quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Hellen Patricia Goes e Suane Baltazar

Educar para crescer
HELLEN PATRICIA GOES E SUANE BALTAZAR
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

Se considerássemos a educação como objeto estético que expressa certo estado interior cujo conhecimento estético consiste em vivenciar esse estado interior, teríamos o país modelo em tese educativa.
A origem do desrespeito com educação vem desde o ensino infantil até o processo de formação de professores que vira um circulo de um péssimo ensinamento que é repassado e assim segue repetidamente, e que ainda, é pressionado pela falta de investimentos para com a educação e com os educadores.
Formam- se milhares de professores, que não possuem o discernimento do que seja ensinar, aprenderam de forma errônea e ensinarão do mesmo modo. Antes de tudo, e de urgente precisão de que se formem educadores e não somente professores, que esses formandos conscientizem- se de que é necessário unir o ensinar ao educar.
O processo de ensino/aprendizagem tem que ser humanizado, sensibilizado de modo que o professor torne-se mais próximo do aluno, que o vivencie e o contemple, que deixe as aulas sem didáticas no passado, que passem a interagir para além de perguntas e respostas moldadas que não permitem que o aluno raciocine e cresça intelectualmente.Afinal o ensino aprendizagem é um processo no qual está sempre presente de forma direta ou indiretamente ao relacionamento humano.
Imaginemos o quão lindo e construtivo para a nação seria a formação de professores/educadores.Aos Educandos caberia o controle do processo de aprendizagem, e ao professor a responsabilidade de planejar e desenvolver o sistema de ensino aprendizagem propriamente dito, não somente transmitindo seu conhecimento mas, comprometendo-se enquanto educador com a formação na integra desse indivíduoe com sua interação na família e sociedade ,instruídos a inserir o seu próprio estado interior, doando-se por completo ao nível da sensação imediata, a sentir seus objetivos de educar, de formar cidadãos críticos sociais alheios a si, chegariam certamente ao estado contemplativo que os fariam vivenciar o objeto- a educação, os educandos.
Vivenciando seu objeto e associando essa vivencia a profissão, não teríamos falhas lacunas gigantescas no processo de formação educativa, não teríamos esse processo moldado que permanece intacto por séculos.Métodos ineficazes e deficientes incapazes de penetrar na realidade do estudante que desmotivado logo sente- se impossibilitado extravasar sua potencialidade e esse sistema rígido e fechado que não nos permite ir além da sala, além das regras educacionais sem sentidos que não dão liberdade aos professores de ao menos escolherem o seu método de ensino ou então o material que se deseja usar.Precisamos de profissionais livres na arte de educar e que venham modificar as estruturas, ousar a transformar métodos arcaicos e autoritários de ensino em uma forma de aprendizagem mais eficiente e interessante.
O correto é levar a sala de aula, desde o ensino infantil, educadores preparados para vivenciar de modo significante a vