៳ ǁ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳��������qu ǘ܈��៳鹿៳៳���� pal Ǔ܈佴ミ ��� � �뻄៳ ǖ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��露៳��������pe ǭ܈��樂៳律៳៳����ura, Ǡ܈佴ミ ���"� �識៳麗៳ ǻ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��類៳�������� e Dz܈��怜៳滛៳鹿៳����. E ǵ܈ �Sarmento�zir c ƈ܈佴ミ ���+� �뜴煮៳ ƃ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��敖៳��������ri ƚ܈��𤋮៳אּ៳律៳����pesq Ɲ܈佴ミ ���,� �쁔៳ Ɛ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ﬨ៳��������ça Ư܈��ffl៳៳滛៳����isad Ƣ܈佴ミ ���0� �뽄ﭸ៳ ƥ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��﯀៳�������� n Ƽ܈��ﮜ៳⫨ᡴאּ៳����ar e Ʒ܈佴ミ ���2� �⬌ᡴﰐ៳ Ŋ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⫠ᡴ��������
Łܐ �UNICAMP��A
do.
�� ś܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳���������� Œܐ �uma������� Ŗܐ �ser�⏶���៳ Ū܈佴ミ ���v� �ﶬ៳ﴸ៳ ŭ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ﶀ៳��������os Ť܈��ﵜ៳︸៳៳����cia ſ܈ �que�sp ż܈佴ミ ���z� �﹜៳៳ ŷ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��︰៳��������ti Ď܈��︌៳ﻨ៳ﶈ៳����ista ā܈ �o�em c Ć܈佴ミ ���|� �,៳ﺘ៳ ę܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ﻠ៳��������pr Đ܈��ﺼ៳ᄄ៳︸៳����ade ī܈ �psiquismo�algo Į܈佴ミ ���� �ᅩ៳x៳ ġ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ᅠ៳��������ei ĸ܈��シ៳X៴ﻨ៳���� com ij܈ �é�dade İ܈佴ミ ���� �|៴ ៴ Nj܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��P៴�������� d ǂ܈��,៴Ę៴ᄄ៳����ão v Dž܈ �constituído�re ǘ܈佴ミ ���� �ļ៴È៴ Ǔ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��Đ៴��������Os Ǫ܈��ì៴Lj៴X៴����uisa ǭ܈ �no�enc Ǣ܈佴ミ ���� �Ǭ៴Ÿ៴ ǥ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ǀ៴��������ro Ǽ܈��Ɯ៴ʈ៴Ę៴����náli Ƿ܈ �social� e qual Ɗ܈佴ミ ���� �ᙄ៴ȸ៴ ƍ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ʀ៴��������re Ƅ܈��ɜ៴ᛐ៴Lj៴����da.
T ܈鋈ᗺ漸᠘ � �䁘ᢾ䃰ᢾ䆈ᢾ䈠ᢾ䊸ᢾ䍸ᢾ䐸ᢾ䓐ᢾ䖀ᢾ䙀ᢾ䛰ᢾ䞰ᢾ䡠ᢾ䤐ᢾ䧐ᢾ䪐ᢾ䭀ᢾ䯰ᢾ䲠ᢾ䵠ᢾ丐ᢾ什ᢾ佰ᢾ倰ᢾ僠ᢾ冐ᢾ剀ᢾ勰ᢾ厠ᢾ呐ᢾ唀ᢾ嗀ᢾ噰ᢾ圠ᢾ埐ᢾ墐ᢾ奐ᢾ娀ᢾ媰ᢾ孰ᢾ尰ᢾ峠ᢾ嶐ᢾ幀ᢾ廰ᢾ徠ᢾ恐ᢾ愐ᢾ懀ᢾ技ᢾ挰ᢾ揠ᢾ撐ᢾ敀ᢾ昀ᢾ暰ᢾ杠ᢾ栐ᢾ检ᢾ楰ᢾ樈ᢾ檸ᢾ歨ᢾ氘ᢾ泘ᢾ消ᢾ游ᢾ滨ᢾ澘ᢾ灘ᢾ焈ᢾ熸ᢾ牨ᢾ猨ᢾ珨ᢾ璘ᢾ田ᢾ痰ᢾ皠ᢾ睐ᢾ砀ᢾ碰ᢾ祠ᢾ稐ᢾ竀ᢾ筰ᢾ簰ᢾ糠ᢾ綠ᢾ繠ᢾ缐ᢾ翀ᢾ聰ᢾ脠ᢾ臠ᢾ芐ᢾ荐ᢾ萀ᢾ蒰ᢾ蕰ᢾ蘰ᢾ蛠ᢾ螠ᢾ衐ᢾ褐ᢾ觐ᢾ誀ᢾ譀ᢾ诰ᢾ貰ᢾ走ᢾ踠ᢾ軐ᢾ辐ᢾ遘ᢾ鄈ᢾ釈ᢾ鉸ᢾ錸ᢾ鏨ᢾ钘ᢾ镘ᢾ阈ᢾ隸ᢾ靨ᢾ領ᢾ飈ᢾ馈ᢾ騸ᢾ髨ᢾ鮨ᢾ鱘ᢾ鴘ᢾ鷈ᢾ鹸ᢾ鼨ᢾ鿘ᢾꂠᢾꅐᢾꈐᢾꋐᢾꎀᢾꐰᢾꓠᢾꖠᢾꙐᢾ꜀ᢾꟀᢾꡰᢾꤠᢾ꧐ᢾꪀᢾꬰᢾꯠᢾ겐ᢾ굀ᢾ귰ᢾ꺠ᢾ꽠ᢾ뀐ᢾ냀ᢾ녰ᢾ Tţ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៴��������da ź܈��լ៴ꧨᡶ߸ �������� Ž܈佴ミ ���L� �ꦘᡶ Űܐ �essa������ Ŵ܈ �me�alina.�me�� ď܈��㩜᠘㪈᠘穸����ha�� Ă܈ �a����� ć܈ �seu�
� Ą܈佴ミ ���+� �ඬ៴܈៴ ğ܈��ܬ៴༈៴៳�������� Ē܈ �o�y1�� ėܐ �Uma�⏵���ﳰ៳ ī܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ڨ៴���������� Ģܐ �de�������� Ħܐ
�outro���ۨ៴ ĺ܈ �percurso� de v Ľ܈佴ミ ���>� �ᆔᓉߠ៴ İ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ࠨ៴��������sa Ǐ܈��ࠄ៴ࣈ៴ꕠᔟ����flor ǂ܈佴ミ ���B� �扌ᔜࡸ៴ Dž܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ࣀ៴��������lo ǜ܈��࢜៴ॠ៴࠰៴����rge Ǘ܈佴ミ ���D� �៴ऐ៴ Ǫ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��क़៴�������� o ǡ܈��ऴ៴ਠ៴ࣈ៴����onte Ǥ܈ �perspectiva� a ǿ܈佴ミ ���P� �៴៴ Dz܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ਘ៴��������se Ɖ܈��৴៴ૠ៴ॠ៴����, ve ƌ܈ �dialógica�e o Ƈ܈佴ミ ���Y� �៴ઐ៴ ƚ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៴��������ga Ƒ܈��៴ஐ៴ਠ៴���� de Ɣ܈ �.�rnad Ʃ܈佴ミ ���[� �ழ៴ୀ៴ Ƭ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ஈ៴��������en ƻ܈��៴ഀ៴ૠ៴����dess ƾ܈ �
�gar Ƴ܈ �@�y1�n ư܈ �–��e�� Ƶ܈
�Sangy� Ŋ܈ �amandaquiossa� ō܈ �–�ken List���� ŀ܈ �Quiossa�a.�xce ś܈佴ミ ��� � �溜ᡩರ៴ Ş܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៴��������nt ŕ܈��៴모៳ஐ៴����time Ũܐ佴ミ ��� � �៴멘៳23)
Ţ܈ �memorialístico�n.11��� Żܐ �a�䏔İ⑷���ᨐᔑ ſ܈ �linguagem����� Ų܈佴ミ ���4� �៴ะ៴ ŵ܈ �,����� Ċܐ �a�䏔İ⏳���ݰ៴ Ď܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ༀ៴���������� ąܐ �na�������� ęܐ �sala����ฐ៴ ĝ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៳��������
Ĕ܈��๔៴ᔸ៴ڰ៴�������� į܈佴ミ ���6� �ᕜ៴ᒨ៴ Ģ܈ �
����� ħܐ �pais����ຘ៴ Ļ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��晰ᑦ��������o IJ܈ �inevitável�o d ĵ܈佴ミ ���\� �⬜៴ဠ៴ Lj܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ၨ៴��������na LJ܈��၄៴ᄈ៴晸ᑦ����ino ǚ܈佴ミ ���^�
�ᄬ៴Ⴘ៴ ǝ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ᄀ៴�������� n ǔ܈��ნ៴ᇈ៴ၰ៴����a de ǯ܈ �necessária�s d Ǣ܈佴ミ ���i� �⦄៴ᅸ៴ ǥ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ᇀ៴��������ia Ǽ܈��ᆜ៴በ៴ᄈ៴����e in Ƿ܈佴ミ ���l� �ኄ៴ሐ៴ Ɗ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ቘ៴��������s, Ɓ܈��ሴ៴ጠ៴ᇈ៴����tc. Ƅ܈ �inserção�tido Ɵ܈佴ミ ���u� �ፄ៴ዐ៴ ƒ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ጘ៴��������ci Ʃ܈��ዴ៴Ꮰ៴በ៴����htin Ƭ܈ �social�ina de Ƨ܈佴ミ ���|� �翬ᡲ᎐៴ ƺ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��Ꮨ៴��������st Ʊ܈��Ꮄ៴聘ᡲጠ៴����resp ƴ܈佴ミ ���� �聼ᡲ耈ᡲ ŏ܈ �de�eus Ō܈佴ミ ��� � �ᒔ៴瘸 Ň܈��癜简黠᠆�������� Ś܈ �
����� ş܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ᔰ៴���������� Ŗܐ
�dessa����� Ūܐ
�ainda���ཨ៴ Ů܈��ᓌ៴ᗨ៴༈៴�������� š܈ �pesquisa������ Ť܈ �-����� Źܐ �e�
�⏯���ᔐ៴ Ž܈佴ミ ���>� �ᘌ៴ᾀ៴ Ű܈��ᾤ៴᠅ᔸ៴�������� ċ܈ �
����� Ĉܐ �ser�⏮���ᖘ៴ Č܈ �,�çare ā܈佴ミ ���� �ᛴ៴ ៴ Ą܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ᛈ៴��������, ē܈��ᚤ៴ក៴ʈ៴����prin Ė܈ �num�ct ī܈佴ミ ���£� �ឤ៴ᜰ៴ Į܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៴��������ul ĥ܈��៴ᡀ៴ᛐ៴����ais. ĸ܈ �processo� de v ij܈佴ミ ���¬�
�ᡤ៴៰៴ Ķ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ᠸ៴��������é Ǎ܈��᠔៴ᤀ៴ក៴����na p ǀ܈ �interativo�iva Ǜ܈佴ミ ���·�
�ᤤ៴ᢰ៴ Ǟ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��៴��������no Ǖ܈��ᣔ៴ᧀ៴ᡀ៴����da c Ǩ܈ �possibilitado� ǣ܈佴ミ ���Å� �᧤៴ᥰ៴ Ǧ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ᦸ៴��������pe ǽ܈��ᦔ៴ᩰ៴ᤀ៴����zada ǰ܈ �pela�r ǵ܈佴ミ ���Ê� �᪔៴ᨠ៴ ƈ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ᩨ៴��������om Ƈ܈��ᩄ៴ᬰ៴ᧀ៴����tivi ƚ܈ �linguagem� par Ɲ܈佴ミ ���Ó� �᭔៴៴ Ɛ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ᬨ៴�������� n Ư܈��ᬄ៴ᯠ៴ᩰ៴����da n Ƣ܈ �,�venç Ƨ܈佴ミ ���Õ� �ᰄ៴ᮐ៴ ƺ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ᯘ៴��������eq Ʊ܈��᮴៴Ა៴ᬰ៴����de n ƴ܈ �abre�d ʼn܈佴ミ ���Ú� �Ჴ៴᱀៴ Ō܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ᲈ៴��������o ś܈��ᱤ៴ᵀ៴ᯠ៴����o o Ş܈
�novas� œ܈佴ミ ���à� �ᵤ៴ᳰ៴ Ŗ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ᴸ៴��������do ŭ܈��ᴔ៴Ḁ៴Ა៴����extu Š܈ �perspectivas�a Ż܈佴ミ ���í� �Ḥ៴ᶰ៴ ž܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��᷸៴��������po ŵ܈��ᷔ៴Ṩ៴ᵀ៴����va, Ĉ܈ �para�i č܈佴ミ ���ò� �푼ᡭ퐰ᡭ Āܐ��푔ᡭ픈ᡭḀ៴����da.
tro Ěܐ �,�䏔İ⒃���Ἐ៴ Ğ܈佴ミ ���8� �Ờ៴釠 đ܈ �pensar�������� Ĕ܈
�ideia� ĩܐ �
�䏔İ⒄���Ἰ៴ ĭܐ �me�İ⒅���៴ ġ܈佴ミ ��� � �䫬ᢋ㒈᠙ Ĥ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ᗠ៴���������� ijܐ �das������� ķܐ �que�⏭���ᘠ៴ Nj܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ㄸ៴��������st ǂ܈佴ミ ���¯�
�⃬៴⁸៴ Dž܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⃀៴�������� q ǜ܈��ₜ៴ↈ៴ㅀ៴����dial Ǘ܈ �dialogismo� ou Ǫ܈佴ミ ���º� �↬៴ℸ៴ ǭ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ↀ៴��������mp Ǥ܈��⅜៴≈៴៴����um c ǿ܈ �bakhtiano�, po Dz܈佴ミ ���Ã� �≬៴⇸៴ ǵ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��≀៴��������Um ƌ܈��∜៴⋸៴ↈ៴����ráti Ƈ܈ �,�evis Ƅ܈佴ミ ���Å� �⌜៴⊨៴ Ɵ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⋰៴�������� c Ɩ܈��⋌៴⎨៴≈៴����squi Ʃ܈ �que� e Ʈ܈佴ミ ���É� �⏌៴⍘៴ ơ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⎠៴��������ri Ƹ܈��⍼៴⑨៴⋸៴����ido Ƴ܈ �considera�cons ƶ܈佴ミ ���Ó� �⒌៴␘៴ ʼn܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��①៴��������ei ŀ܈��៴┘៴⎨៴���� na ś܈ �que�in Ř܈佴ミ ���×� �┼៴Ⓢ៴ œ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��┐៴��������co Ū܈��⓬៴◈៴⑨៴����quis ŭ܈ �para�a Ţ܈佴ミ ���Ü� �◬៴╸៴ ť܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��◀៴��������fo ż܈��▜៴♸៴┘៴����ão d ŷ܈ �que�an Ŵ܈佴ミ ���à� �⚜៴☨៴ ď܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��♰៴��������nc Ć܈��♌៴✨៴◈៴����duai ę܈ �um� os Ğ܈佴ミ ���ã�
�❌៴⛘៴ đ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��✠៴��������os Ĩ܈��⛼៴恘ᡫ♸៴����se d ģ܈ �enunciador�ado Ħ܈佴ミ ���î� �恼ᡫ怈ᡫ Ĺܐ �no�İ⒂���Ẑ៴ Ľ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ������������ Ĵܐ �que������� Lj܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��쇈���������� LJܐ
�tanto����� Ǜܐ �se�İ⏬���Ῠ៴ ǟ܈ �perspectiva��� ǒ܈ �na�1��N����te� Ǖ܈ �-����� Ǫܐ
�disso���⢈៴ Ǯ܈ �
����IN�de.��� ǡ܈ �social�ist���� Ǥ܈ �de���� ǹܐ
�dizer���⤐៴ ǽ܈ �.�nascer.�.��� ǰ܈佴ミ ��� � �⤴៴⩀៴ Ƌ܈ �A����� ƈܐ �tem�⏩���⦘៴ ƌ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⫈៴���������� ƛܐ �e��������� Ɵܐ �uma�⏨���⨠៴ Ɠ܈��⩤៴㍨៴紨ᡲ�������� Ɩ܈佴ミ ��� � �⨌៴㏀៴ Ʃ܈ �e����� Ʈܐ �o�䏔İ⏧���⪨៴ Ƣ܈佴ミ ���v� �⯬៴⭸៴ ƥ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⯀៴��������ia Ƽ܈��⮜៴Ⲉ៴啨៷����stão Ʒ܈ �científicos�as Ŋ܈佴ミ ���� �Ⲭ៴ⰸ៴ ō܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��Ⲁ៴��������o ń܈��ⱜ៴ⴸ៴⯈៴����os d ş܈ �em�iza Ŝ܈佴ミ ���
� �ⵜ៴⳨៴ ŗ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ⴰ៴��������vi Ů܈��ⴌ៴ⷸ៴Ⲉ៴����ue n š܈ �Ciências�unida Ť܈佴ミ ���� �⸜៴ⶨ៴ ſ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ⷰ៴��������ua Ŷ܈��ⷌ៴⺸៴ⴸ៴����enun ĉ܈ �Humanas�e escr Č܈佴ミ ���� �⻜៴៴ ć܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⺰៴��������du Ğ܈��⺌៴⽨៴ⷸ៴����era đ܈ �,�dade Ė܈佴ミ ���� �⾌៴⼘៴ ĩ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⽠៴��������e Ġ܈��⼼៴〘៴⺸៴����e ca Ļ܈
�tendo� ĸ܈佴ミ ���� �〼៴⿈៴ ij܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��【៴��������u NJ܈��៴ト៴⽨៴����u se Ǎ܈ �como�l ǂ܈佴ミ ���¢�
�レ៴へ៴ Dž܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ダ៴��������s, ǜ܈��゜៴ㅀ៴〘៴���� gra Ǘ܈ �referência�amb Ǫ܈佴ミ ���� �ㅤ៴ ៴ ǭ܈��៴៴ト៴����comp Ǡ܈ �o�l.
ǥ܈��⢤᠘㈘៴�៳�������� Ǹ܈佴ミ ��� �
��៳㇈៴ dz܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㈐៴���������� Ɗ܈��៴鎐ㆀ៴�������� ܌濸ᘙ逰ᙊ ƃܐ �eu�İ⒊���珰ᘗ Ƈܐ �que�ƅ܌䑐 侠ᓻ ƛ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ���៳���������� ƒܐ
�sobre����� Ɩܐ �ano�⒌���⣐᠘ ª܌㨈᠘濸ᘙ ƨ܈ �da�.
� ƭ܈ �Tudo� List���� Ơ܈��㏤៴㑸៴⫐៴�������� ƻ܈ �uma��� Ƹܐ �Se�İ⏦���⬰៴ Ƽ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㍠៴���������� ŋܐ �que������� ŏܐ �.�䏔İ⏥���㎠៴ Ń܈佴ミ ��� � �ìᡲ䞘 ņ܈��䞼麐㍨៴�������� ř܈ �como�� Şܐ �do�İ⏤���㐨៴ Œ܈ �com��� ŗ܈ �As�1�� Ŕ܈ �-��era.��o�e�� ů܈ �atividades���� Ţ܈ �,�FERÊNCIAS
�� ť܈ �de�cursiva.��� Ÿ܈
�Aluna� Ž܈佴ミ ��� � �㖤៴腈៷ Ű܈��腬៷ᔀ߸ᢻ�������� ċ܈about:blank� ď܈佴ミ ��� � �㓬៴㚰៴ Ă܌窐ᣌ춘ᓦ �㚐៴鮨ᝰ2 Ć܈about:blank� Ě܌Ꟙጘᔃ �째ፉ㙐៴1ፈ Ğ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㛸៴���������� ĕ܈��㛔៴㞘៴龜ᝨ�������� Ĩ܈佴ミ ��� �
�㔬៴㝈៴ ģ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㞐៴���������� ĺ܈��㝬៴㠰៴㜀៴�������� Ľ܈佴ミ ��� � �㕼៴㟠៴ İ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㠨៴���������� Ǐ܈��㠄៴㣈៴㞘៴�������� ǂ܈佴ミ ��� � �ɜᝪ㡸៴ Dž܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㣀៴���������� ǜ܈��㢜៴㥠៴㠰៴�������� Ǘ܈佴ミ ��� � �㓔៴㤐៴ Ǫ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㥘៴���������� ǡ܈��㤴៴㧸៴㣈៴�������� Ǥ܈佴ミ ��� � �㨜៴㦨៴ ǿ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㧰៴���������� Ƕ܈��㧌៴㪸៴㥠៴�������� Ɖ܈ �textos�������� ƌ܈佴ミ ���%�
�㫜៴㩨៴ Ƈ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㪰៴���������� ƞ܈��㪌៴㭸៴㧸៴�������� Ƒ܈ �literários���� Ɣ܈佴ミ ���/� �㮜៴㬨៴ Ư܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㭰៴���������� Ʀ܈��㭌៴㰨៴㪸៴�������� ƹ܈ �,����� ƾ܈佴ミ ���1� �㱌៴㯘៴ Ʊ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㰠៴���������� ň܈��㯼៴㳨៴㭸៴�������� Ń܈ �ancoradas����� ņ܈佴ミ ���;� �㴌៴㲘៴ ř܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㳠៴���������� Ő܈��㲼៴㶘៴㰨៴�������� ū܈ �nos��� Ũ܈佴ミ ���?� �㶼៴㵈៴ ţ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㶐៴���������� ź܈��㵬៴㹘៴㳨៴�������� Ž܈ �pressupostos�� Ű܈佴ミ ���L� �㹼៴㸈៴ ċ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㹐៴���������� Ă܈��㸬៴㼘៴㶘៴�������� ą܈ �bakhtinianos�� Ę܈佴ミ ���X� �㼼៴㻈៴ ē܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㼐៴���������� Ī܈��㻬៴㿈៴㹘៴�������� ĭ܈ �,����� Ģ܈佴ミ ���Z� �㿬៴㽸៴ ĥ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㿀៴���������� ļ܈��㾜៴䂈៴㼘៴�������� ķ܈ �possibilitam�܀ NJ܈佴ミ ���g� �䂬៴䀸៴ Ǎ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䂀៴���������� DŽ܈��䁜៴䄸៴㿈៴�������� ǟ܈ �ao���� ǜ܈佴ミ ���j� �䅜៴䃨៴ Ǘ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䄰៴���������� Ǯ܈��䄌៴䇸៴䂈៴�������� ǡ܈ �leitor�������� Ǥ܈佴ミ ���q� �䈜៴䆨៴ ǿ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䇰៴���������� Ƕ܈��䇌៴䊸៴䄸៴�������� Ɖ܈ �romper�������� ƌ܈佴ミ ���w� �䋜៴䉨៴ Ƈ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䊰៴���������� ƞ܈��䊌៴䍨៴䇸៴�������� Ƒ܈ �,����� Ɩ܈佴ミ ���y� �䎌៴䌘៴ Ʃ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䍠៴���������� Ơ܈��䌼៴䐨៴䊸៴�������� ƻ܈ �enquanto������ ƾ܈佴ミ ���� �䑌៴䏘៴ Ʊ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䐠៴���������� ň܈��䏼៴䓨៴䍨៴�������� Ń܈ �processo������ ņ܈佴ミ ����
�䔌៴䒘៴ ř܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䓠៴���������� Ő܈��䒼៴䖨៴䐨៴�������� ū܈ �discursivo���� Ů܈佴ミ ���� �䗌៴䕘៴ š܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䖠៴���������� Ÿ܈��䕼៴䙘៴䓨៴�������� ų܈ �,����� Ű܈佴ミ ���� �䙼៴䘈៴ ċ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䙐៴���������� Ă܈��䘬៴䜈៴䖨៴�������� ą܈ �a����� Ě܈佴ミ ���� �䜬៴䚸៴ ĝ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䜀៴���������� Ĕ܈��䛜៴䟈៴䙘៴�������� į܈ �linearidade��� Ģ܈佴ミ ���¥� �䟬៴䝸៴ ĥ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䟀៴���������� ļ܈��䞜៴䡸៴䜈៴�������� ķ܈ �do���� Ĵ܈佴ミ ���¨� �䢜៴䠨៴ Ǐ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䡰៴���������� dž܈��䡌៴䤨៴䟈៴�������� Ǚ܈
�texto� Ǟ܈佴ミ ���� �䥌៴䣘៴ Ǒ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䤠៴���������� Ǩ܈��䣼៴䧘៴䡸៴�������� ǣ܈ �,����� Ǡ܈佴ミ ���¯�
�䧼៴䦈៴ ǻ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䧐៴���������� Dz܈��䦬៴䪘៴䤨៴�������� ǵ܈ �transgredindo� ƈ܈佴ミ ���¼� �䪼៴䩈៴ ƃ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䪐៴���������� ƚ܈��䩬៴䭈៴䧘៴�������� Ɲ܈ �-����� ƒ܈佴ミ ���½� �䭬៴䫸៴ ƕ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䭀៴���������� Ƭ܈��䬜៴䯸៴䪘៴�������� Ƨ܈ �o����� Ƥ܈佴ミ ���¾� �䰜៴䮨៴ ƿ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䯰៴���������� ƶ܈��䯌៴䲨៴䭈៴�������� ʼn܈ �,����� Ŏ܈佴ミ ���À� �퀴៝䱘៴ Ł܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䲠៴���������� Ř܈��䱼៴䵀៴䯸៴�������� œ܈佴ミ ���Î� �䵤៴䳰៴ Ŗ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䴸៴���������� ŭ܈��䴔៴䷰៴䲨៴�������� Š܈ �-����� ť܈佴ミ ���Ï� �且៴䶠៴ Ÿ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䷨៴���������� ŷ܈��䷄៴亠៴䵀៴�������� Ċ܈ �o����� ď܈佴ミ ���Ñ� �仄៴乐៴ Ă܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��亘៴���������� ę܈��乴៴佐៴䷰៴�������� Ĝ܈ �e����� đ܈佴ミ ���Ó� �佴៴伀៴ Ĕ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��佈៴���������� ģ܈��伤៴倐៴亠៴�������� Ħ܈ �construindo��� Ĺ܈佴ミ ���Þ� �倴៴俀៴ ļ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��倈៴���������� Nj܈��俤៴僀៴佐៴�������� ǎ܈ �-����� ǃ܈佴ミ ���ß� �僤៴偰៴ dž܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��傸៴���������� ǝ܈��傔៴兰៴倐៴�������� ǐ܈ �o����� Ǖ܈佴ミ ���à� �冔៴儠៴ Ǩ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��全៴���������� ǧ܈��兄៴删៴僀៴�������� Ǻ܈ �,����� ǿ܈佴ミ ���â� �剄៴凐៴ Dz܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��刘៴���������� Ɖ܈��凴៴勐៴兰៴�������� ƌ܈ �a����� Ɓ܈佴ミ ���ä� �勴៴劀៴ Ƅ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��勈៴���������� Ɠ܈��劤៴厀៴删៴�������� Ɩ܈ �fim��� ƫ܈佴ミ ���è� �厤៴匰៴ Ʈ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��卸៴���������� ƥ܈��協៴吰៴勐៴�������� Ƹ܈ �de���� ƽ܈佴ミ ���ë� �呔៴叠៴ ư܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��吨៴���������� ŏ܈��各៴哠៴厀៴�������� ł܈ �que��� Ň܈佴ミ ���ï� �唄៴咐៴ Ś܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��哘៴���������� ő܈��咴៴喐៴吰៴�������� Ŕ܈ �se���� ũ܈佴ミ ���ò� �喴៴啀៴ Ŭ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��喈៴���������� Ż܈��啤៴噀៴哠៴�������� ž܈
�possa� ų܈佴ミ ���ø� �噤៴嗰៴ Ŷ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��嘸៴���������� č܈��嘔៴困៴喐៴�������� Ā܈ �dar��� ą܈佴ミ ���ü� �圔៴嚠៴ Ę܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��囨៴���������� ė܈��囄៴垠៴噀៴�������� Ī܈ �a����� į܈佴ミ ���þ� �埄៴坐៴ Ģ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��垘៴���������� Ĺ܈��坴៴塐៴困៴�������� ļ܈ �cada�� ı܈佴ミ ���ă� �塴៴堀៴ Ĵ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��塈៴���������� ǃ܈��堤៴夐៴垠៴�������� dž܈ �enunciado����� Ǚ܈佴ミ ���č� �头៴壀៴ ǜ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��夈៴���������� ǫ܈��壤៴姀៴塐៴�������� Ǯ܈ �um���� ǣ܈佴ミ ���Đ� �姤៴奰៴ Ǧ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��妸៴���������� ǽ܈��妔៴婰៴夐៴�������� ǰ܈ �novo�� ǵ܈佴ミ ���ĕ� �媔៴娠៴ ƈ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��婨៴���������� Ƈ܈��婄៴嬰៴姀៴�������� ƚ܈ �sentido������� Ɲ܈佴ミ ���Ĝ� �孔៴嫠៴ Ɛ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��嬨៴���������� Ư܈��嬄៴寠៴婰៴�������� Ƣ܈ �.����� Ƨ܈佴ミ ���Ğ� �射៴宐៴ ƺ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��寘៴���������� Ʊ܈��宴៴巰៴嬰៴�������� ƴ܈ �
����� ʼn܈ �-�xto� Ŏ܈ �-����� Ń܈ �-��to��dade��� ņ܈ �
��tido.��o-�� ř܈ �responsividade�n.11��� Œ܈ �
�y1�� ŗ܈ �-����� Ŕ܈ �REFERÊNCIAS��� ů܈ �-�ken List�-o� Ţ܈
�REVUZ�NCIAS
�� ť܈佴ミ ��� � �屴៴嶠៴ Ÿ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��巨៴���������� ŷ܈��巄៴廰៴寠៴��������
܈諐៹灠៹ � �����������������������������������������
ą܈佴ミ ��� � �崄៴庠៴ Ę܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��廨៴���������� ė܈��廄៴很៴巰៴�������� Ī܈佴ミ ��� � �峔៴弸៴ ĭ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��往៴���������� Ĥ܈��彜៴恰៴廰៴�������� Ŀ܈ �AUTHIER�IAS��� IJ܈ �.�ken List���� ĵ܈佴ミ ��� � �徬៴怠៴ Lj܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��恨៴���������� LJ܈��恄៴愈៴很៴�������� ǚ܈佴ミ ��� � �崬៴悸៴ ǝ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��愀៴���������� ǔ܈��惜៴憠៴恰៴�������� ǯ܈佴ミ ��� � �嵔៴慐៴ Ǣ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��憘៴���������� ǹ܈��慴៴戸៴愈៴�������� Ǽ܈佴ミ ��� � �㕔៴懨៴ Ƿ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��戰៴���������� Ǝ܈��戌៴拐៴憠៴�������� Ɓ܈佴ミ ��� � �拴៴技៴ Ƅ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��拈៴���������� Ɠ܈��护៴掀៴戸៴�������� Ɩ܈ �J����� ƫ܈佴ミ ��� � �掤៴挰៴ Ʈ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��捸៴���������� ƥ܈��捔៴搰៴拐៴�������� Ƹ܈ �.����� ƽ܈佴ミ ��� � �㕜揠៴ ư܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��搨៴���������� ŏ܈��搄៴擈៴掀៴�������� ł܈佴ミ ���"� �擬៴摸៴ Ņ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��擀៴���������� Ŝ܈��撜៴數៴搰៴�������� ŗ܈ �(����� Ŕ܈佴ミ ���#� �斜៴攨៴ ů܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��数៴���������� Ŧ܈��敌៴昨៴擈៴�������� Ź܈ �s����� ž܈佴ミ ���$� �晌៴旘៴ ű܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��映៴���������� Ĉ܈��旼៴曘៴數៴�������� ă܈ �)����� Ā܈佴ミ ���&� �曼៴暈៴ ě܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��曐៴���������� Ē܈��暬៴枘៴昨៴�������� ĕ܈ �enunciativa��� Ĩ܈佴ミ ���1� �枼៴杈៴ ģ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��析៴���������� ĺ܈��杬៴案៴曘៴�������� Ľ܈ �(����� IJ܈佴ミ ���2� �桬៴柸៴ ĵ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��桀៴���������� nj܈��栜៴棸៴枘៴�������� LJ܈ �s����� DŽ܈佴ミ ���3� �検៴梨៴ ǟ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��棰៴���������� ǖ܈��棌៴榨៴案៴�������� ǩ܈ �)����� Ǯ܈佴ミ ���4� �槌៴楘៴ ǡ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��榠៴���������� Ǹ܈��楼៴橘៴棸៴�������� dz܈ �.����� ǰ܈佴ミ ���6� �橼៴樈៴ Ƌ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��橐៴���������� Ƃ܈��樬៴欘៴榨៴�������� ƅ܈ �Tradução������ Ƙ܈佴ミ ���?� �欼៴櫈៴ Ɠ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��欐៴���������� ƪ܈��櫬៴毈៴橘៴�������� ƭ܈ �de���� Ƣ܈佴ミ ���B� �毬៴歸៴ ƥ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��毀៴���������� Ƽ܈��殜៴沈៴欘៴�������� Ʒ܈ �Celane�������� Ŋ܈佴ミ ���I� �沬៴永៴ ō܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��沀៴���������� ń܈��汜៴洸៴毈៴�������� ş܈ �M����� Ŝ܈佴ミ ���J� �浜៴注៴ ŗ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��洰៴���������� Ů܈��洌៴淨៴沈៴�������� š܈ �.����� Ŧ܈佴ミ ���L� �渌៴涘៴ Ź܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��淠៴���������� Ű܈��涼៴溘៴洸៴�������� ċ܈ �Cruz�� Ĉ܈佴ミ ���Q� �溼៴湈៴ ă܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��源៴���������� Ě܈��湬៴潈៴淨៴�������� ĝ܈ �e����� Ē܈佴ミ ���S� �潬៴滸៴ ĕ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��潀៴���������� Ĭ܈��漜៴濸៴溘៴�������� ħ܈ �João�� Ĥ܈佴ミ ���X� �瀜៴澨៴ Ŀ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��濰៴���������� Ķ܈��濌៴炸៴潈៴�������� lj܈ �Wanderley����� nj܈佴ミ ���b� �烜៴灨៴ LJ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��炰៴���������� Ǟ܈��炌៴煸៴濸៴�������� Ǒ܈ �Geraldi������� ǔ܈佴ミ ���i� �熜៴焨៴ ǯ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��煰៴���������� Ǧ܈��煌៴爨៴炸៴�������� ǹ܈ �.����� Ǿ܈佴ミ ���k� �牌៴燘៴ DZ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��爠៴���������� ƈ܈��燼៴狘៴煸៴�������� ƃ܈ �Cad��� ƀ܈佴ミ ���n� �狼៴犈៴ ƛ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��狐៴���������� ƒ܈��犬៴玈៴爨៴�������� ƕ܈ �.����� ƪ܈佴ミ ���p� �玬៴猸៴ ƭ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��玀៴���������� Ƥ܈��獜៴琸៴狘៴�������� ƿ܈ �Est��� Ƽ܈佴ミ ���s� �瑜៴珨៴ Ʒ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��琰៴���������� Ŏ܈��琌៴瓨៴玈៴�������� Ł܈ �.����� ņ܈佴ミ ���u� �甌៴璘៴ ř܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��瓠៴���������� Ő܈��璼៴疘៴琸៴�������� ū܈ �Ling�� Ũ܈佴ミ ���y� �疼៴畈៴ ţ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��疐៴���������� ź܈��畬៴癈៴瓨៴�������� Ž܈ �.����� Ų܈佴ミ ���z� �癬៴痸៴ ŵ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��癀៴���������� Č܈��瘜៴相៴疘៴�������� ć܈ �,����� Ą܈佴ミ ���|� �眜៴皨៴ ğ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��盰៴���������� Ė܈��盌៴瞸៴癈៴�������� ĩ܈ �Campinas������ Ĭ܈佴ミ ���� �矜៴睨៴ ħ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��瞰៴���������� ľ܈��瞌៴硨៴相៴�������� ı܈ �,����� Ķ܈佴ミ ���
� �碌៴砘៴ lj܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��硠៴���������� ǀ܈��砼៴礘៴瞸៴�������� Ǜ܈ �SP���� ǘ܈佴ミ ���� �礼៴磈៴ Ǔ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��礐៴���������� Ǫ܈��磬៴秈៴硨៴�������� ǭ܈ �(����� Ǣ܈佴ミ ���� �秬៴祸៴ ǥ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��秀៴���������� Ǽ܈��禜៴穸៴礘៴�������� Ƿ܈ �19���� Ǵ܈佴ミ ���� �窜៴稨៴ Ə܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��穰៴���������� Ɔ܈��穌៴笨៴秈៴�������� ƙ܈ �)����� ƞ܈佴ミ ���� �筌៴竘៴ Ƒ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��笠៴���������� ƨ܈��竼៴篘៴穸៴�������� ƣ܈ �:����� Ơ܈佴ミ ���� �篼៴箈៴ ƻ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��篐៴���������� Ʋ܈��箬៴粈៴笨៴�������� Ƶ܈ �p����� Ŋ܈佴ミ ���� �粬៴簸៴ ō܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��粀៴���������� ń܈��籜៴紸៴篘៴�������� ş܈ �.����� Ŝ܈佴ミ ���� �絜៴糨៴ ŗ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��細៴���������� Ů܈��紌៴編៴粈៴�������� š܈ �25���� Ŧ܈佴ミ ���� �縌៴綘៴ Ź܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��締៴���������� Ű܈��綼៴纘៴紸៴�������� ċ܈ �-����� Ĉ܈佴ミ ���� �纼៴繈៴ ă܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��纐៴���������� Ě܈��繬៴罈៴編៴�������� ĝ܈ �42���� Ē܈佴ミ ���� �罬៴绸៴ ĕ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��罀៴���������� Ĭ܈��缜៴翸៴纘៴�������� ħ܈ �,����� Ĥ܈佴ミ ���� �耜៴羨៴ Ŀ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��翰៴���������� Ķ܈��翌៴肨៴罈៴�������� lj܈ �jul��� ǎ܈佴ミ ���� �背៴聘៴ ǁ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��肠៴���������� ǘ܈��聼៴腘៴翸៴�������� Ǔ܈ �.����� ǐ܈佴ミ ���� �腼៴脈៴ ǫ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��腐៴���������� Ǣ܈��脬៴興៴肨៴�������� ǥ܈ �/����� Ǻ܈佴ミ ���� �般៴膸៴ ǽ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��舀៴���������� Ǵ܈��臜៴芸៴腘៴�������� Ə܈ �dez��� ƌ܈佴ミ ���� �苜៴艨៴ Ƈ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��芰៴���������� ƞ܈��芌៴荨៴興៴�������� Ƒ܈ �.����� Ɩ܈佴ミ ���� �莌៴茘៴ Ʃ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��荠៴���������� Ơ܈��茼៴萘៴芸៴�������� ƻ܈ �1990�� Ƹ܈佴ミ ���¢� �萼៴菈៴ Ƴ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��萐៴���������� Ŋ܈��菬៴蓈៴荨៴�������� ō܈ �.����� ł܈佴ミ ���£� �蓬៴葸៴ Ņ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��蓀៴���������� Ŝ܈��蒜៴蛘៴萘៴�������� ŗ܈ �
����� Ŕ܈ �.�l�inas��a��� ů܈ �-����� Ŭ܈ �.���inas������ ŧ܈ �.�t.��ley���Z� ź܈ �.�d.�� ſ܈ �compreendermos�n.11��� Ű܈ �BAKHIN�0������ ċ܈ �,�90�� Ĉ܈ �M�y1�� č܈ �_�ken List���� Ā܈佴ミ ��� � �藤៴蚈៴ ě܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��蛐៴���������� Ē܈��蚬៴蝰៴蓈៴�������� ĕ܈佴ミ ��� � �蘌៴蜠៴ Ĩ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��蝨៴���������� ħ܈��蝄៴蠈៴蛘៴�������� ĺ܈佴ミ ��� � �蘤៴螸៴ Ľ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��蠀៴���������� Ĵ܈��蟜៴袠៴蝰៴�������� Ǐ܈佴ミ ���
� �忔៴衐៴ ǂ܌㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ" w:st="on">em Ciências Humanas. Com</st1:personname> base nestas ideias, a autora percebe o texto como um lugar de produção e de circulação de conhecimentos, uma vez que pensa que a escrita da pesquisa não se reduz a uma simples transcrição de conhecimentos produzidos em situação de campo. Sendo assim, uma questão que se coloca importante para Amorim é a relação estabelecida entre o pesquisador e o outro. Neste sentido, ela destaca a importância de se compreender as diferentes vozes presentes em um texto, para se entender de forma crítica as pesquisas <st1:personname productid="� �倠 㣀 �" w:st="on">em Ciências Humanas.</st1:personname></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">CONSIDERAÇÕES FINAIS<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Para Bakhtin a produção de conhecimento tem relação com a vida, sendo um processo que deve ser pautado na responsabilidade. Desta forma, acredito na importância de refletirmos sobre o processo de produção científica, tendo a clareza de que, os trabalhos acadêmicos são produções e, por tanto, se constituem enquanto pontos de vista, enquanto produções dialógicas, que se dão a partir de palavras alheias. Pensar a produção destes textos como enunciados, dentro de uma cadeia dialógica, significa compreender que eles não representam uma única verdade, absoluta e irrefutável, mas representam o processo de compreensão em que o seu autor, através das suas palavras, produz uma réplica a enunciados anteriores, uma forma de <i>compreensão ativa</i>. Sendo assim, os conceitos de <i>significado</i> e <i>sentido</i>, presentes no pensamento bakhtiniano, se fazem relevantes para se pensar este caráter provisório da produção de conhecimento.<span> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A perspectiva histórico-cultural seconstitui em uma forma de se fazer pesquisas <st1:personname productid="em Ci↑ncias Humanas" w:st="on">em Ciências Humanas</st1:personname>, que, considera os universos particulares investigados como inseridos na esfera social. Além disso, a partir do pensamento de Bakhtin, estes enunciados são compreendidos como uma forma de resposta a um enunciado anterior, o que se relaciona com o conceito de <i>responsividade</i>, o qual, segundo Bakhtin (2003) se constitui na compreensão de uma fala viva, de um enunciado vivo. Este é sempre acompanhado de uma atitude responsiva ativa, uma vez que toda compreensão é prenhe de resposta e, de uma forma ou de outra, forçosamente a produz. A importância desta metodologia se dá também, uma vez que há a valorização do papel ativo dos participantes das pesquisas e do investigador que,<span class="apple-style-span"> atua como ouvinte, recebe e compreende a significação de um discurso e adota simultaneamente, para com esse discurso, uma atitude responsiva ativa: ele concorda ou discorda (total ou parcialmente), completa, adapta, apronta-se para executar (Bakhtin, 2003). <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">REFERÊNCIAS:<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="apple-style-span" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">AMORIM, M. <i>Vozes e silêncio no texto de pesquisa em ciências humanas.</i> In: Cadernos de Pesquisa, n 116, p. 7-19, Julho 2002. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, M. Metodologia das ciências humanas. IN: <i>Estética da criação verbal.</i> São Paulo: Martins Fontes, 2003a.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, M. Arte e responsabilidade. IN: <i>Estética da criação verbal. </i><span> </span>São Paulo: Martins Fontes, 2003b.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, M. M<i>arxismo e filosofia da linguagem.</i> 13ª Ed. São Paulo: Hucitec, 2009.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="apple-style-span" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">FIORIM, José Luiz<i>. Introdução ao pensamento de Bakhtin.</i> São Paulo: Ática, 2006.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="apple-style-span" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">FREITAS, M.T. A perspectiva sócio histórica: uma visão humana da construção do conhecimento. In<i>: Ciências Humanas e Pesquisa: Leituras de Mikhail Bakhtin.</i> FREITAS. M.T.; JOBIM. S.; KRAMER. S. (Orgs.). São Paulo. Cortez, 2003. p. 26-38.<span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm;"><span class="apple-style-span" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">JOBIM, S. Mikhail Bakhtin e as ciências humanas: sobre o ato de pesquisar. In<i>: Escola, Tecnologias digitais e Cinema.</i> FREITAS. M.T. (Org.). Juiz de Fora. Editora UFJF, 2011. (no prelo).</span></span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-66180154395473147952011-10-06T13:13:00.001-07:002011-10-06T13:13:25.900-07:00Ana Letícia Duin Tavares<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A pesquisa com crianças numa perspectiva bakhtiniana<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Nome:<b> </b>Ana Letícia Duin Tavares</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Email: <a href="mailto:anaduin@caed.ufjf.br">anaduin@caed.ufjf.br</a></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Resumo<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">O objetivo deste trabalho é refletir sobre a concepção de criança e o papel do pesquisador na investigação com crianças, tomando como base a teoria de linguagem de Bakhtin. Esta abordagem teórica foi considerada significativa para se pensar na ampliação do debate a cerca do lugar da criança e do adulto na sociedade contemporânea.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><b>Palavras-chave: </b>Mikhail Bakhtin; criança; linguagem, pesquisa</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Adotar como enfoque teórico o conceito de linguagem de Bakhtin na pesquisa com crianças demanda refletir a cerca das contribuições dessa abordagem na construção de uma concepção de criança e no papel do pesquisador frente à responsabilidade com sua formação e a dos sujeitos envolvidos na pesquisa.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Os estudos que venho realizando no âmbito do grupo de pesquisa Práticas de Leitura na educação infantil e na passagem ao ensino fundamental (NUPEL-UFJF) têm evidenciado o fato de que no cenário de sala de aula as produções discursivas apresentam peculiaridades que lhe são próprias. No processo de interação, as crianças expressam suas dúvidas, interesses, compreensões, etc. para buscar sentido às atividades que realizam, processo ao qual está relacionado ao que Bakhtin (2009) denomina de compreensão ativa. Ou seja, no ato de compreender já está implícito uma resposta. Para o referido autor,</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Compreender a enunciação de outrem significa orientar-se em relação a ela, encontrar o seu lugar adequado no contexto correspondente. A cada palavra da enunciação que estamos em processo de compreender, fazemos corresponder uma série de palavras nossas, formando uma réplica. [...] Compreender é opor à palavra do locutor uma <i>contrapalavra</i>. (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2009, p.136-137) <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Considerar a voz da criança e sua capacidade de atribuição de sentido às suas ações e aos seus contextos significa concebê-la enquanto um ator social. Isso “implica o reconhecimento da capacidade de produção simbólica por parte das crianças e a constituição das suas representações e crenças em sistemas organizados, isto é, em culturas.” (PINTO; SARMENTO, 1997, p. 20).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A construção de culturas pelas crianças acontece nas interações sociais que estas estabelecem, por meio da linguagem.<span> </span>Ao fazer esta afirmação tomo como base Bakhtin, que investigou a linguagem em uma abordagem dinâmica e concreta, concebendo-a como um fenômeno vivo, concretizado pela enunciação. Para este autor, a enunciação </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“[...] é um puro produto da interação social, quer se trate de um ato de fala determinado pela situação imediata ou pelo contexto mais amplo que constitui o conjunto das condições de vida de uma determinada comunidade linguística.” (BAKHTIN, 2009, p.126).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Adotar esta relação entre linguagem e interação social proposta por Bakhtin possibilita compreender a criança nos acontecimentos que estão na vida, pois é nas relações entre as pessoas, no campo do discurso, que se situam as disputas, os acordos e as constantes negociações de sentidos. Segundo este autor, o sentido é</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">potencialmente infinito, mas pode atualizar-se somente em contato com outro sentido (do outro), ainda que seja com uma pergunta do discurso interior do sujeito da compreensão. Ele deve sempre contatar com outro sentido para revelar os novos elementos da sua perenidade (como palavra revela os seus significados somente no contexto). Um sentido atual não pertence a um (só) sentido mas tão somente a dois sentidos que se encontraram e contataram. Não pode haver “sentido em si” – ele só existe para outro sentido, isto é, só existe com ele. Não pode haver um sentido único, ele está sempre situado entre os sentidos, é um elo na cadeia dos sentidos, a única que pode existir realmente em sua totalidade. Na vida histórica essa cadeia cresce infinitamente e por isso cada elo seu isolado se renova mais e mais, como que torna a nascer. (BAKHTIN, 2003, p.382).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>A interação social na perspectiva bakhtiniana é considerada como uma condição inevitável e necessária de inserção social do indivíduo enquanto participante de um processo histórico e cultural que o produz e é, dialeticamente, também por ele produzido. Neste sentido, a interação é compreendida como condição de possibilidade de existência do sujeito, porque este só se constitui como tal na relação com os outros.<span> </span>Bakhtin enfatiza este aspecto ao afirmar que </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Tudo o que me diz respeito, a começar por meu nome, e que penetra em minha consciência, vêm-me do mundo exterior, da boca dos outros (da mãe, etc.) e me é dado com a entonação, com o tom emotivo dos valores deles. Tomo consciência de mim, originalmente, através dos outros: deles recebo a palavra, a forma e o tom que servirão para a formatação original da representação que terei de mim mesmo. (BAKHTIN, 2003, p.373).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Desta forma, a importância do <i>outro</i> pode servir como tomada de consciência do lugar que o pesquisador ocupa no ato de pesquisar com crianças. Segundo Freitas (2003, p. 29), “considerar a pessoa investigada como <i>sujeito</i> implica compreendê-la como possuidora de uma voz reveladora da capacidade de construir um conhecimento sobre sua realidade que a torna co-participante do processo de pesquisa.” </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">O pesquisador pode buscar o encontro com o outro (criança) e compartilhar experiências, uma vez que a criança deixa de ser vista como objeto e passa a ser alguém que confronta suas palavras com a do pesquisador, exigindo-lhe respostas. A pesquisa se configura, assim, como um acontecimento no mundo, que se efetiva entre os sujeitos. E o modo de produzir conhecimento se traduz no processo de pesquisar com a criança e não mais pesquisar sobre ela, fazendo com que a relação entre crianças e adulto-pesquisador se constitua como um acontecimento que adquire vida no ato de pesquisar e compreender o outro. (SOUZA; PEREIRA; SALGADO, 2009). </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Esta outra forma de estabelecer a relação entre pesquisador e criança no contexto da pesquisa pode se refletir também no cenário mais amplo das relações entre adultos e crianças, quando entendemos que “o outro é o lugar da busca de sentido e da condição de existência, mas também é o lugar da incompletude e da provisoriedade. Esta perspectiva interroga e traz a tona o inacabamento permanente do sujeito, melhor dizendo, do vir-a-ser da condição do homem no mundo”. (FREITAS <i>et al</i>, <i>apud</i> SOUZA; PEREIRA; SALGADO, 2009, p.4).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Conceber o ser humano como incompleto requer criticar a ideia de adulto instalada na sociedade, como um indivíduo acabado e, que por isso, deve ser imitado opondo-se à criança, entendida como um ser inferior. Esta desigualdade na relação adulto e criança ainda está fortemente presente no contexto escolar. Muitas vezes, as práticas pedagógicas estão mais ligadas às concepções educacionais do adulto do que das necessidades das crianças. Este fato está relacionado à compreensão da criança baseada apenas em suas capacidades cognitivas. Desta forma, a escola não vê a criança e se debruça apenas sobre seus processos, enfatizando métodos e técnicas, privando-as de um espaço onde podem ocorrer interações livres e trocas de experiências.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Jens Qvortrup citado por Pinto e Sarmento (1997) critica uma contradição na relação entre adultos e crianças que exprime-se no fato de </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">[...] os adultos acreditarem que é bom para as crianças e os pais estarem juntos, mas cada vez mais viverem o seu quotidiano separados uns dos outros; no facto de os adultos valorizarem a espontaneidade das crianças, mas as vidas das crianças serem cada vez mais submetidas às regras das instituições; no facto de os adultos postularem que deve ser dada a prioridade às crianças, mas cada vez mais as decisões políticas e econômicas com efeito na vida das crianças serem tomadas sem as ter em conta; [...] no facto de os adultos concordarem em geral que as crianças devem ser educadas para a liberdade e a democracia, ao mesmo tempo que a organização social dos serviços para a infância assenta geralmente no controle e na disciplina; no facto de, sendo as escolas consideradas pelos adultos como importantes para a sociedade, não ser reconhecido com válido o contributo das crianças para a produção do conhecimento [...]. (PINTO; SARMENTO, 1997, p.13). <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Tendo como base estas reflexões cabe destacar que a concepção de linguagem construída por Bakhtin problematiza as visões a cerca das crianças centradas no adulto que restringe e regra suas vidas. Portanto, ao possibilitar compreender a criança a partir do olhar delas e não somente sobre elas, Bakhtin abre um espaço para se pensar na redefinição do lugar social das crianças e adultos, sejam eles pesquisadores, políticos, pais ou professores.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, Mikhail/VOLOCHINOV; V. N. <i>Marxismo e filosofia da linguagem</i>: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. 13 ed. São Paulo: Hucitec, 2009.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">________<i>Estética da criação verbal</i>. São Paulo: Martins Fontes, 2003.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">FREITAS, M. T.; SOUZA, S. Jobim e; KRAMER, S. (Org.) <i>Ciências humanas e pesquisa</i>: leituras de Mikhail Bakhtin. São Paulo: Cortez, 2003. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">PINTO, Manuel; SARMENTO, Manuel J. As crianças e a infância: definindo conceitos, delimitando o campo. In: PINTO, Manuel; SARMENTO, Manuel J. (Cord.) As crianças: contextos e identidades. Coleção infans – Centro de estudos da criança. Universidade do Moiinho, 1997. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">SOUZA, Solange Jobim e; PEREIRA, R. M. Ribes; SALGADO, Raquel G. O pesquisador e a criança: dialogismo e alteridade na produção da infância contemporânea. Cadernos de Pesquisa (Fundação Carlos Chagas), 2009.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BIBLIOGRAFIA </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BRAIT, Beth. <i>Bakhtin</i>: conceitos-chave. (Org). São Paulo: Contexto, 2005.</span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">SOUZA, Geraldo Tadeu. A linguagem. In: SOUZA, Geraldo Tadeu. <i>Introdução à teoria do enunciado concreto do círculo Bakhtin/Volochinov/Medvedev</i>. 2 ed. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP, 2002.</span></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-69304935430770959202011-10-06T13:12:00.001-07:002011-10-06T13:12:08.848-07:00Ana Maria de Campos, Corinta Maria Grisolia Geraldi<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: .15pt;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 14.0pt;">A vida vem primeiro</span><o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Ana Maria de Campos<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><a href="mailto:belobelo_22@yahoo.com.br"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">belobelo_22@yahoo.com.br</span></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">UNICAMP – FE - GEPEC</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Corinta Maria Grisolia Geraldi<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><a href="mailto:corintageraldi@yahoo.com.br"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">corintageraldi@yahoo.com.br</span></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">UNICAMP – FE – GEPEC</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 241.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Houve um tempo em que a terra gemia<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 241.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">E um povo tremia de tanto apanhar<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 241.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Tanta chibata no lombo que muitos morriam<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 241.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">No mesmo lugar [...]<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 241.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Liberdade além do horizonte, morreu tanta <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 241.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Gente de tanto sonhar. Foi Zumbi!<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 241.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A Princesa Isabel assinou um papel<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 241.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Dia 13!<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 241.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Itamar Assumpção</span></span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">“Esta é uma história verdadeira. A minha história de vida.<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Eu nasci <st1:personname productid="em Minas Gerais" w:st="on">em Minas Gerais</st1:personname> no lugar chamado Francisco Badaró. Minha mãe conta que quando eu nasci não deu tempo para chamar uma parteira e minha mãe teve eu sozinha. Ela disse que eu parecia uma rosa e todos gostavam muito de mim, por que era a primeira menina na família. Meus pais moravam num sítio muito grande era uma espécie de fazenda e dali tirava todo sustento da família. Naquele tempo não tinha escola na redondeza perto do sítio, só na cidadezinha. Eu tinha muita vontade de aprender a ler, não havia quem a ensinasse. Foi daí que eu me ofereci para trabalhar com uma senhora na cidade de Teófilo Otoni, mais ela só passou o meu nome na escola por que quando tinha que encerar a casa eu não podia ir a escola. A professora nem se importava com as minhas faltas por que ela sabia que, eu era uma menina escrava naquela casa. Enfim eu tinha 12 anos quando, foi ficar com essa família fiquei até aos 14 anos.<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Essa família mudou pra outra cidade, e me levou junto com eles, mudamos para Belo Horizonte ela não quis mais me colocar na escola.<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Eu tinha muita vontade de estudar<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Um dia uma senhora vizinha me viu lavando a calçada da casa descalça, ela ficou muito triste e me perguntou se eu tinha um pagamento eu disse não ela me propôs ir para a casa dela.<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Ela disse que me punha numa escola. Então eu comecei a pensar naquela ideia. Eu disse para essa senhora que gostaria de ir para um convento de freiras assim eu poderia aprender a ler e escrever. Então essa senhora me disse que eu tinha que escrever para minha mãe e que ela mesma escrevia para mim eu aceitei a ideia dela. Havia uma nova esperança para mim.<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Eu pensava só indo para um convento, assim eu poderia aprender ler e escrever. Mais eu tinha medo de não poder ver mais a minha família eu tinha muitas saudades da minha mãe. Então tive uma ideia vou falar com D. Glorinha que eu quero ir embora para casa. Ela não gostou, disse que não podia me levar embora.<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Eu comecei a chorar e ela dava côco na minha cabeça foi dai que lembrei de um fato que tinha acontecido na família dela que uma senhora tinha me contado.<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Os pais dela tinha adotado um menino. Essa senhora que me contou era cozinheira dessa família essa senhora disse que um dia o menino desobedeceu eles então disse, essa cozinheira a mãe da D. Glorinha pegou um pedaço de sabão de soda e enfiou na boca do menino fez ele comer tudo esse sabão e o menino passou muito mal e acabou morrendo e foi dai que eu usei de chantagem com a D. Glorinha falei que eu sabia dessa história do menino.<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Ela ficou apavorada com que eu tinha dito, e mais que depressa ela me mandou para minha casa. Foi um irmão dela que me levou, e ela escreveu uma carta para minha mãe dizendo que eu estava muito bem e que eu queria ir embora eu fiquei foi feliz indo embora para junto da minha família. O que mais me marcou nessa história foi nas poucas vezes que fui nas aulas eu nem sequer podia levar uma banana para o lanche pois ela não deixava”. <o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span lang="PT">Quando conheci Vitalina<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, no ano de</span> 2005, em um desses encontros inesperados que a vida nos proporciona, estava com mais de sessenta anos de idade. Contou-me que havia voltado a estudar em 2004, no Centro Cultural Poveda<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Nossas vidas se aproximaram porque uma das educadoras do Centro Cultural Poveda comentou comigo acerca de sua participação nas aulas de alfabetização de adultos. No ano de 2003 o Centro Poveda iniciou parceria com a Prefeitura Municipal de Campinas criando uma sala de alfabetização de adultos vinculada ao Projeto LETRAVIVA<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn5" name="_ftnref5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Fui uma das pessoas responsáveis pela Coordenação do LETRAVIVA, juntamente com Dulcinéia de Fátima Ferreira Pereira, no tempo em que a Secretária Municipal de Educação era a Professora Corinta Maria Grisolia Geraldi.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Nesse projeto a sociedade civil campineira foi convidada a participar, colaborando de diversas maneiras. O Centro Cultural Poveda, como muitas outras instituições, tornou-se parceiro, criando uma classe de alfabetização de jovens e adultos e por esse motivo passei a me encontrar periodicamente com os educadores e educadoras, visto que uma das minhas atribuições era a da formação continuada dos participantes do projeto. A responsável pelo trabalho no Centro Poveda era Guadalupe de <st1:personname productid="la Concha" w:st="on">la Concha</st1:personname>, com quem estabeleci laços fraternos de amizade, o que favoreceu nosso trabalho e a troca de informações sobre os avanços e dificuldades dos educandos e educadores. Trilhando esse caminho encontrei-me com Vitalina.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Por me interessar pelo seu aprendizado da leitura e da escrita começamos a dialogar sobre seus estudos, contudo essa nossa aproximação se deu apenas em 2005 ou 2006, época em que eu já não estava mais na Coordenação do LETRAVIVA, mas encontrava com Vitalina aos domingos, após o culto dominical, pois frequentamos a mesma instituição religiosa de tradição protestante. Em um desses encontros ela entregou-me o depoimento que está no início desse texto. Foi escrito em 12 de outubro de <st1:metricconverter productid="2010, a" w:st="on">2010, a</st1:metricconverter> lápis, em letra manual, em folhas que foram destacadas de um caderno. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Depois de muito tempo de nossos primeiros contatos contei a ela que havia sido uma das pessoas responsáveis pela Coordenação do LETRAVIVA, o que a deixou muito contente e emocionada! Após alguns dias da nossa conversa, entregou-me uma carta expressando a sua surpresa: </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Campinas, 6 de Julho de 2009.<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Eu Vitalina Vieira dos Santos estive na casa da irmã Aninha. <o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Fiquei muito feliz por passar uma tarde com ela, fiquei ainda mais feliz porque foi através dela que eu estou estudando no Centro Cultural Poveda. Sou muito grata por essas senhoras voluntárias que se dedicam a me ensinar, e ensinar também todas aquelas que passam por lá. Não só a Aninha mas também as outras senhoras que também nos ensinam e fazem nós se sentir cidadãs com os mesmos direitos de estudar e saber quais são os nossos direitos dentro da sociedade. Depois que comecei estudar fiquei mais segura para se comunicar com outras pessoas. Tenho orgulho de falar para as pessoas que estou começando estudar. No Centro Cultural Poveda as senhoras não somente ensinam a escrita e a leitura mas também trabalham com a nossa mente como se fosse psicólogas. <o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Mas também não somente estudar com elas no Centro Cultural e sim se esforçar em casa, para que elas sinta que os trabalhos delas não estão sendo <st1:personname productid="em v ̄o. Lembrando" w:st="on">em vão. Lembrando</st1:personname> também que temos uma professora de artes plásticas que está nos ensinando a 1ª cultura brasileira. Finalizando quero agradecer todas professoras com um enorme carinho que tenho por todas elas muito obrigado por tudo.<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Assinado, Vitalina.<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Recebi essa carta como um presente que não poderia deixar de partilhar! Essa pessoa maravilhosa, marcada pela violência de uma sociedade excludente, tem dentro de si um poço de generosidade para repartir. Só de pensar nos percursos escolares tão diversos que nós duas vivemos ao longo de nossas vidas, sinto uma imensa responsabilidade. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A história vivida, escrita com lágrimas e incontornavelmente marcada na pele, denuncia que o papel assinado pela Princesa Isabel não garantiu a liberdade contra a escravização da protagonista e nem de muitos outros milhões de brasileiros, como todos sabemos. Tal qual Vitalina muitas pessoas ainda lutam insistentemente pela liberdade de viver na aurora desse século XXI! Como cantou João Nogueira,</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span class="editablearea2"><span lang="PT" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT;">É preciso navegar</span></span><span lang="PT" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT;"><br />
<span class="editablearea2">Pra poder se esclarecer</span><br />
<span class="editablearea2">Do lado de lá do mar</span><br />
<span class="editablearea2">É preciso ver pra crer</span><br />
<span class="editablearea2">Gente que lutou para se libertar</span><br />
<span class="editablearea2">Ver no amanhã</span><br />
<span class="editablearea2">Novo sol chegar</span><br />
<span class="editablearea2">Ter que trabalhar, reconstruir</span><br />
<span class="editablearea2">Bom futuro há de vir<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A crueza da escravização da criança relatada por meio de um olhar retrospectivo e memorialístico da senhora idosa de hoje<span> </span>mostra que a luta em prol da própria libertação fortaleceu seu espírito, mas não encharcou de tristeza seus sonhos a ponto de imobilizar a construção do presente e do futuro.<i>“Ter que trabalhar, reconstruir, bom futuro há de vir...”. </i>Conforme apresenta Wanderley Geraldi (2003, p. 48) em estudo sobre Paulo Freire e Bakhtin, em citação retirada de ‘Autor e Heroi’: “é somente no futuro que se situa o centro de gravidade efetivo de minha própria autodeterminação”.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="PT" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Assim, a vida continua sendo de luta para Vitalina. Quem sabe seu nome não seja uma incrível profecia para sua vitalidade e gana! <i>“Mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana sempre”</i>!<i> </i>Quase chegamos a ‘<i>ouvir’ </i>a voz de Elis Regina ou Milton Nascimento cantando... E a luta de hoje é pela garantia do direito ao estudo. Vitalina mobiliza suas energias criativas nas aulas do ciclo inicial do ensino fundamental, demonstrando um poder de superação impressionante para demandar da professora que planeje aulas compatíveis com as suas necessidades formativas. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Quando ouço suas histórias sou tomada por uma emoção misturada à perplexidade. Saber que em pleno século XX, uma menina, ainda no início da adolescência, teve que forjar com sua inteligência e perspicácia sua própria alforria, é no mínimo, constrangedor, porém, como alerta Geraldi <span>(2003, p. 41)</span>: <span>“Na seriedade superficial e cotidiana de uma imprensa que comenta factos e prega o discurso hegemónico e com pretensões de ser único, os discursos que apontam as desgraças, as misérias e os sofrimentos são ironizados”. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">E para intensificar o drama, por conta da ideologia vigente na sociedade capitalista, ela acredita que seu artifício para conseguir se ver livre da escravidão é chantagem! Dialogamos sobre esse assunto, mas essa não é uma questão que se supere com facilidade. <span>Um dos maiores danos para a autoimagem das pessoas é a introjeção e</span> <span>naturalização da inferioridade, por isso, para nós educadoras e educadores, uma das questões fundamentais na relação educativa é lançar luz sobre este processo a fim de colaborar na recuperação da</span> <b><span>humanidade roubada, </span></b><span>como enfatizou Freire (2000, p. 84): “É importante ter sempre claro que</span> <span>faz parte do poder ideológico dominante a inculcação nos dominados da</span> <span>responsabilidade por sua situação”.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Como sujeito de sua própria história e da história de seu grupo, Vitalina está reconfigurando a sua vida e a vida na cidade. Abrindo brechas onde não havia, continua criando, com muita persistência, o seu lugar e tomando coragem para dizer a sua palavra:<span lang="ES-AR"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span lang="ES-AR" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES-AR;">En un régimen de dominación de conciencias, en que los que más trabajan menos pueden decir su palabra, y en que inmensas multitudes ni siquiera tienen condiciones para trabajar, los dominadores mantienen el monopolio de la palabra, con que mistifican, masifican y dominan. En esa situación, los dominados, para decir su palabra, tienen que luchar para tomarla. Aprender a tomarla de los que la retienen y niegan a los demás, es un difícil, pero imprescindible aprendizaje: es “la pedagogía del oprimido” (FIORI, 1973, p. 26, prefacio à edición argentina de Pedagogía del Oprimido). </span><span lang="ES" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES;"><span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span lang="PT" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Como educadora faço esse destaque porque tenho observado muitos adultos que tiveram os seus direitos educacionais subtraídos, ao chegarem às salas de Educação de Jovens e Adultos – EJA – permanecerem, muitas vezes, em posição de subordinação em relação ao currículo prescrito e preelaborado nas instituições de ensino, também por conta da vida de privação de direitos. Vitalina, ao contrário, expõe sua palavra, demandando da professora o estudo que a habilite para atuar na sociedade da qual participa. Essa atitude propositiva e de partilha da palavra experimentada no encontro com a educadora e com seus colegas de estudo é fundamental para que se viva uma educação responsável, dialógica, acolhedora dos educandos como seres em relação, por isso mesmo produtores dos sentidos para o ato educativo. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span lang="PT">Somos</span> responsáveis pela história que criamos. “Gosto de ser gente porque a História em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de possibilidades e não de determinismo” (FREIRE, 2003, p. 53).<span> </span>Partilhando as memórias singulares de Vitalina e as suas contrapalavras, ressignificando seu percurso e suas lutas, acredito que podemos “tomar o futuro como centro de gravidade das decisões do presente” (GERALDI, 2003, p. 47) e tecer novas possibilidades para enfrentar as questões relativas à desigualdade social e a desumanização cotidiana vivida também nos processos educativos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Por fim, gostaria de salientar que Vitalina trouxe à tona uma história silenciada, bem como a sua batalha atual por uma escola que dignifique a pessoa humana. Por certo pode nos estimular a sonhar e trabalhar por uma educação humanizadora, dialogal, para todas as pessoas desse país, pois a vida vem primeiro como cantou a poeta: </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Vou na vida por inteiro<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Vou enquanto ela durar<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Sei que a vida vem primeiro<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">É a vida que eu tenho pra levar<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 12pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Referências<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">ASSUMPÇÃO, Itamar. Batuque. Intérprete: Virgínia Rosa. In: ROSA, V. <i>Batuque.</i> São Paulo: Movieplay do Brasil, 1997. <span lang="ES-TRAD">1 CD. Faixa 04.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 86.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span lang="ES-AR">FIORI, Ernani Maria. Aprender a decir su palabra. In: FREIRE, P. <i>Pedagogía del oprimido. </i>8. ed. Buenos Aires: Siglo XXI: Tierra </span><span lang="ES">Nueva, 1973, p.9-26.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoFootnoteText"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">FREIRE, Paulo. <i>Pedagogia da indignação</i>. São Paulo: UNESP, 2000.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoFootnoteText"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">_______. <i>Pedagogia da autonomia. </i><span> </span>27. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2003.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoFootnoteText"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">GERALDI, João Wanderley. Paulo Freire e Mikhail Bakhtin: o encontro que não houve. In: <i>Diálogos através de Paulo Freire. </i>Col. “Querer Saber” nº 3. Disponível em: <<a href="http://www.ipfp.pt/public.html">http://www.ipfp.pt/public.html</a>>. Acesso em: 10 set. 2011.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoFootnoteText"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">NASCIMENTO, Milton; BRANT, Fernando. Maria, Maria. Intérprete: Milton Nascimento. In: NASCIMENTO, M. <i>Clube da Esquina II. </i>Rio de Janeiro: EMI-Odeon, 1978. 2 discos sonoros. Disco 2. Lado B, faixa 08.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">NOGUEIRA, João; VESPAR, Geraldo. Lá de Angola. Intérprete: João Nogueira. In: NOGUEIRA, J. <i>Boca do Povo. </i>Rio de Janeiro: Universal, 1980. 1 disco sonoro. Lado A, faixa 03. </span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">ROSA, Virgínia; SWAMI JR. Vou na vida.<i> </i>Intérprete: Virgínia Rosa. In: ROSA, V. <i>Batuque. </i>São Paulo: Movieplay do Brasil, 1997. 1 CD. Faixa 02.</span></div></div><div><!--[if !supportFootnotes]--><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><br clear="all" /> </span><hr align="left" size="1" width="33%" /> <!--[endif]--> <div id="ftn1"> <div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Educadora, Doutoranda em Educação pelo GEPEC – UNICAMP. </span></div></div><div id="ftn2"> <div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Professora Colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Educação - UNICAMP – Fundadora do GEPEC – Grupo de Estudos e Pesquisas <st1:personname productid="em Educa ̄o Continuada." w:st="on">em Educação Continuada.</st1:personname></span></div></div><div id="ftn3"> <div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Estudante do Ensino Fundamental, trabalhadora doméstica aposentada, diaconisa da Primeira Igreja Presbiteriana Independente de Campinas, São Paulo.</span></div></div><div id="ftn4"> <div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> O Centro Cultural Poveda é ligado à Instituição Teresiana do Brasil. Fundado em 1954, está localizado à Rua Dr. Quirino, nº 1733, no centro de Campinas.</span></div></div><div id="ftn5"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 5.65pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none; text-indent: -5.65pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref5" name="_ftn5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10.0pt;"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-size: 10.0pt;"> O Projeto LETRAVIVA foi </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-fareast-language: PT-BR;">implementado pela Secretaria Municipal de Educação em parceria com o MEC e a sociedade civil campineira através do Programa Brasil Alfabetizado no ano de 2003, durante a gestão do Partido dos Trabalhadores. Em Campinas adotou o nome de Projeto LETRAVIVA.</span></span><span style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-fareast-language: PT-BR;"> <o:p></o:p></span></div></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-51518607248410891002011-10-06T13:10:00.001-07:002011-10-06T13:10:20.373-07:00Ana Paula Marques Sampaio Pereira, Maria Teresa de Assunção Freitas<div class="Section1"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A difícil tarefa de avançar na dificuldade<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Ana Paula Marques Sampaio Pereira</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Maria Teresa de Assunção Freitas<span style="font-size: 14.0pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Esse texto descreve uma aula de reforço analisada à luz da perspectiva enunciativa de Bakhtin. Nesta aula, realizada em uma sala de uma escola pública no andar térreo e atrás da diretoria, estiveram presentes apenas a aluna Denise<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_edn1" name="_ednref1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[i]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> e a professora. Denise possui 14 anos de idade e seis reprovações escolares.<span> </span>Esse reforço é realizado após o término das aulas regulares, no período de onze horas até, no máximo, meio dia. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div></div><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;"><br clear="all" style="mso-break-type: section-break; page-break-before: auto;" /> </span> </span><div class="Section2"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Início: 11h10minh<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A professora chega à sala, coloca seu material sobre a mesa, espera que a aluna se sente em uma das inúmeras carteiras vazias e diz:<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">- Você viu que na sexta-feira apareceu a família do “R” na aula, não viu? Então vamos vê-la.<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A professora escreve no quadro: Ra – Re – Ri – Ro – Ru<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise lê: ra, re, ri, ro, ru.<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A professora escreve logo abaixo:<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">ra- ro – re – ru – ri<span> </span><o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">ar – or – er – ur - ir <o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Ao ler a segunda remessa de sílabas,<span> </span>Denise lê: rrrra – rrrro – errrr<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Não, ó: r – e: RRRRééé!!!!<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: U, URRR, URRRSSSo!<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.45pt;"><i><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Ulha! Urso, tá nesse aqui de baixo, ó (aponta para o ‘ur’ na terceira fileira de sílabas). Esse é com RRRRRR.<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: Ur- urso.<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Quando se pronuncia o r primeiro e o u depois vai dar outra coisa<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: rrrrruu, russo!<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoBodyText3" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.45pt;"><i><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Então eu posso pronunciar o r primeiro (aponta para a sílaba ‘ri’)<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: Ri!<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoBodyTextIndent3" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Ou eu posso pronunciar o i primeiro<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: Ingrêis!<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: O i primeiro e o r depois<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: ir, irrr<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Não é? Então esse som aí você descobriu e você vai me dizer depois o que vamos fazer com ele, tá bom?<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">(A menina olha atenta)<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">(...)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.45pt;"><i><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Nesta fileira aqui eu tenho duas palavras que já estão formadas, você sabe qual é?<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: ur<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Ur?<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: Urso!<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Não, nessa fileira aqui, só com o que tem aqui (só com as sílabas lá representadas)<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: Ar?<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Que palavra, o que significa ar?<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: Que falta ar?<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Que falta ar! E a segunda? Vamos achar uma segunda palavra, que já vem também, prontinha no quadro.<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: Igreja!<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Não, olha bem!<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: Urso?<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: do Urso só tem a primeira sílaba. Como a palavra ar você tem que achar uma palavrinha que tem aí mesmo!<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: ré! (lê ré onde estava escrito er)<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: O ré não tem e na frente não. Vai lendo.<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: ró...rrr, rrru, iii, iririrrrr.<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Isso mesmo. O ir é uma palavra. O que é ir?<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: Ir embora. Eu vou ir embora.<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Agora vamos tentar formar aquelas palavrinhas que você queria? Urso?<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: Urrrr.... Sô<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Sô?<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: L.<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Com l o sô?<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: ô<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Ah, tem o ô e o que vem na frente? O s!<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: Ur-sô<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Que mais?<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: Erra!<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Muito bem, como é?<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: rrree<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: O e na frente<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: eeerrrrrrr-a!<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Professora: Não o “er” e o “ra”. <o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A professora escreve a palavra “erra” no quadro e cumprimenta Denise:<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><i><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">- Denise, você está avançando na dificuldade!<o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Fim:11:35<o:p></o:p></span></span></div></div><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 9.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;"><br clear="all" style="mso-break-type: section-break; page-break-before: always;" /> </span> </span><div class="MsoBodyTextIndent3" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Segundo AMORIM (1997), essa é uma cena enunciativa. Assim, os dados não são trazidos por falas transparentes ou por ideias evidentes. Ao contrário, a fala se torna um instrumento de ação, é problematizada. Ela própria está <st1:personname productid="em jogo. Assim" w:st="on">em jogo. Assim</st1:personname>, “as condições em que algo é dito, a quem é dito, seu efeito sobre a relação entre as posições enunciativas, tudo isso constitui a enunciação enquanto lugar de descoberta” (AMORIM, 1997: p.136).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Dessa forma, como compreender esse “diálogo”<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_edn2" name="_ednref2" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[ii]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> entre professor-aluno a partir da perspectiva bakhtiniana? Ao tratar-se de uma aula de aprendizagem da leitura e escrita, que concepções de linguagem aí estariam presentes? A quem elas interessam? Por quê?</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A escrita é uma atividade tão fundamental e necessária ao ser humano quanto a fala, apesar das peculiaridades de cada uma. Ela pode ter o poder de prender ou libertar o homem. Seu caráter complexo se explicita na medida em que, considerada enquanto expressão de pensamentos, idéias, sentimentos, etc. é potencial de desenvolvimento da mente humana. No entanto, quando compreendida apenas no seu caráter instrumental, como uma prática de colocar palavras no papel, estudando as relações e regras de seu uso, a escrita se torna aprisionadora, por se encontrar esvaziada de sentido. Transforma-se em um ato monológico. Uma escrita pela escrita.</span></div><div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-indent: 35.45pt;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">No evento anteriormente descrito, a professora apresenta à aluna três conjuntos de sílabas, sendo que dois são representados pelas mesmas sílabas, ordenadas de forma diferente. Um grupo é caracterizado pela consoante “r” antes das vogais e o outro pelas vogais no início das sílabas onde também aparece a consoante “r”. O objetivo da professora com esse exercício é o de ensinar à aluna a “família do ‘R’”. Para isso, a escrita é apresentada de forma esquemática, pronta, sem autoria e visando a memorização.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN já nos relatou essa forma de escrita no livro <i>Marxismo e Filosofia da Linguagem </i>(1999). Diz ele, referindo-se aos estudos disponíveis em seu tempo<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_edn3" name="_ednref3" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[iii]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, que a linguística elaborou seus métodos e se organizou baseada na dissecação de uma língua “morta-escrita-estrangeira” (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1999: p.99), retirando das palavras sua maleabilidade e possibilidades de sentido em diversos contextos, encerrando-as no dicionário e estudando-as apenas como um sinal gráfico a ser codificado e decodificado. A escrita se tornou algo “estranho” e desvinculado da vida do sujeito. E, infelizmente, é essa escrita que geralmente ainda encontramos no ambiente escolar.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Desprovida de seu caráter social, a língua inexiste enquanto tal. Por isso, a aprendizagem da escrita se torna tão penosa na escola. Denise se concentra, está atenta e força sua garganta tentando produzir os sons das sílabas. Tem a ilusão que aquele aglomerado de letras possui um significado, representa palavras. A professora percebe seu desejo em “ler palavras” e tenta levá-la a descobrir “duas palavras que já estão formadas” nas sílabas sem vida, presentes no quadro. À pedido da professora, Denise busca um significado para as palavras, no entanto, elas já se encontram desprovidas de contexto e, portanto, esvaziadas de sentido.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>De um lado, a criança sente a necessidade de lidar com uma língua viva, dinâmica, capaz de comunicar e favorecer a interação. De outro, ela adquire palavras-sinais a serem decorados e repetidos sistematicamente, para em um momento posterior, serem aplicados na construção de frases artificiais. Tornam-se “palavras-escolares”, de uma língua escolar própria, fechada <st1:personname productid="em si. Uma" w:st="on">em si. Uma</st1:personname> língua a ser estudada apenas na e para a escola. Restringem-se as funções da língua materna e também a reflexão do ser humano. A aquisição dessa habilidade escrita se torna tortuosa e até impossível, como podemos perceber no trecho:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Professora: Que palavra, o que significa ar?<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Denise: Que falta ar?<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Professora: Isso mesmo o ir é uma palavra. O que é ir?<o:p></o:p></span></i></div><h4 style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;"><i><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Denise: Ir embora. Eu vou ir embora.<o:p></o:p></span></span></i></h4><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A resposta por exemplos revela que Denise se encontra presa a uma esfera dos conceitos cotidianos, buscando sentidos funcionais para as palavras. No entanto, as frases encontradas para fornecer significação às palavras selecionadas talvez revelem mais que a vivência da aluna, deixando entrever nas entrelinhas seu estado de espírito (“falta ar/eu vou ir embora”).<i> <o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-list: skip; tab-stops: -1.0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Denise é elogiada: “está avançando na dificuldade!”. No entanto, apesar da aparente fixação de algumas sílabas, não há avanço, só dificuldade, só a visualização de um quebra-cabeça sem fim, de letras, sílabas e “imagens” de palavras. Os sons são artificiais. O trabalho que tem para pronunciá-los não se faz presente em sua fala cotidiana, serve apenas para codificar/decodificar letras, acentuando seus sons na tentativa de acentuar sua memorização.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-list: skip; tab-stops: -1.0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">SMOLKA (1988) esclarece que o dizer da professora é um indicador fundamental na compreensão da relação estabelecida pela professora com a criança e com a linguagem. Quando se refere especificamente à linguagem escrita, a professora revela uma concepção de linguagem e uma concepção de aprendizagem que vão influir diretamente no seu modo de ensinar. Segundo a autora, “ela apresenta a escrita como uma mera transcrição da fala” (SMOLKA, 1988: p.36).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN/VOLOCHINOV (1999), ao contrário, nos traz o legado de uma leitura e uma escrita a partir de uma língua viva, móvel, plástica. Material por excelência da existência humana, capaz de se impregnar na consciência do ser e fazer o que outro instrumento nenhum é capaz de realizar: expressá-la.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">O indivíduo não recebeu a língua pronta para ser usada, ele a formou e foi formado por ela. Mergulhou na corrente da comunicação verbal e bebeu da água das palavras, transformando-as em vinho, ou melhor, em seu sangue, na medida em que foi absorvendo-as e constituindo seu ser, compreendendo a realidade através delas, comunicando-se com e (re)conhecendo seus semelhantes, conseguindo, através deles (os homens) e delas (as palavras), compreender a si mesmo e fazer emergir desse mar de inter-relações, a sua consciência.</span></div><div class="MsoBodyTextIndent3" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-list: skip; text-indent: 35.45pt;"><i><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Para BAKHTIN/VOLOCHINOV (1999) língua vai além de um simples instrumento presente apenas em conteúdos curriculares. A língua, segundo ele, não se separa, evolui junto ao fluxo verbal. Não é transmitida, e sim, assimilada e compreendida progressivamente. O sujeito “mergulha” em seu fluxo e vai progressivamente se integrando a ele. Portanto, a aquisição da escrita e leitura na escola não deve se restringir apenas ao estudo de normas e sinais. O ato de ler e escrever pode (e deve) ser visto como algo interessante e “vivo” para o aluno, assim como a linguagem oral. A língua materna não é estrangeira à criança, ela já a conhece e pensa através dela. Aprender a ler e escrever não é somente aprender a copiar e reconhecer letras, sílabas e palavras, muito menos aprender a fazer uso de um instrumento apenas em tarefas/atividades de um currículo escolar, mas aprender a compreender e utilizar essa nova forma de representação da língua (através da linguagem escrita) ativamente, em todos os contextos sociais. <o:p></o:p></span></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">De um modo geral, na escola, a língua escrita, como no evento observado, é compreendida como uma técnica, e sua aprendizagem se desenvolve muito mais ligada a um sistema normativo do que relacionada à<span> </span>fala oral, à<span> </span>linguagem usual dos falantes. Quem não aprendeu na escola essa língua “correta”, erudita e requintada, que todos deviam usar e poucos podiam compreender? Essa língua serviu e serve apenas para expressar a si mesma, a sua imobilidade, a beleza apenas superficial das palavras. </span></div><div class="MsoBodyTextIndent" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-indent: 35.45pt;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A escrita e a leitura são novas formas de ampliação do diálogo humano. Este, sob a forma de material escrito, exigirá maior elaboração para existir. As “novas” palavras não mais produzidas por sons, mas delineadas por um conjunto de letras e organizadas em enunciados vão registrando as ideias no papel, ou, atualmente, com os recursos da tecnologia informático-eletrônica, na tela do computador. É um esforço grande, mas que trará um ganho para a mente: ela passa a despertar cada vez mais funções cognitivas. O eu com o qual interagimos e os diversos outros com os quais conversamos através de uma folha, sem a necessidade do contato físico, provocam-nos, progressivamente, uma maior abertura ao social, às diversas vozes, às diversas compreensões, às diversas representações e, principalmente, à maior possibilidade de expressarmos o que pensamos, o que sentimos, como vemos o mundo e como concebemos esse ser que somos nós mesmos. A folha (ou a tela) pode vir a ser o reflexo de nossa consciência, a qual também traz consigo o reflexo de uma sociedade e tempo próprios. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-list: skip; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Porém, o que se encontra presente no evento destacado são concepções de linguagem e aprendizagem que não consideram o processo de interação, interlocução e construção do conhecimento pelo aluno, muito menos, seus interesses, necessidades e condição de vida. O conhecimento prévio e linguagem própria do estudante não são respeitados e nem lhe é oferecida uma forma útil de compreensão e comunicação escrita fora do contexto escolar.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-list: skip; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A diferença de linguagem entre professor e aluno pode revelar uma diferença social. Esta, por sua vez, ignorada nas relações de ensino-aprendizagem, torna ainda maior a dificuldade de compreensão do estudante. Desse modo, pode-se observar, através do evento destacado, que o ensino de língua esteve direcionado para a descrição da própria língua. Na realidade, para a sua fragmentação e sistematização. Nesse sentido, se a linguagem serviu/serve ao indivíduo como forma de tomar consciência de uma situação ou contexto - ou seja, (re)criar esta e/ou este no pensamento, para que seja expressa(o) por meio de palavras - no evento destacado a linguagem se torna desprovida de pensamento, exprimindo palavras, por meio de uma situação: a situação própria de uma aula de reforço, construindo uma língua própria da/para e pela escola.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-list: skip; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Pode-se perceber, portanto, que o momento de reforço escolar, representado por esta aula não cumpre seu papel de trabalhar intensivamente a alfabetização de Denise, muito menos resolver seu “problema” em não dominar “adequadamente” a leitura e escrita, talvez, contribuindo, inclusive, para acentuá-lo. Denise “avançou na dificuldade”, no evento, sem ao menos conseguir detectar qual a sua dificuldade e que usos o conhecimento ali apreendido teria fora daquele contexto escolar. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-list: skip; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-list: skip; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">REFERÊNCIAS:<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">AMORIM, Marilia. O detetive e o pesquisador.<span> </span><i>Documenta,</i> Rio de Janeiro, Cátedra Unesco de Desenvolvimento Durável, n.28, ano VI, 1997.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN/ VOLOCHINOV<i>. Marxismo e Filosofia da Linguagem</i>.<span> </span>São Paulo: Hucitec, 1999.</span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoBodyTextIndent" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">SMOLKA, Ana Luiza B. <i>A criança na fase inicial da escrita</i> – A alfabetização como processo discursivo.<span> </span>Campinas: Cortez/Unicamp, 1988.</span></span></div></div><div><div id="edn1"><div class="MsoEndnoteText"><br />
</div></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-27996325389519467762011-10-06T13:08:00.001-07:002011-10-06T13:08:23.708-07:00Anderson Simão Duarte<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Relendo bakhtin<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></a>:<span> </span>sinal e contrasinal: um processo dialógico na língua brasileira de sinais.<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Anderson Simão Duarte<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>: <a href="mailto:andersonlibras@hotmail.com">andersonlibras@hotmail.com</a></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">MeEL<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>/UFMT</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A Língua Brasileira de Sinais tem como norte a semiótica, no campo da visão e da percepção, tem-se a constituição na forma concreta como<span> </span>palavras acabadas num campo espacial e visual.<span> </span>Toda e qualquer palavra, chamaremos aqui de “sinal”, reage e funciona como conectivo de interação entre os usuários da língua. Tais sinais são possíveis no diálogo entrelaçando os valores sociais,culturais, logo, ideológicos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Cada sinal comporta-se de forma ímpar e irrepetível em seu sentido dialógico, o sinal carrega signos ideológicos em função de suas necessidades coletivas, políticas, religiosas, portanto, sociais.<span> </span>A Língua Brasileira de Sinais constitui--se de sinais e contra-sinais no instante do intercâmbio entre os usuários natos, os surdos e/ou surdos com ouvintes.<span> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Os enunciados são constituídos dialogicamente, logo, a compreensão dos sinais pelo outro está implicada no contexto, interação, intimidade, relação, afinidade e principalmente na inserção num dado contexto ideológico. Para que ocorra a concepção estabelecida entre os enunciadores, é necessário que todo e qualquer sinal seja constituído ideologicamente na interação social entre os usuários, conforme o teórico Vygotsky anuncia que o sujeito se constitui na atividade prática, sabemos que não há sujeito sem comunicação seja ela oral, visual<span> </span>ou tátil, portanto, no enunciado concreto, esta prática ocorre no leito dialógico.</span></div><div class="MsoListParagraph" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“O excelente da minha visão contém em germe a forma acabada do outro, cujo desabrochar requer que eu lhe complete o horizonte sem lhe tirar a originalidade. Devo identificar-me com o outro através de seu sistema de valores, tal como ele o vê; devo colocar-me em seu lugar, e depois, de volta ao meu lugar, completar o horizonte com tudo o que se descobre do lugar que ocupo, fora dele; devo emoldurá-lo, criar-lhe um ambiente que cabe, mediante o excelente de minha visão, meu saber, de meu desejo e de meu sentimento” <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoListParagraph" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">(M Bakhtin).</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A comunicação através dos sinais na Língua Visual ocorre graças à identificação dos signos ideológicos de cada sinal, constituídos em contextos diferentes, pois sabemos que nenhum sinal é adâmico, entretanto, com sentidos únicos conforme já mencionamos anteriormente. <span> </span><span> </span>Os sinais têm como bússola seus valores que perfazem os infinitos caminhos e direções que destinam os enunciados. Na educação, esta sopa ideológica é impreterivelmente essencial à compreensão entre aluno e professor, sabemos que não há aprendizado sem comunicação, logo, não há sinal sem contrasinal. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Cada sinal pergunta e responde com outro sinal na interação, seja ele sinal manual ou não manual, ambos dependem da estrutura fundamental das Línguas de Sinais, a expressão facial e corporal, respaldada no campo semiótico. <span> </span>O sujeito se constitui na agilidade prática, portanto, no enunciado visual e concreto. Vejamos uma frase formatada com inúmeros sentidos:<span> </span>“Precisamos afeiçoar-nos à igreja de nossa mãe”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Na sentença acima descrita, poderemos ter inúmeros sentidos, o que definirá o sentido ideológico será a interação e o contexto em que será aplicada entre os comunicantes em língua de sinais. A estrutura semiótica da expressão facial constituída pelo enunciador é quem decidirá a verdadeira intenção discursiva e sentido de cada sinal em consonância com a necessidade de um contrasinal do outro.<span> </span>Vejamos: 1) O enunciador poderá usar o espaço do outro e fazer uma expressão de, angústia, sacrifício e tédio quando construir os sinais, querendo do outro um contrasinal de apoio aos descontentamentos; 2) Poderá também ser formado os mesmos sinais com expressão facial neutra de forma imparcial, respeitando no outro o desejo ou não de irem à igreja, criando assim um contrasinal meramente de informação, ou ainda em 3) O emissor através do campo semiótico direcionar o outro à prática de frequentar a igreja, graças à expressão facial de contentamento e satisfação, direcionando assim a intenção de um contrasinal positivo à pratica de irem à igreja. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Entendemos a expressão facial e corporal como entonação, segundo o teórico Bakhtin anuncia em alguns de seus textos. Esta entonação norteará os sinais e contra-sinais num contexto social e mais especificamente num contexto escolar. Como entendemos que não há aprendizado se não há comunicação no processo de ensino-aprendizagem, isto é, uma ausência de diálogo entre aluno e professor, como é possível ensinar ou aprender sem diálogo entre os pares? Segundo Bakhtin<span> </span>“... aquele que pratica um ato de compreensão passa a ser participante do diálogo.” (1992:355).<span> </span>O diálogo ocorre entre os comunicantes através dos signos ideológicos de cada sinal, se um dos comunicantes não esteja interado do contexto ou não conhecer as estruturas que envolvam o sinal, não terá compreensão, em consequência não haverá aprendizado por parte do aluno surdo.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Segundo Bakhtin, não há palavra sem contra-palavra, entendemos que não há sinal sem contrasinal. Todo e qualquer sinal terá uma resposta, seja com outro sinal ou mesmo com a ausência de um sinal.<span> </span>A omissão de resposta através de um sinal manual, o silêncio, a indiferença, o desprezo, o olhar, o levantar da sobrancelha, o franzir da testa, o recuar do canto da boca, tudo se comporta como uma resposta direta, portanto, um contrasinal. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Na educação inclusiva, é imprescindível que o educador tenha conhecimento da Língua Brasileira de Sinais ao tratar com seu aluno surdo, pois um olhar direto ou um sorriso maroto tem seus valores ideológicos na cultura surda. Um simples olhar se constitui de um diálogo ensopado de valores ideológicos e reais, pois os sinais são produtos vivos. O professor precisa entender que o sinal é o elo da consciência do sujeito com o mundo externo: </span></div><div class="MsoListParagraph" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Compreender a enunciação de outrem significa orientar-se em relação a ela, encontrar seu lugar adequado no contexto correspondente. A cada palavra da enunciação que estamos em processo de compreender, fazemos corresponder uma série de palavras nossas, formando uma réplica (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2009[1929], p. 137).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoListParagraph" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"> </span></span></div><div class="MsoListParagraph" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">O se fazer compreender através dos sinais é se fazer entender à resposta do outro, tornando-se legível os sinais ideológicos. A educação inclusiva reflete o deslocamento do eu no lugar do outro, é entender a forma de comunicação do outro através dos sinais espaciais, é o aguçar da visão numa perspectiva dialógica através da imagem externa, porém, intima do outro.</span></div><div class="MsoListParagraph" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Portanto, não há sinais sem responsibilidade, sem resposta imediata de interação num dado enunciado concreto, a cada sinal enunciado haverá sempre um contrasinal construindo assim uma ponte entre os enunciadores de forma interacional, ponte esta, ligando-os através dos signos ideológicos respondíveis.</span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="Default" style="text-align: justify;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">REFERÊNCIAS<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">ASSIS-PETERSON, Ana Antônia. <i><span>Línguas estrangeiras: para além do método</span></i><b>. </b>São Carlos, Pedro & João Editores, 2008.<o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BAKHTIN, M. M.[1919-1924]. <i>Para uma filosofia do ato</i>, para uso didático e acadêmico, com trad. provisória de Calos Alberto Faraco e Cristóvão Tezza, <i>mimeo</i>. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">________.[1952-1953]. Os gêneros do discurso. In:_______.<i>Estética da Criação Verbal</i>. Trad. de Paulo Bezerra, São Paulo: Martins Fontes, 2003. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">________. [1959-61/1979]. O problema do texto na lingüística, na filologia e <st1:personname productid="em outras Ci↑ncias Humanas." w:st="on">em outras Ciências Humanas.</st1:personname> In:______.<i>Estética da criação verbal</i>. Trad. de Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">________. [1970-71/1979]. Apontamentos de 1970-1971. In:______.<i>Estética da criação verbal</i>. Trad. de Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">________.<i>Estética da criação verbal</i>. Trad. de Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">________; MEDVEDEV, P. N. [1928]. <i>Os elementos da construção artística: o problema do gênero</i>. In:______. O método formal nos estudos de linguagem. Trad. para fins acadêmicos. 198 <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BAKHTIN, M. M.; VOLOCHINOV, V. N. [1926]. <i>Discurso na vida e discurso na arte </i>(sobre poética sociológica). Trad. de Carlos Alberto Faraco e Cristóvão Tezza. (<i>mimeo)</i>. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BAKHTIN, M.; VOLOCHINO, V. N. [1929]. <i>Marxismo e Filosofia da Linguagem</i>. Trad. de Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 2009. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 11.0pt;">BRAIT, B. <i>As Vozes Bakhtinianas e o Diálogo Inconcluso</i>. </span><span lang="EN-US" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">In.: BARROS, D. L. P.; FIORIN, J. L. (orgs.). </span><span style="font-size: 11.0pt;">Dialogismo, polifonia, intertextualidade: em torno de Bakhtin. São Paulo: Edusp, 1994. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span lang="EN-US" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">_______. Estilo. In. BRAIT, B. (org.). </span><i><span style="font-size: 11.0pt;">Bakhtin</span></i><span style="font-size: 11.0pt;">: conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2005. ________. Análise e teoria do discurso. In. BRAIT, B. (org.). <i>Bakhtin</i>: outros conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2006. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">_______. Estilo, dialogismo e autoria: identidade e alteridade. In. FARACO, C. A.; TEZZA, C.; CASTRO, G. (orgs.). <i>Vinte ensaios sobre Mikhail Bakhtin</i>. Petrópolis: Vozes, 2006. 199 <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 11.0pt;">BRAIT. B.; MELO, R. Enunciado/enunciado concreto/enunciação. </span><span lang="EN-US" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">In. BRAIT, B. (org.). Bakhtin: conceitos-chave. </span><span style="font-size: 11.0pt;">São Paulo: Contexto, 2005. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">CAPOVILLA. C. F. <i><span>Dicionário<span> </span>Ilustrado trilingue-<span> </span>Linguística e Neurolinguística Cognitivas</span></i><b>. </b>USP, SP, 2010. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">CEREJA, W. Significação e tema. In: BRAIT, B. (org.). <i>Bakhtin</i>: conceitos-chave. São Paulo: Contexto, 2005. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">FARACO, C. A.; CASTRO, G. <i>Por uma teoria lingüística que fundamente o ensino de língua materna (ou de como apenas um pouquinho de gramática nem sempre é bom).</i> <i>Educar <st1:personname productid="em Revista. Curitiba" w:st="on">em Revista<span style="font-style: normal;">. Curitiba</span></st1:personname><span style="font-style: normal;">: PR (15), s.p. 2000. <o:p></o:p></span></i></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 11.0pt;">FARACO, C. A. Autor e autoria. </span><span lang="EN-US" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">In: BRAIT, B. (org.). <i>Bakhtin</i>: conceitos-chave. </span><span style="font-size: 11.0pt;">São Paulo: Contexto, 2005. 201 <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">FERREIRA, Lucinda. <i>Por uma gramática Língua de Sinais</i>, Rio de Janeiro; Tempo Brasileiro, 2010.<o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">FINGER, Ingred & QUADROS, Ronice M. <i><span>Teórias de Aquisição da Linguagem</span></i><b>. </b>Florianópolis, UFSC, 2008.<o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">FIORIN, J. L. <i>Introdução ao pensamento de Bakhtin</i>. São Paulo: Ática, 2006. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">GERALDI, J. W. <i><span>A aula como acontecimento</span></i>. São Carlos, Pedro & João Editores, 2010. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">GESSER, Audrei. <i>LIBRAS? Que língua é essa? Crenças e preconceitos em torno da Língua de Sinais e da realidade surda</i>; SP, Parábola, 2009.<o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">LACERDA, C. B. F. <i><span>Intérrprete de libras em atuação na educação infantil e no ensino fundamental</span>.</i> Porto Alegre, RS, Mediação, 2009. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">LIMA-SALLES, H. M. M & NAVES, R. R. <i>Estudos gerativos de língua de sinais brasileira e de aquisição de português (L2) por surdos</i>; Goiânia, GO; Cânone; 2010.<o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">LODI, A. C. L. <i><span>Leitura e escrita no contexto da diversidade</span></i>. Porto Alegre, RS, Mediação, 2006. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 11.0pt;">MIOTELLO, V. Ideologia. </span><span lang="EN-US" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">In: BRAIT. B. (org.). <i>Bakhtin: </i>conceitos-chave<i>. </i></span><span style="font-size: 11.0pt;">São Paulo: Contexto, 2005. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">PADILHA, S. J. <i>Os gêneros poéticos em livros didáticos de língua portuguesa do ensino fundamental</i>: uma abordagem enunciativa discursiva. São Paulo: PUC, 2005. (Doutorado <st1:personname productid="em Lingu■stica Aplicada" w:st="on">em Linguística Aplicada</st1:personname> e Estudos da Linguagem), do Programa de Pós-Graduação <st1:personname productid="em Lingu■stica Aplicada" w:st="on">em Linguística Aplicada</st1:personname> e Estudos da Linguagem da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2005. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">_________. Relendo Bakhtin: Reflexões iniciais. <i>Polifonia</i>, Cuiabá: EdUFMT (19), p. 103-113, 2009. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">PAES DE BARROS, C. G. ―<i>Compreensão ativa e criadora</i>‖: uma proposta de ensino-aprendizagem de leitura do jornal impresso. São Paulo: PUC, 2005. (Doutorado <st1:personname productid="em Lingu■stica Aplicada" w:st="on">em Linguística Aplicada</st1:personname> e Estudos da Linguagem), do Programa de Pós-Graduação <st1:personname productid="em Lingu■stica Aplicada" w:st="on">em Linguística Aplicada</st1:personname> e Estudos da Linguagem da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2005<o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">__________. Os gêneros discursivos: contribuições teóricas e aplicadas ao ensino de línguas. In.: PETRONI, M. R. (org.). <i>Gêneros do discurso, leitura e escrita</i>: experiências de sala de aula. São Carlos: Pedro & João Editores/ Cuiabá: EdUFMT, 2008. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">PONZIO, A. <i>A revolução bakhtiniana</i>. Trad. de Valdemir Miotello. São Paulo: Contexto, 2008. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">___________ <i><span>Procurando uma palavra outra</span></i>. São Carlos, Pedro & João Editores, 2010. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">QUADROS, Ronice M. <i><span>Língua Brasileira de Sinais – Estudos Línguisticos</span></i><b>. </b>Porto Alegre, Artmed, 2004.<o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">_________ & FINGER I. <i>Teorias de Aquisição de linguagem</i>, Florianópolis, SC: Ed. Da UFSC; 2008.<o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">RS;<span> </span>Artmed, 2011.<o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">SOUZA, Geraldo Tadeu. <i>Introdução à teoria do enunciado concreto do Círculo Bakhtin/Volochinov/Medvedev</i>. São Paulo: Humanitas/FFCH/USP, 1999. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 11.0pt;">SOBRAL, A. Ato/atividade e evento. </span><span lang="EN-US" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">In: BRAIT, B. (org.). <i>Bakhtin: </i>conceitos-chave<i>. </i></span><span style="font-size: 11.0pt;">São Paulo: Contexto, 2005a. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">________. Ético e estético. In: BRAIT, B.(org.). <i>Bakhtin: </i>conceitos-chave<i>. </i>São Paulo: Contexto, 2005b. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 11.0pt;">SOBRAL, A. Filosofias (e filosofia). </span><span lang="EN-US" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">In.: BRAIT, B. (org.) Bakhtin. </span><i><span style="font-size: 11.0pt;">Bakhtin: </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">conceitos-chave<i>. </i>São Paulo: Contexto, 2005c. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">________. <i>Do dialogismo ao gênero</i>: as bases do pensamento do Círculo de Bakhtin. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2009. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">_________. Um diálogo bakhtiniano com L. A. Marcuschi. Comunicação. IV <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">VYGOTSKY, L. S. [1926]. O problema do ensino e do desenvolvimento mental na idade escolar. In.: <i>Psicologia Pedagógica</i>. Trad. de Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2004. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">________. [1626]. <i>A dinâmica do desenvolvimento mental do aluno escolar em função da aprendizagem. In.: <span>Psicologia Pedagógica</span></i>. Trad. de Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2004. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">________. [1926]. <i>Desenvolvimento dos conceitos cotidianos e científicos na idade escolar</i>. In.: <i>Psicologia Pedagógica</i>. Trad. de Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2004. <o:p></o:p></span></span></div><div class="Default" style="text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">________. [1930]. <i>Internalização das funções psicológicas superiores</i>. In.: <o:p></o:p></span></span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="Default" style="border: none; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">VYGOTSKY, L. S. [1930]. Interação entre aprendizado e desenvolvimento. In.: COLE, M.; STEINER, J.; SCRIBNER, V. (orgs.). <i>A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores</i>. Trad. de José Cipolla <i>et al</i>. São Paulo: Martins Fontes, 2008.<o:p></o:p></span></span></div></div><div><!--[if !supportFootnotes]--><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><br clear="all" /> </span><hr align="left" size="1" width="33%" /> <!--[endif]--> <div id="ftn1"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Relendo Bakhtin (REBAK) é um grupo de Estudos coordenador pela professora doutora Simone de Jesus Padilha e que tem a participação de alunos da pós-graduação em estudos de linguagens do MeEL-UFMT.</span></div></div><div id="ftn2"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Aluno do Programa de Pós-graduação em estudo de Linguagens MeEL/UFMT, orientado pelas professoras doutoras Simone de Jesus Padilha e Cláudia Graziano Paes de Barros.</span></div></div><div id="ftn3"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagem/UFMT.</span></div></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-73956165934723737402011-10-06T12:51:00.001-07:002011-10-06T12:51:15.044-07:00Andreia Alvim Bellotti Feital<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Tecendo reflexões em busca do ser professora na contemporaneidade<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Andreia Alvim Bellotti Feital</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Viver significa participar do diálogo: interrogar, ouvir, responder, concordar, etc. Nesse diálogo o homem participa inteiro e com toda a vida: com os olhos, os lábios, as mãos, a alma, o espírito, todo o corpo, os atos. Aplica-se totalmente na palavra, e essa palavra entra no tecido dialógico da vida humana, no simpósio universal. (Mikhail Bakhtin)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Este texto aborda a questão do ser professora a partir de reflexões em torno da minha prática pedagógica. Tendo como ponto de partida/pano de fundo um evento ocorrido em minha sala de aula trago à tona minhas inquietações, os ecos de outras vozes que se misturam à minha na busca por compreender o que é ser professora atualmente. Nesse movimento o texto se constituirá em um instrumento de compartilhamento de algumas questões e reflexões sobre ser professora.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Necessário é dizer em qual lugar me situo. Sou mulher, mineira do interior, observadora, ouço mais que falo, sou casada, mãe, professora-educadora por opção, por gosto, por amor. A Educação é a mola propulsora de minhas reflexões, ações, do meu ser. Esse meu lugar explica minhas escolhas no exercício de minha profissão e imprime singularidade ao trabalho docente. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Foco meu olhar na sala de aula e a compreendo como um rico espaço onde o trabalho docente se realiza. É também nela que encontro sujeitos ativos com os quais estabeleço uma relação dialógica. Consciente disso e buscando sempre refletir sobre esse <i>ser professora </i>adquiri o hábito de fazer pequenas anotações, junto ao meu planejamento diário, de situações que ocorrem durante as aulas e que me tocam de uma maneira diferente, seja causando estranhamento, confirmando uma hipótese, me emocionando, enfim, que adquirem um sentido especial naquele momento. É uma dessas anotações que me fizeram refletir bastante quanto o que é <i>ser professora</i> em um determinado contexto de trabalho.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Atualmente sou professora de uma turma do 1º ano do Ensino Fundamental do Colégio de Aplicação João XXIII, da Universidade Federal de Juiz de Fora. O ingresso das crianças neste colégio é realizado através de um sorteio e elas são oriundas de diversas classes sociais. A expectativa das famílias em relação ao processo de ensino-aprendizagem de seus filhos é muito grande, especialmente porque, muitas delas, veem o colégio como uma oportunidade de oferecer aos filhos algo que não tiveram<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="Refdenotaderodap1"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="Refdenotaderodap1"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Diante dessa realidade trago um evento que desencadeou um processo reflexivo quanto ao papel do professor no processo de aprendizagem da criança.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Durante o momento de lanche das crianças sentei para ler um bilhete enviado por um pai. Um garoto bastante atento a tudo que ocorre em sua volta, aproximou-se de mim e ficou quieto observando-me atentamente. Eu olhei para ele e ouvi a seguinte pergunta: “Tia, quem te ensinou a ler?” Eu olhei para ele, um filme rápido de minhas lembranças veio a mente e eu disse: “Ah, isso faz muito tempo! Eu tinha mais ou menos a sua idade, morava numa cidade bem pequena e minha professora se chamava Marilene. Ela era uma pessoa muito legal, estava sempre ajudando a nossa turma a aprender um pouquinho mais a cada dia. Ela era boazinha, mas também ficava brava quando precisava. Mas antes dela outras professoras também nos ensinaram com muita brincadeira, muita música, muita história e um monte de outras coisas legais. Eu e meus amigos adorávamos!”</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Uma fala que a princípio poderia supor uma resposta rápida, objetiva e conclusiva, mas que desencadeou em mim, também sujeito desse processo, reflexões quanto aos compromissos assumidos com uma turma de crianças em fase de alfabetização, assim como com as expectativas de suas famílias, com a proposta pedagógica do colégio, com o comprometimento pedagógico, político e social que o ser Educadora implica.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Ao responder ao meu aluno eu estava surpresa com sua pergunta e encantada com o tom seguro, firme, direto com o qual ela foi elaborada a partir da observação atenta de uma atitude minha. E também muito tocada pelo desejo daquela criança, expresso na entonação<span> </span>de sua fala e em seu olhar, de se tornar leitor. A resposta foi emitida com uma entonação diferente, como quem conta uma história rápida, mas cheia de encantamentos. Ele ouviu e disse: “Hummm”. Quando percebi que ele já voltaria à sua mesa o encantei e desafiei novamente, agora propositalmente: “Você também já está aprendendo a ler.” Ele voltou e me disse que não, que ele não sabia. Então, corri os olhos pela sala de aula e apontei letras, símbolos, palavras solicitando que ele dissesse o nome de algumas letras, que falasse o significado de alguns dos símbolos e que lesse algumas palavras escritas em diferentes lugares da sala. O menino sorria a cada acerto e, ao final, foi sentar-se sorridente e perguntou: “Será que até chegar o fim do ano eu já aprendi tudo, a ler livrinhos também?” Eu apenas sorri e disse que nós aprendemos durante a vida toda, um monte de coisas, em lugares diferentes, e que ele com certeza chegaria ao fim do ano sabendo muito mais que sabe hoje, pois é um garoto muito esperto e inteligente. Mais uma vez fui contemplada com seu sorriso aberto e olhos brilhantes, e, saltitante - o corpo dele falou, respondeu satisfatoriamente e com alegria - voltou à sua mesa. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Por alguns segundos fiquei a contemplá-lo e a percebê-lo para além daquele evento.<span> </span>O que suscitou algumas questões: Em que consistiu esse acontecimento? Quais os sentidos produzidos nesse encontro dialógico entre eu e o meu aluno, esse outro que me interroga? O que está implícito em sua fala? </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Aquele evento havia extrapolado todo o planejamento que, de alguma forma, supõe “a aula como um ritual, e por isso com gestos e fazeres predeterminados, de transmissão de conhecimentos” conforme diz Geraldi (2010, p. 81). O referido evento desencadeou um processo reflexivo quanto à relação dialógica que estabeleci com o sujeito-aluno. O quanto suas palavras suscitaram em mim, seu outro, palavras outras cheias de significado e sentidos que agora começo a compreender para além daquele evento. Essa compreensão ativa que traz em si uma atitude responsiva diante da vida enquanto Ser-evento-único-responsável evidencia que o meu lugar de educadora implica a tomada de posição, a autoria, a contrapalavra, enfim, em responsividade. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">O aluno ao me observar me via como um outro que eu não via. Porém, quando me pergunta como aprendi a ler, demonstra ao meu eu, uma dúvida sobre o outro que ele via: alguém que, em um “passe de mágica” passou a saber ler ou alguém que também teve “dificuldades” como ele? Me mostrou um todo de mim mesmo, que eu não domino, mas que me ajudou a revisitar meu papel de professora: quem domina o conhecimento ou quem media a relação do aluno com este conhecimento? Aliado a isso, somente olhando o aluno como um outro que não corresponde nunca ao seu próprio olhar, poderia enxergar um leitor em potencial, em construção, evidenciando a ele, esse aspecto que não lhe era claro.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Aquele <i>sujeito</i> de seis anos, altamente <i>ativo</i>, esperto, <i>autor</i> de comentários instigantes e desafiadores, uma criança, havia despertado em mim uma atitude responsiva ativa. Diante da pergunta daquele aluno o meu olhar voltou-se imediatamente para ele de maneira diferenciada, focalizando seu desejo de saber, mas desafiando-me a considerar a minha responsabilidade/responsividade <span> </span>enquanto sua professora.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Refletindo sobre o encontro dialógico entre eu-professora e o outro-aluno na busca por<span> </span>compreender em que consistiu aquele acontecimento, os sentidos ali produzidos, tomo consciência da dimensão daquele evento para minha constituição do ser professora. Dois seres, carregados de singularidades, unidos pela condição de cada um no evento – ser -aluno e ser-professora - e pelo diálogo - que compreende não somente a interação verbal, mas também a compreensão ativa do olhar, da expressão facial e dos gestos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Essas considerações sobre o papel do professor auxiliam meu processo reflexivo em torno do ser professor e em minha busca pessoal de identificar em minha prática pedagógica o docente que sou. Volto então o meu olhar para o evento que citei no início deste texto e compreendo o encontro dialógico entre eu-professora<span> </span>e o outro-aluno como um processo de constituição de sujeitos em que o excedente de visão do outro em relação a mim permite que ele me complete de um ponto que eu mesmo não tenho como fazê-lo. É somente através desse excedente de visão que a completude-incompleta é possível. “Eu tomo consciência de mim e me torno eu mesmo unicamente me revelando para o outro, através do outro e com o auxílio do outro.” (Bakhtin, 2003 p. 340). </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>A partir de tudo que foi exposto continuo a escrita desse texto em meio a muitas reflexões e uma questão, em especial, orienta todo meu processo formativo na busca pelo ser professora: qual é o papel do professor?</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Segundo Geraldi (2010) a profissão docente ao longo da história sofreu diversas mudanças no que se refere ao perfil profissional. De produtor do conhecimento a transmissor de um saber produzido por outro e, posteriormente, como aquele que é o controlador das técnicas, materiais didáticos e tecnologias em sala de aula. Atualmente, diante das diferentes crises que vivemos – crise dos sistemas de produção, dos paradigmas científicos, das instituições sociais milenares, do nosso modo de viver no planeta – também a identidade da profissão professor é atingida. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Nesse sentido, faz-se urgente repensar o papel do professor nessa outra conjuntura social, nesse outro tempo em que os alunos são sujeitos ávidos de perguntas e dispõem de meios diversos de acesso à informação. Geraldi (2010, p. 95) aponta que </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“o professor do futuro, a nova identidade a ser construída, não é a do sujeito que tem as respostas que a herança cultural já deu para certos problemas, mas a do sujeito capaz de considerar o seu vivido, de olhar para o aluno como um sujeito que também já tem um vivido, pra transformar o vivido em perguntas.” <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 112.85pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Nesse sentido são as perguntas a tônica do processo ensino-aprendizagem e não as respostas, o que não desconsidera a importância destas. Nessa outra realidade o professor tem papel fundamental enquanto aquele que instiga as perguntas de seus alunos, que dialoga com ele, que considera o vivido como objeto de estudo e junto com o seu aluno é também sujeito do processo de ensino-aprendizagem.<span> </span>Cabe ao professor a mediação para que esse processo seja de construção do conhecimento para além do senso comum, buscando transformar em conhecimento as informações obtidas através de diferentes fontes. Esse foco nas perguntas muda todo o sentido da aula, preconiza o sujeito aprendente, característica própria do humano. As perguntas são possibilitadoras da compreensão ativa, abordada por Bakhtin (1998, p.131) como aquela capaz de opor a palavra do outro uma contrapalavra. Diferente da compreensão passiva, “que exclui, <i>a priori</i>, qualquer resposta”.<span> </span>Nesse movimento de construção do conhecimento que tem as perguntas como a tônica desse processo em que o vivido é considerado e questionado, a aula torna-se um momento único, um <i>acontecimento</i>. Nas palavras de Geraldi (2010, p. 100) “Tomar a aula como acontecimento é eleger o fluxo do movimento como inspiração, rejeitando a permanência do mesmo e a fixidez mórbida no passado.” E, para que isso aconteça, professor e aluno precisam estar totalmente envolvidos nesse processo que supõe participação conjunta, comprometimento emocional-volitivo com sua ação de Ser no mundo. </span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Todas as considerações anteriores direcionam o processo reflexivo no qual me encontro para a compreensão do meu Ser no mundo - e a minha busca pelo ser professora, que é parte disso - como um constante constituir-se socialmente, enquanto sujeito inconcluso, inacabado, datado, consciente e respondente. </span></div><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Referências:<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo, Martisn Fontes, 2003.</span></div><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHITN/VOLOCHINOV. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo, Hucitec, 1999</span></div></div><div><!--[if !supportFootnotes]--><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><br clear="all" /> </span><hr align="left" size="1" width="33%" /> <!--[endif]--> <div id="ftn1"> <div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 14.2pt; text-align: justify; text-indent: -14.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="Caracteresdenotaderodap"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="Caracteresdenotaderodap"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span> </span>São recorrentes as falas das famílias, durante as reuniões de pais e os atendimentos individuais aos responsáveis, que apontam a matrícula do filho no colégio como “sorte grande”, “oportunidade de ter acesso a uma educação de qualidade”.</span></div></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-14162149509997284912011-10-06T12:49:00.001-07:002011-10-06T12:49:23.476-07:00Andréa Borges de Medeiros<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><b><span style="font-size: 14.0pt;">A noção de <i>responsivo</i> em Bakhtin como recurso interpretativo dos movimentos discursivos das crianças no contexto de pesquisa</span></b><span style="font-size: 12.0pt;">.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="background-color: #660000; font-size: 12pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Andréa Borges de Medeiros<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 26.95pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">O presente texto é parte de uma reflexão sobre os modos de lembrar das crianças quando em contato com os artefatos oriundos das práticas escolares e conservados pela escola. Trata-se de uma proposta de análise sobre o caráter singular das interpretações das crianças na <i>cadeia de comunicação discursiva, levando em consideração </i>os modos como as ações discursivas se constituem impregnados de valores, de modos de sentir, de ver e de existir dos outros. Assim sendo, a narrativa apresentada a seguir, expõe o acontecimento expressivo das crianças no contexto da pesquisa tendo como referência teórica a noção de <i>responsivo</i> em Bakhtin (2003). </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">As crianças caminhavam pelos corredores da escola partilhando lembranças narradas de maneira fragmentada, interrompidas por risos e por outras lembranças que insurgiam. A expressão “loira do banheiro” se repetida várias vezes. A ela eram acrescentadas outras, tais como: “-<i>Eu vi”; “- A gente fazia medo no Adrianinho, aquele que já saiu da escola”; “-Todo mundo tinha medo da loira, mas todo<span> </span>mundo queria que a gente chamasse ela de novo”. </i>Elas também se lembravam dos amigos e das professoras com quem conviveram no passado. Lembravam-se dos espaços da antiga sede da escola e também da grande árvore; das escadas escuras e das aranhas que teciam as suas teias nas beiras do telhado declinante, ornado pela umidade absorvida no viés dos tempos. Temas distintos mesclavam-se com a história da loira: fantasmas, montes de areia que pareciam túmulos e se mexiam, espelhos e magias feitas com barro nas brincadeiras ao ar livre. Foi então que alguém atravessou o nosso passo e disse: “- <i>Que história é esta de loira do banheiro? Isto é que é pesquisa?” <o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">As crianças aparentemente não deram importância para aquela observação displicentemente lançada no contexto daquelas narrativas. Mas quando nos sentamos para dar continuidade aos encontros da pesquisa, Vinícius, interrompeu um história que<span> </span>Sâmara contava e disse: <i>“-Gente pára. Desliga a máquina!”<o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Até aquele momento a filmadora não tinha se apresentado como um problema para elas que com desenvoltura contavam as suas lembranças sobre o seu passado na escola e sobre as suas experiências escolares. O mesmo não acontecia comigo, que sempre me atrapalhava com as gravações, já que, ao mesmo tempo, eu conversava com as crianças e fazia as filmagens. Mas a partir da intervenção do Vinícius a filmadora passou a incomodar a todos. Na sequência daquela fala, as crianças repetiam: <i>“-é, desliga!”; “-anda, mostra pra gente o botão desligado!”.</i> </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Fiz o que elas pediram que eu fizesse: desliguei e guardei a filmadora. Porém, eu lhes disse: “<i>-Mas por que isto agora? Nós combinamos que os encontros seriam filmados!”</i> Vinícius respondeu o seguinte: <i>“- É porque elas estão falando do barro e da sujeira do banheiro.”</i> Luis Henrique complementou: <i>“-É a história da Loira do Banheiro, vão achar que é mentira e bobeira.”</i> Sâmara apresentou de maneira sucinta e direta a sua conclusão: <i>“- Não pode falar perto de gente grande e de professoras, elas não vão acreditar. Não pode mostrar o vídeo!”</i> </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Logo em seguida, o que antes consistia numa prazerosa relação de parceria em torno dos acontecimentos narrados, transformou-se num diálogo tenso sobre o olhar das crianças para as maneiras como elas percebiam os adultos, principalmente os professores, em relação as suas falas e às histórias que contavam. A importância daquele acontecimento deu visibilidade ao <i>caminho desviante</i> do método ( BENJAMIN, 2004; 2007) daquela investigação, instigando decisões que implicaram retomar determinados combinados e refazer os procedimentos metodológicos. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 27.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A apresentação daquele diálogo travado sob a tensão da intervenção de um adulto nos movimentos narrativos das crianças se fez necessária, uma vez que, por meio delas, pude perceber a complexidade das relações construídas nos movimentos de pesquisa de campo e buscar compreender os <i>deslocamentos</i> da linguagem das crianças. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 42.55pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 42.55pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Pesquisadora- “- Por que não podemos mais filmar os nossos encontros?” Vinícius- “-Agora a gente não autoriza mais. Você pode escrever as histórias que a gente conta, mas não pode filmar a gente falando.”<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 42.55pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Sâmara- “- Não!<span> </span>Vinícius, para a pesquisa pode.”<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 42.55pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Ana Clara e Camila- “- É, pode. Para a pesquisa pode.”<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 42.55pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Diego e Luiz Henrique- “-Só para a pesquisa!”<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 42.55pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Pesquisadora- “- Como é que eu fico? Eu sou pesquisadora e também coordenadora da escola. E agora?<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 42.55pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Camila- “- Você gosta de ouvir a gente falar!.”<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 42.55pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Sâmara- “- Hoje ela gosta, né Camila! Porque tia, quando você era a diretora bem que “passava o fumo” em todo o mundo<span> </span>quando o banheiro ficava todo sujo de barro. E até a Tia Vininha “passava o fumo” na gente!<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 42.55pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Luiz Henrique- “- Mas tia, o banheiro precisava ficar sujo por causa do veneno que as meninas faziam! A gente só não podia contar pra gente grande.”<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 42.55pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Sâmara- “- A gente saía correndo e todo mundo ria...quando chegava na sala a tia mandava ficar quieto.”<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 42.55pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Ana Clara- “- A professora xingava a gente!”<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2.0cm; margin-right: 42.55pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Camila- “- É tudo história inventada, mas na escola velha a gente pensava que era verdade !”<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 72.0pt; margin-right: 74.2pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -6.8pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 26.95pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">O diálogo chama atenção porque ele deixa à mostra o modo como as crianças sofreram o impacto do olhar de um adulto para as suas narrativas e também como<span> </span>compreenderam a intervenção do Vinícius pedindo que a filmadora fosse desligada. Sem que houvesse qualquer explicação por parte dele, o tom veemente do seu enunciado fez com que as outras crianças criassem uma espécie de acordo na defesa de seus pontos de vista sobre o olhar de censura dos adultos para as suas falas e para as suas maneiras de expressar e viver as suas infâncias na escola. A referência às infâncias no plural considera as múltiplas dimensões do tempo vivido nas relações do cotidiano, remete-se a uma pluralidade de modos de ser e de agir no mundo. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -6.8pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 26.95pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">As crianças na sua singularidade expressavam alteridades. Apresentavam-se num movimento que se orientava para o outro, o que na perspectiva bakhtiniana conforme Freitas (2011), expressa um modelo de “um eu não sistêmico e, sobretudo, impessoal, responsável, no qual o outro é constitutivo do eu, sem o qual eu não posso Ser” (no prelo).<span> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -6.8pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 26.95pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Isto significa supor planos de subjetividade que se constituem sob os mais diferentes contornos, entrelaçamentos e entrecruzamentos “imanentes à rede social” (MIRANDA, 2005, p.37). Tal afirmação enseja o contexto <i>polifônico</i> da produção de subjetividades já que supõe a ressonância de inúmeras vozes na voz de um único sujeito. A <i>polifonia</i> capturada dos pressupostos de Mikail Bakhtin sobre os diversos discursos, que constituem as vozes anteriores que configuram qualquer discurso proferido, imprimindo nele a marca de produção coletiva, produz ecos na idéia de subjetividade cingida pela pluralidade. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -6.8pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 26.95pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Então, se os enunciados criados pelos agentes do discurso são plenos de palavras alheias, em graus variados de “aperceptibilidade e de relevância”, e se essas palavras “trazem consigo a sua expressão, o seu tom valorativo que assimilamos, reelaboramos e reacentuamos” (BAKHTIN, 2003, p.294-295), o caráter singular da intervenção de uma criança na <i>cadeia de comunicação discursiva</i> pode ser tomado como uma produção impregnada de valores, de modos de sentir, de modos de ver e de existir dos outros. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -6.8pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 26.95pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Desse modo, a subjetividade, situada fora da dimensão da individualidade “se faz coletiva, o que não significa que ela se torne por isso exclusivamente social” (GUATTARI apud Luciana Lobo Miranda, 2005, p.39). A relevância do termo coletivo na apropriação feita por aquele autor não indica simplesmente uma alternância constitutiva. É mais do que isto porque ela situa a subjetividade na relação com um <i>socius</i> eivado de multiplicidades, de <i>intensidades pré-verbais</i> permeadas pelas <i>lógicas dos afetos</i> (idem, p.20). </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -6.8pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 26.95pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Assim considerando, cabe supor que as crianças, motivadas pelo enunciado provocativo do Vinícius, criaram uma resposta para aquela intervenção primeira, lançada displicentemente por um adulto sobre a <i>duvidosa</i> natureza daquela pesquisa. Ela trazia implícito o descaso para com os modos de narrar das crianças. De qualquer modo, mesmo carregada de desconfiança e menosprezo, aquela pergunta implicou uma <i>posição responsiva </i>das crianças. Segundo Bakhtin, a posição responsiva “se forma ao longo de todo o processo de audição e compreensão desde o seu início, às vezes literalmente a partir da primeira palavra do falante” (BAKHTIN, 2003, p. 271) e, por isto, o autor supôs um processo ativo para os modos de compreensão/apreensão dos enunciados alheios. Mas a resposta não é assim algo previsível, e nem sempre acontece no rompante da fala, pode ser silenciosa, metaforicamente <i>reeleborada</i>, transformada. Entretanto, importa saber que “cada enunciado é um elo na corrente complexamente organizada de outros enunciados” (idem, p.272), o que significa dizer que a criança, como todo falante, fala com <i>seus alheios</i>.<span> </span>Talvez por isto as explicações de Vinícius sobre aquele intempestivo <i>“desliga a máquina!”</i> tenham sido desnecessárias para os seus amigos que partilhavam daquela experiência narrativa. Havia ali suposto anteriores, forjados numa fenomenologia de<span> </span>escola que não escuta e que, mesmo sendo o espaço privilegiado para o educador(a) bem intencionado (a), quer seja ele(a)<span> </span>diretor(a), professor(a) e funcionário(a),<span> </span>corrobora para<span> </span>silenciar as vozes das crianças. A escuta, reivindicada por elas, se efetivou na presença da pesquisadora, que justamente era a mesma diretora que segundo elas, “passava o fumo” quando se deparava com o banheiro sujo de terra. Isto trouxe um contraponto para a investigação sobre a Memória das crianças: o movimento de escuta que as crianças reivindicavam, mesmo que subliminar à denúncia da não escuta, foi assumido no contexto da pesquisa. Este contraponto instigou algumas questões complementares que podem ser assim apresentadas: Como pensar o lugar do educador frente à urgência da escuta das crianças? O que significa escutar as crianças? Tornar-se pesquisador garante uma postura de escuta?</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -6.8pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 26.95pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Tais questões soaram como um pêndulo, que no seu movimento intermitente de ir e de vir, embalaram o <i>vir-a-ser</i> pesquisador na relação com aquelas crianças. Junto àqueles movimentos pendulares, supor a subjetividade como uma noção dispare da individualidade, e os enunciados como expressões prenhes de uma resposta, instigou outras chaves de leitura para<span> </span>interpretar os modos de lembrar das crianças. Mas não só isto, o acontecimento vivido no curso da pesquisa instigou uma interpretabilidade em torno da compreensão da linguagem como “expressão”, tal como afirma Sonia Kramer (1996) quando se põe a buscar as convergências entre Bakhtin e Benjamin. Segundo a autora, ambos “dão ênfase as manifestações humanas, ao riso, às lágrimas, à imaginação criadora, ao sentimento, para além do signo arbitrário, focalizando na sua abordagem filosófica o dito e o não dito, bem como as relações entre linguagem e poder” (p. 216). </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -6.8pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 26.95pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Fica então como uma proposta de continuidade para a reflexão que brevemente aqui se registrou, pensar que as crianças, nos tempos de seu viver e na expressão de suas infâncias, podem ensinar aos adultos e, portanto, a todos nós educadores, novas possibilidades de narrar e de construir a <i>contrapelo</i> outros modos de compor os currículos escolares e as culturas das escolas. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -6.8pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 26.95pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: -6.8pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Referências<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 2.25pt; margin-top: 0cm; tab-stops: 405.0pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, Mikhail. . <i>Estética da criação verbal.</i> São Paulo: Martins Fontes, 2003.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 27.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-indent: -27.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BENJAMIN, Walter. <i>Origem do drama trágico alemão</i>. Lisboa: Assirio e Alvim,2004.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 27.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: -27.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">________________. <i>Passagens. </i>Org. edição brasileira Willi Bole- Belo Horizonte: Ed.UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do estado de São Paulo, 2007, 1ª reimpressão.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: -6.8pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">FREITAS, Maria Teresa de A. <i>Identidade e Alteridade <st1:personname productid="em Bakhtin. In" w:st="on">em Bakhtin<b><span style="font-style: normal;">. </span></b><span style="font-style: normal;">In</span></st1:personname><span style="font-style: normal;">: PAULA, Luciane de; e SATAFUZZA, Grenissa. Identidade e Alteridade. 2011 [ no prelo]</span></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: -6.8pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">KRAMER, Sonia. <i>Linguagem e tradução: um diálogo com Walter Benjamin e Mikail Bakhtin.</i> In: FARACO, Carlos Alberto, TEZZA, Cristóvão e CASTRO, Gilberto (orgs). Diálogos com Bakhtin. Curitiba: Ed. Da UFPR, 1996.</span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; margin-left: 0cm; margin-right: -6.8pt; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">MIRANDA, Luciana Lobo. Subjetividade: <i>A (des) construção de um conceito</i>. In: SOUZA, Solange Jobim (org). Subjetividade <st1:personname productid="em questão. A Infância" w:st="on">em questão. A Infância</st1:personname> como crítica da cultura. Rio de Janeiro:7Letras, 2005.</span></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-4097234679844418702011-10-06T12:47:00.001-07:002011-10-06T12:47:30.661-07:00Andréa Pessôa dos Santos<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A responsavidade do discuso docente<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Andréa Pessôa dos Santos</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span lang="EN-US"><a href="mailto:a.pessoas@ig.com.br"><span lang="PT-BR" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">a.pessoas@ig.com.br</span></span></a></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Doutoranda do PPG/FE- UFF<span> </span><o:p></o:p></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Esta comunicação tem como objetivo apresentar parte dos estudos realizados em nossa dissertação de Mestrado, intitulada:<i> O ensino da língua materna no discurso dos professores do segundo ciclo do ensino fundamental: uma dispersão de sentidos</i>. (SANTOS, 2008).<span> Através da análise de sequências discursivas, geradas no contexto de quatro Grupos Focais (GFs), realizados com os 13 professores de duas escolas públicas, buscamos compreender a constituição dos sentidos sobre o ensino da língua materna inscritos no discurso docente. </span>Para tanto, a<span>dotamos como olhar teórico os pressupostos </span>do círculo de Bakhtin<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="X-NONE" style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: X-NONE; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> (BAKHTIN, 1992, 2003) <span>sobre o papel da linguagem <st1:personname productid="em Ciências Humanas" w:st="on">em Ciências Humanas</st1:personname>, buscando reconhecer nos discursos analisados os enunciados, a dialogicidade, as vozes sociais, as contrapalavras, as palavras de outrem e a responsividade que os constituíram. </span>Buscamos também um diálogo com autores que, no cenário pedagógico brasileiro, ocupam o que aqui estamos chamando de <i>discurso de autoridade.</i><span><o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Diante das situações de interlocuções estabelecidas nos GFs realizados, optamos por princípios analíticos que nos possibilitassem interpretar as possíveis<span> </span>relações de contradição, dispersão, unidade, heterogeneidade, ressignificação, ruptura e continuidade postas nos discursos docentes. Para tanto, dentre as inúmeros possibilidades analíticas estabelecemos, segundo as pré-análises dos GFs, algumas eixos temáticas. Cabe ressaltar que, as temáticas não se basearam apenas no roteiro sugerido e entregue aos professores nos GFs, mas, sobretudo, no próprio encadeamento discursivo revelado pelos docentes. Sendo assim, estabelecemos, a princípio, dentre as inúmeras temáticas que perpassaram as discussões dos GFs, os seguintes eixos para as análises: <span>a) o professor; b) o professor de língua portuguesa; c) o aprendiz da língua materna; d) a língua e, finalmente, e) o ensino da língua materna na escola.</span> </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><b>O contexto de produção do discurso docente</b> </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Cumpre notar que os sentidos atribuídos pelos professores ao ensino da língua potuguesa (LP)<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> não são dados no vazio. Os sentidos são constituídos no interior e no entrecruzamento de diversos discursos sociais que compõem as diferentes formações discursivas sobre o ensino da língua no próprio contexto histórico da sociedade brasileira. Sabe-se que as relações estabelecidas entre o discurso docente e o discurso de autoridade são produzidas, sobretudo, a partir dos lugares enunciativos ocupados tanto pelos professores, quanto pelas próprias autoridades. Essas relações discursivas, por sua vez, são tangenciadas e estão inscritas num amplo debate sobre as relações sócio-históricas da linguagem, da sociedade e da escola.<span> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Desse modo, ao longo das interações estabelecidas pelos professores pesquisados nos Grupos Focais, percebemos que os discursos docentes para além de se remeterem os discursos de autoridade, revelam uma genuína posição responsiva diante de diferentes discussões de <span>natureza social, política e cultural sobre as condições pedagógicas da própria escola pública brasileira. O discurso docente revela, pois, a compreensão responsiva incessante em discursos forjados consistentemente no cotidiano do “chão da escola” pública brasileira.<span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Assim, nesse entrecruzamento de vozes sociais, embora tenhamos focado a relação dos discursos docentes com os discursos que sinalizam os novos sentidos do ensino da língua materna, que estipulam as exigências de uma <i>nova metodologia</i> e de um <i>novo conteúdo </i>para esse ensino, também notamos que o discurso do professor responde as diferentes vozes dos diversos setores sociais que, a despeito dos novos postulados teóricos, reclamam por resultados mais satisfatórios da aprendizagem da língua portuguesa dos alunos das escolas públicas brasileira. Em outros termos, pode-se dizer que nossa impressão inicial é a de que a dispersão de sentidos inscrita nos discursos docentes se produz não só pelo deslocamento de sentidos sinalizados pelos novos postulados teórico-metadológicos, mas também pela expectativa social que, a despeito de qualquer novo aspecto teórico-metodológico, exige bons resultados desse ensino. Assim, tentando responder as diferentes vozes sociais, os discursos docentes se caracterizam pelo conflito e pela dispersão de sentidos. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Algumas considerações <o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Inicialmente, nosso foco investigativo recaiu sobre os discursos acadêmicos produzidos nas décadas de 80 e 90, décadas que marcam a grande virada paradigmática do ensino da LP e que passaram a subsidiar os documentos oficiais e as formações dirigidas aos professores. Notamos que as produções de conhecimentos desenvolvidas nesta época apontavam para a necessidade da escola e dos professores reverem suas práticas e metodologias consideradas inadequadas, tendo em vista o novo perfil dos alunos que passavam a freqüentar as escolas públicas brasileiras e os sucessivos fracassos no aproveitamento da aprendizagem desses novos alunos que lá chegavam.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">À medida que avançávamos em nossas análises sobre esses discursos, detectávamos que eles apresentavam marcas linguísticas (através das expressões <i>redimensionamento,</i> <i>redirecionamento</i> e <i>reinvenção</i>) que<i> </i>apontavam para um nítido deslocamento de sentidos do ensino da língua materna vivenciado nas referidas décadas. Notamos também que, para além de funcionarem como um discurso prescritivo, dirigido apenas às escolas e aos professores, esses discursos marcavam uma forte oposição e resistência direta aos discursos de autoridades empreendidas nas décadas anteriores. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Assim, num contexto sócio-histórico onde a própria sociedade brasileira exigia políticas públicas mais democráticas, os discursos de autoridade daquela época passavam a postular que o ensino da língua deveria se voltar mais para o contexto dos novos alunos que<span> </span>ingressavam nas escolas públicas. Ou seja, postulavam, com base nos novos conhecimentos das ciências linguísticas (linguística, psicolinguística, sociolinguística, linguística textual, linguística da enunciação e análise do discurso), que o ensino deveria tomar como base práticas pedagógicas que valorizassem a perspectiva interacionista da língua, e não mais a perspectiva associacionista que compreendia a língua enquanto código abstrato de uma comunicação fictícia. Nesse sentido, tendo em vista a inadequação dos postulados teórico-metodológicos empreendidos pela escola e pelos professores nas décadas de 50, 60 e 70, uma nova formação discursiva de autoridade começa a desafiar a própria pertinência desses, agora, antigos dos postulados.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Dando prosseguimento às nossas análises, percebíamos que os discursos de autoridade do final da década de 90 e início dos anos 2000 passavam a consolidar as perspectivas interacionistas, recém lançadas, a empreender outras novas diretrizes (letramento) e a questionar e a cobrar da escola pública e dos professores um posicionamento e práticas pedagógicas mais condizentes com tudo o que já havia sido postulado até então. Segundo esses recentes discursos de autoridade a escola e os professores permaneciam imóveis parecendo não terem assimilado <i>ainda</i> toda a teoria largamente empreendida e divulgada na década de 80 e ao longo de toda a década de 90.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Na outra ponta, investigávamos também os discursos docentes sobre o ensino da língua, focando, sobretudo, as relações estabelecidas entre seus discursos e aqueles discursos de autoridade. Entendendo que, segundo a fundamentação teórico-metodológica aqui adotada, seria um grave equívoco supor que os sentidos atribuídos pelos docentes ao ensino da língua materna teriam uma única ordem ou sentido, propomos, já no título desse estudo, a idéia de <i>uma dispersão de sentidos</i>. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span lang="X-NONE" style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Desse modo, entre os inúmeros elos discusivos apontadas nos projetos discursivos dos professores, pudemos notar </span><span lang="X-NONE" style="font-size: 11.0pt;">sentidos de <span>continuidade a um ensino tradicionalista empreendido nas décadas de 60 e 70 e </span>sentidos de ressignificação<span> com relação a este ensino </span>que, sem negar totalmente o ensino tradicionalista, o incorporavam de algum modo a seus projetos discursivos considerando, pois, a perspectiva interacionista de um ensino <i>mais crítico</i>, mas, segundo outras exigências sociais, <i>não tão crítico </i>assim.<span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Isso posto, constatamos que os professores já não compreendem a língua e o ensino da LP segundo uma visão eminentemente tradicionalista, como atestam alguns discursos de autoridades da última década. Assim sendo, percebemos que os professores já sinalizam, em seus discursos e em suas práticas presumidas, uma maior compreensão e apropriação de que o ensino da língua materna necessita ser mediatizado por práticas pedagógicas que compreendam a linguagem numa perspectiva interacionista, dentro de um contexto mais significativo para os alunos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Nessa direção, nossas análises apontam para a necessidade de um questionamento das evidências de sentidos (de alguns discursos de autoridade) que garantem que, nos últimos anos, nada mudou na escola e no perfil dos professores de língua portuguesa. Desse modo, com base em nossas análises, podemos afirmar que há, no cotidiano da escola pública, a despeito do que possa parecer, uma concorrência e um conflito instaurado entre as diferentes elos discursivos que buscam fundamentar as divergentes concepções de linguagem que subsidiam o ensino/aprendizagem da língua portuguesa na escola pública brasileira.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">O presente estudo constatou que há no discurso docente a presença de elos discursivos que apontam para um conflito e uma oscilação de sentidos sobre os diferentes aspectos do ensino da LP. Os discursos de autoridade comparecem nos discursos docentes ainda que por vias distintas da via presumida e desejada pelas próprias autoridades (domínio de um discurso teórico aprofundado por parte dos professores). </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Isso nos mostra que os discursos de autoridade, empreendidos mais recentemente (numa perspectiva interacionista), têm chegado ao professores, seja via livros didáticos adotados, livros esses analisados, autorizados e distribuídos pelo MEC através do Programa Nacional do Livro Didático, seja via socialização e conflitos estabelecidos com os próprios colegas adeptos de concepções de linguagem concorrentes entre si, seja via propostas oficiais que chegam das secretarias de educação ou, ainda, via debates da própria sociedade que passa a cobrar da escola e dos professores, a despeito da metodologia adotada, bons resultados dos alunos nas recentes avaliações governamentais.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Conforme pudemos notar, são muitos os sentidos e as reflexões que permeiam a temática do ensino da língua materna na escola brasileira, tanto na perspectiva dos detentores do discurso de autoridade, quanto na perspectiva dos discursos docentes, compreendidos, equivocadamente, em diferentes instâncias sociais, como desautorizados. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Outro aspecto detectado em nossas análises e que nos chamou muita atenção, foi o fato dos professores terem demonstrado, nos processos interativos estabelecidos nos grupos focais, que, para além de seu despreparo anunciado, detêm argumentos seguros e, sob a perspectiva de seus <i>saberes experiências</i>, bem estruturados. Notamos, assim, que os professores incorporam em seus projetos discursivos, não só os antigos postulados teóricos, mas também as recentes perspectivas teóricas, ainda que sem as nomenclaturas próprias dessas teorias. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Nesse sentido, podemos inferir que, ainda com muitas dúvidas sobre a melhor estratégia de ensino, os professores mais inquietos se arriscam, diariamente, em práticas de ensino contrárias às práticas mais tradicionalistas que dominaram (de um modo em geral) seus percursos formativos. Esses professores, a despeito de sua “<i>frágil” </i>formação, buscam superar a dicotomia entre a concepção de língua de cunho estruturalista (que valoriza, prioritariamente, as normas prescritivas da língua, através do ensino prioritário da gramática normativa) e a concepção de cunho interacionista (que entende a língua como atividade coletiva que possibilita a interação social dos sujeitos). </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Vê-se, pois, que os sentidos de um ensino mais voltado a uma perspectiva interacionista, esbarram no peso da tradição de um ensino tradicionalista da língua e em seus respectivos programas de ensino. Assim, os professores apresentam em seus discursos uma tensão permanente entre elos discursivos que os incentivam às novas práticas de aprendizagem da língua e formações discursivas que, ainda muito presentes em seu cotidiano, asseguram o peso da tradição, garantindo-lhes falsas promessas de melhores resultados dessa aprendizagem. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Podemos, pois, compreender que os professores, embora cientes dos novos paradigmas do ensino da língua materna, temem que agindo preponderantemente segundo estes, percam a especificidade do objeto próprio de estudo da língua, entendida por eles como norma culta, ancorada na gramática prescritiva. A dificuldade, segundo os discursos analisados, parece estar no equilíbrio desses conteúdos teórico-metodológicos e também na opção metodológica de práticas que respondam as exigências da sociedade que não quer saber o como fazer, mas quer o produto final bem acabado, ou seja, o aluno lendo e escrevendo corretamente dentro dos padrões da gramática prescritiva.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Nessa perspectiva, os professores, em alguns momentos, parecem crer que estão “dosando” na medida certa os diferentes postulados teóricos, resolvendo, pois um impasse que lhes assegure uma prática pedagógica menos esquizofrênica. Parece-nos, também, que os professores buscam construir seus discursos valendo-se da máxima “nem tanto ao céu, nem tanto a terra”.</span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Considerações finais<span><o:p></o:p></span></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Conforme afirmamos anteriormente, os docentes não são consumidores passivos dos discursos de autoridade. Eles, através de um discurso de confronto, se posicionam responsivamente<span> </span>e criticamente, ainda que sem a profundidade teórica desejada, perante o embate entre os novos e antigos postulados teóricos que chegam até eles, inclusive, através da pressão das inúmeras vozes sociais que lhes cobram bons resultados.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Nesse sentido, pudemos perceber que os projetos discursivos dos professores <span>se caracterizam pelo conflito e pela dispersão de sentidos por serem </span>afetados não só pelos discursos de autoridade (foco de nossa investigação), mas também por vozes sociais que cobram resultados positivos desse ensino da língua materna, independente da fundamentação teórico-metodológica empregada. Ou seja, <span>a dispersão de sentidos inscrita nos discursos docentes se produz não só pelo deslocamento de sentidos empreendidos pelas novas perspectivas teóricas dos discursos de autoridade, mas também em resposta a uma expectativa da sociedade que, a despeito da metodologia adotada pela escola, exige melhores resultados desse ensino. </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Vale destacar também que, embora não tenha sido nosso objetivo analisar as práticas pedagógicas docentes, observamos, ao longo dos contatos estabelecidos, que os professores ainda encontram grandes dificuldades em realizar na prática o que em seus processos discursivos já compreenderam. Assim, a despeito da <i>“leitura positiva”</i> (CHARLOT, 2000 <i>apud</i> KLEIMAN, 2005, p. 71) empreendida em nossas análises, notamos que alguns professores ainda têm enormes dificuldades em transpor à prática atividades pedagógicas realmente condizentes com um ensino da língua mais significativo.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">O que estamos afirmando, que fique claro, não deve servir de base para uma conclusão apressada que acaba por desautorizar, mais uma vez, o discurso e a prática docente. O que aqui concluímos vai na direção inversa, já que o que estamos afirmando deve servir, no nosso entender, para uma autorização, cada vez maior do discurso docente, pois esse, mesmo combalido, devido às suas inúmeras e adversas situações de produção, apresentam um enorme potencial analítico. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Não foi nosso objetivo cercar todos os sentidos atribuídos pelos professores ao ensino da língua materna, entendida aqui como língua portuguesa. Nosso objetivo terá sido atingido se tivermos deixado claro, em nosso estudo (SANTOS, 2008) que o momento em que vivemos na escola, no que tange ao ensino da língua, não é <i>“catastrófico”</i> e sim um momento de conflitos e disputas de sentidos, onde os professores não negam os novos postulados e as novas diretrizes teóricas, mas se movimentam dinamicamente entre esses e os antigos paradigmas de ensino da língua. Assim, para além da indignação propagada por certos discursos de autoridade, devemos vislumbrar o horizonte histórico que vivenciamos. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Dessa forma, o que aqui propomos é que, na lógica do que nos sugeriu POSSENTI (1996) - a saber: que começássemos o ensino da língua materna não pela gramática normativa, mas pela gramática interna do aluno -, também nós, formadores de professores, começássemos a formação docente não pelos discursos de autoridade, mas pelos próprios discursos docentes sobre os seus conhecimentos e sentidos atribuídos ao ensino da língua. Assim, numa atitude inversa, poderíamos começar do que eles já compreenderam e, a partir daí, construir o que ainda falta entender ou praticar, pois como nos lembra DEMO (1997, p. 49) <i>“Nenhuma profissão se desgasta mais rapidamente do que a de professor, precisamente porque lida com a própria lógica de reconstrução do conhecimento”</i>.</span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Por fim, gostaríamos de destacar que, partindo da contraposição axiológica do <i>eu/outro</i>, Bakhtin nos ajudou a compreender que, nas relações aqui focadas, o <i>eu </i>perde o lugar de centro da enunciação que passa a ser compartilhado como o <i>outro</i>. Assim, podemos dizer que nossas análises se pautaram pela máxima de que, ao perder o lugar central, o sujeito não se fixa nem no <i>eu </i>nem no <i>tu</i>, fixando-se, por assim dizer, no espaço dialógico que se instaura num movimento contínuo de sentidos e vozes alheias que se entrecruzam no momento da enunciação e na posição responsiva que ocupa nas interações estabelecidas.<o:p></o:p></span></span></div><div class="Corpodetexto21" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="Corpodetexto21" style="text-align: justify;"><b><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; font-style: normal;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="Corpodetexto21" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; font-style: normal; mso-bidi-font-family: "Souvenir Lt BT"; mso-bidi-font-style: italic;">BAKHTIN, Mikhail (Volochinov). </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: "Souvenir Lt BT";">Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; font-style: normal; mso-bidi-font-family: "Souvenir Lt BT"; mso-bidi-font-style: italic;">. São Paulo: Hucitec, 1992.<o:p></o:p></span></span></div><div class="Corpodetexto21" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: "Souvenir Lt BT";">______. Estética da criação verbal. </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; font-style: normal; mso-bidi-font-family: "Souvenir Lt BT"; mso-bidi-font-style: italic;">São Paulo: Martins Fontes, 2003.<o:p></o:p></span></span></div><div class="Corpodetexto21" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: "Souvenir Lt BT";">______. Problemas da poética de Dostoiévski. </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; font-style: normal; mso-bidi-font-family: "Souvenir Lt BT"; mso-bidi-font-style: italic;">Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1981.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">DEMO, Pedro. <i>A nova LDB: Ranços e avanços</i>. Campinas, São Paulo: Papirus, 1997.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">FRIGOTTO, Edith. <i>Concepções de linguagem e ensino da língua materna</i>. Rio de Janeiro, 1990. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, PUC. Rio de Janeiro, 1990.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">GERALDI, João W . (Org.).<span> <i>Portos de passagem</i>. São Paulo: Martins Fontes, 1997.</span> <span><span> </span><span> </span></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">KLEIMAN, Ângela. (Org.) <i>Os significados do letramento</i>. Campinas, São Paulo: Mercado de<span> </span>Letras, 1995.</span></div><div class="Corpodetexto21" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; font-style: normal; mso-bidi-font-family: "Souvenir Lt BT"; mso-bidi-font-style: italic;">POSSENTI, S.; ILARI, R. </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: "Souvenir Lt BT";">Português e ensino de gramática</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; font-style: normal; mso-bidi-font-family: "Souvenir Lt BT"; mso-bidi-font-style: italic;">. São Paulo: Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, 1985 (fascículo paradidático).<o:p></o:p></span></span></div><div class="Corpodetexto21" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="Corpodetexto21" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; font-style: normal; mso-bidi-font-family: "Souvenir Lt BT"; mso-bidi-font-style: italic;">______. </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: "Souvenir Lt BT";">Por que (não) ensinar gramática na escola</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; font-style: normal; mso-bidi-font-family: "Souvenir Lt BT"; mso-bidi-font-style: italic;">. Campinas, São Paulo: Mercado de Letras, 1996.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">______. <i>Os limites do discurso: ensaios sobre discurso e sujeito</i>. Curitiba: Criar, 2002.</span></div><div class="MsoBodyText2" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">SANTOS, Andréa Pessôa dos. <i>O ensino da língua materna no discurso dos professores do segundo ciclo do ensino fundamental: uma dispersão de sentidos</i>. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense. Niterói, Rio de Janeiro: 2008.</span></span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoBodyText2" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">TARDIF, Maurice. <i>Saberes docentes e formação profissional</i>. Petrópolis, Rio de Janeiro:<span> </span>Vozes, 2002.</span></span></div></div><div><!--[if !supportFootnotes]--><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><br clear="all" /> </span><hr align="left" size="1" width="33%" /> <!--[endif]--> <div id="ftn1"> <div class="MsoFootnoteText"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Segundo FARACO (2003, p. 14), a denominação círculo de Bakhtin refere-se a um grupo multidisciplinar de intelectuais que se reuniu regularmente entre os anos de <st1:metricconverter productid="1919 a" w:st="on">1919 a</st1:metricconverter> 1929 para debater idéias, primeiro em Nevel e Vitebsk e, posteriormente, <st1:personname productid="em S ̄o Petesburgo. A" w:st="on"><st1:personname productid="em S ̄o Petesburgo." w:st="on">em São Petesburgo.</st1:personname> A</st1:personname> escolha do nome de Bakhtin deve-se ao fato de ter sido ele o autor da obra “de maior envergadura”.</span></div></div><div id="ftn2"> <div class="MsoFootnoteText"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Entendida aqui como língua materna.</span></div></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-3600211850363938962011-10-06T12:44:00.000-07:002011-10-06T12:44:00.097-07:00Andréa da Silva Pereira, Paulo Rogério Stella<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Atitude responsiva no ensino de línguas em Comunidades de Maceió<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Andréa da Silva Pereira — UFAL</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Paulo Rogério Stella — UFAL</span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: top;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: top;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-no-proof: yes;">A presente discussão coloca em foco questões acerca do processo de ensino-aprendizagem de línguas, materna e estrangeira, para jovens adultos da Comunidade do Bom Parto, localizada na cidade de Maceió, à luz do pensamento bakhtiniano. O trabalho no contexto das comunidades de baixa renda constitui uma atividade de extensão universitária e está vinculado ao </span><em><span style="font-size: 11.0pt; font-style: normal;">Grupo de Estudos </span></em><em><span style="font-size: 11.0pt;">Ensino e aprendizagem de línguas</span></em><em><span style="font-size: 11.0pt; font-style: normal;">, pertencente à Faculdade de Letras (FALE) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).<span> </span>As ações e os detalhes dessa atividade de extensão estão contidos no </span></em><em><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: normal;">Projeto de Ensino/Aprendizagem de Línguas</span></em><em><span style="font-size: 11.0pt; font-style: normal;"> em Maceió, que </span></em><span style="font-size: 11pt;">articula “três dimensões: a pesquisa no plano linguístico-discursivo, a oferta de cursos de extensão <st1:personname productid="liográficas�e�11���뉐ﱷĀ( �necessariamente�����㉰㈠뉗ﱷĀ( �provisoriamente�os����늮ﱷĀ( �principalmente�n." w:st="on">em Língua Inglesa</st1:personname> e em leitura e produção de textos <st1:personname productid="em L■ngua Portuguesa" w:st="on">em Língua Portuguesa</st1:personname> a comunidades da cidade de Maceió e a contribuição para aprofundamento da formação de alunos graduandos, recém-graduados e pós-graduandos enquanto professores e pesquisadores das línguas mencionadas”. <i>(</i></span><em><span style="font-size: 11.0pt; font-style: normal;">Projeto de Ensino/Aprendizagem de Línguas, p. 1).<o:p></o:p></span></em></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: top;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-no-proof: yes;">Um dos objetivos do projeto está diretamente atrelado à noção teórica da <i>responsividade em Bakhtin</i>, a saber: “</span><span style="font-size: 11.0pt;">identificar e classificar indícios de compreensão e produção ativas, no plano linguístico-discursivo, na constituição de uma autonomia relativa do sujeito leitor e produtor de textos, através das diversas atividades de sala de aula”. <i>(</i><em><span style="font-style: normal;">Projeto de Ensino/Aprendizagem de Línguas, p. 4). </span></em>É justamente a questão da <i>atitude responsiva</i> no ensino de línguas que tange duas inquietações que a seguir serão apresentadas como problema de pesquisa para entrar no debate deste <i>I Encontro de Estudos Bakhtinianos</i>.<o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A primeira inquietação aponta para <span>o papel das imagens da norma culta na interação verbal entre <i>professor/alunos/aula de leitura e produção de texto em língua portuguesa </i>como um elemento constitutivo para a construção de uma autonomia relativa do sujeito leitor e produtor de textos. As imagens da norma são as representações subjetivas que os falantes têm da língua. Dependendo de quais sejam essas imagens circulantes nos discursos dos sujeitos no contexto de sala de aula, o processo de ensino-aprendizado de língua não só pode ser infrutífero, como também pode chegar a ter um efeito nocivo para o projeto de uso efetivo da norma culta. As imagens são frutíferas, quando me permitem ser “eu” em relação a ”outro”. São nocivas, quando elas fecham as possibilidades para a instauração da minha singulariadade no discurso. Nesse sentido, o professor exerce um papel fundamental de, na interlecução com o aluno, dirimir os efeitos negativos dessas imagens nocivas que vão aparecendo no discurso dos alunos no seu processo de aprendizagem. Para tanto, é preciso que as imagens da norma culta dos próprios professores sejam constantemente avaliadas no seu discurso de interação com os alunos e com o conteúdo a ser ensinado em sala de aula.<o:p></o:p></span></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Resultados de nossos trabalhos de pesquisa anteriores sobre o mesmo tema com alunos de graduação em Letras mostraram a circulação de várias imagens acerca da língua que precisavam ser repensadas, tais como: estudo da língua se resume a estudo das regras gramaticais; sintimento de inferioridade no uso da língua pelo não conhecimento da gramática; leitura e produção de textos constituem a boa mobilização das regras gramaticais; o bom texto é o que atende apenas aos registros formais de uso etc.<span> </span>A partir então das interferências do professor, essas imagens, quando vindo à tona no discurso, passavam a ser trabalhadas por meio de reflexões, de novas atividades propostas, de atividades de reformulação, de trabalho colaborativo, entre outros. <o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Esses resultados advindos de pesquisas anteriores marcaram o meu posisionamento exotópico para o trabalho como docente-observadora das aulas de língua portuguesa oferecidas na Comunidade do Bom Parto. Era preciso então sair desse lugar para encontrar com o “outro” dos quatorze alunos, adolescentes acima de 15 anos e jovens adultos, que, em sessões de 2 horas, uma vez na semana semana, buscavam aprimorar seus conhecimentos na língua portuguesa. Essa nova turma foi aberta com 14 alunos e teve início em março de 2011. Quais eram as imagens da norma que apareceriam no discurso desses alunos?<o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Ao longo do trabalho de seis meses com a turma, a maior inquietação com relação às imagens da norma culta em circulação no contexto de sala de aula marcantes em nosso trabalho de observação é a própria ausência dessas imagens. Tais ausências podem ser inclusive verificadas pelos altos índices de evasão (iniciamos uma turma em fevereiro de 2011 com quinze alunos, sete dos quais desistiram. Na segunda etapa, iniciada no segundo semestre deste ano, há cinco alunos matrículados e apenas quatro participando com regularidade). A imagem que, às vezes, aparece é a que aponta para o sentimento de inferioridade dos alunos em relação ao aprendizado da norma. Essa imagem de inferioridade pode ser flagrada quando os alunos, ao serem indagados no início deste semestre sobre os temas de interesse para o trabalho com leitura e produção, não conseguiram nem mesmo listá-los. <o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Esse silêncio em termos da circulação de imagens na interação verbal em sala de aula de língua portuguesa na Comunidade tem nos feito elaborar outras perguntas de pesquisa. Os problemas apontados pela falta de circulação das imagens sinalizam que há problemas anteriores às dificuldades de aprendizado de língua propriamente ditas, indo, portanto, além das questões metodológicas e epistemológicas relacionadas ao ensino de línguas? Estamos diante de uma situação de desigualdade social mais extremada, que requererá de nós outras ações na docência do ensino de línguas? Quais seriam os deslocamentos discursivos necessários ao nosso trabalho de interlocução em sala de aula?<o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Amorim (2003), refletindo sobre as constribuições de Bakhtin e seu Círculo no contexto da educação, aponta para a necessidade de repensarmos os caminhos a serem trilhados:<o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Em relação aos anos noventa, (...) o contexto histórico-social mudou radicalmente. Em síntese, pode-se dizer que o avanço da política econômica do neoliberalismo no Brasil desmantelou o Estado e agravou a desigualdade entre pobres e ricos. O agravamento da miséria criou, no<span> </span>interior das camadas pobres, núcleos ainda mais pobres, ainda mais marginalizados e pode-se dizer que estes passaram a constituir uma nova urgência nas preocupações dos pesquisadores contemporâneos. (...) Para as “novas fronteiras sociais” ou da chamada “exclusão social”, novas questões se colacam”. (AMORIM, 2003, p.21) <o:p></o:p></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: top;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 11.0pt; mso-no-proof: yes;"><span> </span></span><span style="font-size: 11.0pt;">É com essa proposta de Amorim que colocamos em discussão a problemática da atitude responsiva no ensino de língua portuguesa em comunidades de Maceió para o nosso debate neste encontro. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A segunda questão trata do movimento de apreensão da palavra do outro como atividade responsiva ativa dos alunos em relação não somente ao conteúdo apreendido, mas também em relação à construção de sentido para o próprio processo de aprendizado. Entendemos que não bastam serem os enunciados em língua estrangeira compreendidos como língua abstrata. Eles devem ser apreendidos como enunciado concreto funcionando dentro de gêneros em situações reais de comunicação. Segundo Bakhtin ([1979] 2003), “uma oração absolutamente compreensível e acabada, se é oração e não enunciado (...) não pode suscitar atitude responsiva”(BAKHTIN, [1979] 2003, p. 280). <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>O projeto de extensão tem três turmas de inglês: Inglês 1 para alunos iniciantes, Inglês 2, para alunos com 30 horas de instrução e Inglês 3, turma em que focalizaremos nessa discussão. Trataremos dos eventos da segunda aula ocorrida no dia 25.08.2011, pela manhã. A turma de inglês 3 possui aproximadamente 50 horas de instrução em língua inglesa, contudo, essas horas não correspondem às mesmas horas de instrução dadas em um curso livre, porque, além da sequência ter sido tornada mais simples, a instrução que os alunos tiveram, até então, no Inglês 1 e no Inglês 2, foi dada essencialmente em português, restringindo-se, muitas vezes, às regras gramaticais da língua. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Ao iniciarmos no projeto neste semestre, instituímos uma organização do conteúdo ligando os três níveis, o que, de nosso ponto de vista, permite os alunos perceberem e apreenderem melhor o deve ser aprendido. Os dados foram retirados de duas fontes: a) nossos próprios diários reflexivos sobre nossa participação no curso; b) diários reflexivos<span> </span>produzidos pelos alunos ao final de cada encontro, contendo a percepção individual sobre o conteúdo aprendido e sobre o desempenho individual naquilo que lhes pareceu fácil e difícil.<span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Em nosso registro da aula do dia 25.08.2011, existem vários momentos em que a construção de sentido para o aprendizado de línguas do professor e dos alunos entra <st1:personname productid="em conflito. Por" w:st="on">em conflito. Por</st1:personname> exemplo, no trecho a seguir:<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Treinamos o diálogo e, então, pedi a eles que o fizessem <st1:personname productid="em duplas. Os" w:st="on">em duplas. Os</st1:personname> alunos tiveram de copiar o diálogo no caderno. Daí não aguentei e perguntei: “por que você tem que copiar, mesmo com o diálogo na lousa? Eu não vou apagá-lo”. A aluna respondeu: “porque preciso lembrar. Na lousa eu não lembro. Precisamos olhar para o diálogo quando estamos fazendo”. Não entendo isso, parece que a memória deles está no lápis e no papel. Não adianta treinar, retreinar, deixar na lousa, eles precisam escrever e olhar o que escreveram. Ah, sim, há o problema das letras. Às vezes, durante a cópia me perguntavam que letra era essa ou aquela, apesar de terem dito a palavra em voz alta anteriormente quando montamos o diálogo na lousa. [Registro 01 – Inglês 3 – 25.08.11]<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Nessa aula, como complemento à atividade de entrevistas e revisão das<span> </span>informações pessoais, foi proposta uma produção de texto. Para tanto, construímos juntos, alunos e professor, na lousa uma sequência para ser completada com as informações pessoais deles mesmos e de um colega já entrevistado. Propusemos, no fim, outra atividade em que deveriam se apresentar e apresentar também um dos colegas com quem tinham feito o diálogo. Isso deveria ser feito em voz alta e sem o papel com as anotações. Os alunos foram instruídos a não memorizar o texto, apenas deveriam dizer o que lembrassem ou achassem relevante para os outros colegas da turma saberem. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Embora tenhamos procurado deixar claro que o aprendizado de língua deva valorizar a interação entre participantes de um diálogo vivo promovendo a criatividade e a “posição valorativa determinada” (BAKHTIN, [1979] 2003, p. 295), parece-nos que não conseguimos transmitir esse ponto de vista diretamente aos alunos, pois, o entendimento de língua como estrutura ou gramática sempre permeia o sentido de aprendizado, como regras a serem seguidas à risca. Nosso registro em diário demonstra o conflito que se estabelece entre a possibilidade de criação individual pela produção em voz alta e a repetição das palavras escritas na lousa e no caderno:<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Aconteceu uma coisa muito marcante para mim. O texto na lousa iniciava com “Hi, guys!” (eles mesmos sugeriram começar com esse cumprimento). O primeiro aluno que se voluntariou para falar resolveu começar seu texto com “Hello! Good Morning!”. Imediatamente, uma aluna o interrompeu e disse: “Aha! Está tudo errado!” Foi uma oportunidade para discutirmos a questão do erro. É espantoso observar como esses alunos são presos ao que é certo ou errado. O que é certo é o que foi copiado da lousa e está no caderno – o que o professor disse. O que é errado é a criação individual, a possibilidade de inventar! [Registro 01 – Inglês 3 – 25.08.11]<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>A atitude da aluna quando interrompe o fluxo de fala do colega para corrigi-lo demonstra um tipo de formação que considera o aprendizado de língua como nitidamente uma “abstração e não [...] como fenômeno pleno, concreto e real” (BAKHTIN, [1979] 2003, p. 273).<span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Outra constatação sobre a relação entre o aprendizado da forma e aprendizado do uso pode ser visto no diário de Fábio<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><sup><span><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a>, produzido ao final dessa mesma aula. Percebemos que o aluno utiliza o termo <i>soletrar</i> no sentido de <i>falar</i>, ao descrever sua atuação na produção oral do exercício proposto, assim escrevendo:<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>“E minha maior dificuldade é na pronúncia, pois ao soletrar o inglês é muito diferente do português” [Fábio – 28.08.2011]. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A palavra <i><span> </span>soletrar<span> </span></i>marca uma posição em relação ao seu interlocutor imediato: o professor. Quando solicitamos que escrevessem sobre seu aprendizado, instituímos uma demanda pelo texto escrito que remeteu os alunos à formalidade tradicional da sala de aula e, consequentemente, ao aprendizado abstrato da língua. Apesar de em sala de aula utilizarmos termos como <i>conversar, falar, etc, </i>é frequente na escrita dos alunos o aparecimento desses termos abstratos para a descrição de eventos concretos de utilização da língua. Observemos novamente nossos registros:<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; vertical-align: top;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Na primeira aula, fizemos joguinhos de perguntar o nome, adivinhar nomes, trocar de nomes etc, depois ouvimos o diálogo gravado e repetimos e resolvemos o exercício proposto de ligar o nome de cada um dos dois participantes no diálogo com o sobrenome. [Registro 01 – Inglês 3 – 25.08.11]<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Em outras palavras, para o aluno um texto direcionado ao professor da turma não pode conter um termo como <i>falar</i>, por isso, ele faz a escolha por um substituto que considera mais adequado para a modalidade escrita: utiliza <i>soletrar</i>, mesmo que na aula não tenha havido soletração. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Ao mesmo tempo em que os alunos parecem estar presos a esses termos abstratos, a convivência entre a experiência do aprendizado formal e essa outra experiência pela qual os alunos estão passando tem como resultado o surgimento de um fenômeno de convivência de dois contextos diversos, detectado em algumas produções. O contexto formal e abstrato e o contexto concreto de utilização da língua passam a conviver lado a lado em um processo de assimilação e acomodação sintática. A aluna Carina escreve: “<i>(...) e cada aula gosto de aprender a dialogar em inglês, mas às vezes eu me enrolo na frase</i>”. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A aluna Irene diz: “tenho bastante dificuldade na pronúncia. E de falar inglês corretamente”. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">a experiência discursiva individual de qualquer pessoa se forma e se desenvolve em uma interação constante e contínua com os enunciados individuais dos outros. Em certo sentido, essa experiência pode ser caracterizada como processo de <i>assimilação </i>– mais ou menos criador – das palavras do <i>outro </i>(BAKHTIN, [1979] 2003, p. 294).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>Entendemos, assim, que a construção de sentidos alternativos para o aprendizado formal e abstrato da língua é uma atividade lenta e gradual. Segundo Bakhtin ([1979] 2003),<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">pode-se dizer que a palavra existe para o falante em três<span> </span>aspectos: como palavra da língua neutra e não pertencente a ninguém; como palavra <i>alheia </i>dos outros, cheia de ecos de outros enunciados; e, por último, como a minha palavra, porque, uma vez que eu opero com ela em uma situação determinada, com uma intenção discursiva determinada, ela já está compenetrada na minha expressão (BAKHTIN, [1979] 2003, p. 294).<o:p></o:p></span></span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; vertical-align: top;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Em alguns casos, a assimilação e a valoração desses novos sentidos podem ser vistas na acomodação sintática de contextos. Em outros casos, o processo parece mais lento e os alunos parecem permanecer na condição de “compreensão passiva, por assim dizer, que apenas duble o [..] pensamento em voz alheia” (BAKHTIN, [1979] 2003, p. 272).<span> </span><o:p></o:p></span></span></div></div><div><!--[if !supportFootnotes]--><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><br clear="all" /> </span><hr align="left" size="1" width="33%" /> <!--[endif]--> <div id="ftn1"> <div class="MsoFootnoteText"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Os nomes dos alunos foram deliberadamente trocados por nomes fictícios.</span></div></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-35700547660186115172011-10-06T12:38:00.001-07:002011-10-06T12:41:58.689-07:00Angélica Remonatto<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Em busca de uma resposta responsável<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Angélica Remonatto<b><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">(<a href="mailto:angelica_remonatto@hotmail.com">angelica_remonatto@hotmail.com</a>) </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Mestranda do programa de Mestrado em Estudos da Linguagem (MeEL) </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Discussões acerca da situação da educação no Brasil fazem parte da nossa realidade há muito tempo, porém vêm crescendo a cada dia, principalmente sobre o ensino-aprendizado de Língua Portuguesa, sobretudo depois do recente <i>circo</i> apresentado pelo jornalismo brasileiro em maio/junho deste ano, após infindas matérias sobre um livro didático aprovado pelo MEC, contendo um capítulo sobre variantes linguísticas.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Os resultados dessas discussões são diversos, positivos e negativos, e sempre temos aqueles ligados somente ao senso comum, que se fixam em discursos pouco embasados,<span class="apple-style-span"> mas não podemos deixar de acrescentar os bons resultados </span>que, neste caso, um deles foi o de uma maior atenção da sociedade voltada para esses assuntos. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Basta pesquisarmos notícias sobre a educação e logo percebemos que estamos, de fato, vivendo sérias mudanças. Mudanças essas que vão desde os paradigmas de ensino-aprendizagem até mudanças de valores dos sujeitos envolvidos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Além das notícias falando sobre o descaso com a educação (desde o material didático, passando pela merenda escolar, e chegando ao salário do professor), temos também os resultados do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), que por mais que apresentem uma melhora, estão ainda abaixo da média almejada para uma educação de qualidade.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">E para pensarmos melhor sobre essa esfera da atividade humana, a escolar, convém refletirmos sobre os sujeitos que circulam por ela, sem esquecer, é claro, que eles também desempenham outros papéis em outros campos de atividade. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais do terceiro e quarto ciclos, o professor e os alunos são variáveis do ensino-aprendizagem juntamente com objeto de ensino. Os alunos são sujeitos da ação de aprender, aqueles que agem com e sobre o processo de conhecimento, e aos professores cabe planejar, implementar e dirigir as atividades didáticas. Esses sujeitos que interagem nessa esfera possuem uma característica importantíssima, que também está presente em todos os outros seres humanos, que é a capacidade de responder.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Esta capacidade é por nós considerada como o <span class="apple-style-span">conceito de respondibilidade de Mikhail Bakhtin (<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;">1952-1953/1979)</span>, que infere sobre a particularidade prenhe em todo ser humano de ser, por excelência, um ser responsível.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="apple-style-span" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Bakhtin discute a responsividade humana, no início da 2ª parte do texto <i>Os Gêneros do Discurso, </i>expondo a visão fictícia da lingüística geral sobre o ouvinte, em que ele é um mero receptor, discutindo essa concepção, ele ressignifica o papel do ouvinte desvendando sua potencialidade de ser também falante: <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">(...) o ouvinte, ao perceber e compreender o significado (linguístico) do discurso, ocupa simultaneamente em relação a ele uma ativa posição responsiva: concorda ou discorda dele (total ou parcialmente), completa-o, aplica-o, prepara-se para usá-lo, etc.; (...) o ouvinte se torna falante. (Bakhtin, 1952/53)<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="apple-style-span" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Para o autor, o processo de comunicação humana é, precisamente, ativo. Isto é, os seres humanos são dotados dessa capacidade, que parece óbvia, mas que revoluciona muitas práticas.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="apple-style-span" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Revolucionária, também, porque não implica conceber somente que todos nós somos seres que temos capacidade de responder, isto é, de inferir, de refutar, de ressignificar etc., mas também que somos responsáveis por aquilo que oferecemos como resposta, justamente por não possuirmos álibi na existência, ou seja, não temos desculpas ou justificativas para nossos atos. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="apple-style-span" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Clark e Holquist (2008), estudiosos do pensador russo, discutindo sobre textos do Bakhtin que se referem ao estudo da relação entre o <i>eu</i> e<i> outro,</i> afirmam: <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Cada um de nós ocupa um lugar e um tempo únicos na vida, uma existência que é concebida não como um estado passivo, mas ativamente, como acontecimento. (...) A ética não se constitui de princípios abstratos, mas é o padrão dos atos reais que executo no acontecimento que é minha vida.<i> </i>(p. 90)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"> Poderíamos pensar em um exemplo para ilustrar essa característica do ser humano, mas para isso basta prestarmos atenção em nossa própria vida, em nossos próprios atos, e percebemos como em cada fração de segundo respondemos ao mundo, isto é, nos posicionamos frente a uma conversa, agimos frente a circunstâncias diversas, escolhemos, reagimos, tomamos decisões, enfim: vivemos. E o mais interessante é que fazemos isso de maneira única, como universos únicos que somos. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O caráter distinto de cada resposta é a forma específica da respondibilidade daquela dada pessoa. Não há meio de um organismo vivo evitar a respondibilidade, e uma vez que a própria qualidade que define se alguém esta ou não vivo é a capacidade de reagir ao ambiente, que é um constante “responsar” ou responder, e a cadeia total dessas respostas compõe uma vida individual.<i> </i>(Clark e Holquist, 2008, p. 92) <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="apple-style-span" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Retomando a discussão acerca da atual situação da educação brasileira, vemos que a mudança de paradigmas ultrapassa o ensino-aprendizagem, cabem discussões mais amplas e gerais, envolvendo a questão de políticas públicas para a educação, porém, faz-se necessária uma reflexão interior de ambas as partes, mas pensando como docente, que resposta eu dou? Quais respostas eu devo dar? Isto é, qual, de fato, é o meu papel como educador?<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="apple-style-span" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Geraldi (2010), em seu artigo <i>Aula como acontecimento, </i>publicado no livro de mesmo nome, constrói todo o percurso da relação do professor com o conhecimento, o que, segundo ele, é marca de sua identidade profissional. Tecendo comentários sobre as crises em que nos encontramos hoje e as possibilidades de uma transformação, chega a um primeiro consenso sobre a nova identidade do professor:<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">(...) a nova identidade a ser construída, não é a do sujeito que tem as respostas que a herança cultural já deu para certos problemas, mas a do sujeito capaz de considerar seu vivido, para transformar o vivido <st1:personname productid="em perguntas. O" w:st="on">em perguntas. O</st1:personname> ensino do futuro não estará lastreado nas respostas, mas nas perguntas. Aprender a formulá-las é essencial (Geraldi. 2010, p.95). <o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="apple-style-span" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Logo, buscar essa resposta responsável é refletir sobre a prática como educador, sobre seus atos como indivíduo, mesmo que essas reflexões venham primeiramente como perguntas. Pois elas nada mais são do que as sementes das futuras respostas.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Referências:<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;">BAKHTIN, M. M. (1952-1953/1979) Os gêneros do discurso. In:</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;"> </span></span><span class="apple-style-span"><b><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;">Estética da criação verbal.</span></b></span><span class="apple-converted-space"><b><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;"> </span></b></span><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;">São Paulo, Martins Fontes, 2003.</span></span> </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BRASIL. <b>Parâmetros curriculares nacionais: 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental: língua portuguesa.</b> Brasília: Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria da Educação Fundamental, 1998.</span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span lang="EN-US">CLARK, K. & HOLQUIST, M. <b>Mikhail Bakhtin</b>. </span>São Paulo: Perspectiva, 1998.<o:p></o:p></span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">GERALDI, João Wanderley. <b>A aula como acontecimento.</b> São Carlos: Pedro e João Editores, 2010.</span><o:p></o:p></span></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-50753309375813091212011-10-06T12:35:00.000-07:002011-10-06T12:37:18.184-07:00Auricélia Silva Monte<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 3;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Circuito de leitura: experiência responsiva na educação básica<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 3;"><span style="background-color: #660000; font-size: 12pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Auricélia Silva Monte (UFPA)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 3;"><span style="background-color: #660000; font-size: 12pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">linguas.literarte@yahoo.com.br<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 261.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Toda a arte de ensinar <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 261.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">é apenas a arte de acordar<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 261.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">a curiosidade natural <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 261.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">nas mentes jovens, <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 261.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">com o propósito de serem<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 261.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 10pt;">satisfeitas mais tarde.</span><span style="font-size: 10pt;"> <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 261.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 10pt;">(Anatole France)</span><span style="font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Somos, por natureza, dialógicos e nossa interação com o mundo e com os <i>outros</i> é quesito fundamental para a constituição do <i>ser</i>, para a compreensão da vida, dos sentidos e da relação de <i>responsabilidade Eu-outro</i>. Nessa jornada, enquanto aprendizes, somos a linguagem das palavras e contrapalavras, o alicerce do implícito/explícito, a alma que dá sentido, a escrita que elabora a vida, a leitura que exarceba os sentidos da existência humana e nos torna universais.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">É dessa perspectiva <i>dialógica</i> e <i>responsiva</i> que venho expor a experiência no ensino de leitura e escrita, vivida na execução do “Projeto Circuito de Leitura: lendo para ser feliz”, na Escola Estadual Consuelo Coelho e Souza, no município de Ananindeua-PA, no primeiro semestre de 2011. Embora o projeto exista desde 1990, foi em 2009 que houve um parceria entre o Circuito de Leitura e o Programa Conexões de Saberes: diálogos entre a universidade e as comunidades populares – SECAD-MEC-UFPA-PROEX. Em 2010 foi aprovado no Instituto de Ciências da Educação e no PIBEX/PROEX. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O Circuito de Leitura é realizado por bolsistas de Pesquisa e Extensão do PCS, oriundos da rede pública de ensino e moradores de comunidades populares. O projeto é coordenado pela professora Maria José Aviz do Rosário e tem por objetivo incentivar crianças e adolescentes o hábito da leitura, formação de leitores, o contar e ouvir histórias, a produção artística nas suas variadas manifestações, assim como auxiliá-los em suas dificuldades de ensino-aprendizagem. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Como aprendizes da arte de educar estamos constamente em processo de mudança, pois é pela <i>existência de outros seres humanos</i> que se constrói os valores que articulamos em atos reais no <i>acontecimento</i> de nossa vida. É neste sentido que nos propusemos auxiliar os alunos da 5ª série do ensino fundamental, da referida escola. Nosso objetivo se insere numa perspectiva que aponta o gosto e o prazer pela leitura como forma de compreensão da palavra e da escrita e como forma de expressão da criatividade, liberdade, segurança, sonho e paixão pelos livros, além disso, estimulamos a participação da comunidade em espaços de debate e os sujeitos que tem por ofício a educação. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 4cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 10pt;">A vida é dialógica por natureza. Viver significa participar de um diálogo: interrogar, escutar, responder, concordar, ect. Neste diálogo o homem participa todo e com toda a sua vida: com os olhos, com os lábios, as mãos, a alma, o espírito, com o corpo todo, com as suas ações. Ele se opõe todo na palavra e esta palavra entra no tecido dialógico da existência humana, no simpósio universal. </span><span style="font-size: 10pt;">BAKHTIN (1929 <i>apud </i>CLARK e HOLQUIST, 1998, p.13).</span><span style="font-size: 10pt;"> <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 10pt;"> </span>Iniciamos a continuidade das atividades em 2011 apresentando o projeto e seus objetivos aos alunos, em seguida abordamos as crianças e adolescentes sobre o interesse por tipos de leituras, preferências por diferentes gêneros e a partir dessa pesquisa preparamos uma oficina referente a importância da leitura e demonstração da estrutura de um livro. Como forma de suscitar um primeiro contato deles com os objetivos das atividades, propomos que fizessem um livro fictício contando uma história criada por eles ou outras que soubessem e apresentassem aos colegas, mencionando a estrutura da sua “obra” (nome do autor, título, ilustração, editora, página, ano, etc.,), e da história escolhida por eles.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdjkH6Dnw57hzcbuJuBsbPyMsFicAkYzijOkBNq4NHO1_dQhnR_eJhS6HrN7CSKHxQqyf4uxM3H9X_TgCGA24TScLGQIZ7UVxPUcvg6U0NNmRhaVgVlY5oNqwf-Ejxq0QyialNXfaalgI/s1600/imagem+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdjkH6Dnw57hzcbuJuBsbPyMsFicAkYzijOkBNq4NHO1_dQhnR_eJhS6HrN7CSKHxQqyf4uxM3H9X_TgCGA24TScLGQIZ7UVxPUcvg6U0NNmRhaVgVlY5oNqwf-Ejxq0QyialNXfaalgI/s200/imagem+1.jpg" width="200" /></a> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8Tu49NDCYZiRUVxFLtRQzpHAyrqC9qdCTXFxTjQCNO9DU8tRxVAWyxIP6JXgc_ICXX4E-3jqgXYoaAC9VveZmFcvUjSMobU1APZlROO7ZaXhMx0d8146nEAVBi6v0ndnles65dq-8Yuc/s1600/imagem+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8Tu49NDCYZiRUVxFLtRQzpHAyrqC9qdCTXFxTjQCNO9DU8tRxVAWyxIP6JXgc_ICXX4E-3jqgXYoaAC9VveZmFcvUjSMobU1APZlROO7ZaXhMx0d8146nEAVBi6v0ndnles65dq-8Yuc/s200/imagem+2.jpg" width="200" /></a></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; page-break-after: avoid;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 10pt;"> </span> <span style="font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoCaption"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;"> Figura </span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;">1</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;">: Elaborando as atividades Figura </span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;">2</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif;">: Produção dos livros<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 4cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 10pt;"> </span>A relevância das atividades com as crianças e adolescente está voltada para o papel da escola que queremos. Um ensino que permita tornar os estudantes co-partícipes de sua formação, em leitores competentes que possam de acordo com suas leituras interpretar e produzir textos, uma vez que essa habilidade será exigida, a qualquer momento, em toda a sua vida, visto que a Língua Portuguesa tem um caráter transversal.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 141.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O homem torna-se um ser que dá respostas, precisamente na medida em que –paralelamente ao desenvolvimento social e em proporção crescente – ele generaliza, transformando em perguntas seus próprios carecimentos e suas possibilidades de satisfazê-los; e, quando, em sua resposta ao carecimento que a provoca, funda e enriquece a própria atividade com tais mediações, freqüentemente bem articuladas.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 141.6pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 12pt;"> </span>No segundo momento, levamos os livros pré-selecionados pelos bolsistas, na própria biblioteca da Escola Consuelo de Souza, para que os alunos pudessem escolher um livro e seu tutor dando início, portanto, ao circuito de leitura que culminará, no segundo semestre, em várias apresentações artísticas, produção de vídeos e contação de histórias juntamente com a participação dos professores, diretores e dos pais dos alunos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Neste sentido, acreditamos que o <i>self</i> é aquilo mediante o que semelhante execução responde a outros <i>selves</i> e ao mundo a partir do lugar e do tempo único que ocupo na existência (BAKHTIN, pag 90). <i>O sujeito bakhtiniano nunca é completo, uma vez que só pode existir dialogicamente. </i>O outro é fundamental não só enquanto constituinte de mim, mas também para o autoconhecimento do <i>eu</i>. Não podemos ter uma visão completa se não estivermos em constante relação com os <i>outros</i> que também ocupam um lugar singular. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">É desta perspectiva bakhtiniana que nos inserimos na <i>responsabilidade </i>das práticas sociais na escola, valorizando o ato de responder a teoria do ensino superior na prática da educação básica das escolas populares. É por meio da disponibilidade <i>responsiva </i>que conseguimos interagir com o novo, com uma proposta de ensino que leve em conta as implicações de lidar com os outros no processo de responsabilidade com o ensino, pesquisa e extensão. Assumir o outro é uma <i>atitude ética </i>que por sua vez configura uma dimensão já <i>responsiva.</i><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 4cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 10pt;">Respondemos ao momento, mas respondemos, ao mesmo tempo por ele, responsabilizamo-nos por ele. Uma realidade concreta do mundo, novamente criada, foi-nos colocada nos braços: nós respondemos por ela. Um cão olhou para ti, tu respondes pelo seu olhar, uma criança agarrou tua mão, tu respondes pelo seu toque; uma multidão de homens move-se em torno de ti, tu responde pela sua miséria. (BUBER, 2007, 50) </span><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"> <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A <i>respondibilidade</i>, ou <i>responsibilidade </i>em Bakhtin faz-nos refletir sobre o ato de <i>responder</i>. Partimos da concepção de que não basta apenas incentivar a leitura é necessário apontar caminhos, as pistas que o texto oferece, para que o aluno possa construir sentidos numa reciprocidade autor/texto/leitor abandonando a idéia de receptor passivo.<o:p></o:p></span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh71CmhZqDY5e7p6OGB5gvQIMPoajPJUBKkNoJ7xxxEIEAhlGTzWv4PllSctrEM8zDQzBYF-97g8kZEWXqw2uAAgbYc_6YoKB68kaoccehv12RZc1I25TAR_GWiRb5VmdJGiSj852u1IIo/s1600/imagem+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh71CmhZqDY5e7p6OGB5gvQIMPoajPJUBKkNoJ7xxxEIEAhlGTzWv4PllSctrEM8zDQzBYF-97g8kZEWXqw2uAAgbYc_6YoKB68kaoccehv12RZc1I25TAR_GWiRb5VmdJGiSj852u1IIo/s200/imagem+3.jpg" width="200" /></a> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3gd6zEfEcDDY4LHjluv3xw7EqY2SJp0u3ri188807eXbS_1BlbL3Mr1RmJoUVg3yi9A33EzvIY02_utx09RCjUwDAacWc9-WHvWkUPrad-nwhvLp6m7b4gltG67WGxPIGDwXpLafW64Y/s1600/imagem+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3gd6zEfEcDDY4LHjluv3xw7EqY2SJp0u3ri188807eXbS_1BlbL3Mr1RmJoUVg3yi9A33EzvIY02_utx09RCjUwDAacWc9-WHvWkUPrad-nwhvLp6m7b4gltG67WGxPIGDwXpLafW64Y/s200/imagem+4.jpg" width="200" /></a></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><br />
</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; page-break-after: avoid; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; page-break-after: avoid; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><b><span style="font-size: 10pt;"> Figura </span></b><b><span style="font-size: 10pt;">3</span></b><b><span style="font-size: 10pt;">: Apresentação das histórias</span></b> <b><span style="font-size: 10pt;">Figura 4: Entrega dos livros escolhidos</span></b> <b><span style="font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; page-break-after: avoid; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; page-break-after: avoid; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 12pt;"> </span>Esta experiência responsiva na educação básica permite que nós, aprendizes da arte de educar, iniciantes do ensino de línguas, possamos buscar respostas para as dificuldades que impedem nossos alunos de progredirem na leitura e na escrita de forma eficiente. Não podemos ensinar os alunos a ler e a escrever bem quando se oferece apenas orações e períodos fragmentados, o ensino da gramática sem a prática da leitura, a interpretação sem que se mostre para onde olhar. Como falar da importância da leitura para apropriação de sentidos distintos, para a cultura, de como a leitura é imprescidível em todos os momentos da nossa vida se se oferece uma leitura e espera-se respostas padronizadas. Para que ler? O que é a leitura? São indagações de muitos alunos que ainda não tiverem a oportunidade de serem estimulados a essa experiência fascinante que nos transforma em sujeitos ativos que dialogicamente vivem como construtores sociais. Estas são respostas que queremos, alunos que possam construir sentidos na interação com os <i>outros</i>, mobilizando várias habilidades conjuntas de saberes que o permitirão a concretude de leitores competentes e mais que isso, de seres críticos e <i>dialogicamente respondíveis</i>. Este desejo é o que move nossas ações. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoCaption" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"> </span></span></div><div class="MsoCaption" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Referências bibliográficas</span></span></div><div class="MsoCaption" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt;">BAKHTIN, Mikhail – <i>Marxismo e Filosofia da Linguagem</i>. São Paulo: Hucitec, 1981.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 12pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">_______________ - Estética da criação verbal, São Paulo, Martins Fontes, 1992.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 12pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BUBER, M. <i>Do diálogo e do dialógico</i>. Tr. Marta Ekstein de Souza Queiroz e Regina Weinberg. São Paulo: Perspectiva, 2007.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 12pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. <i>Ler e Compreender: os sentidos do texto.</i> São Paulo: Contexto, 2011.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 12pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">FIORIN, José Luiz. <i>Elementos de Análise do Discurso.</i> São Paulo: Contexto, 2009.<o:p></o:p></span></span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-color: windowtext; border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1.5pt; border-color: initial; border-left-style: none; border-right-style: none; border-top-style: none; border-width: initial; padding-bottom: 1pt; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;"><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; border-bottom-style: none; border-color: initial; border-left-style: none; border-right-style: none; border-top-style: none; border-width: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 12pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">LUKÁCS, George – <i>A reprodução</i>: Roma, Ed. Ruinit, 1981.</span></span><span style="background-color: white; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-87712045069779577862011-10-06T12:25:00.000-07:002011-10-06T12:25:01.146-07:00Bruna dos Anjos da Costa Crespo, Leticia Macedo Kaeser<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;"><b><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Gêneros textuais e ensino: uma perspectiva bakhtiniana da linguagem<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Bruna dos Anjos da Costa Crespo (UFJF)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">brunacrespo.ufjf@gmail.com<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 12pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Leticia Macedo Kaeser (UFJF)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">leticiamkaeser@yahoo.com.br<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: center; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;"><b><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Uma concepção sociointeracionista da linguagem <o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: right; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 10pt;">Toda língua são rastros de velho mistério.</span><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 10pt;"> <a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 115%;">[1]</span></b></span><!--[endif]--></span></a></span></b></span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div align="right" class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: right; text-indent: 35.45pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">(Guimarães Rosa)<o:p></o:p></span></span></div><div align="center" class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: center; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 3; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">Mikhail Bakhtin, embora não possuísse formação na área, revolucionou o campo da Linguística no século XX, elaborando noções e conceitos para a </span><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">análise da linguagem materializada em discursos cotidianos, artísticos, filosóficos e institucionais, entre outros. Ele<span> foi um dos mais destacados pensadores de um grupo - </span>que incluía o linguista Valentin Voloshinov e o teórico literário Pavel Medvedev -<span> </span>cujo foco de estudo era<span> as formas de analisar linguagem. </span><o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O Círculo de Bakhtin - como ficou conhecido o grupo - concebeu a linguagem como um constante processo de interação social mediado pelo diálogo, e não apenas como um sistema autônomo. Nessa concepção, a língua se concretiza em função do uso que locutores (falante ou escritor) e interlocutores (leitor ou ouvinte) fazem dela em situações comunicativas. Sobre a concepção bakhtiniana da linguagem, Freitas nos explica que o filósofo<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Considerou que o fato lingüístico não pode ser entendido apenas como uma realidade física, mas que seria necessário inseri-lo na esfera social, para tornar-se um fato de linguagem, compreendendo como indispensáveis a unicidade do meio social e a do contexto social. (FREITAS, 1995, p.132)<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Em uma visão crítica, o autor contrapõe-se a uma abordagem linguística dicotomizante (em que a língua é o objeto central e a fala, apenas ato individual), demonstrando que a linguagem tem caráter sócio-histórico e integra-se à vida humana.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Segundo Bakhtin, a linguagem tem origem histórico-social. Ele afirma, ainda, como núcleo da realidade lingüística o caráter interacional da linguagem, que se constitui a partir da necessidade comunicativa dos indivíduos. Essa comunicação é compreendida em relação ao aspecto contextual e não apenas lingüístico, concretizando-se pelo que Bakhtin chamou de enunciado. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="apple-style-span" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Para o autor, o enunciado, sendo constituído de elementos verbais e extra verbais (tom de voz, olhar etc), representa a concreta e real <i>unidade de comunicação discursiva</i>, diferenciando-se de oração, que é considerada como <i>unidade da língua</i>. Assim, o discurso – e seus gêneros - só pode existir na forma de enunciados concretos e singulares, pertencentes aos sujeitos discursivos de uma esfera de atividade e comunicação humanas (BAKHTIN, 2003).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">De acordo com o filósofo, a linguagem é dialógica porque procede da enunciação de alguém para outro alguém. Ou seja, a comunicação se efetiva por meio da interação verbal, que se materializa por meio dos enunciados. A esse respeito, Souza salienta que<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O valor do enunciado não é determinado pela língua, como sistema puramente lingüístico, mas pelas diversas formas de interação que a língua estabelece com a realidade, com o sujeito falante e com outros enunciados, que, por assim dizer, são verdadeiros, falsos, belos... (BAKHTIN,1985a <i>apud</i> SOUZA,1996, p. 102)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Nesse sentido, a linguagem é considerada como resultado da atividade humana coletiva, refletindo, em uma perspectiva dialógica, todas as esferas da vida social (política, econômica, etc.) e tornando-se condição necessária para a organização produtiva da vida em sociedade.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><b><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Gêneros textuais e ensino de LP: uma proposta a partir de Bakhtin<o:p></o:p></span></span></b></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Desde que a concepção bakhtiniana de linguagem começou a circular no âmbito linguístico acadêmico, o ensino de Língua Portuguesa com base em gêneros textuais vem sendo defendido. Segundo Bakhtin, todos os diversos campos da atividade e da interação humanas estão ligados ao uso da linguagem. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">Assim, considerando a linguagem produto da interação verbal, materializada nos enunciados cujos usos serão determinados por contextos sociais específicos, Bakhtin define os gêneros discursivos como manifestações das várias características de enunciados (orais e escritos), destacando que “cada enunciado particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus <i>tipos relativamente estáveis</i> de enunciados, os quais denominamos <i>gêneros do discurso</i>” (BAKHTIN, 2003, p.262).</span><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"> </span></b></span><b><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><o:p></o:p></span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Marcuschi, associando as concepções bakhtinianas ao ensino de Língua Portuguesa (LP), amplia a definição de gêneros textuais como<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 10pt;">textos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas... Alguns exemplos de gêneros textuais seriam: <i>telefonema, sermão, carta<span> </span>comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem</i> (...) (MASCUSCHI, 2008, p. 155).</span><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 10pt;"> <a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 115%;">[2]</span></b></span><!--[endif]--></span></a></span></b></span><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">De acordo com o autor, entende-se por gêneros textuais modelos discursivos (orais ou escritos) que organizam o funcionamento da sociedade,</span> possuindo padrões formais e funcionais. Desse modo, é nosso conhecimento e reconhecimento dos mesmos que nos permite a comunicação adequada em contextos específicos.<span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Para Bakhtin, apreendemos o funcionamento da língua – inclusive o uso adequado dos gêneros textuais - em um processo interativo, e não em manuais de gramática, destacando que<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">a língua materna, seu vocabulário e sua estrutura gramatical, não conhecemos por meio de dicionários ou manuais de gramática, mas graças aos enunciados concretos que ouvimos e reproduzimos na comunicação efetiva com as pessoas que nos rodeiam. (BAKHTIN, 2003, p. 326) <b><o:p></o:p></b></span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Em vista disso, pode-se dizer que o ensinamento e o aprendizado de como empregar a linguagem implicam necessariamente os sujeitos da interação – considerados aqui como agentes das relações sociais e responsáveis pela composição e pelo estilo dos discursos. Esses sujeitos são influenciados pelo conhecimento de enunciados anteriores para formular suas falas e redigir seus textos, adequando-se ao contexto social, histórico, cultural e ideológico.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">Em uma perspectiva bakhtiniana, o ensino da língua adequado aos usos sociais do discurso – oral e escrito - torna-se fundamental, ao </span></span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">capacitar o indivíduo ao domínio dos gêneros do discurso adequadamente às várias e diferentes esferas sociocomunicaticas.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Vale ressaltar que o ensino de LP através do trabalho com gêneros textuais em sala de aula está previsto como proposta em documentos oficiais do governo brasileiro. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de LP,<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span> </span></span><span>Tomando-se a linguagem como atividade discursiva, o texto como unidade de ensino<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 10.0pt; mso-fareast-language: PT-BR;">e a noção de gramática como relativa ao conhecimento que o falante tem de sua linguagem, as atividades curriculares <st1:personname productid="em L■ngua Portuguesa" w:st="on">em Língua Portuguesa</st1:personname> correspondem, principalmente, a atividades discursivas: uma prática constante de escuta de textos orais e leitura de textos escritos e de produção de textos orais e escritos, que devem permitir, por meio da análise e reflexão sobre os múltiplos aspectos envolvidos, a expansão e construção de instrumentos que permitam ao aluno, progressivamente, ampliar sua competência discursiva. (</span><span style="font-size: 10.0pt;">BRASIL, 1998, p.106)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 70.9pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span> </span></span>Ainda de acordo com a proposta dos PCNs, a noção de gêneros refere-se a <span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">“famílias</span> de textos que compartilham características comuns” (BRASIL, 1998, p.22). Seriam, dessa forma, “espécies” de textos com características comuns aprendidas por meio da convivência social. Cada espécie possui formato próprio, circula em determinado portador ou suporte, usa estilos de linguagem específicos e funciona em determinado contexto social.</span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Outro fator relevante no ensino baseado nos gêneros textuais é a diversidade infinita destes. Como nos afirma Bakhtin, são inesgotáveis as possibilidades da multiforme atividade humana. Sendo assim, cabe ao professor – no papel de mediador – selecionar os mais relevantes ao grupo social composto por sua turma.<span> </span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Além de reconhecer, definir e classificar os gêneros diversos, é necessário que o aluno compreenda em qual situação cada um lhes será útil. Para tanto, é fundamental a mediação do professor nas atividades de leitura, escuta e produção textual (escrita ou oral) de gêneros em contextos sociais simulados em sala de aula. Como exemplifica Brait (2006), <span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">"Não há receita pronta. Se o aluno não ler muita poesia, dificilmente será capaz de escrever uma respeitando as marcas do gênero".<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Considerações finais<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O presente trabalho teve como propósito incentivar o professor de LP a refletir sobre a concepção de linguagem que norteia suas práticas pedagógicas, apresentando a concepção sociointeracionista discursiva, que acreditamos ser a mais adequada, uma vez que nela se enfoca os usos discursivos da língua de acordo com o funcionamento interativo da sociedade.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">Nesse sentido, sob a perspectiva bakhtiniana, sugerimos um ensino de LP orientado pela abordagem de gêneros textuais em sala de aula, pois entendemos que, amadurecidas as proficiências de leitor, ouvinte, escritor e falante, o aluno será capaz de agir adequadamente nas diferentes esferas sociais. </span><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">Desse modo, o ensino de caráter social, voltado para o uso dessas competências de linguagem do aluno, fomentará a ampliação do domínio discursivo dos falantes e sua inserção efetiva no mundo da escrita.</span></span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Referências Bibliográficas<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BAKHTIN, Mikhail. <b>Estética da Criação Verbal</b>. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. Trad.: Paulo Bezerra.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BRAIT, Beth. <b>Bakhtin: conceitos –chave.</b> 3. ed. São Paulo: Contexto, 2006.<span> </span><o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. <b>Parâmetros curriculares nacionais. </b>Brasília: Secretaria de Educação Fundamental, v. 2, 1997.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. <b>Parâmetros curriculares nacionais : terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa</b>/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília : MEC/SEF, 1998.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">FREITAS, Maria Teresa de Assunção. <b>Vygotsky & Bakhtin, </b>Psicologia e educação: um intertexto. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1995.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">MARCUSCHI, Luiz Antonio. <b>Produção textual, análise de gêneros e compreensão.</b> 2ª ed. Rio de janeiro: Parábola, 2008.<o:p></o:p></span></span></span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-style-span"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #660000; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">SOUZA, Solange Jobim e. <b>Infância e Linguagem: </b>Bakhtin, Vygotsky e Benjamin. 3ª ed. Campinas: Papirus,1996.<o:p></o:p></span></span></span></div></div><div><!--[if !supportFootnotes]--><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><br clear="all" /> </span><hr align="left" size="1" width="33%" /> <!--[endif]--> <div id="ftn1"> <div class="MsoFootnoteText"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> ROSA, João Guimarães. <b>Ave, palavra</b>. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970.</span></div></div><div id="ftn2"> <div class="MsoFootnoteText"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Conforme Marcuschi, adotamos o termo <i>gêneros textuais </i>para fazer referência ao conceito bakhtiniano de <i>gêneros do discurso</i> neste trabalho</span><span style="font-size: 9.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">.</span><o:p></o:p></span></div></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-68627018545694978662011-10-06T12:23:00.001-07:002011-10-06T12:23:38.725-07:00Bruna Molisani Ferreira Alves<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Responsibilidade de professoras de educação infantil em seus processos formativos<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Bruna Molisani Ferreira Alves<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><a href="mailto:bmolisani@gmail.com"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">bmolisani@gmail.com</span></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">UFRJ/PPGE/LEDUC</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: right;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“A ciência, a arte e a vida adquirem<o:p></o:p></span></span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: right;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>unidade somente na pessoa que as<o:p></o:p></span></span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: right;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>incorpora na sua unidade.” <o:p></o:p></span></span></div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: right;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">(Augusto Ponzio)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>As discussões que proponho trazer para a roda a partir desse texto emergem da pesquisa que estou desenvolvendo no doutorado e que tem como objetivo analisar os gêneros discursivos produzidos por professoras de educação infantil, no contexto da formação continuada<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> proporcionada pelo projeto “As (im)possíveis alfabetizações dos alunos de classes populares pela visão de docentes na escola pública”, coordenado pela professora Ludmila Thomé de Andrade, a fim de conhecer o que pensam sobre o trabalho com a linguagem (oralidade, leitura e escrita) na referida etapa da educação básica.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Parto do entendimento de que somos seres constituídos na e pela linguagem, nas relações sociais, em que “o outro impõe sua alteridade irredutível sobre o eu” (PONZIO, 2008, p.23). Nossos discursos se constituem nesse diálogo inevitável com o outro, sendo formados como respostas à palavra alheia da qual nos apropriamos, repetindo, manipulando, transformando, fazendo-a ressoar de forma diferente, expressando outro ponto de vista, porque enunciados a partir de um outro lugar. Essa apropriação do discurso alheio dá-se como <i>relação ativa de uma enunciação a outra</i> (BAKHTIN, 2009, p. 145), como <i>responsividade</i>, e consiste num trabalho de autoria em meio a uma multiplicidade de vozes que convivem e interagem num determinado cenário. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Considerando as professoras como sujeitos produtores de conhecimentos, proponho-me a investigar seus enunciados orais e escritos buscando identificar o trabalho de autoria dessas professoras, de escolha e assinatura de seus discursos em meio aos diferentes discursos que circulam no cenário da educação infantil e da formação docente.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>As contribuições do pensamento bakhtiniano levam-me a pensar a formação como produção discursiva, como <i>ato responsável</i>, <i>que é intencional, e que caracteriza a singularidade, a peculiaridade, o monograma de cada um, em sua unicidade, em sua impossibilidade de ser substituído, em seu dever responder, responsavelmente, a partir do lugar que ocupa, sem álibi, sem exceção.</i> (PONZIO, 2010, p. 10)</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Trago no título do presente texto a palavra <i>responsibilidade</i>, neologismo proposto por Sobral (2008, p.20), <i>que une responsabilidade, o responder </i>pelos<i> próprios atos, a responsividade, o responder </i>a <i>alguém ou a alguma coisa</i>. Dessa forma, penso as enunciações das professoras como atos responsáveis, únicos, irrepetíveis, inscritos no <i>existir-evento</i> de cada uma delas, e também como respostas aos muitos enunciados espraiados no dialogismo constitutivo de suas subjetividades. Seus enunciados configuram-se como <i>novos elos na cadeia histórica da comunicação discursiva</i>, como criação, absolutamente nova e singular, a partir de algo dado (BAKHTIN, 2003).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Nos processos de formação vividos pelas professoras, conteúdos são apresentados, possibilidades teórico-práticas são experienciadas, compartilhadas, configurando-se como os <i>dados</i> a partir dos quais vão criar suas práticas e conhecimentos. Tais processos implicam em <i>atos reais de cognição</i>, que incorporam<i> cada significado extra-temporal no existir-evento singular</i> (BAKHTIN, 2010, p. 55) de cada professora. A validade de suas práticas, de seus discursos está no ato historicamente situado e não numa unidade teórica abstrata, como ato de um sujeito encarnado<i> em um ser humano real, efetivo, pensante para incorporar-se, com o mundo todo do existir que lhe é inerente enquanto objeto de seu conhecimento, no existir do evento histórico real, simplesmente como seu momento</i>. (idem, p. 49)</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">As produções discursivas das professoras são, assim, analisadas como respostas aos discursos apresentados na formação – e a muitos outros que circulam em seus ambientes de trabalho, em diferentes momentos de sua formação, no campo de sua inscrição profissional, na sociedade em geral –, como fechamentos provisórios resultantes de um trabalho de compreensão em que <i>compreender um objeto</i> [um conteúdo, uma prática, um construto teórico, um discurso]<i> significa compreender meu dever em relação a ele, (...) o que pressupõe minha participação responsável</i> (p.66).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A partir do exposto, pergunto: Que compreensões as professoras de educação infantil estão construindo acerca do trabalho com a linguagem? Com que vozes dialogam em suas produções discursivas? Quais e como os discursos apresentados na formação continuada (EPELLE) estão sendo incorporados, ressignificados, rejeitados em seus discursos?</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Num contexto histórico-político-científico que tem negado constantemente a possibilidade de espaços discursivos onde os professores possam se dizer (ANDRADE, 2003, 2010), com políticas educacionais que se sustentam em pressupostos que consideram tais profissionais como meros tarefeiros, negando o lugar de intelectuais, produtores de conhecimento, e pesquisas que, mesmo quando se dispõem a “dar voz” aos professores, ouvem seus discursos como inadequações e/ou distorções em relação aos conhecimentos científicos, investimos em processos formativos que buscam instaurar outras formas de pensar os professores e sua formação. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Conceber a formação como ato responsável implica considerar o lugar único, singular, situado histórico-culturalmente de cada professora, assim como possibilitar espaços para que possam se dizer, em percursos de autoria, (re)conhecendo o dialogismo e a interdiscursividade inerentes aos seus discursos. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Referências Bibliográficas<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">ANDRADE, Ludmila.<span> A escrita dos professores: textos em formação, professores em formação, formação <st1:personname productid="em forma ̄o. In" w:st="on">em formação. In</st1:personname>:<i> Revista Educação e Sociedade</i>, Campinas, vol. 24, n. 85, p. 1297-1315, dezembro 2003</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">______. Personagens e enredos de práticas pedagógicas na cena da formação docente.<i><span> In:</span></i><span> <i>Revista Educação e Sociedade</i></span><span>, Campinas, v. 31, n. 110, p. 179-197, jan.-mar. 2010</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, Mikhail. <i>Para uma filosofia do ato responsável</i>. [Tradução aos cuidados de Valdemir Miotello & Carlos Alberto Faraco]. São Carlos: Pedro & João Editores, 2010</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">______. (VOLOSHINOV, V.) <i>Marxismo e filosofia da linguagem</i>. 13 ed. São Paulo: Hucitec, 2009</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">______. O problema do texto na linguística, na filologia e em outras ciências humanas. In: <i>Estética da criação verbal</i>. Tradução: Paulo Bezerra. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 307-335</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">PONZIO, Augusto. A concepção bakhtiniana do ato como dar um passo. In: BAKHTIN, Mikhail. <i>Para uma filosofia do ato responsável</i>. [Tradução aos cuidados de Valdemir Miotello & Carlos Alberto Faraco]. São Carlos: Pedro & João Editores, 2010, pp. 9-38</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">______. <i>A revolução bakhtiniana</i>: o pensamento de Bakhtin e a ideologia contemporânea. São Paulo: Contexto, 2008</span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">SOBRAL, Adail. Ato/atividade e evento. In: BRAIT, B. (org.) <i>Bakhtin: conceitos-chave</i>. 4. ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2008, pp. 11-36</span></div></div><div><!--[if !supportFootnotes]--><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><br clear="all" /> </span><hr align="left" size="1" width="33%" /> <!--[endif]--> <div id="ftn1"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), integrante do Laboratório de Estudos de Linguagem, Leitura, Escrita e Educação (LEDUC/UFRJ) e do Grupo ALEPH/UFF. Bolsista CAPES.</span></div></div><div id="ftn2"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> A formação continuada proposta pela pesquisa coordenada pela professora Ludmila T. Andrade iniciou-se em 2011 e está prevista para acontecer ao longo de quatro anos. Sua realização consiste em encontros semanais, denominados EPELLE (Encontro de Professores de Estudos sobre Letramento, Leitura e Escrita), com duração de três horas, em que são discutidas questões referentes a quatro eixos: teorias de alfabetização; crianças de classes populares e seus letramentos; formação de professores; escrita docente. Além disso, prevê horas de leitura de preparação para os encontros e de produção escrita dos professores participantes (planejamentos, anotações sobre os alunos, registros de práticas que possam ser publicados). Trata-se de uma proposta de “formação pela prática” que envolve professores que atuam nos anos iniciais da educação básica (educação infantil e 1º ao 3º ano do ensino fundamental) em escolas públicas do Rio de Janeiro.</span></div></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-50381552229367908042011-10-06T12:21:00.001-07:002011-10-06T12:21:46.737-07:00Carlos Augusto Colussi<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Quem mexeu no meu texto? Ensinar e aprender com a filosofia no ensino fundamental como troca de saberes entre professor e aluno: experiências em sala de aula<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Carlos Augusto Colussi</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">colussi.carlosaugusto@gmail.com</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">UFSCar (Universidade Federal de São Carlos)</span></div><pre style="text-align: right; text-indent: 31.2pt;"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000; font-size: 9pt;"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color: white;"> </span></o:p></span></pre><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Foi algo que não posso dizer que tenho explicação. Mas vou tentar explicar. À medida que envelhecemos, vamos acumulando aquilo que chamo de segmentos lingüísticos. Hoje não falo como quando tinha 8 anos nem sequer quando estava com 30. Há uma espécie de camadas que vão se acumulando, do mais antigo ao mais recente. Tenho a impressão de que, durante a doença que me atacou e da qual tive a rara sorte de escapar com vida (ao menos um médico que me atendeu disse isso), camadas antigas voltaram à superfície. Ou seja, palavras que eu não mais usava ali estavam e figuram na história. Não apenas escrevi o livro, mas o livro também me escreveu a mim. Não posso dizer que se trata de uma verdade científica, mas algo realmente diferente se passou pela minha cabeça. (José Saramago<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Em primeiro lugar é necessário que se faça uma explicação: o texto será escrito em primeiras pessoas (singular e plural) por se tratar de uma experiência do autor e seus alunos. Permita-me o leitor raciocinar com um exemplo, extraído do convívio com estudantes do município de Porto Ferreira. O período em questão, que trata da troca de saberes entre professor e aluno na disciplina Filosofia aplicada no ensino fundamental de uma escola particular, refere-se ao segundo semestre de <st1:metricconverter productid="2008. A" w:st="on">2008. A</st1:metricconverter> convite da inspetora pedagógica da escola particular de uma franquia das mais conhecidas no Brasil, fui alçado a professor da disciplina de Filosofia para estudantes do ensino fundamental (PEB-II), no qual estão incluídas crianças e adolescentes entre 11 e 14 anos inseridas no 6º Ano (5ª Série), 7º Ano (6ª Série), 8º Ano (7ª Série) e 9º Ano (8ª Série). A substituição do professor de Filosofia teria sido promovida por dois motivos básicos que se inter-relacionam: a escolha do professor para o primeiro semestre foi exclusivamente em detrimento de sua formação, bastante completa. O resultado teria decepcionado a direção da escola. Nesse caso, a “tábua de salvação” transformou-se em um problema. O modelo de professor “sábio”, do sujeito que controla o processo de aprendizagem, mostrou-se ineficiente para uma instituição de perfil liberal. Por outro lado, o que se pretendia com a Filosofia por parte da escola era criar dentro da disciplina algo peripatético no molde idealizado por Aristóteles, que pensou em um “aprender andando”. Minha experiência no magistério era praticamente nula. Todos meus esforços estavam condicionados a lecionar quatro disciplinas nos cursos de Administração de Empresas e Sistemas de Informação em uma faculdade particular. Portanto, havia ali um desafio.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>A Filosofia, assim como a Sociologia, está hoje inserida na grade curricular das escolas de ensino fundamental e médio no Brasil mediante a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação de 1996. Porém, a idéia da reintrodução da Filosofia no Ensino Médio, no início da década de 80, trazia em seu bojo a crença em uma ação revolucionária, capaz de romper as amarras e marcas da ditadura que afastaram o aluno da crítica, do esforço de construção teórica autônoma, da prática do diálogo e da argumentação. O projeto de introduzir as crianças no diálogo sobre as temáticas filosóficas é uma possibilidade que encanta poucos e que causa curiosidade em muitos educadores. O resultado é a ausência quase plena de material didático oferecido pelo ensino público e pelas instituições particulares. Para suprir as dificuldades da falta de material didático, uma premissa foi tomada como ponto de partida: o professor deveria criar um repertório de situações, para que o aluno pudesse se exercitar nas reflexões filosóficas, exercitar modalidades de raciocínio sem necessariamente ter uma compreensão conceitual. Mais à frente o aluno atingiria um repertório de situações em que pudesse exercitar o raciocínio de indução, comparação, dedução, de situações que envolveriam procedimentos éticos, estéticos, sem necessariamente tornar-se o objeto do aprendizado, em si o próprio sujeito com espírito filosófico, o de pensar em comum.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>O ato de pensar em comum merece um momento à parte. Em seu livro “Filosofia em comum: para ler-junto”, Márcia Tiburi aponta as premissas da sala de aula. Entre elas está o ideal da filosofia como encontro de amigos por amor ao saber. O professor tem essa noção de que a filosofia é um trabalho de forte teor literário. Mesmo assim, também considera que a filosofia é o pensamento que se escreve, além de pensamento que se forja entre pensantes. Então, todos os elementos para uma aula da disciplina de Filosofia são postos à prova: o professor, o aluno, o conteúdo, e o pensamento. Mais ainda: o professor considerou que cada aluno poderia escrever conforme seu estilo porque, por mais que o aluno tente, não escaparia de seu modo de ser e de dizer que se expressa na linguagem que usa. TIBURI é categórica em afirmar que pensar é possível, quando nos diz:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>“Ou seja, cada um responde ao instante histórico, especial e temporal que ocupa com seus movimentos, gestos, ações. Cada um só pode oferecer sua interpretação a partir dos próprios limites históricos e situacionais que experimenta”. (2008: 28)</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>O professor, ao se deparar com um conteúdo que obviamente ultrapassaria o nível de entendimento em cada faixa etária, abriu mão da parafernália didático-pedagógica e das mais recentes receitas de ensinar, pregada pelos acadêmicos mais estruturalistas, e partiu para a inversão da hierarquia. Como <span>afirmava Kant, não se pode ensinar filosofia, só se pode ensinar a filosofar. Deu-se então o primeiro contato com os alunos com resultados que merecem ser registrados. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span>E c</span>omo propôs João Wanderley Geraldi, em “A aula como acontecimento”: <span> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“(...) o professor do futuro, a nova identidade a ser construída, não é a do sujeito que tem as respostas que a herança cultural já deu para certos problemas, mas a do sujeito capaz de considerar seu vivido, de olhar para o aluno como um sujeito que também já tem um vivido, para transformado o vivido <st1:personname productid="em perguntas. O" w:st="on">em perguntas. O</st1:personname> ensino do futuro não estará lastreado nas respostas, mas nas perguntas. Aprender a formulá-las é essencial. Na lição de Saramago, “tudo no mundo está dando respostas, o que demora é o tempo das perguntas”. (2004:19)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Com a ajuda do pensamento de Saramago, citado em epígrafe na abertura deste artigo, podemos entender em parte como isso acontece no processo de produção de texto em sala de aula. A partir de um conteúdo introdutório, ou seja, um tema a ser discutido, é feita a leitura <st1:personname productid="em comum. No" w:st="on">em comum. No</st1:personname> pronunciamento inicial do material confeccionado e distribuído ao aluno, o professor propõe a história pessoal dos filósofos, considerando desde os pré-socráticos até os pensadores contemporâneos, levantando suas principais contribuições para a humanidade no ato do pensar. Esse caminho é importante para que a criança consiga relacionar sua própria história com a biografia do filósofo a ser estudado. Essa proximidade de seres pensantes, com cronotopias distintas, estreitam as barreiras de heranças culturais e os dois lados se inter-relacionam, valorizando o contato “EU-OUTRO”, superando qualquer método pragmático. Aluno e professor são arrastados por forças centrípetas e centrífugas, para dentro e para fora de um universo de multiplicidades, não sistematizado, cujo conhecimento é fruto das práticas sociais desenvolvidas em mais de 4 mil anos. Vale o que cada um viveu, a práxis<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> propriamente dita. Cabe a cada um, porém, continuar a encontrar respostas às novas indagações que o tempo de cada um suscita.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Segundo Saramago, à medida que envelhecemos vamos acumulando aquilo que chamo de segmentos lingüísticos. Há uma espécie de camadas que vão se acumulando, do mais antigo ao mais recente como as peles da cebola<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Em se tratando da disciplina Filosofia em que as práticas sociais constroem o saber, isso é automático no momento da produção do texto. Ou seja, as palavras que o aluno não mais usava ali estavam e figuram como resposta a uma pergunta sobre o tema escolhido. O autor-sujeito não apenas escreve a resposta, mas a resposta também o escreve. Não se pode dizer que se trata de uma verdade científica, neste momento, mas algo realmente diferente se passa pela cabeça da criança quando uma pergunta filosófica lhe é proposta.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span><span><span> </span>Nessa experiência como professor de filosofia no ensino fundamental, há um significado que as crianças atribuem às questões filosóficas. Mais do que isso, existe uma nova pergunta que surge a partir de uma resposta dada, e assim por diante. Para GERALDI, isso fica bastante claro quando o aluno aprende a percorrer caminhos inexistentes, porque eles se fazem no percurso, sendo capaz de compreender as respostas e os caminhos antes percorridos pelos pensadores da filosofia clássica:<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“é com as mãos cheias de perguntas que melhor nos orientamos no manuseio da herança cultural. A ela vamos também em busca de respostas que já foram dadas a perguntas que formulamos: não se trata de reinventar a roda! O que importa aqui é que as perguntas dirigem a seleção, construção ou reconhecimento da inexistência de respostas. Creio que o ensino tem dado respostas a alunos que não conhecem as perguntas. Temos aprendido respostas sem sabermos as perguntas que a elas conduziram”. (2004: 19)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>Trataremos nesse artigo de dois momentos distintos. Ambos relacionam as categorias de conhecimento levantadas por Aristóteles, entre elas a biologia, que foi proposta aos alunos durante o segundo semestre de 2008. Em um primeiro momento o professor propôs uma introdução teórica sobre a biologia como “ciência da vida”. No texto havia a afirmação de que Aristóteles foi o verdadeiro fundador da zoologia, levando-se em conta o sentido da palavra. Em um segundo momento, discutiu-se o tema “zoologia”. Para apoiar a construção do diálogo, a idéia inicial era que a cada aluno desconstruísse a palavra em duas partes “zoo” (animal) e “logia”. Em seguida, esse dispositivo permitia que todos pudessem lembrar de palavras relacionadas a “zoo” e “logia”. Mais à frente o texto introdutório falava que o tema incluía também outras teorias referentes à possibilidade de origem da vida, seja ela extra-terrestre ou extra-planetária. O próximo passo foi deixar que os alunos lessem as três perguntas formuladas, sendo: 1) Você já fez um passeio no zoológico? O que foi mais legal no passeio? 2) Quando você observa os bichos você se sente parte do mesmo mundo? 3) Como você imagina a vida em outro planeta? Escreva duas idéias.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>As respostas foram escritas na folha oferecida pelo professor. Quanto à pergunta número um houve registros de “sins” e “nãos”, seguidos de “adorei os macacos”, “da hora de comer” e até “ver as meninas”. Quanto à pergunta dois, mais uma série de “sins” e “nãos” sem complementos. Já a questão três, que envolveu a produção de um pequeno texto, houve quem respondesse: “Devem haver seres mais inteligentes que nós humanos”, ou ainda “Não acredito em vida em outro planeta”, ou quem descrevesse “Seres gosmentos iguais ao E.T.”. Nesse item três existiu uma incidência maior de imagens já consagradas nos gibis, nos desenhos animados na televisão e no cinema. Em todos as respostas o aluno acionou a idéia com lucidez, renovando a compreensão das idéias institucionais e daquelas que surgiram em sua memória, guardadas em seu cérebro. Nesse caso, cada aluno apossou-se de uma idéia não porque a idéia do outro fosse sua proprietária, mas por sua capacidade de pensar foi capaz de discutir o assunto “VIDA” e foi disposto a desapropriar sua própria idéia para os colegas de classe. Aprender sobre a verdade do universo é também descobrir como e a partir de onde pensamos. Mais uma vez, TIBURI consegue nos mostrar que com o grupo de palavras da qual dispõe o aluno é dada chance da realização de seu propósito porque a autoria é a descoberta do próprio lugar de cada um, daquilo que é sua marca, seu sinal.“Sou autor aqui onde eu me posiciono ciente e criador de meus próprios gestos e atos, aqui onde eu deixo minha marca na relação com o dizer de outro. É porque escuto que sou leitor, mas o sou apenas quando falo o que estudo do meu jeito” (2008: 32)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>Porque o dizer de outro está na revista em quadrinhos, nas páginas dos livros, na tela da televisão, na telona do cinema, no vídeo, no convívio com os pais, com aquilo que está nos jornais e é propagado em larga escala pelo mundo. Coube ao professor de Filosofia, portanto, despossuir a idéia, dá-la ao aluno e deixá-la para que os alunos estejam livres para dar vida ao pensamento humano. Mais do que isso, ele produziu sabendo que havia um professor-leitor na outra ponta ou até mesmo alguém outro, um colega, o pai, o avô, o responsável, a inspetora pedagógica, a diretora. Isto significa que o autor é um leitor, um ser pensador de uma idéia que serpenteia até que encontre uma oportunidade para dar o bote. Nesse instante, configura-se para TIBURI uma estrutura composicional em que diz:<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“Escritor e leitor compõem a figura do ‘autor’. Este não é uma pessoa apenas quando se trata de livros, mas um ‘movimento’ – mais que uma entidade ou instituição – representado pela linha que tem dois lados e um ‘ato’ que se dá no encontro de ambos quanto, na torção, a fita encontra o seu contrário” (2008:35)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Que a disciplina de Filosofia se estabeleça como esse lugar de interconexão entre o aluno, o professor e o pensamento. Para o aluno, nasce naquele instante do surgimento da idéia e da compreensão a descoberta de si mesmo como ele absorvesse, que ficasse impregnado dentro de sua mente, colado em sua pele, cada conceito filosófico, ele imaginando: “o modo como penso é a maior revelação do que sou para mim mesmo”, como afirmou Márcia Tiburi. Na Filosofia, Sócrates concluiu algo ainda atual: “sei que nada sei”. Mas o aluno-escritor e o professor-leitor compartilharão o início do processo do conhecimento. A curiosidade move as descobertas, o “não sei” ou o “não tenho idéia” que pode surgir em um instante dá lugar a um outro com algo que elucida o questionamento filosófico, pois há um desejo de ir além do que o aluno sabe, do que ele é, na direção do que ele ainda não conhece. As novas descobertas, que são geradas pelo pensamento filosófico, são o leitmotiv<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> de um vir a ser da criança que precisa de palavras para expressar o que pensa, e que tem curiosidade de buscá-la nas profundezas de seu inconsciente.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>O que posso extrair das experiências obtidas por meio de aulas expositivas na disciplina de Filosofia é que em nenhum momento descartou-se atos concretos, irrepetíveis, praticados por sujeitos concretamente definidos, ou sequer os atos dos alunos como atividade, daquilo que há em comum entre eles, e que portanto repetível, entre os vários<span> </span> atos de uma dada atividade. <span> </span>Como já apontou Adail Sobral em seus artigos sobre Mikhail Bakhtin, deparei-me com um duplo problema: como não apagar a especificidade de cada ato específico em cada resposta de cada aluno e como não se perder nessa especificidade e, assim, deixar de apreender o que há de comum entre vários atos. É certo que abordar temas filosóficos perante crianças entre 11 e 14 anos pode não encontrar adeptos dentro do sistema tradicional didático-pedagógico. Para SOBRAL, “abordar esses temas envolve, necessariamente, uma teoria do conhecimento, uma teoria da relação entre a experiência imediata no mundo natural e sua representação em linguagem no mundo humano, ou seja, envolve a própria condição humana e o esforço incessante por entendê-la com recursos humanos” (2007: 12). Talvez daí tenha encontrado certa dificuldade na montagem das aulas expositivas. Discorrerei sobre essas questões, arraigadas nas idéias de Sobral em outro artigo, em uma outra oportunidade.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>O mais importante é que o conjunto de signos utilizado pelos alunos foi suficiente para que eles dessem conta de lidar com conceitos-chave de Filosofia, algo que, se imposta uma didática mais enferrujada, tornar-se-ia impossível de aplicar em sala de aula. Para aquilo que se pretendia ao lecionar uma disciplina considerada um “patinho feio” dentro das Leis de Diretrizes e Bases da Educação, as palavras registradas na folha de atividade ganharam novos valores, além de suas próprias particularidades materiais. Estamos diante daquilo que Bakhtin identifica como universo de signos que nas palavras de Valdemir Miotello chamam a atenção para o que o aluno estabelece como representação do mundo:<span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 120.5pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“E todo signo, além dessa dupla materialidade, no sentido físico-material e no sentido sócio-histórico, ainda recebe um ‘ponto de vista’, pois representa a realidade a partir de um lugar valorativo, revelando0a como verdadeira ou falsa, boa ou má, positiva ou negativa, o que faz o signo coincidir com o domínio ideológico” (2007: 170)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>Há a nítida impressão que a representação daquilo que o estudante entende como mundo é expressa por palavras porque ele não precisaria de outro meio para que haja qualquer outro tipo de expressão que se encerra, a não ser o próprio ser humano em presença de outro ser humano, nessa inter-relação “EU-OUTRO”, “PROFESSOR-ALUNO”, “ESCRITOR-LEITOR”, “AUTOR-FILÓSOFO”. Aliás, o aluno em sala de aula não se constitui apenas pela ação discursiva, mas todas as atividades que ele exerce, criando espaços para sua própria subjetividade, pela constituição daquilo que ele sente em relação à Filosofia diante do que lhe é posto para pensar. E pensar-junto.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>Com as atuais experiências em sala de aula, é possível que o próprio aluno mexa naquilo que produziu, sem interferência do professor no ato de correção. Se na Filosofia é permitido que a cada pergunta se estabeleça uma nova pergunta, e mais uma nova pergunta, e assim ultrapassando os limites da disciplina, a proposta de mudança de hierarquia torna a aula como acontecimento filosófico, como um lugar de onde surgem perguntas, e respostas, e mais perguntas e mais respostas. Cada criança volta para casa repleta de indagações importantes para o que podemos chamar de “próxima aula”. Foi na sala de aula que ele encontrou seu companheiro de viagem, capaz de se unir a ele para falar das coisas que existem “lá fora”, aquilo que sentiu, que conseguiu guardar em sua memória. Para começar a escrever uma resposta a partir de uma premissa filosófica, bastou o pensamento aberto, livre, sem amarras, não-pronto, desengavetado. Na disciplina de Filosofia a criança pode misturar seus próprios conhecimentos com os conhecimentos dos grandes filósofos. “Será que Platão foi criança?”, poderia perguntar um aluno. “É claro, ele foi uma criança super esperta, vocês não acham?” Ao professor de Filosofia cabe ultrapassar os limites de disciplinas.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>E isso é a Educação. Ou melhor, se concordarmos que tanto a Filosofia quanto a Educação têm a razão investigativa como elemento comum de busca, seria redundante afirmar que ao fazermos educação estamos fazendo Filosofia, e que toda Educação há que ser necessariamente filosófica. Em sua obra “Filosofia para Crianças”, Nilson Santos nos convida para levar a criança a um mundo “não mágico”, mas mais “humano”, longe das regras inatingíveis e pouco claras, porém mais compreensível para o que podemos chamar de “sentido das coisas” que acontecem todos os dias. Nesse caso, para o grupo que está em sala de aula, a discussão filosófica, ou o processo investigativo, ou ainda o fazer da educação tendo a aula como acontecimento, tem, portanto, algumas características básicas. SANTOS recorre a Mathew Lipman para alçar o professor a lugar privilegiado no processo de aprendizagem da disciplina.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“(...) os melhores professores não estão unicamente preocupados que seus alunos saibam suas disciplinas, mas que aprendam o movimento do pensamento inerente a elas, sua dinâmica interna e sua produção; isto transcende a pura mecânica do aprendizado de conteúdos. Não se trata somente de aprender a resultante do processo investigativo, mas de dominar seu procedimento; trata-se de tornar-se investigador.” (2000:27)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>Nesse raciocínio, Santos também encontra seis pontos importantes que passo a discutir. Em primeiro lugar, a discussão filosófica merece ser cumulativa dando ao aluno a oportunidade de mesclar os conhecimentos adquiridos em qualquer momento de sua vida escolar. Em um segundo ponto, esse diálogo investigativo deve colocar o aluno com participante, como SUJEITO, que fala, que ouve, que faz considerações e reflete o que foi dito por outro <span> </span>SUJEITO que também fala e que também ouve e que ainda faz considerações e reflete como ele. É nesse ínterim que a criança reconhece e valoriza o que aprendeu, e consegue mensurar cada parte desse conhecimento.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>Mais à frente, temos uma discussão democrática, com tribuna-livre, conduzida pelo diálogo (aluno-professor-aluno) no qual todos ganham pesos iguais em suas considerações. Aqui, diz Santos, é fundamental que a criança preze “os valores da investigação e raciocínio, extrapolando o ritual da apreensão sensível, conferindo-lhe significação” (2000: 28). Os dois últimos pontos a destacar é que, durante o debate filosófico, há uma permissão em que os participantes aprendem uns com os outros, fortalecendo a compreensão que todo aprendizado e todo conhecimento é construção eminentemente coletiva. Essa é igualmente a premissa axiomática desse estudo: entender que a construção do saber é coletivo, quando todos somos melhores quando estamos discutindo juntos. Por fim, na hipótese de Santos, o aluno desperta em si o prazer do raciocínio, garantindo ao processo de aprendizagem um aumento de qualidade sobre o saber comum, além de conseguir ver concretizado cada etapa desse pensamento.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>Em 2008, quando foi proposto a um grupo de alunos do 6º Ano (5ª Série) a produzir um texto sobre os assuntos discorridos em sala de aula durante o semestre, para falar sobre a Filosofia e seus pensadores, para narrar coisas que aconteceram, para fazer questionamentos, para indagar o que ela considerava como conhecimento, veio à tona o pensamento de Mathew Lipman, citado por Santos, quando afirmou que “crianças podem escrever filosofia, assim como podem escrever autobiografias, descrições da natureza, e assim por diante, elas podem escrever a respeito de seus pensamentos e analisar conceitos...”.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>Não é difícil imaginar que crianças de 11 anos saibam observar o mundo com um olhar crítico, como faziam os pré-socráticos. Caroline, que tomou contato com os conceitos filosóficos pela primeira vez no 6º Ano (5ª Série), escreve algo a respeito do diálogo investigativo proposto em sala de aula:<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“Eu gostei da aula da natureza, ela veio da palavra ‘physis’, seu significado é mais amplo que natureza. A natureza está em transformação constante, sempre mudando, nunca a mesma, isso também é movimento, transformação dos seres, de qualidade. Exemplo: eu estava feia e fiquei linda com a limpeza de pele e ajuda do salão; mudando de quantidade: um rio, com a chuva, aumenta de tamanho. O mundo não pára de mudar, mudança contínua. Também gostei da lógica, é uma coisa que se respondendo é tonto, fácil, é rápido, é pratico, é lógica. Essa aula também diz onde e como usamos essa lógica no dia a dia, eu uso na lição de matemática, tenho facilidade nessa matéria, que é muito legal. Eu adoro matemática e também a lógica, é muito simples e fácil”.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>Já Vagner, colega de classe, considerado um “aluno-problema” (pedagogicamente falando, dentro do tradicional método didático) por seu comportamento distinto, também mostra progressos quando é estimulado a contar sua própria história e fazer perguntas. Sentiu-se à vontade quando narrou um episódio em que retratou uma queda de skate:<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“Eu saí da escola e fui almoçar na casa da minha avó depois uma duas horas eu fui jogar bola no clube de campo e na dessida da Braziliana na lombada eu passei eu estava com chutera de cravo depois a chutera bateu no chão eu virei e caó eu não lembro direito só lembro quando acordei com um cara me chamando no hospital e depois fui andando até o clube de campo lá joguei bola”.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span>Durante a mesma atividade, Aline foi buscar inspiração </span><span lang="PT">em Tales de Mileto, que ao estabelecer a proposição de que a água é o absoluto, provoca como consequência o primeiro distanciamento entre o pensamento racional e as percepções sensíveis na filosofia ocidental:<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span lang="PT" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span lang="PT" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">“Na minha casa, meu irmão me perguntou a cor da água e como o piso da piscina era azul, eu falei que a água era azul. Por que a água parecia azul? Por que dizem que ela é transparente? Por que o céu é azul? Ilusão de Óptica? O que é ilusão de óptica? Porque a água é importante para a nossa sobrevivência? Se a água ‘mata’ a nossa sede, por que ‘tem’ que ser a água? Quem chegou à conclusão que a água é transparente? Porque a água não é rosa? Por que dizem que a água molhada?”<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span lang="PT" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>Interessante poder observar que a experiência integra o indivíduo, possibilitando a ele e ao grupo social a renovação de idéias, crenças e hábitos. Compete ao ensino lapidar o conhecimento e ajudar o aluno a ampliá-lo na medida de que esse indivíduo interaja como SUJEITO e, mais além, o lugar dessa troca de experiências com o grupo que o rodeia. Nos textos reproduzidos dos alunos, há sim elementos de equilíbrio, integração, tensão, satisfação, consciência, resgate de memória e nítidos sinais de que ele pertence a um mundo concreto, não estacionário, em constante processo de desenvolvimento, como destaca o estudante Henrique, também do 6º Ano:<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span lang="PT" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>“Uma vez eu estava perto do fogão e minha mãe estava fazendo almoço, e sem querer eu escorreguei e relei na panela quente o meu queixo. Na hora ardeu muito, pois queimou, daí minha mãe passou uma pomada e pegou um pano molhado para parar de arder. Porque ardeu? Porque a água faz com que pare de arder? São muitas perguntas que podemos fazer baseando-se nesta história. Poderia haver um livro com todas as respostas? Nós somos curiosos, cada pergunta que podemos fazer, mas de onde vem essas perguntas? Da cabeça? Da boca? Do coração? Continuando minha história, depois a dor passou e eu continuei perto da minha mãe até que meu pai chegou e eu fui brincar com ele e nem me lembrava do que tinha acontecido. Por que eu me esqueci? Por que eu fui brincar com meu pai? Perguntas e perguntas: eis a questão.”<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span lang="PT" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span lang="PT" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O pensador russo Lev Vygotsky afirmava que “uma palavra que não invoque um pensamento é uma coisa morta, e um pensamento sem o corpo de uma palavra permanece na sombra”. Diante dessa realidade, as estruturas do discurso percebidas pela criança em fase de aquisição de linguagem transforma-se em estruturas básicas de seu pensamento. Além disso, a estrutura de linguagem que qualquer indivíduo habitualmente emprega influencia o modo como ele adquire habilidades e percebe seu ambiente, seu mundo, seu universo de referências. É para esse compromisso que a disciplina Filosofia constitui-se como uma nova forma de transformar em texto o “conteúdo imaginário” da mente da criança, contribuindo diretamente no processo de desenvolvimento intelectual, de modo que a linguagem não é apenas uma expressão das estruturas de pensamento adquiridas pela criança, como propôs Vigotsky. Há entre pensamento e linguagem uma relação mútua, contínua e progressiva e incessante. Com a Filosofia, o aluno consegue alimentar o pensamento e a linguagem permanentemente.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span lang="PT" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>Portanto, o projeto didático-pedagógico deve estar sempre voltado para as questões daquilo que a criança viveu, dos acontecimentos da vida, para ajudá-la a construir compreensões e percorrer novos caminhos, e expandir a própria vida. “Ensinar não é mais transmitir e informar, ensinar é ensinar o sujeito a aprender para construir conhecimentos” (2004: 21), escreveu GERALDI. O que importa é o aluno aprender, construir aprendizagens ao longo do processo de escolaridade.<span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><span lang="PT" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"><span> </span>Na disciplina Filosofia que merece ser aplicada a partir do ensino fundamental, como está proposto, as experiências são incontáveis. No processo de produção de texto, o aluno terá o professor como<span> </span>referência em seu projeto de dizer, ou seja, será o OUTRO que vai anteceder esse autor questionador. Nesse conjunto de trocas, dentro da interação em sala de aula, nada do que o aluno dirá deixará de estar valorado. Por outro lado, não podemos encarar o texto como algo sagrado. Essas palavras devem continuar sua trajetória de significação, de diversidade dentro da língua escrita e falada. É preciso contar as experiências, mostrá-las, seguir <st1:personname productid="em frente. Nessa" w:st="on">em frente. Nessa</st1:personname> trilha, o caráter histórico-social caminhará junto, estabelecendo jogos sociais de poder, de mudanças, porque, na concepção de Mikhail BAKHTIN, “a palavra é o fenômeno ideológico por excelência” (2004: 36). Houve o que dizer, houve razão para dizer, escolheu-se uma estratégia e comprometimento com esse dizer. Eis o despertar.<span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 31.2pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BRAIT, Beth (org). <b>Bakhtin: conceitos-chave</b>. 4ª ed. São Paulo: Contexto, 2007.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, M. <b>Marxismo e filosofia da linguagem</b>.11ª Ed. Trad.Michel Lahud e Yara F.Vieira. São Paulo: Hucitec, 2004.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">GERALDI, João Wanderley. <b>A aula como acontecimento</b>. Aveiro, Universidade de Aveiro: 2004.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><b>O ESTADO DE S.PAULO</b><span>, 26 nov.2008, p.D4.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">SANTOS, Nilson. <b>Filosofia para crianças: investigação e democracia na escola</b>. São Paulo: Terceira Margem, 2000.<o:p></o:p></span></span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">TIBURI, Márcia. <b>Filosofia em comum: para ler-junto</b>. Rio de Janeiro, Record, 2008.<o:p></o:p></span></span></div></div><div><!--[if !supportFootnotes]--><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><br clear="all" /> </span><hr align="left" size="1" width="33%" /> <!--[endif]--> <div id="ftn1"> <div class="MsoFootnoteText"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Entrevista concedida ao repórter Ubiratan Brasil, publicada no jornal O Estado de S.Paulo, na edição de 26 de novembro de 2008, no Caderno 2.</span></div></div><div id="ftn2"> <div class="MsoFootnoteText"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Karl <span lang="PT">Marx defendia a "práxis" (ou prática) ou um materialismo ativo. Seu materialismo não pode se definir como meramente empirista, primeiro porque julga Marx que o <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Empirismo" title="Empirismo">empirismo</a> é ainda muito abstrato, e segundo porque seu materialismo é dialético. Ou seja, matéria e idéia são categorias que de forma oposta se interelacionam, ou em termo tradicional, trata-se de uma "unidade de opostos". Tendo por a priori, a própria matéria (realidade), o princípio é materialista, mas não é um materialismo absoluto.</span></span></div></div><div id="ftn3"> <div class="MsoFootnoteText"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Termo que ganhou notoriedade com o alemão Günter Grass, prêmio Nobel de Literatura, com a obra “Nas Peles da Cebola”, citado por Saramago em entrevista publicada em 26 de novembro de 2008 no jornal O Estado de S.Paulo.</span></div></div><div id="ftn4"> <div class="MsoFootnoteText"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Leitmotiv, do alemão, motivo condutor ou motivo de ligação, é termo composto, expressão idiomática naquele originário vernáculo, para significar genericamente qualquer causa lógica conexiva entre dois ou mais entes quaisquer.</span></div></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-30229418693784618832011-10-06T12:19:00.001-07:002011-10-06T12:19:57.856-07:00Cláudia Maria Mendes Gontijo, Dulcinéa Campos<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Elementos para pensar a pesquisa em educação<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Cláudia Maria Mendes Gontijo (PPGE/UFES)</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">clammg@terra.com.br</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Dulcinéa Campos (PPGE/UFES)</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><a href="mailto:dulcampos@gmail.com"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">dulcampos@gmail.com</span></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Introdução<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Na perspectiva de pensar aspectos metodológicas referentes aos nossos trabalhos de pesquisa, no campo da educação, escolhemos alguns temas tratados nos textos de Bakhtin que podem nos ajudar nessas reflexões. Assim, abordaremos, neste texto, tendo em vista os seus limites, dois conceitos: palavra alheia e compreensão. Ambos, em nossa opinião, estão relacionados com os processos analíticos envolvidos nos trabalhos de pesquisa e, por isso, é importante destacá-los como temas ou conceitos essencias para pensar a pesquisa educacional.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Palavras alheias e compreensão<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Um dos espaços de pesquisa privilegiado, em nossos trabalhos desenvolvidos no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo, é o escolar. A inserção, nesse espaço, implica participação ativa nas práticas cotidianas escolares e nas relações que nele se constituem. Sendo assim, privilegiamos, em nossos estudos, as relações dialógicas, ou seja, as relações entre sujeitos que se realizam no espaço e tempo da escola. Para diferenciar as relações dialógicas ou entre sujeitos dos demais tipos de relações, Bakhtin (2003, p. 374), nos <i>Apontamentos de 1970-1971</i>, menciona três tipos de relações:</span></div><div class="ListaColorida-nfase11" style="margin-left: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Cambria;">1)</span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Cambria;"> Relações entre objetos: entre coisas, entre fenômenos físicos, fenômenos químicos; relações causais, relações matemáticas, lógicas, relações linguísticas, etc.<o:p></o:p></span></span></div><div class="ListaColorida-nfase11" style="margin-left: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Cambria;">2)</span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Cambria;"> Relações entre sujeito e objeto.<o:p></o:p></span></span></div><div class="ListaColorida-nfase11" style="margin-left: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Cambria;">3)</span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Cambria;"> Relações entre sujeitos – relações pessoais, relações personalistas: relações dialógicas entre enunciados, relações éticas, etc. Aí se situam quaisquer vínculos semânticos personificados. As relações entre consciências, verdades, influências mútuas, a sabedoria, o amor, o ódio, a mentira, a amizade, o respeito, a reverência, a confiança, a desconfiança, etc.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">De acordo com o autor, as relações entre sujeitos deveriam ser o objeto de análise das ciências sociais e humanas. Porém, para Bakhtin (2003, p. 379), nesses campos, “[...] não foram estudadas nem a palavra no corte dessa reciprocidade nem o <i>eu</i> do falante na mesma inter-relação”. As relações que se realizam entre sujeitos são essencialmente relações dialógicas.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">No livro <i>Problemas da poética de Dostoievski</i>, Bakhtin (2005) assinala que as relações dialógicas, incluindo aquelas que o sujeito realiza consigo mesmo, não são, por tanto, objeto de estudo da linguística (pelo menos da linguística estruturalista), pois não pode haver esse tipo de relação entre unidades da língua. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">As relações dialógicas são irredutíveis às relações lógicas ou às semânticas, que por si mesmas carecem de momento dialógico. Devem personificar-se na linguagem, tornar-se enunciados, converter-se em posições de diferentes sujeitos expressas na linguagem para que entre eles possam surgir relações dialógicas (Bakhtin, 2003, p. 183). <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Nesse sentido, as relações dialógicas se situam em outro campo, no campo do discurso, porque este é por natureza dialógico. Não há, portanto, dicotomia entre as unidades da língua e o enunciado na perspectiva de Bakhtin. Uma única palavra pode se tornar um enunciado pleno se estiver situada no interior das relações que a engendraram.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Esse aspecto das relações humanas nos leva necessariamente a pensar o tratamento que damos às palavras dos outros na pesquisa <st1:personname productid="ヸ买ミᔸ 奘 ���ⅰ ��࿐ ������ Ɨ 㳄ヸꮐᑤ㰔ヸ买ミ垘 ᛈ ���ⅰ ��࿐ ������ Ư � � � �倠 䭰 ���������������� Ƨ � � � �倠 䅘 ���������������� ƿ 㳄ヸ봐ᓠ㰔ヸ买ミ质 慈 ���ⅰ ��࿐ ������ Ʒ 㳄ヸ鯘 㰔ヸ买ミ驈 縸 ���ⅰ ��࿐ ������ ŏ � � � �倠 ̰ ���������������� Ň � � � �倠 䎠 ���������������� _
Ὀ Ộ em questão. A Infância� ŗ ��䄼 ᙠ ᷐ ���� � �붘ਘ i Ộ 띸 � �瞨 姠���������������� š 佴ミ ���u� �ᨼ 䄘 붘겈 {
鬘ᔕ � �㜠ᑕÐ ���������������� ų ��䃴 ᳰ ἠ ���� � �붘р ŵ � � � �倠 ᪨ ���������������� č 佴ミ ���r� �糤 䃐 붘ǰ ć � � � �倠 ゠ ���������������� ğ �contexto� � �붘뿐 Შ ᴘ 㰔ヸ买ミ���� �������࿐ ������ ĩ ��䂬 ᷐ ���� � �붘Ā # ư Შ � �瞨 Შ ���������������� Ļ 佴ミ ���i� �Ậ 䂈 붘ư = 띸
㰔ヸ买ミ���� �������࿐ ������ ĵ ��㾴౿ἠ ༰ ���� � �붘ư Ï Ᾰ ᶈ 㰔ヸ买ミ���� �������࿐ ������ LJ �fonoaudiológicos�ernacionais�. Ǟ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��觘᠀��������
Ǖ ��ᨤ౿⇀ ᦸ౿����etiv Ǩ �valoração�nifi ǣ 佴ミ ���.� �⇤ ⅰ Ǧ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��↸ ��������UA ǽ ��↔ ⊀ ℀ ����na L ǰ �desses�2005, p Ƌ 佴ミ ���5� �荜∰ Ǝ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��≸ ��������it ƅ ��≔ ⌘ ⇀ ����or n Ƙ 佴ミ ���;� �⌼ ⋈ Ɠ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⌐ �������� m ƪ ��⋬ ⏘ ⊀ ����porq ƭ �sentidos�subje Ơ 佴ミ ���D� �뽤⎈ ƻ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⏐ ��������da Ʋ ��⎬ 倐 ⌘ ����ades Ƶ 佴ミ ���J� �矔 ␠ ň 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��倈 �������� p G 侈ᑰ깠౿ Ņ �
�s��� Ś 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��咈 �������� s ő 佴ミ ���{� �╴ ─ Ŕ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��╈ ��������co ţ ��┤ ☀ 咐 ����çame Ŧ �Em�tre Ż 佴ミ ���~� �☤ ▰ ž 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��◸ ��������p. ŵ ��◔ ⛀ ═ ����ão e Ĉ �outros�xto pol ă 佴ミ ���
� �⛤ ♰ Ć 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⚸ ��������es ĝ ��⚔ ❰ ☀ ����eras Đ
�casos� ĕ 佴ミ ���� �➔ ✠ Ĩ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��❨ ��������up ħ ��❄ ⠠ ⛀ ����Bakh ĺ �,�e os Ŀ 佴ミ ���� �⡄ ⟐ IJ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⠘ ��������s lj ��⟴ ⣐ ❰ ����ualq nj �o�urso ǁ 佴ミ ���� �⣴ ⢀ DŽ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⣈ ��������va Ǔ ��⢤ 㡠౿⠠ ���� idé ǖ �processo�dade ǩ 佴ミ ���� �㢄౿㠐౿ ì ⥰ፉᓣ Ǣ 佴ミ ���!� �⧬ ⥸ ǥ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⧀ ��������� Ǽ ��⦜ ⪈ 姘 ����.�� Ƿ �reflexão� /�̜� Ɗ 佴ミ ���*� �괤 ⨸ ƍ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⪀ ��������ﳀ Ƅ ��⩜ ⬠ ⧈ ���� �ﱐ Ɵ 佴ミ ���0� �ش ⫐ ƒ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⬘ ��������Ж� Ʃ ��⫴ ⮸ ⪈ ������Ж� Ƭ 佴ミ ���3� �鱄౸⭨ Ƨ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⮰ ��������7� ƾ ��⮌ ⱐ ⬠ ����眠 .� Ʊ 佴ミ ���9� �। Ⰰ ƴ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ⱈ �������� � Ń ��Ⱔ ⳨ ⮸ ����ዓ� � ņ 佴ミ ���<� �ⴌ Ⲙ ř 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��Ⳡ ��������ᑚ� Ő ��Ⲽ ⶨ ⱐ ����B�ᑛ� ū �lembrar�很 C�ᜮ� Ů 佴ミ ���D� �Ό ⵘ š 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ⶠ ��������巘 Ÿ �� ⹀ ⳨ ���� �嵈 ų 佴ミ ���H� � ⷰ Ŷ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��⸸ ��������Ж� č ��⸔ ݀ᑕⶨ ������Ж� Ā �crianças����Ж� �壈 Ě 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ���ᑞ���������� đ �ser������� ĕ �Descritivo���� Ĩ ��ьᒡ㻀ᑙᑝ�������� ģ �os���� Ġ ��৴ᓕ⥸ፈ인ᔺ�������� Ļ �melhor�������� ľ
�sobre� ij 佴ミ ��� � �ᒜ 嘐 Ķ
�Trata� Nj 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ�� ���������� ǂ �mexiam�������� Dž 佴ミ ���͝� �ㄔ ゠ ǘ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��ヨ ���������� Ǘ ��ツ ㆠ �������� Ǫ �,����� ǯ 佴ミ ���͟� �㇄ ㅐ Ǣ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㆘ ���������� ǹ ��ㅴ ㉠ ヰ �������� Ǽ �espelhos������ Ƿ 佴ミ ���ͨ� �㊄ ㈐ Ɗ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㉘ ���������� Ɓ ��㈴ ㌐ ㆠ �������� Ƅ �e����� ƙ 佴ミ ���ͪ� �㌴ ㋀ Ɯ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㌈ ���������� ƫ ��㋤ ㏐ ㉠ �������� Ʈ �magias�������� ơ 佴ミ ���ͱ� �㏴ ㎀ Ƥ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㏈ ���������� Ƴ ��㎤ 㒐 ㌐ �������� ƶ �feitas�������� ʼn 佴ミ ���� �㒴 㑀 Ō 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㒈 ���������� ś ��㑤 㕀 ㏐ �������� Ş �com��� œ 佴ミ ���ͼ� �㕤 㓰 Ŗ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㔸 ���������� ŭ ��㔔 㗰 㒐 �������� Š
�barro� ť 佴ミ ���� �㘔 㖠 Ÿ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㗨 ���������� ŷ ��㗄 㚠 㕀 �������� Ċ �nas��� ď 佴ミ ���Ά� �㛄 㙐 Ă 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㚘 ���������� ę ��㙴 㝠 㗰 �������� Ĝ �brincadeiras�� ė 佴ミ ���Γ� �㞄 㜐 Ī 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㝘 ���������� ġ ��㜴 㠐 㚠 �������� Ĥ �ao���� Ĺ 佴ミ ���Ζ� �㠴 㟀 ļ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㠈 ���������� Nj ��㟤 㣀 㝠 �������� ǎ �ar���� ǃ 佴ミ ���Ι� �㣤 㡰 dž 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㢸 ���������� ǝ ��㢔 㥰 㠐 �������� ǐ
�livre� Ǖ 佴ミ ���Ξ� �㦔 㤠 Ǩ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㥨 ���������� ǧ ��㥄 㨠 㣀 �������� Ǻ �.����� ǿ 佴ミ ���Π� �㩄 㧐 Dz 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㨘 ���������� Ɖ ��㧴 㫐 㥰 �������� ƌ �Foi��� Ɓ 佴ミ ���Τ� �㫴 㪀 Ƅ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㫈 ���������� Ɠ ��㪤 㮀 㨠 �������� Ɩ
�então� ƫ 佴ミ ���Ϊ� �㮤 㬰 Ʈ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㭸 ���������� ƥ ��㭔 㰰 㫐 �������� Ƹ �que��� ƽ 佴ミ ���ή� �㱔 㯠 ư 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㰨 ���������� ŏ ��㰄 㳰 㮀 �������� ł �alguém�������� Ņ 佴ミ ���ε�
�㴔 㲠 Ř 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㳨 ���������� ŗ ��㳄 㶰 㰰 �������� Ū �atravessou���� ŭ 佴ミ ���π� �㷔 㵠 Š 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㶨 ���������� ſ ��㶄 㹠 㳰 �������� Ų �o����� ŷ 佴ミ ���ς� �㺄 㸐 Ċ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㹘 ���������� ā ��㸴 㼐 㶰 �������� Ą
�nosso� ę 佴ミ ���ψ� �㼴 㻀 Ĝ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㼈 ���������� ī ��㻤 㿀 㹠 �������� Į
�passo� ģ 佴ミ ���ώ� �㿤 㽰 Ħ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��㾸 ���������� Ľ ��㾔 䁰 㼐 �������� İ �e����� ĵ 佴ミ ���ϐ� �䂔 䀠 Lj 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䁨 ���������� LJ ��䁄 䄠 㿀 �������� ǚ
�disse� ǟ 佴ミ ���ϕ� �䅄 䃐 ǒ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䄘 ���������� ǩ ��䃴 䇐 䁰 �������� Ǭ �:����� ǡ 佴ミ ���ϗ� �䇴 䆀 Ǥ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䇈 ���������� dz ��䆤 䊀 䄠 �������� Ƕ �“����� Ƌ 佴ミ ���Ϙ� �䊤 䈰 Ǝ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䉸 ���������� ƅ ��䉔 䌰 䇐 �������� Ƙ �-����� Ɲ 佴ミ ���Ϛ� �䍔 䋠 Ɛ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䌨 ���������� Ư ��䌄 䏠 䊀 �������� Ƣ �Que��� Ƨ 佴ミ ���Ϟ� �䐄 䎐 ƺ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䏘 ���������� Ʊ ��䎴 䒠 䌰 �������� ƴ �história������ ŏ 佴ミ ���ϧ� �䓄 䑐 ł 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䒘 ���������� ř ��䑴 䕐 䏠 �������� Ŝ �é����� ő 佴ミ ���ϩ� �䕴 䔀 Ŕ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䕈 ���������� ţ ��䔤 䘀 䒠 �������� Ŧ �esta�� Ż 佴ミ ���Ϯ� �䘤 䖰 ž 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䗸 ���������� ŵ ��䗔 䚰 䕐 �������� Ĉ �de���� č 佴ミ ���ϱ� �䛔 䙠 Ā 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䚨 ���������� ğ ��䚄 䝠 䘀 �������� Ē
�loira� ė 佴ミ ���Ϸ� �䞄 䜐 Ī 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䝘 ���������� ġ ��䜴 䠐 䚰 �������� Ĥ �do���� Ĺ 佴ミ ���Ϻ� �䠴 䟀 ļ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䠈 ���������� Nj ��䟤 䣐 䝠 �������� ǎ �banheiro������ ǁ 佴ミ ���Ђ� �䣴 䢀 DŽ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䣈 ���������� Ǔ ��䢤 䦀 䠐 �������� ǖ �?����� ǫ 佴ミ ���Є� �䦤 䤰 Ǯ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䥸 ���������� ǥ ��䥔 䨰 䣐 �������� Ǹ �Isto�� ǽ 佴ミ ���Љ� �䩔 䧠 ǰ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䨨 ���������� Ə ��䨄 䫠 䦀 �������� Ƃ �é����� Ƈ 佴ミ ���Ћ� �䬄 䪐 ƚ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䫘 ���������� Ƒ ��䪴 䮐 䨰 �������� Ɣ �que��� Ʃ 佴ミ ���Џ� �䮴 䭀 Ƭ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䮈 ���������� ƻ ��䭤 䱀 䫠 �������� ƾ �é����� Ƴ 佴ミ ���Б� �䱤 䯰 ƶ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䰸 ���������� ō ��䰔 䴀 䮐 �������� ŀ �pesquisa������ ś 佴ミ ���Й� �䴤 䲰 Ş 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䳸 ���������� ŕ ��䳔 䶰 䱀 �������� Ũ �?����� ŭ 佴ミ ���К� �䷔ 䵠 Š 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��䶨 ���������� ſ ��䶄 习 䴀 �������� Ų �”����� ŷ 佴ミ ���М� �亄 丐 Ċ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��乘 ���������� ā ��临 俨 䶰 �������� Ą �
����� ę �-��os� Ğ �-��m�� ē �-�s���ida����� Ė �As�1�isa�u���� ĩ �-�cola�nho���� Ĭ �a�ken List�s�� ħ �aparentemente� ĺ �crianças�-se�� Ľ 佴ミ ��� � �仴 �౸ İ ��౸౸习 �������� Nj ��⑄ 储 ⏘ ����,-./ ǎ 佴ミ ���N� �僌 偘 ǁ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��傠 ��������fg ǘ ��偼 全 倐 ����xyz{ Ǔ �vistas�‰Š‹ŒŽ ǖ 佴ミ ���U� �Ӵ 儘 ǩ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��兠 ��������ÆÇ Ǡ ��儼 刀 储 ����ØÙÚÛ ǻ 佴ミ ���X�
�判 冰 Ǿ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��凸 �������� ǵ ��凔 勀 全 ����Pp0 ƈ �acomodação�P ƃ 佴ミ ���c� �勤 剰 Ɔ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��劸 �������� Ɲ ��劔 厀 刀 ����P Ɛ �sintática�@0 ƫ 佴ミ ���m� �㙌 匰 Ʈ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��卸 ��������pp ƥ ��協 吘 勀 ����PP`@ Ƹ 佴ミ ���p� �吼 又 Ƴ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��吐 ��������pp Ŋ ��召 咐 厀 ����櫅1櫅1 ō �contextos�
A ŀ 佴ミ ���y� �늄 ⒐ ś ��⒴ ═ 吘 �������� ^ 跘 侈ᑰ Ŝ 佴ミ ��� � �Ԕ 噘 ŗ �pela��' T 퇀ᗹ蘸ᓺtivar um trabalho de pesquisa qualitativa para as Ciências Humanas, segundo Freitas (2003, p.27-28), imprime algumas características distintas:
騸ᓮ 'č
�sobre�붘౼ ā � � � �倠 䊰 ���������������� 흈ᑞԸᓖ ğ ᖜ瑮����8�����
먰 em questão. A Infância� + 迸 蹘ᗲ
ĩ ᖜ瑮 �Đ� ��� ĭ 㺔瑰��⣇�ᇒ�က❚떙㌈ �uഄ�ڄ�۠��� � ĥ 㡰⸀ Ļ ��⏴瑮缨" � �ۀ Ŀ 㶔瑰��豕멆饖侱鶥Ꝓ糝���uഄ�ڄ�۠��� � ķ ��뿴ዒ삐ዒ빸ዒ����䏔İǸ���妸 lj 㺔瑰��⣇�ᇒ�က❚떙⹐ ��uഄ�ڄ�۠��� � ǁ 嫰Ÿ LJ Ѹ��Ꮽ怠�㿸� � � Ǜ 㺔瑰��⣇�ᇒ�က❚떙⦰ ��uഄ�ڄ�۠��� � Ó ꧘ 겈 Ǒ ꧘ 쀋�������2 Ǖ
㩃䑜䍏䵕繅就獕慵楲屯䕍单佄ㅾ䑜坏䱎繏就䕅䅂䕔ㅾ䐮䍏��� ǭ 괠 楲a ǣ �de�İDz���趘 ǧ � � � �倠 㪠ᑦ���������������� ǿ ��奼ዓ娘ዓ埠ዓ����䏔İǹ���寨 DZ 㳄ヸ�ᗈ㰔ヸ买ミ禐᜶嬨 ���ⅰ ��࿐ ������ Ɖ ��ﴬዑዑዑ����䏔İǶ���學 ƃ 㳄ヸᕵ㰔ヸ买ミⲀឿ鉈ᠰ ���ⅰ ��࿐ ������ ƛ 㫠�� ƙ �da�İǻ���屘 Ɲ ��噼 Ÿ 㿐ᑙ�������� Ɛ �e����� ƕ 榀Ÿ ƫ �como����Ș Ư 㳄ヸ뿸ᕎ㰔ヸ买ミ姘 ■ᖱ ���ⅰ ��࿐ ������ Ƨ ﺰ౼ഄ� ƥ �.�䏔İԭ���న ƹ � � � �㜐౿㝐౿���������������� Ʊ ��뤬ዓ마ዓ렀ዓ����䏔İǺ���媘 ŋ 㳄ヸ肸 㰔ヸ买ミ���� ���︈ ��ˈ ������ Ń �VOLOCHINOV�ÊNCIAS
Ņ 㳄ヸ뛘 㰔ヸ买ミ巨 崈 ���ⅰ ��࿐ ������ ] ⤰ᙒ묨ᙯ œ � � � �倠 崐ᔩ���������������� ū 㳄ヸ띈 㰔ヸ买ミ屸 Ꙙ ���ⅰ ��ˈ ������ ţ 鉘 岸 š 㳄ヸ쁸 㰔ヸ买ミ۸ 걨ᑚ ���ⅰ ��࿐ ������ Ź � � � �倠 ㄠ ���������������� q 횰ᑞ鹨ᙱ ŷ 㳄ヸᕣ㰔ヸ买ミ徘 屸 ���ⅰ ��ˈ ������ ď � � � �倠 ⼘���������������� 惐ᑣﲈ ą � � � �倠 〠 ���������������� ĝ 㳄ヸ꽰ᔴ㰔ヸ买ミ娸 깈 ���ⅰ ��࿐ ������ ᑝᑝ ī � � � �倠 䄰 ���������������� ģ 㳄ヸ줸ᑨ㰔ヸ买ミࣸ 怨 ���ⅰ ��࿐ ������ ; Ըᓖ愸 Ĺ 㳄ヸᕣ㰔ヸ买ミ깈 巨 ���ⅰ ��ˈ ������ ı � � � �倠 䪰 ���������������� É 鑘 肐ᑝ Ǐ 㳄ヸ橸౿㰔ヸ买ミ彈 烸ᗏ ���ⅰ ��࿐ ������ LJ 㳄ヸ쐠ᓣ㰔ヸ买ミ걨ᑚ쪘ឧ ���ⅰ ��࿐ ������ ǟ 갨ᑚ怘 ǝ 㳄ヸ얐ᓠ㰔ヸ买ミ扨 鑐ᗖ ���ⅰ ��ˈ ������ Ǖ � � � �倠 쵘 ���������������� í 很 懈 ǣ 㳄ヸ픸ᓠ㰔ヸ买ミᮨ 扨 ���ⅰ ��࿐ ������ ǻ 㳄ヸ퐈ᓠ㰔ヸ买ミ拸 挸 ���ⅰ ��࿐ ������ ó 愸 拨 DZ � � � �倠 촠 ���������������� Ɖ ��� Em memórias Póstumas��� Ɓ 箘 懈 Ƈ 㳄ヸ뾈ᓠ㰔ヸ买ミ慈 悸 ���ⅰ ��ˈ ������ Ɵ � � � �倠 ���������������� 懈 ⦆ ƕ 㳄ヸ퍠ᓠ㰔ヸ买ミ授 憈 ���ⅰ ��࿐ ������ ƭ 㳄ヸ헐ᓠ㰔ヸ买ミ憈 质 ���ⅰ ��࿐ ������ ¥ ⦆ 搈 ƻ 㳄ヸ됸 㰔ヸ买ミᜈ 拸 ���ⅰ ��࿐ ������ Ƴ � � � �倠 䒠 ���������������� K 捸 ᑝ ʼn 㳄ヸ蝘 㰔ヸ买ミᆈ 守 ���ⅰ ��࿐ ������ Ł �otvetstvennost�n.11��� Ś ����������� .dot�� Ŝ �contraposições�������� ŕ �desenvolvimento�me��.� Ů �especificidades�.11�. ŧ ⃘睌 � � � ����� �Ж������� Ÿ ﳰ�
�타à늦Ā,`ᤫ㈰៰늨Š,⦆ᤪ㒸៰늪ĸ,Рᤫ旈 늬ǰ,迠ᣛ旘 늮ǐ,̠ᤫ㵀៰닐ư,잠ᑘ䀠៰닒Ɛ,놠ᑘ旸 닔ƀ,蟠ᣛ昘 닖Ő,칠ᑘ䣀៰님Ġ,襠ᣛ昸 닚ǰ,빠ᑘr�닜Ǡ,붠ᑘr�닞ǀ,꾠ᑘr�닀Ɛ,橸ᣙ困៰닂Ű* �៰닄ŀ,찠ᑘr�닆Ġ,贠ᣛ癥e니Ǹ/ ᣠ暸 닊ǘ,샠ᑘr�닌ƨ,읠ᑘr�닎Ũ(.br�닰ĸ(.br�닲Ĉ,�ᣗ灸៰담ǘ,댠ᑘr�닶Lj,樸ᣥ��닸Ƙ,㬐ᣤ敲i닺Ũ(� � 닼Ū/4ᣛ彟.닾ǘ(.br�닠Š,睈ᣡ\�닢İ,ᷠᤫ亐ᔭ다ǰ,ߠᤫ児ᔭ닦ư,᳠ᤫ吠ᔭ단ƀ,ᱠᤫ因ᔭ닪ŀ,ᆠᤫr�달Đ(.br�닮ǰ(.br�댐ǀ(.br�댒Ɛ,۠ᤫr�댔Ű(.br�댖ŀ(.br�댘Ǹ(.br�댚ǘ,Šᤫr�댜Ƙ,ݠᤫr�댞Ÿ(.br�대Ũ,�ᤨ磘ᔭ댂ĸ(.br�댄Ǹ,࣠ᤫr�댆ǘ,ᬠᤫ腠ᔭ댈ǀ,ᨠᤫ萰ᔭ댊Ơ,àᤫ蜀ᔭ댌Š,֠ᤫ觀ᔭ댎Ġ,ꚰᣜ杨 댰Ā,쁠ᑘr�댲Ǡ,늠ᑘr�댴Ā,봠ᑘr�댶Ļ,쨠ᑘr�댸ŋ,뒠ᑘr�댺ŏ,뿠ᑘr�댼Ŕ,셠ᑘr�댾Ų,쌠ᑘr�댠ů,쇠ᑘr�alhoAIn 珘ᔬRTINS, M. H. (org.). Questões da Linguagem. São Paulo: Contexto, 1991. p 54-63.
+&Ƃ ႠᗺP� � �浠ᔗ淸ᔗ源ᔗ漨ᔗ激ᔗ聸ᔗ脸ᔗ臐ᔗ芐ᔗ茨ᔗ菘ᔗ蒘ᔗ蕈ᔗ蘈ᔗ蛈ᔗ螈ᔗ衈ᔗ褈ᔗ覸ᔗ詸ᔗ謸ᔗ诨ᔗ貨ᔗ赨ᔗ踘ᔗ軘ᔗ辘ᔗ遈ᔗ郸ᔗ醸ᔗ鉨ᔗ錘ᔗ鏘ᔗ针ᔗ镈ᔗ阈ᔗ隸ᔗ靸ᔗ頸ᔗ飨ᔗ馘ᔗ驘ᔗ鬘ᔗ鯈ᔗ鲈ᔗ鵈ᔗ鷸ᔗ麸ᔗ齨ᔗꀰᔗꃠᔗꅸᔗꈨᔗꋨᔗꎘᔗꑈᔗꔈᔗꖸᔗꙨᔗꜘᔗꟈᔗꢈᔗꥈᔗ꧸ᔗꪸᔗꭨᔗ갘ᔗ곈ᔗ궈ᔗ길ᔗ껸ᔗ꾨ᔗ끨ᔗ넘ᔗ뇘ᔗ늈ᔗ댠ᔗ돐ᔗ둨ᔗ딘ᔗ Aƿ 睌睌 �睌殨 ���������扰츘౺壸 J3噸ሴXW�r`\�����睌殨 ᴰ౿�������� � ŏ 䯄瑮�༾� � є���� ј� ���J ⁁ Ὸᗠ烰ᗺ� �ࠂ� � � � �>�ď ̀�b (�؆哤ᔓ묰ꁱ섿Õ㽚蟜ÿ罗 �쯎,��ĜR (�ԅ⽳쌋军ѹ�ႏ鼱ÿ罭� �䬥D��惐IJR (�ԅ翠쓮儑�봲黽Þ訾ÿ㺪� �쪒D��恌IJR (�ԅ뀵刱켥㌊�ൠ脧牒ÿ蜣� �़E��慔IJR (�ԅꩌ䳦輀�㑲ÿ� �遟E��懘IJR (�ԅ犈䷨ꇻ윎㡽棆ᡆÿ䂔� �苣F��扜IJR (�ԅ᭱ᐾ운孞㥚᭝ᚏᅸÿ䧫 �썷F��捤IJR (�ԅ睖벗唏婼筇䘍紗ÿ劭 �ൢe��摬IJR (�ԅ茷穯ᓒ胱뇱褞㙘ÿ㹱 �怏z��揨IJR (�ԅ鿁檛샠ꟷা�ລÿ酬 �麀��拠IJR (�ԅ䳂嶃�ሄⳒ鵫蘣ÿ尵 �¦��擰IJ��Ö Jğ ⸔眻̲ ��������������������������������������d�������d��������� �� �����ÿ����������������������������� ĥ ⸔眻Ѽ ��������������������������������������d�������d��������� ��������ϓ�ϓ�����Ζ��� �ͳ� �΅���΄� � � � ǃ ⸔眻Ѷ ��������������������������������������d�������d��������� �� �����ÿ� �����ț��� �3� �Ȋ���D� �dž� �V ǩ ��࠻섊��!�
����䀀 ��䀀 ��䀀�䀀�Ð�0>ἠ�ജ聱 °°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°00`pÐ0PPp0P0`pppppppppp00` pp``P`p` ppppp°pppP`Pp`pp`pp@pp0@p0°ppppP`Ppppp`ppp°p°0pP°pp`ĠpP°°p°°00PPpp ``P°°`p00pppppp` `P p````pp@```ÀÀÀ`°p````PPPPpppppppppp°`pppp0000ppppppppppppppp �
� � � ��� � �Ɛ���`�`�  �✀��>‟������ĉ�ী℁6V³ ᔒ̨ � �扠ᔴ拸ᔴ掐ᔴ搨ᔴ擀ᔴ敘ᔴ旰ᔴ暠ᔴ杠ᔴ栐ᔴ检ᔴ楰ᔴ樈ᔴ櫈ᔴ歸ᔴ永ᔴ注ᔴ涨ᔴ湨ᔴ漘ᔴ濘ᔴ炐ᔴ煀ᔴ燰ᔴ犰ᔴ獰ᔴ琰ᔴ瓰ᔴ疠ᔴ癐ᔴ眀ᔴ矀ᔴ硰ᔴ礰ᔴ秠ᔴ窐ᔴ筐ᔴ簀ᔴ糀ᔴ絰ᔴ縠ᔴ绐ᔴ羐ᔴ聈ᔴ胸ᔴ膸ᔴ艨ᔴ茨ᔴ菨ᔴ蒘ᔴ蕘ᔴ蘈ᔴ蚸ᔴ蝨ᔴ蠘ᔴ裘ᔴ \ 괘ᔋ䝠DÃO, H. H. N. Introdução à análise do discurso. São Paulo: Editora da Unicamp. 2004
6ť 暰첔뺺峓䙢ㇳ䦙椶屣㑴닰䞄枋烈ㄚ ��Teclado������������������������� ����� u 穈ᔃ쮐ኰERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
�
. Ă 佴ミ ��� � �傜౻皠 ą
�mesmo�List���� Ę 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��盨 ���������� ė ��盄 瞈 ଠ �������� Ī 佴ミ ��� � �㖜ᑕ眸 ĭ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��瞀 ��������a! Ĥ ��睜 庐盰 �������� ? ಀ嗐 PÖ �ct��tÖ IJ �ser������� Ķ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��尘 ��������攀渀 Í 攀౿᪘౿ ǃ �reconhecimento�n.11��� DŽ �peculiaridades�������� ǝ �supervalorização������
Ö
ꋘᕝꑨᓦtinatários de email do Outlook�
Ǭ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��禈 ��������ca ǻ ��祤 穀 ጀᓪ����da n Ǿ �,�o de dz 佴ミ ���C� �穤 称 Ƕ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��稸 ��������e ƍ ��稔 竰 禐 ����rloc ƀ �de�cor ƅ 佴ミ ���F� �笔 窠 Ƙ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��竨 ��������aç Ɨ ��竄 箠 穀 ����s de ƪ �modo� Ư 佴ミ ���K� �範 筐 Ƣ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��箘 �������� p ƹ ��筴 簈 竰 ����alav Ƽ �mais�i Ʊ 佴ミ ���P� �㛴ᓴ㚨ᓴ ƴ ��㛌ᓴ㞀ᓴ箠 ����utor”.
ᒙ? ⁎ Ͱ ⒀ᑣ� �ࠂ� � � � �>�ď ̀�b (�؆哤ᔓ묰ꁱ섿Õ㽚蟜ÿ罗 �쯎,��ĜR (�ԅ⽳쌋军ѹ�ႏ鼱ÿ罭� �䬥D��惐IJR (�ԅ翠쓮儑�봲黽Þ訾ÿ㺪� �쪒D��恌IJR (�ԅ뀵刱켥㌊�ൠ脧牒ÿ蜣� �़E��慔IJR (�ԅꩌ䳦輀�㑲ÿ� �遟E��懘IJR (�ԅ犈䷨ꇻ윎㡽棆ᡆÿ䂔� �苣F��扜IJR (�ԅ᭱ᐾ운孞㥚᭝ᚏᅸÿ䧫 �썷F��捤IJR (�ԅ睖벗唏婼筇䘍紗ÿ劭 �ൢe��摬IJR (�ԅ茷穯ᓒ胱뇱褞㙘ÿ㹱 �怏z��揨IJR (���tÖ ?ď \\?\STORAGE#RemovableMedia#7&d14f8a9&0&RM#{53f5630d-b6bf-11d0-94f2-00a0c91efb8b}�� � đ ��뾄쉰�������� Ĕ 佴ミ ���
� �섴剠 į ��劄 릠�������� Ģ ��丈ೣ뾰삠����all� ĥ 佴ミ ���
� �4 륐 ĸ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��踨 ��������摩o ķ 垨 墈 堘 圸 圸 �� Nj 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��聐 ���������� ǂ ��耬 脘 辘 �������� Dž �docentes������ ǘ 佴ミ ���ĕ� �脼 胈 Ǔ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��脐 ���������� Ǫ ��胬 臘 聘 �������� ǭ �respondem����� Ǡ 佴ミ ���Ğ� �臼 膈 ǻ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��臐 ���������� Dz ��膬 芈 脘 �������� ǵ �,����� Ɗ 佴ミ ���Ġ� �芬 舸 ƍ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��芀 ���������� Ƅ ��艜 茸 臘 �������� Ɵ �em���� Ɯ 佴ミ ���ģ� �荜 苨 Ɨ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��茰 ���������� Ʈ ��茌 菨 芈 �������� ơ �sua��� Ʀ 佴ミ ���ħ� �萌 莘 ƹ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��菠 ���������� ư ��莼 蒨 茸 �������� ŋ �atividade����� Ŏ 佴ミ ���ı� �蓌 葘 Ł 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��蒠 ���������� Ř ��葼 蕨 菨 �������� œ �profissional�� Ŗ 佴ミ ���Ľ� �薌 蔘 ũ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��蕠 ���������� Š ��蔼 蘘 蒨 �������� Ż �,����� Ÿ 佴ミ ���Ŀ� �蘼 藈 ų 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��蘐 ���������� Ċ ��藬 蛈 蕨 �������� č �aos��� Ă 佴ミ ���Ń� �蛬 虸 ą 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��蛀 ���������� Ĝ ��蚜 螈 蘘 �������� ė �discursos����� Ī 佴ミ ���ō� �螬 蜸 ĭ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��螀 ���������� Ĥ ��蝜 蠸 蛈 �������� Ŀ �a����� ļ 佴ミ ���ŏ� �衜 蟨 ķ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��蠰 ���������� ǎ ��蠌 裸 螈 �������� ǁ �partir�������� DŽ 佴ミ ���Ŗ� �褜 袨 ǟ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��裰 ���������� ǖ ��裌 覨 蠸 �������� ǩ �dos��� Ǯ 佴ミ ���Ś� �觌 襘 ǡ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��覠 ���������� Ǹ ��襼 詘 裸 �������� dz
�quais� ǰ 佴ミ ���Š� �詼 計 Ƌ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��詐 ���������� Ƃ ��訬 謈 覨 �������� ƅ
�tecem� ƚ 佴ミ ���Ŧ� �謬 誸 Ɲ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��謀 ���������� Ɣ ��諜 许 詘 �������� Ư �seus�� Ƭ 佴ミ ���ū� �诜 譨 Ƨ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��记 ���������� ƾ ��讌 豸 謈 �������� Ʊ �saberes������� ƴ 佴ミ ���ų�
�貜 谨 ŏ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��豰 ���������� ņ ��豌 贸 许 �������� ř �profissionais� Ŝ 佴ミ ���Ɓ� �赜 賨 ŗ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��贰 ���������� Ů ��贌 跨 豸 �������� š �e����� Ŧ 佴ミ ���ƃ� �踌 趘 Ź 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��跠 ���������� Ű ��趼 躘 贸 �������� ċ �sua��� Ĉ 佴ミ ���Ƈ� �躼 蹈 ă 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��躐 ���������� Ě ��蹬 轘 跨 �������� ĝ �própria������� Đ 佴ミ ���Ə�
�轼 輈 ī 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��轐 ���������� Ģ ��輬 逘 躘 �������� ĥ �subjetividade� ĸ 佴ミ ���Ɯ� �逼 迈 ij 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��逐 ��������က� NJ ��迬 郈 轘 �������� Ǎ �.����� ǂ 佴ミ ���ƞ� �郬 選 Dž 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��郀 ���������� ǜ ��邜 酸 逘 �������� Ǘ �Para�� ǔ 佴ミ ���ƣ� �醜 鄨 ǯ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��酰 ���������� Ǧ ��酌 鈸 郈 �������� ǹ �Teixeira������ Ǽ 佴ミ ���Ƭ� �鉜 釨 Ƿ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��鈰 ���������� Ǝ ��鈌 鋨 酸 �������� Ɓ �(����� Ɔ 佴ミ ���ƭ� �錌 銘 ƙ 㺬ヸ��佈ミ㹼ヸ ���ꗜヘ��鋠 ���������� " w:st="on">em educação. Sabemos</st1:personname> que, nós pesquisadores do campo da educação, lidamos, a todo tempo, com essas palavras, com as palavras alheias. Nosso <i>corpus</i> de pesquisa é não raro formado integralmente por essas palavras. Bakhtin (2003, p. 379) define a palavra do outro como “[...] qualquer outra palavra <b>dita ou escrita</b> na minha própria língua ou em qualquer outra língua, ou seja, é qualquer outra palavra <i>não minha</i>” (negrito nosso, itálico no original). Ele diz, ainda, que, nas palavras do outro, estão incluídas as minhas próprias palavras, porque elas são sempre responsivas, ou seja, compreendem sempre uma resposta e não podem ser pensadas de outra maneira. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Então, como lidar, em nossas pesquisas, com palavras que não são nossas, mas que, ao mesmo tempo, as compreendem? Uma primeira resposta advém do que já foi dito: as palavras alheias precisam ser analisadas, pensadas no recorte das relações dialógicas. Porém, essa resposta exige determinados posicionamentos nossos em relação ao mundo, aos seres humanos, à linguagem, etc. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Assim, a resposta inicial, aparentemente, precisa e transparente, requer que nos posicionemos também com relação a uma outra questão que sempre esteve no centro das discussões filosóficas: quem é o produtor de palavras? Essa pergunta foi e tem sido formulada de modos diferentes nos diversos campos do pensamento humano. No campo da filosofia, por exemplo, ela foi feita da seguinte maneira: O <i>que é</i> o homem? Tendo em vista a diversidade de correntes no campo do pensamento filosófico, ela foi respondida de formas variadas. Segundo Nicola Abbagnamo (1999, p. 512), as definições de homem “[...] podem ser agrupadas sob os seguintes títulos: 1<sup>o</sup> definições que se valem do confronto entre o homem e Deus; 2<sup>o</sup> definições que expressam uma característica ou uma capacidade própria do homem.; 3<sup>o</sup> definições que expressam a capacidade de autoprojetar-se como própria do homem”. Não nos deteremos nas especificidades dos grupos de definições, mas podemos dizer que todas elas articulam uma tentativa de buscar no homem, no ser humano, uma característica geral que o diferencie de outras formas de vida ou que o identifique como tal. Desse modo, são definições insuficientes, pois elas conseguem dizer pouco sobre <i>quem</i> são os seres humanos, ou seja, quem são a Maria, o José, a Geralda e seu filho mais moço, todos humanos, com características físicas, formas de conduta, de pensar, sentir, etc., muitas vezes, incomparáveis. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Bakhtin responde à pergunta sobre <i>quem</i> são esses seres humanos, dizendo que o homem é um ser em constante acabamento e, desse modo, ele se desvia dos grupos de definições anteriormente apontadas. Ele não é um ser que está pronto ao nascer, não pode ser explicado por meio da abstração de uma característica que o defina e o distinga como tal e nem pode ser compreendido como um ser capaz de projetar sozinho a si<span> </span>mesmo e o seu destino no mundo. Esta última posição leva a um individualismo exacerbado. A ideia de inacabamento do ser humano é central no pensamento bakhtiniano. Com essa ideia, ele coloca, então, obstáculos para as definições generalizantes dos seres humanos e sem consideração à sua natureza histórica, cultural e social.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Retomemos, portanto, a questão de como lidar com a palavra alheia. Para Bakhtin, nós estudamos os seres humanos falando e escrevendo, ou seja, estudamos os <b>enunciados</b> produzidos nas interações de comunicação social. Nesse sentido, ele diz:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Não pode haver um enunciado isolado. Ele sempre pressupõe enunciados que o antecederam e o sucedem. Nenhum enunciado pode ser o primeiro ou o último. Ele é apenas o elo na cadeia e fora dessa cadeia não pode ser estudado. Entre os enunciados existem relações que não podem ser definidas em categorias nem mecânicas nem linguísticas. Eles não têm analogias consigo (Bakhtin, 2003, p. 371).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Há alguns aspectos que precisam ser destacados na citação. O enunciado produzido em um dado contexto de enunciação: a) está orientado para enunciados passados e futuros; b) consequentemente, não é o último nem o primeiro – houve e haverá outros enunciados; c) é apenas um dos elos de uma cadeia mais ampla de enunciados. Assim, o enunciado é pensado por Bakhtin como resposta e, por isso, tem sempre uma orientação social e está carregado de outras vozes que o antecederam e que o replicarão. Fora dessa cadeia discursiva, os enunciados não podem ser estudados, não como enunciados. Eles podem ser estudados como formas da língua, pois a enunciação monológica, de acordo com Bakhtin (2003, p. 98), “é uma abstração”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Em <i>Marxismo e filosofia da linguagem</i>, ao formular críticas ao objetivismo abstrato, ele diz: “Toda enunciação pensada como monológica não o é. Pelo contrário, inclusive a inscrição num monumento, constitui um elemento inalienável da comunicação verbal. Toda enunciação, mesmo na forma imobilizada da escrita é uma resposta a alguma coisa e é construída como tal” (Bakhtin, 1992, p. 98). Em outra passagem da mesma obra, desta vez, ao tecer críticas ao subjetivismo idealista ou individualista, sublinha que o “[...] o discurso escrito é de certa maneira parte integrante de uma discussão ideológica em grande escala, ele responde a alguma coisa, refuta, confirma, antecipa as respostas e objeções potenciais, procura apoio, etc.” (p. 123).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Essas considerações fornecem elementos importantes para se pensar em como lidar com a palavra alheia no contexto dos trabalhos científicos elaborados no campo da educação, mas também requerem reflexões sobre o processo de compreensão da palavra do outro por nós, pesquisadores. Com relação à compreensão, Bakhtin (2003, p. 377) tem a nos dizer que:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A falsa tendência para a redução de tudo a uma única consciência, para dissolução da consciência do outro (do sujeito da compreensão) nela. As vantagens essenciais da distância (espacial, temporal, nacional). Não se pode interpretar a<span> </span>compreensão com empatia e colocação de si mesmo no lugar do outro (a perda do próprio lugar). Isto só é exigido para os elementos periféricos da interpretação. Não se pode interpretar a compreensão como passagem da linguagem do outro para a minha linguagem.(BAKHTIN,2003)<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Assim, em contraposição a uma completa empatia com o outro, Bakhtin assinala as vantagens para o processo de compreensão do distanciamento espacial, temporal, etc. pois o sujeito da compreensão não pode (não consegue) perder o seu próprio lugar. Portanto, a compreensão não é passagem da linguagem do outro ou tradução das palavras do outro para nossa própria linguagem, para as nossas próprias palavras. Nesse sentido, é importante acentuar que, se, por um lado, a compreensão requer que entremos em empatia com o outro, ou seja, é necessário “[...] ver axiologicamente o mundo de dentro dele tal qual ele o vê, colocar-me no lugar dele” (Bakhtin, 2003, p. 123), por outro lado, depois disso, é necessário que retornemos ao nosso lugar para que possamos completar o horizonte do outro com o nosso <i>excedente de visão </i>(completar o nosso horizonte com o horizonte do outro).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">De acordo com Bakhtin (2003, p. 378), a compreensão está diretamente ligada à avaliação. Elas ocorrem simultaneamente, porque o sujeito busca compreender com a “[...] sua visão de mundo, de seu ponto de vista, de suas posições” os mundos dos outros. Na perspectiva pensada no parágrafo anterior, no entanto, essas posições não permanecem inalteradas, elas </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">[...] sujeitam-se à ação da obra [aos enunciados do outro] que sempre traz algo novo, não conhecido pelo sujeito que busca compreender. Somente os dogmáticos permanecem com as mesmas posições, somente eles não modificam as suas posições que permanecem inabaladas diante da palavra alheia (Bakhtin, 2003, p. 378).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">No ato de compreensão, segundo Bakhtin (2003, p. 378), “[...] desenvolve-se uma luta cujo resultado é a mudança mútua e o enriquecimento”. Pensado dessa maneira, <i>pesquisar é essencialmente um ato educativo</i>. É um ato que completa mutuamente os parceiros da interlocução.<span> </span>Esse autor também pergunta: “Que vantagens teria eu se o outro se fundisse comigo? Ele saberia apenas o que eu vejo e sei, ele somente reproduziria em si mesmo o impasse de minha vida” (Bakhtin, 2003, p. 80). E nós permaneceríamos nós mesmos. Essa redução do outro a nós mesmos pode empobrecer os acontecimentos, a experiência, a vida e a pesquisa em educação.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Antes de finalizarmos esta parte, não podemos deixar de lembrar, a propósito do acabamento/inacabamento dos seres humanos, que, segundo esse mesmo autor, nós nos tornamos o que somos por meio dos outros (Vigotski também acredita nessa constante constituição social do humano). Assim, a visão estética que construímos, inclusive do nosso corpo exterior, advém do reconhecimento do seu valor por outras pessoas. “Em sua íntegra, o valor da minha pessoa externa [...] é de natureza emprestada, que eu construo, mas não vivencio de maneira imediata” (Bakhtin, 2003, p. 45). Se é assim, que imagens, tendo em vista a autoridade do discurso acadêmico-científico, estamos ajudando a construir de professores, crianças, etc. com as nossas pesquisas? A que e a quem elas servem</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Considerações finais<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Resumindo, o processo de compreensão da palavra do outro não consiste na mera tradução dessa palavra pelo pesquisador. A compreensão é um ato criador, produtor de mudanças das nossas palavras e das palavras alheias. Também não é um processo de reconhecimento dos sentidos elaborados e expressos por um indivíduo isolado, mas de um sujeito que tem um horizonte rico em ideias, valores, saberes e fazeres.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Pensar a pesquisa como <i>ato educativo</i> conduz ao rompimento da separação pesquisadores e pesquisados. Cada um, com seu horizonte próprio, com suas vivências, são seres em constante acabamento, pois se complementam mutuamente.<span> </span>Por outro lado, o resultado do trabalho de pesquisa ou os enunciados produzidos pelo pesquisador figuram saturados de linguagens, de vozes, pois sintetizam o resultado de encontro de duas ou de muitas consciências.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Referências<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">ABBAGNAMO, Nicola. <i>Dicionário de filosofia</i>. São Paulo: Martins Fontes, 1999.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, Mikhail. <i>Estética da criação verbal</i>. São Paulo: Martins Fontes, 2003.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">______. <i>Marxismo e filosofia da linguagem</i>. São Paulo: Hucitec, 1992.</span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">______. <i>Problemas da poética de Dostoiévski</i>. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.</span></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-68855819025769365142011-10-06T12:16:00.001-07:002011-10-06T12:16:47.181-07:00Claudia Santos de Medeiros<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">NOMES: Implicações das relações entre adultos e crianças<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Autora: Claudia Santos de Medeiros</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span lang="EN-US">Email: </span><a href="mailto:cmedeiros@sesc.com.br"><span lang="EN-US">cmedeiros@sesc.com.br</span></a><span lang="EN-US">, </span><a href="mailto:claudia_guegue@hotmail.com"><span lang="EN-US">claudia_guegue@hotmail.com</span></a><span lang="EN-US"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Instituição: Serviço Social do Comércio – SESC – Administração Nacional</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">RESUMO<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Este texto é parte de pesquisa<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> realizada em um dos Centros de Atividades do Serviço Social do Comércio – SESC – situado na Região Norte do Brasil, em meio à complexidade do trabalho que desenvolve nas áreas de Cultura (teatro, cinema, artes visuais etc.), Lazer (turismo, esporte e recreação), Saúde (nutrição, odontologia e educação para a saúde) e Educação (educação infantil, ensino fundamental e EJA). Pretende gerar reflexões sobre as atitudes dos adultos no trabalho com a Educação Infantil, no que concerne ao uso do nome das crianças durante seus momentos de interação. As análises apresentadas apoiaram-se no trabalho de Mikhail Bakhtin e foram frutos de observações, entrevistas e convivência com crianças e adultos, em que dialogia, responsividade e alteridade estiveram presentes a todo instante, nos mostrando que as relações, como diria o próprio autor, nem sempre são uma experiência do equilíbrio e da harmonia. </span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 10.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 10.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><b>PALAVRAS-CHAVE</b>: educação infantil, responsividade, identidade, relações entre adultos e crianças</span></div><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 10.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 10.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Ao tentar identificar concepções e práticas de infância, numa instituição cujo traço central é a complexidade de ações, observar e conhecer as relações entre a infância dos adultos e àquelas concepções, olhar para as relações entre adultos e crianças e crianças e crianças, realizar entrevistas, requereram, de mim, uma atitude responsiva, uma atitude não passiva. De inspiração etnográfica, a pesquisa aconteceu junto aos sujeitos – adultos de diferentes áreas e crianças da educação infantil.</span></div><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 10.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Conhecer os adultos em meio às situações nas quais se deparavam, atuavam e dialogavam com as crianças revelou a existência de uma relação assimétrica entre todos, variando em grau de qualidade e intensidade, pois os falantes não estão em situação de compreensão passiva, mas sempre, segundo Bakhtin (2003, p. 272) esperando<i> “uma resposta, uma concordância, uma participação, uma objeção, uma execução”</i>. Toda enunciação é organizada no exterior do sujeito, <i>“está situado no meio social que envolve o indivíduo”</i> (Bakhtin, 1986, p. 121). Daí que os sentimentos dos adultos sobre infância, a sua própria, e a das crianças, não estão descolados de circunstâncias. <i>“As pessoas aprendem umas com a experiência das outras e descobrem situações, problemas, iniciativas e realidades que nunca puderam imaginar existir” </i>(Kramer, 2003, p. 75).</span></div><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 10.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 10.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Um pouco sobre os adultos e o que falam de sua infância e a das crianças da escola</span></b></div><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 10.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Cada adulto tinha uma forma diferente de contar, olhar e reconhecer sua própria infância, mas a emoção era fato frequente. Enquanto alguns demonstravam dificuldades em falar, dizendo que <i>“vai sair tudo engasgado!” (Entrevista AD<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[2]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></a>.9) </i>ou <i>“eu não gosto nem de dizer, fico com vontade de chorar” (Entrevista AD.4)</i>, outros demonstraram a rememoração de uma infância feliz: <i>“</i>– <i>Aiiii! Minha infância!!! Foi muuito boa, muita brincadeira!”</i> (Entrevista AD. 6)<i>;</i> <i>“</i>– <i>Adorei lembrar, foi tão bom...” </i>(Entrevista AD. 2).<i> </i>Encontrar-se com a infância que tiveram, para poucos, foi maravilhoso, mas, para muitos, constituiu-se num desafio: ao final da entrevista, mesmo com a memória de uma experiência, em grande parte, sofrida, resultou num olhar para sua infância <i>“assim, como um desabafo, coisas que eu não tinha oportunidade de relembrar (...), eu gostei!”</i> (Entrevista AD.4); como um momento que valeria a pena ser revisitado por vários motivos: <i>“espero ter contribuído”</i> (com a pesquisa) (Entrevista AD.8). </span></div><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 10.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Entretanto, ao falarem das crianças da escola, especialmente os adultos das áreas de lazer, cultura e saúde, compararam-nas com as de outras escolas (públicas e particulares), reconhecendo seu domínio sobre o espaço, e as vantagens de nele estarem<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, pois <i>“têm uma oportunidade fantástica (...) de estarem trabalhando com as professoras dessa forma (...). Pela área que se tem aqui, dá-se uma contribuição legal para o (...) ensino (...) e para o entretenimento (das crianças)!” </i>(Entrevista AD.8). Mas, aquela ideia de domínio, é julgada de maneiras diferentes. Para alguns, “<i>elas se sentem como se fossem as donas desse espaço”. (Entrevista </i>AD.7), denotando liberdade de ação,<i> </i>alegria, felicidade,<i> </i>infância de verdade, como dito pelo AD.6: <i>“– Eu olho de longe as crianças brincando aqui no parquinho e falo para o pessoal: - Ô vida boa! Não têm preocupação,(...) é só estudar e brincar!”</i>. Para outros adultos, há falta de limites. </span></div><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 10.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Em todas estas posições, nota-se a existência de um ideário de infância, entrecruzado com a idéia de aluno. A escola aparece como um território de promoção do desenvolvimento das aprendizagens. Para alguns adultos, esta seria indissociável da disciplina que regula e reprime; para outros, seria abrir, libertar pelo conhecimento e entreter. Contudo, percebe-se outra interseção, apesar daquilo que cada um considera adequado para as crianças: a autonomia das mesmas, pela qual a escola seria a principal responsável. </span></div><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 10.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Muitos aspectos foram considerados durante a pesquisa para tentar compreender o que estava em jogo nas relações e práticas entre adultos e crianças, concepções de infância, sendo alguns adultos educadores e outros, não. Aqui, neste texto, decidi destacar o uso dos nomes para lançar a reflexão: de que maneira podemos contribuir de forma positiva na construção da identidade das crianças.<b><i><span> </span><o:p></o:p></i></b></span></div></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Nomes<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>O “nome” na escola tem um papel que vai muito além da sua função de identificar: revela respeito por cada um de seus sujeitos, a começar pelo uso de seus respectivos nomes e do tratamento dado a cada um em meio às interações entre as pessoas que faziam parte do universo da escola – profissionais, estagiários, crianças e os responsáveis pelas crianças. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Entre os adultos da escola, um sentido de identidade muito positivo: as professoras, as estagiárias, as professoras de educação física, as coordenadoras e a secretária eram identificadas e chamadas por seus nomes próprios, entre si e pelas crianças (estas também as chamavam de “professoras”, às vezes). Já as pessoas que trabalham na cozinha, nos banheiros e auxiliando a coordenação, são conhecidas como “seu” ou “dona” (seguidos pelo nome próprio). Da mesma forma, acontecia com as crianças, as quais se identificavam, eram identificadas e chamadas por todos a partir de seus nomes próprios, e nunca por apelidos (quando existiam crianças com o mesmo nome, o sobrenome era incluído, valendo o mesmo critério para os que tivessem nomes compostos; e quando estavam em condição de grupo, o nome da turma era utilizado<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>). Destaca-se que os responsáveis pelas crianças também eram tratados da mesma forma, ou seja, chamados e identificados por seus nomes. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Os adultos de “fora da escola” – do cinema, das artes visuais, da odontologia, da biblioteca e da recreação<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn5" name="_ftnref5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> – se auto-intitulavam e se apresentavam como “tios” e “tias”. Muitos, ao chamarem as crianças, várias vezes diziam “menino”, “menina”, “chama aquele menino ali!”; alguns, quando em situação de discurso, referiam-se a elas como “moleques” e “molecas”, traço da cultura local. Geralmente, os nomes das crianças eram ditos quando estes adultos queriam chamar-lhes a atenção em situações de bronca ou constrangimento. Mas, havia adultos que usavam os nomes das crianças de outra maneira:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Evento 1: <u>CINEMA (Turma da manhã): “VOCÊ TEM QUE PRESTAR ATENÇÃO!”<o:p></o:p></u></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><i>O técnico da Cultura e o estagiário de Artes se aproximam dando “Bom dia!”, as crianças respondem: </i>“– <i>Bom dia!”. Eles dizem: “</i>–<i> Bóra<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn6" name="_ftnref6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[6]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></a> de novo!”. As crianças gritam mais forte: </i>“– <i>Bom dia!!!”. Um deles vem com o microfone e diz:<o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Adulto: – A voz do tio não está boa hoje. Quem gosta de cinema? Qual foi a última vez em que vocês foram ao cinema?<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><i>Criança: </i>–<i> Nunca! (diz um menino; as outras crianças não respondem).<o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><i>Adulto: </i>– <i>O filme chama “Minhocas”<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn7" name="_ftnref7" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[7]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></a>, é bem curtinho. (As crianças começam a perguntar do filme, se é da Turma da Mônica).<o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><i>Adulto: </i>–<i> Quem gosta de perguntar aqui?<o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><i>Criança: </i>–<i> Eu falo muito! (diz Paulo Henrique)<o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><i>Adulto: </i>–<i> Qual é o seu nome? (reportando-se a outro menino, aquele que respondera “Nunca!”)<o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><i>Criança: </i>–<i> Gerson.<o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><i>Adulto: </i>–<i> Gerson, você tem que prestar atenção! (Gerson parecia só estar conversando com os colegas; não percebi nenhum movimento ou fala diferente disso). A história hoje trata... (as crianças falam sem parar sobre o filme da Turma da Mônica, impedindo, de certa forma, a fala do adulto. Ele então decide continuar, falando, só que um pouco mais alto: “</i>–<i> Eu vou perguntar depois e vocês não vão saber me dizer!”. (Gerson fica calado; as crianças continuam pedindo que passe o filme da Turma da Mônica). (Diário de campo, 9.mai.2008)<o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Evento 2: <u>PISCINA (Turma da manhã): “EU TÔ COM VOCÊ!”<o:p></o:p></u></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><i>(...) As crianças se sentam na borda e já batem os pés na água; uma delas pede que a professora da turma pule logo na piscina e todas gritam: “</i>– <i>Professora! Professora! Professora!”. Ela pula para o delírio de todos que gritam: “</i>– <i>ÊÊÊ!”. A professora de natação dá bom dia e todos respondem falando bem alto. Ela diz que isso mostra como estão fortes e animados. “</i>–<i> Vamos começar a aula?”; explica a primeira atividade: segurando um flutuador do tipo “macarrão” deverão atravessar o lado da piscina, dois de cada vez, cada qual acompanhado por uma das professoras; chegando à borda, subir e sentar-se. As crianças encorajam os amigos que estão na água gritando seus nomes em coro. (...). Está na vez de Hélio, que está com muito medo. Ela pede que as crianças deem apoio ao amigo e todos gritam batendo palmas no ritmo do nome do colega: “</i>–<i> Hélio! Hélio! Hélio!”: “</i>–<i> Bate a perna, Hélio, eu estou com você!”, a professora de natação diz, segurando-o firme enquanto ele nada. Hélio sorri enquanto saltita após sair da piscina. (Diário de campo, 6.mai.2008)<o:p></o:p></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Nas atitudes diferenciadas dos adultos, a identidade das crianças toma proporções distintas. Os nomes dos meninos, em ambos os eventos, são destacados com sentidos que se opõem: no primeiro, é utilizado para identificar e expor e constranger a criança; no segundo, para identificar e reconhecê-la como capaz e merecedora de atenção. Bakhtin destaca que <i>“qualquer enunciação, (...), constitui apenas uma fração de uma corrente de comunicação verbal ininterrupta”</i> (1986, p. 123), a fala, enquanto amplo <i>“processo de atividade de linguagem tanto exterior como interior (...) não tem começo nem fim”</i>, já que sua natureza é sempre social. Não se pode analisar qualquer comunicação verbal sem aliá-la ao que o autor chama de situação concreta. Esta traz, em si, características não só daquilo que se dá no imediato, mas, principalmente, do contexto social mais amplo. Nesse sentido, enquanto os nomes não se dirigirem a alguém serão apenas unidades da língua, contudo, ao serem endereçados, e assim assumidos, convertem-se <st1:personname productid="em enunciados. As" w:st="on">em enunciados. As</st1:personname> <i>“unidades da língua são neutras, enquanto os enunciados carregam emoções, juízos de valor, paixões. (...) Os enunciados têm sentido, que é sempre de ordem dialógica”</i> (Fiorin, 2006, p. 23). Ainda que seja um nome próprio.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Bakhtin (2003) destaca que o papel dos outros <i>“(...) para os quais o meu pensamento pela primeira vez se torna um pensamento real (e deste modo também real para mim mesmo), não são ouvintes passivos, mas participantes ativos da comunicação discursiva”</i> (p. 301). Os participantes não são apenas elementos que fazem fluir um enunciado. Seriam também sujeitos em estado de percepção. Para Vygotsky (2000), percepção e linguagem se interligam, fazendo com que nossa visão de mundo vá muito além de seus aspectos meramente físicos, perceptíveis, tornando-a uma visão de mundo com sentido e significado. Daí que, se significados se constroem, é porque estão acontecendo aprendizagens. Que aprendizagens estarão construindo as crianças sobre si mesmas, e sobre o que é ser adulto enquanto participantes ativas daqueles discursos? O mesmo vale ser perguntado sobre os adultos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Transportando tal análise para aqueles eventos, os adultos ao agirem de forma muitas vezes contraditória, parecem expressar uma cisão, divididos entre seres profissionais sérios – leais à neutralidade do sujeito diante do conhecimento, da verdade –, e pessoas que se aproximam, recebem e retribuem. Estas duas partes ora caminham juntas, ora se separam. Contudo, num mundo no qual <i>“uma teoria da formação num contexto em que as letras, as humanidades, são o conteúdo básico do ensino, tem que pensar de que se trata quando falamos de uma relação (...) na qual se põe em jogo o próprio eu”</i> (Larrosa, 2000, p. 51). Nesse “eu” que se apresenta na criança e no adulto (que um dia já foi criança), existem pessoas cujas histórias estão sendo construídas. Muitos adultos entrevistados falaram, direta ou indiretamente, sobre os olhares que receberam na infância e os olhares que acham que as crianças da escola recebem.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Bakhtin (1986) fala da existência de um <i>“universo de signos”</i> (p. 32), um universo particular no qual <i>“cada signo ideológico é não apenas um reflexo, uma sombra da realidade, mas também um fragmento dessa realidade”</i> (ibid, p. 33). O que seria o nome próprio senão um fenômeno da natureza deste universo? Tal como as palavras, que se tecem <i>“a partir de fios ideológicos e servem de trama a todas as relações sociais em todos os domínios”</i> (ibidem, p. 41), gestos, expressões, olhares, nomes também são veiculados no social, conferindo-lhe lugar também de enunciados. Cada maneira de chamar uma criança, um adulto, mais do parecer um simples fato corriqueiro, pode materializar <i>“mudanças e deslocamentos quase imperceptíveis que, mais tarde, encontram sua expressão nas produções ideológicas acabadas”</i> (ibidem, p. 42). </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Apesar dos adultos realizarem distintas formas de chamar, olhar e se aproximar das crianças, e de si mesmos, nem sempre os momentos de interação nesta instituição permitiram que se desse a realização de diálogos que poderiam criar vínculos mais expressivos e afetivos entre todos. Todavia, vale registrar que muitos aspectos podem intervir nesses momentos, como a frequência das atividades junto às crianças, já que nem sempre os profissionais das áreas, fora os da educação, atuam sistematicamente com elas. Entretanto, o que se coloca em jogo aqui, é: se <i>“o falante termina seu enunciado para passar a palavra ao outro ou dar lugar à sua compreensão ativamente responsiva”</i> (2003, p. 275), o que pode significar ouvir meu nome para lembrar/ensinar o quão feio e chato, e/ou o quão especial e digno de respeito posso ser? Palavras e orações fazem parte do grupo das unidades da língua. Cada oração está cercada pelo contexto do discurso, no interior de um enunciado, gerando atitudes responsivas. Se as <i>“palavras ainda são como cavernas, entre as quais conhecem curiosas linhas de comunicação”</i> (Benjamin, 1995, p. 272), especialmente as crianças, será preciso que alguém traga uma lanterna e ilumine os caminhos. Os elementos expressivos presentes em cada fala, ao valorar relações, também revelam que há sempre um Outro que, ainda bem, pode ser <i>“o único lugar possível de uma completude sempre impossível. Olhamo-nos com os olhos do outro, mas regressamos sempre a nós mesmos e a nossa incompletude”</i> (Geraldi, 2003, p. 44), nos trazendo de volta ao nosso nome, aquele que, quando é chamado, nos faz ser e reconhecer-se num Eu, tomara, sempre em busca de algo especial. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, M. <b>Estética da Criação Verbal</b>. 4, ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. Coleção Biblioteca Universal.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">____________. <b>Marxismo e Filosofia da Linguagem</b>. 3, ed. São Paulo: Hucitec, 1986. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BENJAMIN, W. <b>Obras Escolhidas – II: </b>Rua de Mão Única. 5, ed. São Paulo: Brasiliense, 1995. (3 ª reimpressão, 2000)</span></div><div class="MsoHeader"><span lang="X-NONE" style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">FIORIN, J. L. <b>Introdução ao Pensamento de Bakhtin</b>. São Paulo: Ática, 2006.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">GERALDI, J. W. A diferença identifica. A desigualdade deforma. Percursos bakhtinianos de construção ética e estética. In ___; JOBIM E SOUZA, S.; KRAMER, S. (Orgs.) <b>Ciências Humanas e pesquisa:</b> Leituras de Mikhail Bakhtin. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2007. p. 39-56. (Questões da nossa época; v.107).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">KRAMER, S. Entrevistas Coletivas: uma alternativa para lidar com diversidade, hierarquia e poder na pesquisa em ciências humanas. In ___; JOBIM E SOUZA, S.; KRAMER, S. (Orgs.) <b>Ciências Humanas e pesquisa:</b> Leituras de Mikhail Bakhtin. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2007. p. 57-76. (Questões da nossa época; v.107).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">LARROSA, J. <b>Pedagogia Profana: </b>danças, piruetas e mascaradas. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">MEDEIROS, C. S. de. <b>Profissionais de educação, saúde, lazer e cultura que trabalham com a educação infantil: </b>práticas e concepções de infância. Rio de Janeiro, 2009. 156p. Dissertação de Mestrado – Departamento de Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.</span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">VYGOTSKY, L. S. <b>Formação Social da Mente</b>. São Paulo: Martins Fontes, 2000.</span></div></div><div><!--[if !supportFootnotes]--><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><br clear="all" /> </span><hr align="left" size="1" width="33%" /> <!--[endif]--> <div id="ftn1"> <div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 10.0pt;"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-size: 10.0pt;"> MEDEIROS, C. S. de. <b>Profissionais de educação, saúde, lazer e cultura que trabalham com a educação infantil: práticas e concepções de infância</b>. Rio de Janeiro, 2009. 156p. Dissertação de Mestrado – Departamento de Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.<b><span><o:p></o:p></span></b></span></span></div><div class="MsoFootnoteText"><br />
</div></div><div id="ftn2"> <div class="MsoFootnoteText"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> “AD” refere-se ao adulto entrevistado.</span></div></div><div id="ftn3"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> A escola fica numa área generosa, em meio à natureza, com muitas árvores, lago, áreas gramadas e animais silvestres.</span></div></div><div id="ftn4"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Sempre no início do ano cada turma decide o nome que terá. A escola define o tema, como nomes de pássaros, naquele ano. Conforme os estudos sobre os mesmos, as crianças falam sobre o que mais gostaram, e este passa a ser o nome que os identifica na escola, enquanto grupo.</span></div></div><div id="ftn5"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref5" name="_ftn5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Gostaria de destacar que há uma recreadora que é chamada pelo nome, e não por “tia”, da mesma forma que também procura chamar as crianças. </span></div></div><div id="ftn6"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref6" name="_ftn6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Expressão muito comum na localidade.</span></div></div><div id="ftn7"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref7" name="_ftn7" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Curta-metragem brasileiro em desenho de animação feito em massa de modelar. </span></div></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-89481310541243821212011-10-06T12:15:00.000-07:002011-10-06T12:15:12.963-07:00Cristina Maria Campos, Corinta Maria Grisolia Geraldi<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">A Produção Infantil: a criança contando sua história.<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Autoras: <a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>Cristina Maria Campos / UNICAMP/ Prefeitura Municipal de Campinas</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Email: <span lang="EN-US"><a href="mailto:cristina.crishop@gmail.com"><span lang="PT-BR">cristina.crishop@gmail.com</span></a></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>Corinta Maria Grisolia Geraldi /UNICAMP</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Email: <a href="mailto:corintageraldi@yahoo.com.br">corintageraldi@yahoo.com.br</a></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A preocupação que muitos professores tem em relação ao que e como ensinar e como planejar aulas interessantes é constante em reuniões de Conselhos de classe, TDCs e CHPs. Para um grupo ainda existe a possibilidade do livro didático, sempre com a possibilidade de usar o livro didático, onde encontramos tudo fácil, tudo pronto, na base do faça como no modelo.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Quem instrui é o material didático. Ao professor compete distribuir o tempo, distribuir as pessoas, e verificar se houve “fixação do conteúdo, comparando respostas dos aprendizes com o livro do professor”, onde exercícios e tarefas estão resolvidos e oferecem a chave de correção de qualquer desvio. (GERALDI. 2010 p. 87).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Não sei trata de avaliar o professor e a sua formação, mesmo por que no Brasil há muito que se debater sobre a formação dos novos profissionais de educação que estão chegando às escolas. O dado é que alguns professores conseguem ir além do currículo estabelecido, conseguem tornar a escola um lugar prazeroso e a aula um meio de conhecimento. A construção desse currículo é feita cotidianamente, com a participação de todos envolvidos no processo, não é cópia ou livro didático, o currículo é vivo. Segundo Geraldi, “O currículo é entendido e trabalhado como o conjunto das aprendizagens vivenciadas pelos alunos, planejadas ou não pela escola, mas sob responsabilidade desta, ao longo de sua trajetória escolar.” (GERALDI, 1994 p. 117).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">O que é esse conjunto de aprendizagens vivenciadas pelos alunos, a história da sua vida, dos seus amigos, seus brinquedos, brincadeiras, programas preferidos na TV. O mundo que o rodeia em casa, na escola, na rua.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Os professores poderiam fazer uso desse conhecimento e transformá-lo em conteúdo em sala de aula para efetivação do processo ensino aprendizagem, chegando enfim ao conhecimento.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Difícil imaginar que uma criança do século XXI se interessaria por um universo pronto, por lições que no máximo a fariam pensar em ir embora mais depressa.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">O diálogo com os pequenos sempre foi de grande importância para mim, em pequenos ou grandes grupos, na roda ou em carteiras, na rua e em corredores da escola, o pensar infantil é o que me encanta, me faz rir, pensar, criar e acreditar em possibilidades outras de ensino, onde a opinião deles possa ser rejeitada.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Em todas essas conversas percebia sempre que todos falavam juntos, gritavam e não escutavam uns aos outros, todos tinham urgência em falar, o tempo dado na roda era curto, o tempo de escuta na carteira ou corredor inexistente para tanta vida dentro de uma criança.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Como professora, acredito ter responsabilidade na maneira que educo e alfabetizo essas crianças, no comportamento deles no futuro, na respostas que darão à sociedade quando forem adultos e participantes, votarem, trabalharem e outras maneiras de participar do mundo. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A atenção dada a cada fala de aluno, o ouvido atento me leva muitas vezes a repensar o meu planejamento de aula e a partir da conversa inicial replanejar o já preparado.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Escreverei abaixo uma pipoca pedagógica sobre a observação minha e a participação de cada criança no planejamento das aulas.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">As Pipocas Pedagógicas já foram apresentadas em 2010 no “Círculo – Rodas de Conversa Bakhitiniana”, nesse caso farei apenas apresentação da pipoca.</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Faltava abandonar a velha escola! </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;"> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Essa turma que era de piratas vivia bem longe da prancha. Heróis? Nunca passou pela cabeça de nenhum deles, pertencer a Sala de Justiça. Diferente da turma de 2008 que vivia a TV e distante da atual (2011) que ainda procura a professora. Essa turma do meio (2009/2010) queria mesmo como canta Lulu Santos “tomar o mundo feito coca-cola”, só que sem abandonar a velha escola, apenas contar que dentro dela tem gente. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Descobriram através da “deusa foca morta” que Sedna não era o limite e tomaram para si as rédeas do que queriam viver na escola, eu era apenas a que possibilitava esse viver.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Queriam falar, aprender, rir, brincar, sonhar, lamentar, chorar, amar, queriam, queriam e queriam todas as manhãs 20 “quereres”, pedidos com vontade e afinco, quereres que tinham que ser ouvidos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>- Prô eu quero fazer produção de texto!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>- Prô eu quero “ir na” sala de informática!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>- Prô eu quero fazer “tóf tóf tóf”!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>- Eu quero, eu quero e eu quero.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Gostava de ouvi-los e segundo OP e colegas eu perdia muito tempo dando ouvidos às bobeiras ali produzidas. Percebi que na realidade eles queriam o que todos nós adultos, crianças e adolescentes queremos, falar sobre a nossa vida para outra pessoa. Nessa época, eu andava num flerte quase fatal com Arroyo e acreditava que era possível “contar-nos uns aos outros, contar-nos nossas histórias, nossos saberes e ignorâncias, nossa cultura”. (ARROYO, 2000, p. 65).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Então após longa escuta de quereres, resolvi propor a escrita dessas vidas, curtas, mas cheia de histórias, recheadas de memórias e logo Itália perguntou com expressão de diga que não:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>- É produção de texto? Tem reestruturação depois? Não que não gostassem de textos, produziam coisas lindas, mas contar sobre suas vidas, não merecia reestruturação e nem interpretações outras, era a sua vida e seu contar. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Contar sua vida ao outro nos moldes da escola, era tirar a magia que ela tinha para cada um deles, um texto nada mais era que uma atividade escolar. A vida vai além dos muros escolares.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Conversa suspensa, preciso ir à “Sedna” resolver, a minha foca morta há de me ajudar. Fim de semana a solução, faríamos pequenos relatos da nossa vida, com imagem e texto e sem correção. Ideia aceita começamos o trabalho de contar-nos uns aos outros, com o passar do tempo o pedido muda:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>- Prô “vamo se conta” pros outros hoje? Saigon.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>- Nossa, todo dia vocês querem contar-se uns aos outros. E a Matemática, Ciências, História?</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>- Prô ta tudo dentro, esqueceu das Tóf Tóf Tóf. Idislaidi.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>O tempo corria e naquele palco eu era apenas a contra regra:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>- Prô acabou o papel?<span> </span>Corta mais cartolina? Não tem lápis azul!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Via os textos passarem de mão em mão, apagarem-se, cabeças balançavam, risadas eram dadas, folhas eram trocadas, jogadas fora, outras eram feitas e um dia finalmente Isquiriana me pergunta?</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>- É esse registro que você faz na sua escola? Com o seu trabalho na mão. Olhei e vi surpresa e feliz que todos tinham feito seu 1º Memorial, um registro da vida, para a vida toda.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Alguns descobriram felizes que apesar de criança já tinham memória, que isso não era apenas dos idosos. Outros ficaram felizes ao perceber que partilhavam à amizade com outro desde os três meses de idade na creche que já era distante em seus pensamentos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Estudamos a ruas e seus mascates, suas brincadeiras, os passeios que a cidade oferece, as grandes e as pequenas lojas de roupas, a avó já falecida, o tio que mudou para longe, o pai que separou e deixa saudades, o namorado da mãe que pode ser um amigo. Um lugar para conhecer e outro para guardar para sempre. O infinito do espaço e suas estrelas, o sol, a lua e o sono que chega com ela.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Alguns aceitaram que eram “especiais”,outros que produzir um texto não era bicho de seta cabeças. Ficamos mais próximos. Usamos dicionário, internet, conversas com família, durante seis meses produzimos partes importantes da nossa vida e da nossa história. O conhecimento dali tirado é lembrado até hoje por todos que vivenciaram essa experiência de contar-se ao outro, de completar-se na visão do outro, de produzir um excedente de visão que só aquela atividade “pedida” pelo grupo poderia proporcionar.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>Na Mostra Pedagógica, dia marcado por eles para contarem-se aos pais, ouço a fala emocionada de três mães:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span> </span>- Cris, esse álbum tem histórias silenciadas por meu filho há muito tempo. Silenciadas em casa, contadas na escola, era a experiência de contar-se uns aos outros com crianças que tomaram o mundo feito coca-cola e<span> </span>fizeram da suas vidas um passeio público.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">REFERÊNCIAS<o:p></o:p></span></b></div><div class="western" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre Imagens e auto-imagens. 5ª Edição. Vozes. RJ. 2000.<o:p></o:p></span></span></div><div class="western" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. 2ª ed. Martins Fontes. São Paulo. 1997.<o:p></o:p></span></span></div><div class="western" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 11.0pt; text-transform: uppercase;">Campos</span><span style="font-size: 11.0pt;">, Cristina M.; <span style="text-transform: uppercase;">Cunha</span>, Glória P. da; <span style="text-transform: uppercase;">Pereira</span>, Marcemino B.; <span style="text-transform: uppercase;">Buciano</span>, Maria Fernanda P.; <span style="text-transform: uppercase;">Queiroz</span>, Wilson. De “Pipoca Pedagógica” a Cordel – experiências narrativas no “GEPEC de Terça”. <span style="text-transform: uppercase;">I</span>n<span style="text-transform: uppercase;"> IV Congresso INternacional de Pesquisa (Auto) Biográfica</span>, São Paulo: FE – USP, 2010. 1 <span style="text-transform: uppercase;">CD-Rom</span>.<o:p></o:p></span></span></div><div class="western" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">CAMPOS, C. Rua e Escola: O Hip Hop como movimento porta-voz dos sem vez. Universidade Estadual de Campinas. 2007. Dissertação de Mestrado.*<o:p></o:p></span></span></div><div class="western" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">GERALDI, C. M. G. Currículo em ação: buscando a compreensão do cotidiano da escola básica. Revista Pró-posições. Vol 05. nº03 [15]. Novembro de 1994. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">GERALDI, J.W. A Aula como Acontecimento. Pedro & João Editores, 2010. São Carlos. São Paulo.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">IRA. Flerte Fatal. In. Acústico MTV. 2004.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">PEREIRA, Marcemino Bernardo, CAMPOS, M.C. Pipocas Pedagógicas: contar a aula, reecantar a escola. In. Círculo. Rodas de Conversa Bakhitiniana. Cadernos de Textos e Anotações. São Carlos. 2010.</span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">SANTOS, Lulu. O Último Romântico. 1987.</span></div></div><div><!--[if !supportFootnotes]--><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><br clear="all" /> </span><hr align="left" size="1" width="33%" /> <!--[endif]--> <div id="ftn1"> <div class="MsoFootnoteText"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Doutoranda da Faculdade de Educação da UNICAMP, integrante do GEPEC (Grupo de Pesquisa <st1:personname productid="em Educa ̄o Continuada" w:st="on">em Educação Continuada</st1:personname>). Professora alfabetizadora da Prefeitura Municipal de Campinas.</span></div></div><div id="ftn2"> <div class="MsoFootnoteText"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Professora Drªaposentada do Programa de Pòs-Graduação em Educação da UNICAMP. Pesquisadora do GEPEC. </span></div></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-26812085497397573662011-10-06T12:13:00.001-07:002011-10-06T12:13:40.739-07:00Cynthia Nunes Milanezi<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Responsabilidade e responsividade em textos escritos por alunos do ensino técnico integrado ao médio<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Cynthia Nunes Milanezi<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><a href="mailto:cnmilanezi@hotmail.com"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">cnmilanezi@hotmail.com</span></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Esta reflexão surgiu a partir de uma pesquisa de mestrado que buscou analisar, de uma forma geral, as práticas de produção de textos escritos de alunos do 2º ano de um curso técnico integrado ao Ensino Médio. Por meio de um estudo de caso qualitativo, com observação participante, registros em diário de campo, fotografias e filmagens, buscamos ainda analisar as propostas de produção de textos elaboradas pela professora e a resposta dos alunos a estas propostas. As observações aconteceram de junho a dezembro de 2010. As aulas de Língua Portuguesa aconteciam duas vezes por semana, às segundas e quartas, e duravam cinquenta minutos cada. A turma era composta por 36 alunos, entre 15 e 18 anos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Durante o nosso período em campo presenciamos sete atividades de produção de textos escritos. Dois textos pertenciam ao modo de organização descritivo, um ao modo narrativo, dois ao modo argumentativo, um tratava-se de um trabalho sobre concordância verbal, nominal e por silepse e, por fim, presenciamos a elaboração de uma carta ao Diretor-Geral da instituição, proposta desenvolvida pela pesquisadora, por solicitação da professora de Língua Portuguesa. Além desses, os adolescentes já haviam produzido um texto descritivo, ao qual não tivemos acesso, e outro do modo narrativo, que também foi analisado na pesquisa de mestrado.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Para Charaudeau (2010), há vários modos de organização do discurso (enunciativo, descritivo, narrativo e argumentativo), os quais variam em função da finalidade comunicativa de um texto. Neste artigo, trataremos apenas dos textos pertencentes aos modos de organização de discurso ou tipos textuais descritivo e narrativo, uma vez que os temas tratados pelos alunos e as respostas dadas às propostas da professora nos surpreenderam e demonstraram que os alunos buscavam assumir a responsabilidade pelos seus dizeres ao responderem às propostas da professora. Para Bakhtin (2003), o texto é um enunciado e os enunciados podem ser caracterizados como individualidades absolutamente singulares. Para ele, “O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos [...]” (BAKHTIN, 2003, p. 261). Dessa forma, iremos analisar como os alunos se manifestaram nas produções escritas e de que modo eles se constituíram como autores-indivíduos, que dão respostas e assumem seus posicionamentos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Primeiramente iremos analisar o trabalho com o modo descritivo de organização do discurso. A primeira atividade que presenciamos foi uma descrição de objeto. Os alunos deveriam, como tarefa de casa, elaborar uma descrição para adivinhação, a qual chamaremos de Texto A, que seria lido na aula seguinte. Ao propor a tarefa, a professora leu cinco descrições, de diferentes graus de dificuldade, para que os alunos tentassem descobrir os objetos, o que causou interesse e motivação. Na aula destinada à leitura das descrições, formou-se um círculo e todos leram suas descrições. Foram escolhidos pelos alunos desde objetos comuns do dia a dia da escola (borracha, lápis) e da vida (bola, celular), como alguns inusitados (veneno de cobra, cálcio), os quais nem foram considerados objetos pela professora e por certos alunos. Alguns descreveram o mesmo objeto, porém, de formas completamente diferentes. Um celular foi classificado como detentor de poder e objeto que domina o homem por alguns e por outros foi considerado um amigo para qualquer momento. Ao final das apresentações, a professora chamou a atenção para esse fato e ressaltou que algumas descrições foram mais objetivas e outras mais subjetivas e que, embora alguns tenham descrito a mesma coisa, cada um fez sua imagem do objeto e empregou o seu estilo de escrita, selecionando os substantivos, os adjetivos e a sequência da descrição de acordo com sua preferência.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Já a segunda atividade de descrição que presenciamos tratava-se de descrever a paisagem que os alunos viam da arquibancada da área esportiva da escola, Texto B. Segundo orientações fornecidas por ela, o texto deveria ter, no mínimo, três parágrafos com introdução (situando no tempo e no espaço), descrição (detalhamento com adjetivos e verbos de ligação) e finalização com comentários sobre o que mais lhes chamou a atenção ou surpreendeu.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A partir da leitura dos textos, constatamos que a percepção de mundo e o modo como os alunos significaram os seres e objetos foi bastante diversa. Muitos teceram elogios à área esportiva da instituição, detalharam aspectos do campo, da pista de atletismo e das quadras. Já outros criticaram o estado de conservação da área dedicada aos esportes. Alguns descreveram a beleza das árvores e da piscina de forma poética, mencionado, por exemplo, que a grama parecia brilhar. O conjunto de casas vistas no morro ao redor da escola foi classificado por alguns de favela, enquanto outros apenas chamaram de moradias simples. Também foi levantado o risco de desabamento em dias de muita chuva. Vemos, dessa forma, que uma atividade de observação e descrição levou os alunos a levantarem questões importantes, como a insegurança de quem vive em morros nas grandes cidades e o contraste entre a escola e as casas. Eles não se limitaram à descrição física, mas procuraram pensar em possíveis consequências de uma forte chuva naquele local onde a ocupação não foi planejada e não está sendo vistoriada. No entanto, essa dimensão e os procedimentos discursivos utilizados pelos alunos não foram discutidos após a leitura e correção dos textos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Assim sendo, a partir das observações feitas na sala de aula, vemos que o trabalho com o modo de organização descritivo ainda necessita ser repensado, porque o ato de descrever pode ter diversas finalidades, não apenas <i>definir</i>. Além disso, uma descrição possui componentes que se configuram segundo determinados procedimentos discursivos e linguísticos, que variam de acordo com os objetivos. Infelizmente, percebemos que na escola os alunos produzem textos como um exercício, para aprender a fazer um determinado tipo de texto e utilizá-lo em outras situações, o que torna a atividade sem sentido para os alunos. Ainda assim, eles surpreendem e se colocam nos textos, mostrando suas preferências, tecendo elogios e fazendo críticas tanto às instalações da instituição, quanto ao conjunto de casas no entorno da escola.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">O terceiro texto a ser analisado é uma narração fantástica (Texto C), que foi produzida algum tempo antes de entrarmos em campo, porém, nos foi entregue logo no início da observação participante, antes de ser devolvida aos alunos. As narrativas produzidas pelos alunos trataram de temas variados, como futebol, festas, aventuras pela escola, incêndios e alagamentos, que são comuns na região e muitas vezes impedem a entrada ou a saída dos alunos devido à grande quantidade de água que se acumula ao redor da escola. Outro tema recorrente foi a violência, pois muitos textos falaram sobre agressões, ferimentos e mortes, principalmente de alunos dentro da escola. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Uma aluna optou por se valer de uma narrativa com elementos fantasiosos para tratar de um tema bem real e recorrente nas escolas: o <i>bullying</i>, termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica. Para Bakhtin (2003), tudo que estuda o humano deve estudar as relações entre pessoas situadas em determinado <i>lugarespaço</i> histórico e cultural, que só pode ser entendido de um ponto de vista dialógico da própria época. Dessa forma, a aluna trata de um problema que tem sido discutido atualmente de forma assustadora em jornais, telejornais e revistas. Nessa narrativa, um aluno que sofria violência psicológica resolveu se vingar e atirou no seu principal agressor, numa professora e, por fim, em si mesmo. Apesar de toda a gravidade da situação, após a retirada dos corpos, as aulas continuaram normalmente.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">No mês de abril de 2011, foi noticiado em vários veículos de comunicação um acontecimento semelhante ao narrado acima: um ex-aluno invadiu uma escola municipal em Realengo, Rio de Janeiro, fez vários disparos ferindo mais de 30 alunos e matando pelo menos 13 pessoas. O assassino se suicidou após levar um tiro da polícia. Entre os mortos, estavam dez meninas entre 12 e 14 anos, e dois meninos. O assassino deixou cartas e vídeos e, em vários deles mencionou ter sofrido <i>bullying</i> na escola. Não cabe discutir o que exatamente motivou o ex-aluno a cometer esses crimes, mas sim refletir que os alunos sempre mencionam fatos relacionados com o seu tempo. Suas narrativas, por mais que contenham dados irreais ou fantasiosos, estão ligadas a acontecimentos que indicam sua posição no mundo, tanto em relação ao momento histórico-cultural quanto ao seu ponto de vista. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Outro aluno tratou de um tema polêmico: a sexualidade. Na história contada, ele e os amigos elaboraram um plano para observar meninas trocando de roupa após a aula de Educação Física. Um dos personagens disse que não se importava se o pai descobrisse o plano e achava que até teria apoio dele, que pensava ter um filho <i>gay</i>. Podemos, dessa forma, inferir que um desses personagens até gostaria que o pai soubesse do plano para comprovar que não era homossexual, fato que aparentemente seria importante para o menino, pois ser <i>gay</i> provavelmente traria problemas no relacionamento com seu progenitor. Outrossim, <i>sair do armário</i> é uma expressão utilizada popularmente para indicar a necessidade de uma pessoa revelar sua orientação sexual. Sabe-se que os homossexuais sempre sofreram preconceito em nossa sociedade e a sexualidade sempre foi tabu nas escolas. No início do ano de 2011, o Ministério da Educação elaborou um material com cartilhas e vídeos contra a homofobia, mais conhecido como <i>kit gay</i>, porém a sua distribuição às escolas foi suspensa pela Presidente da República no mês de maio de 2011, devido à polêmica gerada na Câmara dos deputados federais e em toda a sociedade. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Por fim, analisaremos uma narrativa com o tema <i>férias</i> (Texto D), produzida no primeiro dia do retorno das férias de julho. A professora pediu que pegassem uma folha de caderno e desenhassem um retângulo, inserindo em seu interior um substantivo comum, um verbo de ação no pretérito perfeito do indicativo, um advérbio e um adjetivo. Após, convidou os alunos a desconstruir o texto sobre as férias, falando sobre o que não fizeram ou o que gostariam de ter feito, incluindo as palavras do retângulo. Disse ainda que não havia necessidade de título e nem mínimo ou máximo de linhas. Após essas orientações, os alunos elaboraram seus textos, alguns com dificuldade para <i>encaixar</i> nas narrativas as palavras escolhidas.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Para Bakhtin (2003), a relação do artista com a palavra é um momento secundário, derivado, condicionado por sua relação primária com o conteúdo. “Pode-se dizer que, por meio da palavra, o artista trabalha o mundo, para o qual a palavra deve ser superada, [...] deve tornar-se expressão do mundo dos outros e expressão da relação do autor com esse mundo" (BAKHTIN, 2003, p. 180). Para ele, a substituição do conteúdo pelo material destrói o desígnio artístico. Ademais, o todo artístico não pode ser reduzido a uma série de elementos puramente estéticos, composicionais, interligados por leis estritamente estéticas, uma vez que é, na verdade, uma superação de algum todo semântico necessário. No entanto, como mostrar a sua relação com o mundo e superar os elementos linguísticos e aspectos composicionais diante das <u>t</u>arefas de encaixe de palavras, como a que foi explicitada? </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">O texto que mais chamou a atenção da pesquisadora e gerou comentários da professora foi de um aluno que, ao relatar o que mais gostou de não fazer nas férias, disse que era exatamente produzir textos. Ele disse que não concordava com a exigência por textos <i>perfeitos</i> e enfatizou que <i>adorou</i> não ir à escola, principalmente nos dias das aulas de Língua Portuguesa. Diante do posicionamento do aluno sobre o que não fez nas férias, caberiam algumas perguntas: por que é tão ruim para ele produzir textos? Por que não se sente motivado? Será que outros alunos pensavam da mesma forma, mas não se manifestaram? O que seriam textos <i>perfeitos</i> para ele? E para a professora? Seriam textos sem erros gramaticais, com boa estrutura e com conteúdo? Por que a escola não lhe parece um lugar agradável? Por que não gosta das aulas de Língua Portuguesa?</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Esse aluno assumiu total responsabilidade sobre o que disse, correndo riscos até mesmo de ser punido pela principal ou única interlocutora, a professora, que era exatamente quem o aluno queria que lesse seu texto. Por meio do que podemos considerar um desabafo ou uma provocação, o aluno foi corajoso e desafiou a professora a buscar outros meios de trabalhar a produção de textos, pois deixou bem claro que estava em desacordo com o modelo atual adotado. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">CONSIDERAÇÕES FINAIS<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Neste texto, buscamos analisar como a responsabilidade e a responsividade se manifestaram nas produções escritas dos alunos de uma turma de 2º ano de um curso técnico integrado ao Ensino Médio. Vimos que, apesar de todas as condições impostas pela escola, os alunos surpreendem, sempre encontram espaços para se constituir, relatar suas experiências, seu sentimentos, desejos, o que não gostam e tudo aquilo que faz sentido para eles. “O autor ocupa uma posição responsável no acontecimento do existir, opera com elementos desse acontecimento e por isso a sua obra é também um momento desse acontecimento” (BAKHTIN, 2003, p.176).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Independentemente do modo de organização do discurso utilizado, descritivo ou narrativo, notamos que em <i>todas as produções escritas,</i> havia elementos relevantes e relacionados com a vida autêntica do indivíduo. E como analisar o discurso desses alunos, senão por meio da <i>real unidade da comunicação discursiva</i>: os enunciados? Como assinala Bakhtin (2006, p. 274), “[...] o discurso só pode existir de fato na forma de enunciações concretas de determinados falantes, sujeitos do discurso”. Assim sendo, seja descrevendo objetos ou cenários, seja durante o processo de narrar fatos reais ou imaginários, os alunos se constituem como sujeitos de dizeres responsáveis e responsivos, capazes de se colocar e de assumir riscos.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Acreditamos, desse modo, que as propostas da professora contribuíram para que os dizeres dos alunos viessem à tona, para que pudessem ser desvelados pontos de vista, argumentos, queixas, expectativas e ideias. Porém, notamos uma ausência de análise e discussão acerca dos conteúdos desses textos. Não basta trazer a produção de textos para a sala de aula; é preciso saber como lidar com os enunciados produzidos pelos alunos, promover debates em torno de seu conteúdo e a integrar a Língua Portuguesa com as demais disciplinas. Assim sendo, defendemos que a escola precisa dar ao texto um papel central, pois é por meio deste que a língua se efetiva e se torna potencial.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">REFERÊNCIAS<o:p></o:p></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, Mikhail.<b> Estética da criação verbal</b>. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.<o:p></o:p></span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">CHARAUDEAU, Patrick. <b>Linguagem e discurso</b>: modos de organização. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2010.</span></div></div><div><!--[if !supportFootnotes]--><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><br clear="all" /> </span><hr align="left" size="1" width="33%" /> <!--[endif]--> <div id="ftn1"> <div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "MS Mincho"; mso-fareast-language: JA;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Mestranda em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo/Ufes da linha de pesquisa Educação e Linguagens. Técnica <st1:personname productid="em Assuntos Educacionais" w:st="on">em Assuntos Educacionais</st1:personname> do Instituto Federal do Espírito Santo/Ifes.</span></div></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-29527149816158027332011-10-06T12:12:00.000-07:002011-10-06T12:12:13.390-07:00Célio da Silveira Júnior, Maria Emília Caixeta de Castro Lima, Andréa Horta Machado<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="background-color: #660000; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Para uma leitura responsiva: mediação como responsabilidade de todos os professores<o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Célio da Silveira Júnior – celiosilveirajr@yahoo.com.br – FAE/UFMG</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Maria Emília Caixeta de Castro Lima – mecdcl@uol.com.br – FAE/UFMG</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Andréa Horta Machado – ahortamachado@gmail.com – COLTEC/UFMG</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A leitura desempenha papel fundamental nas relações de ensino, especialmente no que se refere à aprendizagem de ciências nas salas de aula. Por isso, a compreensão de um texto não pode ser encarada como fruto da simples apreensão de significados literais, um processo de decifração, e nem se pode partir do princípio de que saber ler é o suficiente para a interpretação de um texto. Deve-se afastar o caráter de simplicidade normalmente atribuído à leitura, qual seja, o de habilidade a ser adquirida em determinada etapa da escolaridade, independentemente dos conhecimentos específicos envolvidos. A leitura no ensino de ciências, recurso habitualmente utilizado nas práticas escolares, até pouco tempo parecia não exigir uma reflexão a respeito, constatação que se faz frente à maneira como a atividade era (ou é) proposta. Situação essa particularmente preocupante, considerando que os conteúdos envolvidos são relevantes, e os textos de ciências se mostram difíceis ao serem utilizados no processo de aprendizado. Existe algo “estranho”, contraintuitivo, no discurso da ciência, que é difícil de ser assimilado (Espinoza, 2010; Marcuschi, 2005).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Neste sentido, Paula & Lima (2010) alertam que a leitura não pode se restringir à busca de informações em um texto:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Quando o professor restringe o processo de ler ao ato de acessar informações em um texto, o papel do estudante fica, por sua vez, limitado em termos de leitura e interpretação. Nesse caso, o professor deixa de lado a complexidade das práticas de leitura vivenciadas nas salas de aula de ciências e o caráter problemático dos atos de interpretação de textos escritos. Assim, outra concepção de leitura de textos que circulam ou poderiam circular nas salas de aula de ciências é necessária.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Essa outra concepção é a de que na leitura, uma ação de linguagem, ocorre um complexo processo de produção de sentidos, determinado pelos aspectos histórico-sociais nos quais o texto, seu autor e seu leitor encontram-se situados. Assim:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">(...) o texto (à diferença da língua como sistema de meios) nunca pode ser traduzido até o fim, pois não existe um potencial texto único dos textos. O acontecimento da vida do texto, isto é, a sua verdadeira essência, sempre se desenvolve na fronteira de duas consciências, de dois sujeitos. (...) Ver e compreender o autor de uma obra significa ver e compreender outra consciência, a consciência do outro e seu mundo, isto é, outro sujeito (“Du”). Na explicação existe apenas uma consciência, um sujeito; na compreensão, duas consciências, dois sujeitos. (BAKHTIN, 2010).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A produção de sentidos, assim, revela seu caráter essencialmente dialógico, pois “a compreensão é uma forma de diálogo; ela está para a enunciação assim como uma réplica está para outra no diálogo. Compreender é opor à palavra do locutor uma contrapalavra” (Bakhtin, 2006). Esse movimento dialógico, para Castro (2010), é rico pela sua natureza responsiva despertada no sujeito, de forma que construir sentidos significa compreender ativamente.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Os sentidos produzidos na leitura dependem do contexto, mas não se limitam a ele. Dão-se em condições determinadas, cuja especificidade está em serem construídos em confrontos de relações sócio-historicamente fundadas e permeadas pelas relações de poder. Assim, têm historicidade, têm um passado e se projetam num futuro. As leituras não podem, então, ser vistas como práticas que resultam em uma produção de sentido transparente, em que se podem avaliar as produções de sentido como adequadas ou não (Orlandi, 2005; Assunção, 2007).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Como a leitura não é ato solitário (Soares, 2005), e representa a construção de sentidos em um encontro de vozes, ou, segundo Paula & Lima (2010), um encontro de, no mínimo, duas consciências e horizontes conceituais do autor e do leitor, revela-se a importância da mediação intencionalmente planejada do professor antes, durante e após a situação de leitura. Tal mediação tem como objetivo conhecer os sentidos atribuídos pelos estudantes e fortalecer aqueles cientificamente consolidados. O professor, portanto, é responsável, em sala de aula, por criar condições para que seus alunos ingressem nas práticas sociais de leitura como atribuição de sentidos. Nesse sentido, Assunção (2007) diz que:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">No jogo das práticas de leituras escolares, portanto, há de se pensar nessas subjetivações que se colocam em interação: a do sujeito-autor que, ao produzir seu texto, se filia a uma formação discursiva e, a partir dela, produz sentido; a do sujeito-professor que, como mediador instituído pela escola, cumpre a função não só de organizar mas também de disciplinar as leituras possíveis e, no sentido de Foucault (1998), cumpre sua função de comentarista, garantindo as leituras que devem ser reproduzidas; e, por fim, a do sujeito-leitor – no caso específico que estamos considerando, o sujeito-leitor-aluno – que, inserido em uma prática de leitura escolar, deve negociar sua produção de sentido com aquela produzida na e pela escola.<span> </span><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Dessa forma, a leitura é concebida como uma prática de construção de sujeitos. Uma prática que deve levar em conta a possibilidade de elaboração de posições críticas frente aos textos escritos. Aqueles que formam leitores têm, portanto, responsabilidade política, pois a leitura é, fundamentalmente, processo político. Com isso, a escola deve ter dentre suas responsabilidades a formação de bons leitores e produtores de texto como forma de desenvolver a autonomia intelectual e afetiva dos estudantes, o que acaba se tornando compromisso e responsabilidade de professores de todas as áreas. (Paula & Lima, 2010; Assunção, 2007; Kleiman, 2007; Soares, 2005).</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Então, revela-se assim a possibilidade de incluir o processo da leitura nas aulas de ciências como forma de promover a tomada de posição, dos sujeitos se dizerem na relação com os sentidos possíveis a partir da leitura de textos <st1:personname productid="Em seu Estética" w:st="on">em ciências. O</st1:personname> que se propõe é uma “leitura de cunho transformador”, “instrumento de conscientização” (Silva & Zilberman, 2005), de forma que, a partir da promoção da compreensão do texto, o que implica necessariamente em uma responsividade (Fiorin, 2010), contribuir para que os jovens entendam o que é ciência:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">O que se pretende, por meio da educação em ciências, é promover novas formas de ver o mundo, refletir sobre fenômenos e analisá-los, ir além das aparências, combinar evidências e inferências em atividades de modelagem de aspectos da realidade que se procura melhor compreender para intervir e agir. Enfim, a meta fundamental da educação científica consiste em fazer com que os jovens entendam o que é ciência, quais as “regras” desse jogo, para que possam se beneficiar, pessoal e socialmente, da racionalidade científica (AGUIAR JR., 2001).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">São, portanto, muitas as ‘respostas responsáveis’ que a educação deve representar.<span> </span>As ações desenvolvidas nas relações de ensino devem sempre estar constituídas pela responsividade e pela responsabilidade, no sentido de ações que representem respostas e tomadas de posição, respectivamente. Assim:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Uma teoria precisa entrar em comunhão <i>não</i> com construções teóricas e vida imaginada, mas com o evento realmente existente do ser moral – com a razão prática, e isso é responsavelmente completado por quem quer que se conheça, na medida em que o ato de cognição esteja incluído como <i>minha</i> ação, com todo o seu conteúdo, na unidade da minha responsabilidade, na qual e pela qual eu realmente vivo – executo ações. (BAKHTIN, 1993).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000; font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">Certamente a tranqüilidade da abstração poderia retornar se definíssemos a responsabilidade como estrutura preexistente, um <i>a priori</i> a ser realizado, previsto e completado pelo ato responsável. Não é o que faz o autor [referindo-se a Bakhtin]. Ao contrário, para ele a responsabilidade é um objetivo a ser conquistado, alcançado. (...) Não temos <i>álibi para a existência</i> porque não temos <i>álibi</i> para o lugar único e irrepetível que ocupamos. Nesse sentido, responsabilidade/respondibilidade abarca, contém, implica necessariamente a alteridade perante a qual o ato é uma resposta àqueles que virão. Somos cada um com o outro na irrecusável continuidade da história. Buscar nos eventos, nas singularidades, nas unicidades dos atos dessa caminhada como se realizam as “respostas responsáveis” é um modo de reencontrar os deslocamentos imperceptíveis na construção continuada de valores, dos sentidos que regem, mas que se fazem e desfazem na existência. (GERALDI e outros, 2007).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Por fim, cabe indicar que responsabilidades/respondibilidades conduzem nossas intenções em uma investigação em curso, por meio da qual pretendemos verificar as relações que estudantes do nível fundamental do ensino público estabelecem na leitura de textos didáticos sobre ligações químicas, e que reflexos isso traz para o tratamento a ser dado ao tema no ensino de ciências. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A proposta também é a de que as ações sejam desenvolvidas de forma colaborativa por nós, pesquisadores, e a professora responsável pela turma na qual a pesquisa será realizada. Dessa forma, pretendemos contribuir para o conhecimento da área, onde nossos levantamentos têm indicado a carência de estudos no que dizem respeito ao uso de leitura de forma sistematizada para a aprendizagem de ciências; contribuir para a formação inicial e continuada de professores, onde normalmente se verifica a falta de oportunidades para se refletir sobre a complexidade envolvida nos processos de leitura; e, na condição de estudantes e professores de redes públicas de ensino, contribuir para a formação dos sujeitos envolvidos, o que nos inclui também, como resposta e responsabilidade aos/com os sujeitos que pertençam também a uma rede de ensino dessa natureza.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><b>Referências</b>:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">AGUIAR JR., Orlando. <i><u>Mudanças conceituais (ou) cognitivas na educação em ciências: revisão crítica e novas direções para a pesquisa</u>. </i>Revista Ensaio, V3(1), 2001.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">ASSUNÇÃO, Antônio L. <i><u><span>Sob o regime da produção de sentido: reflexões sobre a produção da leitura</span></u></i><i><span> in </span></i><span>MARI, Hugo; WALTY, Ivete; FONSECA, Maria Nazareth S. (orgs.). <i>Ensaios sobre leitura 2. </i>Editora Pucminas: Belo Horizonte, 2007.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BAKHTIN, Mikhail. <i><u>Para uma filosofia do ato</u>. </i>1993.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BAKHTIN, Mikhail. <i><u>Marxismo e filosofia da linguagem</u>.</i> Editora Hucitec: São Paulo,<i> </i>2006.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #660000;"><span class="Apple-style-span" style="color: white;">BAKHTIN, Mikhail. <i><u>Estética da Criação Verbal</u>. </i>Editora WMF Martins Fontes Ltda: São Paulo, 2010.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">CASTRO, Ana Paula P. <i><u>A entrevista dialógica como instrumento para pesquisar a escrita online na aprendizagem do professor em formação: reflexões iniciais</u></i> in FREITAS, Maria Teresa de A.; RAMOS, Bruna S. (org.). <i>Fazer pesquisa na abordagem histórico-cultural: metodologias <st1:personname productid="ヸ买ミᥠㆶ㰠㈠ ���蹀˲��날˥������⸄ş(㳄ヸლ㰔ヸ买ミ걨ା龨ା ���蹀˲��娀#������Ġ(Parse Prefer Folder BrowsingĠ( � � � �鬐˦Ể����������������Ġ( � � � �鬐˦ꡨା����������������Ů.rilzatoledo@yahoo.com.br����⹜đ,㍄䏹 �ᝀᒜ �����ꮥ�����������襒���⹔Ā(Parse Prefer Folder Browsing⹌ů(㳄ヸ㇈ର㰔ヸ买ミꙀჟỂ ���蹀˲��婸#������⹄Đ,㍄䏹 �㏰ᒜ �����⮀�����������肷䋚��⾼ť( � � � �鬐˦ꤨା����������������⾴ł. �4� em Educa ̄o Especialxto⾬Ė( � � � �鬐˦�ᑌ����������������⾤Ť( ��� em Estudos Linguísticos⾜ů* �7� em Educa ̄o. Faculdade牥⾔Ų(㳄ヸ 㰔ヸ买ミ ꧨା ���蹀˲��婸#������⾌Į( � � � �ᜈରመ㆐����������������⾄Ā(㳄ヸ 㰔ヸ买ミꥨାꪨା ���蹀˲��婸#������Ÿ( � � � �ᜈରꩨା����������������⿴Š. �힢 em Educação Especial湩潤獷Ų(㳄ヸ 㰔ヸ买ミꧨାৠㆶ ���蹀˲��婸#������Ų( � � � �ᜈରꬨା����������������Ā* ��� em Educação. FaculdadeE⿔Ų.rilzatoledo@yahoo.com.br����⿌ƍ( � � � �ᜈର䱀����������������⿄Ā(Parse Prefer Folder Browsing⼼Ā( � � � �鬐˦ᇠ㆐����������������⼴Ā(㳄ヸॸଭ㰔ヸ买ミꍠ㊦ꗨା ���蹀˲��娀#������⼬Ā(㳄ヸ⏰˦㰔ヸ买ミ恠ᒄᡠ㈾ ���蹀˲��婸#������⼤Ā( � � � �鬐˦ᰈᒜ������������������������������������ĀĀƿȈ᭘Ẻ� �타àⰔň(㳄ヸ䋐ର㰔ヸ买ミ넨ା귨ା ���蹀˲��婸#������Ⰼƀ( � � � �ᜈର㌠ỳ����������������Ⰴň(㳄ヸ⯠ჼ㰔ヸ买ミ굨ା늨ା ���蹀˲��婸#������ⱼĸ(㳄ヸ꾨 㰔ヸ买ミ ᵱ꺨ା ���蹀˲��婸#������ⱴŘ( � � � �ᜈର㌠ỳ����������������ⱬǠ(㳄ヸ븸ხ㰔ヸ买ミ긨ା꼨ା ���蹀˲��婸#������Ɽƨ( � � � �ᜈର【ỳ����������������ⱜƘ(㳄ヸ븨ხ㰔ヸ买ミ꺨ା꾨ା ���蹀˲��婸#������ⱔǀ( � � � �ᜈରỳ����������������ⱌĨ(㳄ヸ븘ხ㰔ヸ买ミ꼨ା뀨ା ���蹀˲��婸#������ⱄLj( � � � �ᜈରえỳ����������������⾼Ĭ(㳄ヸ펀˪㰔ヸ买ミ꾨ା남ା ���蹀˲��婸#������⾴Ť( � � � �ᜈରむỳ����������������⾬Ŷ(㳄ヸ펠˪㰔ヸ买ミ뀨ା넨ା ���蹀˲��婸#������⾤Ġ( � � � �ᜈର⟘ᒜ����������������⾜ť(㳄ヸ奨 㰔ヸ买ミ남ା굨ା ���蹀˲��婸#������⾔ţ( � � � �ᜈର㌠ỳ����������������⾌Ű( � � � �ᜈରʐᐚ����������������⾄Ġ( � � � �鬐˦ἦ����������������Ų(㳄ヸᜠ˦㰔ヸ买ミ柠ᵩᱠḏ ���蹀˲��婸#������⿴š( � � � �ᜈର【ỳ����������������Ġ(㳄ヸ奸 㰔ヸ买ミ귨ା댨ା ���蹀˲��婸#������Ť( � � � �ᜈରỳ����������������ů(㳄ヸ꾘 㰔ヸ买ミ늨ା뎨ା ���蹀˲��婸#������⿔Ġ( � � � �ᜈରえỳ����������������⿌ŭ(㳄ヸᡸ㰔ヸ买ミ댨ା됨ା ���蹀˲��婸#������⿄Ÿ( � � � �ᜈରむỳ����������������⼼Ů(㳄ヸ〸ᄋ㰔ヸ买ミ뎨ା뒨ା ���蹀˲��婸#������⼴Ġ( � � � �ᜈର⟘ᒜ����������������⼬Ġ(㳄ヸ@ˤ㰔ヸ买ミ됨ା든Ỡ ���蹀˲��婸#������⼤Ū( � � � �ᜈର㌠ỳ����������������dores do campo articĀƿȈ⡈㇃�
���a(�� � � �����������������������������������������꘡L( � � � �����������������������������������������Ꙟè(]� � � �����������������������������������������ꙋ�(6� � � �����������������������������������������ꙸÿ(C� � � �����������������������������������������ꙵ/(P� � � �����������������������������������������Ꙣÿ( � � � �����������������������������������������ꞟ (j� � � �����������������������������������������ꞌ�(� � � ������������������������������������������������� �traz dificuldades 6‿ȓ̨ 㭸 � �ࠂ� � � � � � 0�b (�؆哤ᔓ묰ꁱ섿Õ㽚蟜ÿ罗 �ꈷ ��Ĝі@ ���ÿ肀÷ကༀȀ ကࠀࣰ�Ѐ�Ԁ ༀ̀⣰ ༀЀ⣰�Āऀჰ���������Ȁࣰ�� Ԁ�ༀЀ䋰�ꈀࣰ�Ȁ �
ጀ۰�耀�Ā�ကӰ����ᄀӰ�Ā��ഀӰ��ĀༀЀ䋰�ꈀࣰ�̀ �
ጀ۰�耀�Ȁ�ကӰ�Ā��ᄀӰ�Ā��ഀӰ��ȀༀЀ峰�눀ࣰ�Ԁ �
䌀ᣰ�ЀŁ�뼀 က ࠀ뼀 ⌀∀ೱ�����Ü 6ʼnȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��뭈ା���������� žȈ��묤ା믨ା罰ା�������� ŻȈ佴ミഐ! ��� � �蜔ା뮘ା ŤȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��믠ା���������� ŭȈ��뮼ା벀ା뭐ା�������� ƖȈ佴ミഐ! ��� � �蚬ା배ା ƓȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��뱸ା���������� ƘȈ��뱔ା봘ା믨ା�������� ƅȈ佴ミഐ! ���
� �мଽ볈ା ƎȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��봐ା���������� ƷȈ��볬ା붰ା벀ା�������� ưȈ佴ミഐ! ��� � �뷔ା뵠ା ƽȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��붨ା���������� ƢȈ��분ା빠ା봘ା�������� ƯȈ �João�� ƪȈ佴ミഐ! ��� � �뺄ା븐ା ǗȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��빘ା���������� ǜȈ��븴ା뼠ା붰ା�������� ǙȈ �Wanderley����� ǂȈ佴ミഐ! ��� � �뽄ା뻐ା ǏȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��뼘ା���������� ǴȈ��뻴ା뿠ା빠ା�������� DZȈ �Geraldi������� ǺȈ佴ミഐ! ���#� �蝤ା뾐ା ǧȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��뿘ା���������� ǬȐ��뾴ା蟰ା뼠ା������������ ĖȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��쁐ା���������� ğȈ��쀬ା샰ାፘଽ�������� ĘȈ佴ミഐ! ���w� �섔ା삠ା ąȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��샨ା���������� ĊȈ��샄ା솠ା쁘ା�������� ķȈ �.����� IJȈ佴ミഐ! ���x� �쇄ା셐ା ĿȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��솘ା���������� ĤȈ��셴ା쉐ା샰ା�������� ġȈ �ª����� ĬȈ佴ミഐ! ���z� �쉴ା숀ା ĩȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��쉈ା���������� ŞȈ��숤ା쌀ା솠ା�������� śȈ �Dr���� ņȈ佴ミഐ! ���|� �쌤ା슰ା ŃȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��싸ା���������� ňȈ��싔ା쎰ା쉐ା�������� ŵȈ �.����� ŰȈ佴ミഐ! ���}� �쏔ା썠ା ŽȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��쎨ା���������� ŢȈ��쎄ା쑠ା쌀ା�������� ůȈ �ª����� ŪȈ佴ミഐ! ���� �쒄ା쐐ା ƗȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��쑘ା���������� ƜȈ��쐴ା씠ା쎰ା�������� ƙȈ �Solange������� ƂȈ佴ミഐ! ���� �아ା쓐ା ƏȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��씘ା���������� ƴȈ��쓴ା에ା쑠ା�������� ƱȈ
�Jobim� ƼȈ佴ミഐ! ���� �열ା얀ା ƹȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��었ା���������� ƮȈ��얤ା욀ା씠ା�������� ƫȈ �e����� ǖȈ佴ミഐ! ���� �욤ା옰ା ǓȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��외ା���������� ǘȈ��왔ା윰ା에ା�������� DžȈ
�Souza� ǀȈ佴ミഐ! ���� �읔ା웠ା ǍȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��율ା���������� DzȈ��위ା쟠ା욀ା�������� ǿȈ �(����� ǺȈ佴ミഐ! ���� �전ା자ା ǧȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��쟘ା���������� ǬȈ��잴ା좐ା윰ା�������� ǩȈ �PUC��� ĔȈ佴ミഐ! ���� �좴ା졀ା đȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��좈ା���������� ĆȈ��졤ା쥀ା쟠ା�������� ăȈ �-����� ĎȈ佴ミഐ! ���� �쥤ା죰ା ċȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��줸ା���������� İȈ��줔ା짰ା좐ା�������� ĽȈ �Rio��� ĸȈ佴ミഐ! ���� �쨔ା즠ା ĥȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��짨ା���������� ĪȈ��진ା쪠ା쥀ା�������� ŗȈ �/����� ŒȈ佴ミഐ! ���� �쫄ା쩐ା şȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��쪘ା���������� ńȈ��쩴ା쭐ା짰ା�������� ŁȈ �UERJ�� ŌȈ佴ミഐ! ���¢� �쭴ା쬀ା ʼnȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��쭈ା���������� žȈ��쬤ା찀ା쪠ା�������� ŻȈ �)����� ŦȈ佴ミഐ! ���£� �찤ା쮰ା ţȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��쯸ା���������� ŨȈ��쯔ା첰ା쭐ା�������� ƕȈ �,����� ƐȈ佴ミഐ! ���¥� �쳔ା챠ା ƝȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��첨ା���������� ƂȈ��첄ା쵠ା찀ା�������� ƏȈ �Prof�� ƊȈ佴ミഐ! ���©� �춄ା촐ା ƷȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��쵘ା���������� ƼȈ��촴ା츐ା첰ା�������� ƹȈ �.����� ƤȈ佴ミഐ! ���«� �츴ା췀ା ơȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��츈ା���������� ǖȈ��췤ା컀ା쵠ା�������� ǓȈ �Dr���� ǞȈ佴ミഐ! ���� �커ା칰ା ǛȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��캸ା���������� ǀȈ��캔ା콰ା츐ା�������� ǍȈ �.����� LjȈ佴ミഐ! ���¯� �쾔ା켠ା ǵȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��콨ା���������� ǺȈ��콄ା퀰ା컀ା�������� ǧȈ �Valdemir������ ǠȈ佴ミഐ! ���¸� �큔ା쿠ା ǭȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��퀨ା���������� ĒȈ��퀄ା탰ା콰ା�������� ğȈ �Miotello������ ĘȈ佴ミഐ! ���Á� �턔ା킠ା ąȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��탨ା���������� ĊȈ��탄ା토ା퀰ା�������� ķȈ �(����� IJȈ佴ミഐ! ���Â� �퇄ା텐ା ĿȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��톘ା���������� ĤȈ��텴ା퉠ା탰ା�������� ġȈ �UFSCAR�������� ĪȈ佴ミഐ! ���È� �튄ା툐ା ŗȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��퉘ା���������� ŜȈ��툴ା판ା토ା�������� řȈ �)����� ńȈ佴ミഐ! ���É� �팴ା틀ା ŁȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��팈ା���������� ŶȈ��틤ା폀ା퉠ା�������� ųȈ �,����� žȈ佴ミഐ! ���Ë� �폤ା퍰ା ŻȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��편ା���������� ŠȈ��펔ା푰ା판ା�������� ŭȈ �Prof�� ŨȈ佴ミഐ! ���Ï� �풔ା퐠ା ƕȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��푨ା���������� ƚȈ��푄ା픠ା폀ା�������� ƇȈ �.����� ƂȈ佴ミഐ! ���Ð� �필ା퓐ା ƏȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��픘ା���������� ƴȈ��퓴ା헐ା푰ା�������� ƱȈ �ª����� ƼȈ佴ミഐ! ���Ò� �헴ା햀ା ƹȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��허ା���������� ƮȈ��햤ା횀ା픠ା�������� ƫȈ �Dr���� ǖȈ佴ミഐ! ���Ô� �횤ା혰ା ǓȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��홸ା���������� ǘȈ��화ା휰ା헐ା�������� DžȈ �.����� ǀȈ佴ミഐ! ���Õ� �흔ା훠ା ǍȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��휨ା���������� DzȈ��휄ାퟠା횀ା�������� ǿȈ �ª����� ǺȈ佴ミഐ! ���×� ��ା힐ା ǧȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ퟘା���������� ǬȈ��ힴା�ା휰ା�������� ǩȈ �Cecilia������� ĒȈ佴ミഐ! ���ß� ��ା�ା ğȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ���ା���������� ĄȈ���ା�ାퟠା�������� āȈ
�Maria� ČȈ佴ミഐ! ���å� ��ା�ା ĉȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ���ା���������� ľȈ���ା�ା�ା�������� ĻȈ �Aldigueri����� ĤȈ佴ミഐ! ���ï� ��ା�ା ġȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ���ା���������� ŖȈ���ା�ା�ା�������� œȈ �Goulart������� ŜȈ佴ミഐ! ���÷� ��ା�ା řȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ���ା���������� ŎȈ���ା�ା�ା�������� ŋȈ �(����� ŶȈ佴ミഐ! ���ø� ��ା�ା ųȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ���ା���������� ŸȈ���ା�ା�ା�������� ťȈ �UFF��� ŠȈ佴ミഐ! ���û� ��ା�ା ŭȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ���ା���������� ƒȈ���ା�ା�ା�������� ƟȈ �)����� ƚȈ佴ミഐ! ���ü� ��ା�ା ƇȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ���ା���������� ƌȈ���ା�ା�ା�������� ƉȈ �,����� ƴȈ佴ミഐ! ���þ� ��ା�ା ƱȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ���ା���������� ƦȈ���ା�ା�ା�������� ƣȈ �Prof�� ƮȈ佴ミഐ! ���Ă� ��ା�ା ƫȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ���ା���������� ǐȈ���ା�ା�ା�������� ǝȈ �.����� ǘȈ佴ミഐ! ���Ą� ��ା�ା DžȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ���ା���������� NJȈ���ା�ା�ା�������� ǷȈ �Dr���� DzȈ佴ミഐ! ���Ć� ��ା�ା ǿȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ���ା���������� ǤȈ���ାା�ା�������� ǡȈ �.����� ǬȐ佴ミഐ! ���Ĉ� �ାା���� ĖȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ğȈ��ାା�ା�������� ĘȈ �Geraldo������� ąȈ佴ミഐ! ���Đ� �ାା ĎȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ķȈ��ାାା�������� İȈ
�Tadeu� ĿȈ佴ミഐ! ���Ė� �ାା ĸȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ġȈ��ାାା�������� ĪȈ
�Souza� ĩȈ佴ミഐ! ���Ĝ� �ାା ŒȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� śȈ��ାାା�������� ńȈ �(����� ŃȈ佴ミഐ! ���ĝ� �ାା ŌȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ŵȈ��ାାା�������� žȈ �UFSCar�������� ŻȈ佴ミഐ! ���ģ� �ାା ŤȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ŭȈ��ାାା�������� ƖȈ �)����� ƕȈ佴ミഐ! ���Ĥ� �ାା ƞȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ƇȈ��ାାା�������� ƀȈ �,����� ƏȈ佴ミഐ! ���Ħ� �ାା ƈȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ƱȈ��ାାା�������� ƺȈ �Prof�� ƹȈ佴ミഐ! ���Ī� �ାା ƢȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ƫȈ��ାାା�������� ǔȈ �.����� ǓȈ佴ミഐ! ���Ĭ� �ାା ǜȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� DžȈ��ାାା�������� ǎȈ �Dr���� ǍȈ佴ミഐ! ���Į� �ାା ǶȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ǿȈ��ାାା�������� ǸȈ �.����� ǧȈ佴ミഐ! ���İ� �ାା ǠȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ǩȈ��ାାା�������� ĒȈ �Guilherme����� ğȈ佴ミഐ! ���ĺ� �ାା ĘȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� āȈ��ାାା�������� ĊȈ �do���� ĉȈ佴ミഐ! ���Ľ� �ାା IJȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ĻȈ��ାାା�������� ĤȈ �Val��� ģȈ佴ミഐ! ���Ł� �ାା ĬȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ŕȈ��ାାା�������� ŞȈ �Toledo�������� śȈ佴ミഐ! ���ň� �ାା ńȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ōȈ��ାାା�������� ŶȈ
�Prado� ŵȈ佴ミഐ! ���Ŏ� �ାା žȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ŧȈ��ାାା�������� ŠȈ �(����� ůȈ佴ミഐ! ���ŏ� �ାା ŨȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ƑȈ��ାାା�������� ƚȈ �UNICAMP������� ƇȈ佴ミഐ! ���Ŗ� �ାା ƀȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ƉȈ��ାାା�������� ƲȈ �)����� ƱȈ佴ミഐ! ���ŗ� �ାା ƺȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ƣȈ��ାାା�������� ƬȈ �,����� ƫȈ佴ミഐ! ���ř� �ାା ǔȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ǝȈ��ାାା�������� džȈ �Prof�� DžȈ佴ミഐ! ���ŝ� �ାା ǎȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ǷȈ��ାାା�������� ǰȈ �.����� ǿȈ佴ミഐ! ���Ş� �ାା ǸȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ǡȈ��ାାା�������� ǪȐ �ª��������� ĖȈ佴ミഐ! ���Š� �¤ା0ା ēȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��xା���������� ĘȈ��Tାାା�������� ąȈ �Dr���� ĀȈ佴ミഐ! ���Ţ� �ାàା čȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� IJȈ��ାାା�������� ĿȈ �.����� ĺȈ佴ミഐ! ���ţ� �ାା ħȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ĬȈ��ାାା�������� ĩȈ �ª����� ŔȈ佴ミഐ! ���ť� �ାା őȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ņȈ��ାାା�������� ŃȈ �Rosana�������� ŌȈ佴ミഐ! ���Ŭ� �ାା ʼnȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� žȈ��ାାା�������� ŻȈ �do���� ŦȈ佴ミഐ! ���ů� �ାା ţȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ŨȈ��ାାା�������� ƕȈ
�Carmo� ƐȈ佴ミഐ! ���ŵ� �ାା ƝȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ƂȈ��ାାା�������� ƏȈ �Novaes�������� ƈȈ佴ミഐ! ���ż� �ାା ƵȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ƺȈ��ାାା�������� ƧȈ
�Pinto� ƢȈ佴ミഐ! ���Ƃ� �ାା ƯȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ǔȈ��ାାା�������� ǑȈ �(����� ǜȈ佴ミഐ! ���ƃ� �ାା ǙȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ǎȈ��ାାା�������� NjȈ �UNICAMP������� ǴȈ佴ミഐ! ���Ɗ� �ାା DZȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ǦȈ��ାାା�������� ǣȈ �)����� ǮȈ佴ミഐ! ���Ƌ� �ାା ǫȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ĐȈ��ାାା�������� ĝȈ �,����� ĘȈ佴ミഐ! ���ƍ� �樂ାା ąȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ĊȈ��ା裂ାା�������� ķȈ �Prof�� IJȈ佴ミഐ! ���Ƒ� �龍ା縷ା ĿȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��輦ା���������� ĤȈ��若ା祖ାା�������� ġȈ �.����� ĬȈ佴ミഐ! ���ƒ� �充ା切ା ĩȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��煮ା���������� ŞȈ��﨤ାffା裂ା�������� śȈ �ª����� ņȈ佴ミഐ! ���Ɣ� �ﬤା練ା ŃȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ା���������� ňȈ��䀹ାﮰା祖ା�������� ŵȈ �Dr���� ŰȈ佴ミഐ! ���Ɩ� �ﯔାﭠା ŽȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ﮨା���������� ŢȈ��ﮄାﱠାffା�������� ůȈ �.����� ŪȈ佴ミഐ! ���Ɨ� �ﲄାﰐା ƗȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ﱘା���������� ƜȈ��ﰴାﴐାﮰା�������� ƙȈ �ª����� ƄȈ佴ミഐ! ���ƙ� �ﴴାﳀା ƁȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ﴈା���������� ƶȈ��ﳤାﷀାﱠା�������� ƳȈ
�Maria� ƾȈ佴ミഐ! ���Ɵ� �ାﵰା ƻȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ﶸା���������� ƠȈ��ﶔାﺀାﴐା�������� ƭȈ �Emília�������� ǖȈ佴ミഐ! ���Ʀ� �ﺤା︰ା ǓȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ﹸା���������� ǘȈ��﹔ା`ାﷀା�������� DžȈ �Caixeta������� ǎȈ佴ミഐ! ���Ʈ� �、ାﻰା NjȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��Xା���������� ǰȈ��4ାାﺀା�������� ǽȈ �de���� ǸȈ佴ミഐ! ���Ʊ� � ିᅠା ǥȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��│ା���������� ǪȈ��ᅣା°ି`ା����Ȁ ကȀ ėȈ �Castro�������� ĐȈ佴ミഐ! ���Ƹ� �Ôି`ି ĝȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��¨ି���������� ĂȈ��ିŠିା�������� ďȈ �Lima�� ĊȈ佴ミഐ! ���ƽ� �ƄିĐି ķȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��Řି���������� ļȈ��ĴିȐି°ି�������� ĹȈ �(����� ĤȈ佴ミഐ! ���ƾ� �ȴିǀି ġȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��Ȉି���������� ŖȈ��ǤିˀିŠି�������� œȈ �UFMG�� ŞȈ佴ミഐ! ���ǂ� �ˤିɰି śȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ʸି���������� ŀȈ��ʔିͰିȐି�������� ōȈ �)����� ňȈ佴ミഐ! ���ǃ� �Δି̠ି ŵȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ͨି���������� źȈ��̈́ିРିˀି�������� ŧȈ �,����� ŢȈ佴ミഐ! ���Dž� �фିϐି ůȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��Иି���������� ƔȈ��ϴିӐିͰି�������� ƑȈ �Prof�� ƜȈ佴ミഐ! ���lj� �ӴିҀି ƙȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ӈି���������� ƎȈ��ҤିրିРି�������� ƋȈ �.����� ƶȈ佴ミഐ! ���Nj� �֤ିି ƳȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ոି���������� ƸȈ��ՔିذିӐି�������� ƥȈ �Dr���� ƠȈ佴ミഐ! ���Ǎ� �ٔିנି ƭȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��بି���������� ǒȈ��ି۠ିրି�������� ǟȈ �.����� ǚȈ佴ミഐ! ���Ǐ� �܄ିڐି LJȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ۘି���������� njȈ��ڴିޠିذି�������� ljȈ �Eduardo������� DzȈ佴ミഐ! ���Ǘ� �߄ିݐି ǿȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ޘି���������� ǤȈ��ݴିࡠି۠ି�������� ǡȈ �Fleury�������� ǪȈ佴ミഐ! ���Ǟ� �ࢄିࠐି ėȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ࡘି���������� ĜȈ��࠴ିठିޠି�������� ęȈ �Mortimer������ ĂȈ佴ミഐ! ���ǧ� �ॄି࣐ି ďȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��घି���������� ĴȈ��ࣴିିࡠି�������� ıȈ �(����� ļȈ佴ミഐ! ���Ǩ� �৴ିঀି ĹȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ৈି���������� ĮȈ��তିିठି�������� īȈ �UFMG�� ŖȈ佴ミഐ! ���Ǭ� �તିਰି œȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ି���������� ŘȈ��ିରିି�������� ŅȈ �)����� ŀȈ佴ミഐ! ���ǭ� �ିૠି ōȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ନି���������� ŲȈ��ିିି�������� ſȈ �,����� źȈ佴ミഐ! ���ǯ� �ఄିஐି ŧȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ି���������� ŬȈ��ழିಐିରି�������� ũȈ �Prof�� ƔȈ佴ミഐ! ���dz� �ିీି ƑȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ಈି���������� ƆȈ��ିീିି�������� ƃȈ �.����� ƎȈ佴ミഐ! ���Ǵ� �ିି ƋȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��സି���������� ưȈ��ഔିିಐି�������� ƽȈ �ª����� ƸȈ佴ミഐ! ���Ƕ� �ดିචି ƥȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��෨ି���������� ƪȈ��හିຠିീି�������� ǗȈ �Dr���� ǒȈ佴ミഐ! ���Ǹ� �ໄି๐ି ǟȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ຘି���������� DŽȈ��ିཐିି�������� ǁȈ �.����� njȈ佴ミഐ! ���ǹ� �ུିༀି ljȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ି���������� ǾȈ��༤ିကିຠି�������� ǻȈ �ª����� ǦȈ佴ミഐ! ���ǻ� �ဤିྰି ǣȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ି���������� ǨȈ��࿔ିჀିཐି�������� ĕȈ �Ludmila������� ĞȈ佴ミഐ! ���ȃ� �ფିၰି ěȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��Ⴘି���������� ĀȈ��႔ିᅰିကି�������� čȈ
�Thomé� ĈȈ佴ミഐ! ���ȉ� �ᆔିᄠି ĵȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ᅨି���������� ĺȈ��ᅄିሠିჀି�������� ħȈ �de���� ĢȈ佴ミഐ! ���Ȍ� �ቄିᇐି įȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��መି���������� ŔȈ��ᇴିዠିᅰି�������� őȈ �Andrade������� ŚȈ佴ミഐ! ���Ȕ� �ጄିነି ŇȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ዘି���������� ŌȈ��ኴି᎐ିሠି�������� ʼnȈ �(����� ŴȈ佴ミഐ! ���ȕ� �Ꮄିፀି űȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ᎈି���������� ŦȈ��፤ିᑀିዠି�������� ţȈ �UFRJ�� ŮȈ佴ミഐ! ���ș� �ᑤିᏰି ūȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ᐸି���������� ƐȈ��ᐔିᓰି᎐ି�������� ƝȈ �)����� ƘȈ佴ミഐ! ���Ț� �ᔔିᒠି ƅȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ᓨି���������� ƊȈ��ᓄିᖠିᑀି�������� ƷȈ �,����� ƲȈ佴ミഐ! ���Ȝ� �ᗄିᕐି ƿȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ᖘି���������� ƤȈ��ᕴିᙐିᓰି�������� ơȈ �Prof�� ƬȈ佴ミഐ! ���Ƞ� �ᙴିᘀି ƩȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ᙈି���������� ǞȈ��ᘤିᜀିᖠି�������� ǛȈ �.����� džȈ佴ミഐ! ���ȡ� �ᜤିᚰି ǃȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ᛸି���������� LjȈ��ᛔିឰିᙐି�������� ǵȈ �ª����� ǰȈ佴ミഐ! ���ȣ� �។ିᝠି ǽȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ឨି���������� ǢȈ��ងିᡠିᜀି�������� ǯȈ �Dr���� ǪȈ佴ミഐ! ���ȥ� �ᢄି᠐ି ėȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ᡘି���������� ĜȈ��ᠴିᤐିឰି�������� ęȈ �.����� ĄȈ佴ミഐ! ���Ȧ� �ᤴିᣀି āȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ᤈି���������� ĶȈ��ᣤିᧀିᡠି�������� ijȈ �ª����� ľȈ佴ミഐ! ���Ȩ� �᧤ିᥰି ĻȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ᦸି���������� ĠȈ��ᦔିᩰିᤐି�������� ĭȈ
�Maria� ĨȈ佴ミഐ! ���Ȯ� �᪔ିᨠି ŕȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ᩨି���������� ŚȈ��ᩄିᬠିᧀି�������� ŇȈ �do���� łȈ佴ミഐ! ���ȱ� �᭄ିି ŏȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ᬘି���������� ŴȈ��ିᯠିᩰି�������� űȈ �Socorro������� źȈ佴ミഐ! ���ȹ� �ᰄିᮐି ŧȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ᯘି���������� ŬȈ��᮴ିᲠିᬠି�������� ũȈ �Alencar������� ƒȈ佴ミഐ! ���Ɂ� �᳄ି᱐ି ƟȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��Იି���������� ƄȈ��ᱴିᵐିᯠି�������� ƁȈ
�Nunes� ƌȈ佴ミഐ! ���ɇ� �ᵴିᴀି ƉȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ���ꗜヘ��ᵈି���������� ƾȈ��ᴤିḐିᲠି�������� ƻȈ �Macedo�������� ƤȈ佴ミഐ! ���Ɏ� �Ḵି᷀ି ơȌ㺬ヸ��佈ミ㹼ヸഐ! ��" w:st="on">em construção. <span style="font-style: normal;">Ed. UFJF</span></st1:personname><span style="font-style: normal;"> : Juiz de Fora, 2010.</span></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">ESPINOZA, Ana. <i><u>Ciências na escola: novas perspectivas para a formação dos alunos</u>. </i>Editora Ática: São Paulo, 2010.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">FIORIN, José L. <i><u>Introdução ao pensamento de Bakhtin</u>. </i>Ed. Ática: São Paulo, 2010.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">GERALDI, João W.; BENITES, Márcia; FICHTNER, Bernd. <i><u>Transgressões convergentes</u>. </i>Ed. Mercado das Letras : Campinas, 2007.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">KLEIMAN, Ângela B. <i><u><span>Formando leitores críticos</span></u></i><i><span> in </span></i><span>MARI, Hugo; WALTY, Ivete; FONSECA, Maria Nazareth S. (orgs.). <i>Ensaios sobre leitura 2. </i>Editora Pucminas: Belo Horizonte, 2007.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">MARCUSCHI, Luiz A. <i><u><span>Leitura e compreensão de texto falado e escrito como ato individual de uma prática social</span></u></i><i><span> in </span></i><span>ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel T. da. (orgs.). <i>Leitura: perspectivas interdisciplinares. </i>Editora Ática: São Paulo, 2005.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">ORLANDI, Eni P. <i><u><span>O inteligível, o interpretável e o compreensível</span></u></i><i><span> in </span></i><span>ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel T. da. (orgs.). <i>Leitura: perspectivas interdisciplinares. </i>Editora Ática: São Paulo, 2005.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span>PAULA, Helder de F.; LIMA, Maria Emília C. C <i><u>Formulação de questões e mediação da leitura</u>. </i></span>Investigações em Ensino de Ciências, V15(3), PP. 429-461, 2010.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">SOARES, Magda B. <i><u><span>As condições sociais da leitura</span></u></i><i><span> in </span></i><span>ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel T. da. (orgs.). <i>Leitura: perspectivas interdisciplinares. </i>Editora Ática: São Paulo, 2005.<o:p></o:p></span></span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"> <div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-layout-grid-align: none; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel T. da. <i><u><span>Pedagogia da leitura: movimento e história</span></u></i><i><span> in </span></i></span><span><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel T. da. (orgs.). <i>Leitura: perspectivas interdisciplinares. </i>Editora Ática: São Paulo, 2005.</span><o:p></o:p></span></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7674252472778089372.post-55432390684873083142011-10-06T12:06:00.001-07:002011-10-06T12:09:05.713-07:00Denise Maria de Carvalho Lopes, Maria de Fátima Carvalho<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Relações de ensino aprendizagem e educação de jovens e adultos: discursos e práticas<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;"> </span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;">e </span>constituição social dos sujeitos”<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 14pt; line-height: 115%;">[1]</span></b></span></span></a><o:p></o:p></span></span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Denise Maria de Carvalho Lopes (UFRN) </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Maria de Fátima Carvalho (UNIFESP)<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;">[2]</span></span></span></a></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Este trabalho apresenta parte das discussões em curso na elaboração do projeto “Relações de ensino-aprendizagem e educação de jovens e adultos: discursos, práticas<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;"> </span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;">e </span>constituição social dos sujeitos”, cujo objetivo é discutir modos de conceber e relacionar os processos de aprendizagem e desenvolvimento na juventude e idade adulta em contextos de educação dirigida a estas etapas do desenvolvimento. Essa discussão faz-se a partir do entretecimento de elaborações das autoras em pesquisas realizadas sem eus respectivos estágios de pós doutoramento (CARVALHO, M. F. 2006 e LOPES, D. M. C., 2010), respectivamente acerca da “Educação de jovens e adultos com deficiência mental no contexto das práticas de inclusão educacional” e “Concepções de aprendizagem e desenvolvimento do jovem e adulto e implicações para o ensino superior”.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Compreendendo a educação e, em seu contexto, as diferentes modalidades ou segmentos de ensino dirigidas aos jovens e adultos, seja o Ensino Superior, o Ensino Médio, a EJA ou a Educação Especial de caráter laboral/ocupacional como práticas sociais de relação com o conhecimento e constituição de sujeitos, o projeto busca explicitar aspectos da relação pressupostos(teoria)-formas de organização(prática), definidores das relações de ensino aprendizagem que mobilizam os processos do desenvolvimento jovem e adulto no âmbito da educação, considerando essas relações como essencialmente discursivas e éticas e, de uma perspectiva bakhtiniana, responsíveis.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Ressaltando o impacto das mudanças sociais sobre a educação e a decorrente vinculação de seu papel “às reestruturações econômicas, políticas e sociais advindas de reordenamentos no mundo da produção e da dinâmica veloz do desenvolvimento científico e tecnológico que instituiu o conhecimento e a informação como fatores decisivos ao crescimento da produtividade e da economia vinculando o progresso das sociedades à educação dos indivíduos e à formação dos profissionais (LOPES, 2010), as autoras discutem diferentes aspectos dos desafios relativos a essas mudanças para a sociedade em geral e de sua materialização em reformas estruturais em diversos âmbitos, em particular, na educação, no sentido de atender às novas demandas sociais e do mundo trabalho (KUENZER, 2001 apud LOPES, 2010.)<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">No caso específico do ensino superior, essas mudanças ganham forma em processos de expansão, diversificação e flexibilização, configurando uma mudança, não apenas nas finalidades do ensino de graduação, mas nas suas formas de materialização, o que envolve, desde os conteúdos, os métodos de ensino e a avaliação (LOPES, 2010). </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Expansão de acesso, diversificação e flexibilização de condições e modos de atendimento configuram-se também no que concerne à educação de pessoas com deficiências e, mais especificamente, de jovens e adultos com deficiência mental, exigindo mudanças, não apenas dos objetivos da educação básica, mas de suas formas de materialização. Essas mudanças ganham forma atreladas às políticas de inclusão social<a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;">[3]</span></span></span></a> definindo-se como inclusão escolar e profissional, implementada em escolas de EJA (Educação de Jovens e Adultos) e instituições de Educação Especial dirigidas à capacitação para o trabalho.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"> Discutindo as implicações da nova ordem econômica para os mais diversos processos educacionais dirigidos à população jovem e adulta compreende-se que as mudanças ou a formação de novos pensamentos não independe das condições de possibilidades existentes. A educação, enquanto <span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial;">campo de discurso e ato</span> responsível, constitui-se na (re)elaboração do que socialmente se (re)produz e circula, definindo-se assim, na complexidade da ordem social, os discursos hegemônicos sobre a educação especial ou o ensino superior, sobre aprendizagem e desenvolvimento humano, discursos que marcam <a href="http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=7674252472778089372&postID=5543239068487308314" name="not16"></a>a Educação geral, como parte da sociedade que é. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">As mudanças sociais destacadas por Lopes (2010) e Carvalho (2006) remetem à investigação e discussão das relações vividas por sujeitos jovens e adultos em contextos educacionais como modos de participação – seja no âmbito do ensino superior (LOPES, 2010), seja em contextos educacionais configurados como inclusivos de sujeitos que têm deficiência mental, tais como programas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou ainda atividades de caráter sócio-ocupacional e de qualificação para o trabalho, desenvolvidas por Instituições de Educação Especial (CARVALHO, 2006).<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Reconhecendo, como propôs Freire (1996) que qualquer que seja a orientação ético-política da prática pedagógica, ela demanda, para sua compreensão, realização e reflexão, saberes, teorizações que são constitutivos de sua natureza epistemológica, entende-se que uma das múltiplas dimensões que constituem a prática, para cuja compreensão as teorizações podem contribuir diz respeito ao caráter contextualizado e singular das relações entre os sujeitos, aprendizes e professores. No caso do ensino superior, a especificidade do público atendido, definido como jovens e adultos, precisa ser considerada. Entendemos que os jovens e adultos, por interagirem em um meio sócio-histórico em que circulam significações – discursos – próprias sobre o que é, como se é jovem e adulto, se apropriam destas e se assemelham uns aos outros – o que lhes confere a pertença à categoria, ao mesmo tempo que, pelo fato de tais apropriações se fazerem de modo singular, pela história de cada um, se diferenciam entre si. Por suas histórias, ainda que desiguais, os jovens e adultos como sujeitos de aprendizagem se diferenciam de indivíduos de outras etapas de vida, como as crianças, por exemplo, por carregarem consigo uma bagagem densa de experiências e conhecimentos acumulados, de interesses e vontades mais definidos, de capacidades mais elaboradas de refletir sobre si mesmo, sobre o mundo e sobre sua própria aprendizagem (OLIVEIRA, 2004). Essa bagagem pode se aproximar ou não dos modos vigentes na universidade, o que, por sua vez, de acordo com a perspectiva em que se orientam as práticas pedagógicas em que se envolvem com seus mediadores, pode converter-se em fator impulsionador ou impeditivo de aprendizagem. Desse modo, a prática educativa na universidade consiste – ou precisa assim ser compreendida e desenvolvida – como uma ação responsível.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Tendo como base proposições da Psicologia histórico-cultural (VYGOTSKY, 1989) e o dialogismo (BAKHTIN, 1988; 1997) sobre a gênese social do desenvolvimento humano, a discussão enfatiza a necessidade de consideração da importância das práticas culturais, dos modos de inserção dos indivíduos na vida social, como constitutivos dos processos psicológicos superiores. Assume a deficiência mental como condição humana diferenciada, não apenas organicamente determinada, mas também socialmente constituída, apontando o caráter complexo e singular de sua configuração em cada indivíduo, em cada etapa de desenvolvimento. Argumenta pela necessidade de conhecimento e discussão das contingências histórico-culturais constitutivas das possibilidades de desenvolvimento psíquico na juventude e na idade adulta e enfatiza o potencial transformador das práticas educativas, buscando compreender que possibilidades de participação social se configuram no convívio com conhecimentos, valores e atividades que referendam os mundos jovem e adulto nessas experiencias educacionais, ditas inclusivas. Que condições contingenciam seus modos de participação: seu acesso e sua permanência nessas práticas e, como essas práticas afetam seu desenvolvimento pessoal, sua constituição como jovens e adultos.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"> Nos trabalhos referidos, as autoras destacam dentre as contribuições da vertente histórico cultural em psicologia, a idéia de constituição social dos sujeitos e o papel fundante conferido à linguagem nesse processo, processo no qual a relação da pessoa com o mundo não é uma relação direta, é uma relação semiótica, mediada pelo signo (pela linguagem) e pelo outro “Nós nos tornamos nós mesmos através dos outros”, diz Vygotsky (2000, p. 56), relevando-se assim, a ideia de mediação compreendida como um princípio que “nos permite interpretar as ações humanas como social e semioticamente mediadas, mesmo quando não implicam a presença visível, a participação imediata do outro” (SMOLKA; NOGUEIRA, 2002, p. 82) . <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"> Os pressupostos assumidos fundamentam o estudo de processos <st1:personname productid="em mudana. Seja" w:st="on">em mudança. Seja</st1:personname> a mudança apreendida na observação <i>participativa</i> e registro das práticas educacionais dirigidas aos jovens e adultos nos contextos educacionais referidos relacionadas aos processos de de ensino aprendizagem (e desenvolvimento humano) em curso nos processos inclusivos (CARVALHO, 2006) via análise interpretativa das interações em curso, seja na , seja a mudança apreendida na história de construção e aplicação dos discursos (pressupostos teóricos) sobre os processos de ensino aprendizagem (e desenvolvimento humano) em curso no ensino superior dirigido aos jovens e adultos (LOPES, 2010).<b><o:p></o:p></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"> Na abordagem teórica e metodológica das interações, das relações dialógicas como lugar de produção e análise de significações, nos reportamos à Bakhtin que, assim como Vygotsky, explorou a relação entre linguagem e subjetividade, “abordando a língua em sua realidade concreta entre os falantes e, principalmente, sob o ponto de vista de sua realidade histórica” argumentando que o ato de fala é uma produção marcada pelo ideológico (CARVALHO, 1995, p.37)<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 7.1pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 28.3pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">As proposições bakhtinianas nos permitem investigar o ato da fala, a enunciação, enquanto fenômeno dialógico e essencialmente interativo: “o movimento interlocutivo não é apenas o estabelecimento de relações semânticas entre diferentes enunciados, mas é, principalmente, o confronto das diferentes vozes ideológicas de um grupo social num determinado contexto histórico”. Assim, a natureza dos fenômenos ideológicos, semióticos, articula-se no campo da interação, da comunicação social e a “consciência individual constitui-se na relação entre os sujeitos como um núcleo de valores que tem sua origem nas determinações de seu grupo social” (CARVALHO, 1995, p.38, 39).<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 7.1pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 28.3pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Dessa perspectiva, não há atividade mental sem material ideológico-semiótico, sem significação, sem produção de signos e sentidos: “Todo gesto ou processo do organismo (...) pode tornar-se material para expressão da vida psíquica, posto que tudo pode adquirir um valor semiótico” (BAKHTIN,1988, p.52). Vemos assim, a realidade do psiquismo e dos processos que a constituem, a aprendizagem como mobilizadora de transformação dos modos de ação psicológica, de funções em relação, como uma realidade semiótica e interativa, visto que os signos só podem emergir no campo da intersubjetividade e podemos dizer que a constituição do sujeito se realiza nos processos históricos de interação social.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 7.1pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 28.3pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">A perspectiva bakhtiniana confere à noção de interação que assumimos uma maior abrangência. Compreendendo o campo interativo como campo de movimento entre os sujeitos, de movimento dialógico, de produção de signos e sentidos, destaca-se a importância dos processos de mediação efetuados pela linguagem e pelo outro na história da constituição social dos sujeitos e das teorizações sobre essa constituição.<b> <o:p></o:p></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 7.1pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 28.3pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">O entretecimento das considerações elaboradas nos dois trabalhos de pesquisa, a relação entre os textos e temáticas, apoia-se nos princípios de mediação e interação e remete à idéia de dialogia e diversidade/auteridade, em Bakhtin, pois como argumenta Amorim (2007, p. 11):</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">O quê e o como do que se diz supõem sempre o “outro” em sua fundamental diversidade. […] O trabalho identitário de todo discurso e de todo texto (…) é um trabalho conflitual. Nas ciências humanas conjugam-se as dimensões ética e estética para dar origem a uma outra dimensão, a epistemológica.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Assim, compreendendo que também são culturais as nossas formas de significação das etapas de desenvolvimento humano que designamos como jovem ou adulta, quando falamos de juventude e de idade adulta, falamos de categorias históricas e socialmente definidas, ou seja, discurso, o que não significa negar o substrato biológico desses processos, mas sim, problematizar a sua naturalização. </span></div><div class="StyletextoFirstline125cm1" style="line-height: normal;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Concluindo, é reconhecendo que as condições que contingenciam as possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento na juventude e na idade adulta ultrapassam as determinações naturais e remetem ao entrelaçamento das histórias individual e social dos sujeitos, a um processo no qual a dimensão natural (etapa de desenvolvimento) é perpassada pela cultura, sendo esta definidora de sua expressão, que as autoras se propõem a retomar o material elaborado nas pesquisas referidas visando a enfatizar a idéia de que trata-se de uma discussão sobre a Educação considerando produção, ato e discurso como ideológicos e que os discursos sobre aprendizagem e ensino no ensino superior nos levam a pressupor práticas, tanto quanto concepções e pressupostos subjacentes. Nesse sentido, ressalta-se a necessidade de problematizar/sistematizar a perspectiva de educação como resposta responsável em que a diversidade é o fundamento da relação entre “outros”. <o:p></o:p></span></span></div><div class="StyletextoFirstline125cm1" style="line-height: normal; text-indent: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000;"><br />
</span></div><div class="StyletextoFirstline125cm1" style="line-height: normal; text-indent: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><b><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt;">Referências</span></b><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">AMORIM, Marília. O Pesquisador e Seu Outro. Bakhtin nas Ciências Humanas. São Paulo. Musa Editora. 2001.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">________. A contribuição de Mikhail Bakhtin: a tripla articulação ética, estética e epistemológica. In Freitas, M. T., Jobim e Souza, S. E Krammer, S. (Orgs). Ciências Humanas e Pesquisa: Lieturas de Mikhail Bakhtin. São Paulo, Cortez Editora. 2003.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">BAKHTIN, M. (VOLOSHINOV). Marxismo e Filosofia da Linguagem. 5. ed. São Paulo. Editora Hucitec.1988<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">________. Estética da Criação Verbal. 2. ed. São Paulo. Martins Fontes. 1997.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">CARVALHO, Maria de Fátima. Aspectos da Dinâmica Interativa no Contexto da Educação de Jovens com Síndrome de Down. 1995, São Carlos, SP. Dissertação (Mestrado <st1:personname productid="em Educa ̄o Especial" w:st="on">em Educação Especial</st1:personname>). Faculdade de Educação. Universidade Federal de São Carlos.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">________. A relação do sujeito com o conhecimento: Condições de possibilidades no enfrentamento da deficiência mental. Tese de Doutorado <st1:personname productid="� �倠 䟀 �" w:st="on">em Educação. Faculdade</st1:personname> de Educação UNICAMP, Campinas, 2004.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">___________. Reflexões sobre a inclusão de jovens e adultos com deficiência mental na EJA1. Anais COLE 2007.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoBodyText" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">___________. Educação Escolar de Jovens e Adultos com Deficiência Mental: Inclusão Escolar e Constituição dos Sujeitos. Horizontes - Revista semestral do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação da Universidade São Francisco - USF. 2006.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">GÓES, Maria Cecília Rafael de. e LAPLANE, Adriana Lia Frizzman de. (Orgs.). Políticas e Práticas de Educação Inclusiva. Campinas: Autores Associados, 2004.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">GÓES, Maria Cecília Rafael de. A formação do indivíduo nas relações sociais: Contribuições Teóricas de Lev Vigotski e Pierre Janet. Educação e Sociedade, Campinas, SP: Cedes, n. 71. 2000, p. 116 -131.<o:p></o:p></span></div><div class="Corpodetexto31" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">KASSAR, M. C. M. Liberalismo, neoliberalismo e educação especial: algumas implicações. In: A nova LDB e as necessidades educativas especiais. Cadernos CEDES, 46, Campinas: CEDES, 1998, p. 16-27.<o:p></o:p></span></span></div><div class="Corpodetexto31" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">LOPES, Denise Maria de Carvalho . Aprendizagem de jovens e adultos e ensino superior: concepções teóricas e trabalho pedagógico. In: Antônio Cabral Neto; Maria da Piedade Pessoa Vaz Rebelo. (Org.). O ensino superior no Brasil e em Portugal: perspectivas políticas e pedagógicas. Natal/RN: EDUFRN - Editora da UFRN, 2010, v. 1, p. 135-188.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">LOPES, Denise Maria de Carvalho ; PESSOA, M. T. R. ; VAZ-REBELO, Maria da Piedade Pessoa . O ensino superior na atualidade e os desafios da aprendizagem: teorizações e prática docente. Revista Portuguesa de Pedagogia<sup></sup>, v. Ano 44, p. 143-167, 2010. <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">NOGUEIRA, Ana Lucia Horta e SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. O Desenvolvimento cultural da criança: mediação, dialogia e (inter)regulação. In: OLIVEIRA, M. K., SOUZA, D. T. R. e REGO, T. C. (Org.) Psicologia, Educação e as Temáticas da Vida Contemporânea. São Paulo: Moderna, 2002. p. 77-94.</span></div><div class="texto" style="line-height: normal; margin-top: 0cm; punctuation-wrap: simple; text-autospace: ideograph-numeric; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">OLIVEIRA, Marta Kohl. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. <i>In</i> Ribeiro, Vera Masagão (Org.) Educação de Adultos: Novos Leitores, Novas Leituras. AÇÃO EDUCATIVA. 1. ed. Campinas: Ed. Mercado das Letras, 2001. p. 15-43.<o:p></o:p></span></span></div><div class="texto" style="line-height: normal; margin-top: 0cm; punctuation-wrap: simple; text-autospace: ideograph-numeric; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">_____________. Ciclos de Vida: algumas questões sobre a psicologia do adulto.<i> In</i> Educação e Pesquisa, v.30, n.2, maio/ago. 2004, p.211-229<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">PALACIOS, Jesus. O Desenvolvimento após a adolescência. In C. Coll; J. Palácios; Palácios; A. Marchesi (Org.). Desenvolvimento Psicológico e Educação. V.I. 1. ed. Porto Alegre: ARTMED, 1995. p. 306-324.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">PINO, Angel. As marcas do Humano. Às Origens da Constituição Cultural da Criança na perspectiva de Lev S. Vigotski. São Paulo: Cortez Editora, 2005.<o:p></o:p></span></div><div class="Corpodetexto31" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><span style="font-size: 11pt;">SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. </span><span style="font-size: 11pt;">Sentido e Significação. In M. C. Rossetti-Ferreira; K. de S. Amorim; A. P. S. da Silva e A. M. A. Carvalho (Org.). REDE DE SIGNIFICAÇÕES e o Estudo do Desenvolvimento Humano. 1. ed. Porto Alegre: ARTMED, 2004. p. 35-49.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">____________. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1988.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">____________. Fundamentos de Defectologia. <span lang="ES-TRAD">Havana: Editorial Pueblo e Educacion. </span>1989.<o:p></o:p></span></div><div style="border-bottom: solid windowtext 1.5pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;"><div class="MsoNormal" style="border: none; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">____________. Manuscritos de 1929. In: Vygotsky – O Manuscrito de 1929: Temas sobre a constituição cultural do homem. Educação e Sociedade- Revista Quadrimestral de Ciência da Educação, 71. Campinas: CEDES, 2000.<o:p></o:p></span></div></div><div><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><br clear="all" /> </span><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" /><div id="ftn1"><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="Caracteresdenotaderodap"><span style="font-size: 10pt;"><span class="Caracteresdenotaderodap"><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 10pt; line-height: 115%;">[1]</span></span></span></span></a><span style="font-size: 10pt;"> No presente texto as autoras trabalham com elaborações construídas nos estágios de pós-doutoramento a partir dos projetos: CARVALHO, M. F. </span><span style="font-size: 10pt;">Inclusão Educacional de Jovens e Adultos com Deficiência Mental: Interação Social, Relação com o Conhecimento e Constituição de Sujeitos (Estágio de pós doutoramento, FE USP, FAPESP, 2006-2007) e LOPES, Denise Maria de Carvalho. Concepções de aprendizagem e desenvolvimento do jovem e adulto e implicações para o ensino superior. Estágio de pós-Doutoramento. UFRN/Projeto CAPES/GRICES/FCT/UNIVERSIDADE DE COIMBRA, 2009-2010.<o:p></o:p></span></span></div></div><div id="ftn2"><div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;"><a href="file:///C:/Users/GRUPO%20LIC/Desktop/Livro%20eeba%20(edi%C3%A7ao%20final).doc#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="Caracteresdenotaderodap"><span style="font-size: 8pt;"><span class="Caracteresdenotaderodap"><span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 8pt; line-height: 115%;">[2]</span></span></span></span></a> Denise Maria de Carvalho é doutora em Educação e professora do Centro de Educação – Curso de Pedagogia e Programa de Pós-Graduação em Educação</span></div><div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: #660000; color: white;">Maria de Fátima Carvalho é professora doutora da Escola de Filosofia, Letras e Ciencias Humanas da UNIFESP (SP), atua no curso de Pedagogia. e.mail para contato: carvalhomdf@gmail.com.br</span></div></div><div id="ftn3"><div class="MsoBodyText" style="line-height: 10.0pt; text-align: justify;"><br />
</div></div></div>TEXTOS EEBA 2011http://www.blogger.com/profile/10265731238641232613noreply@blogger.com0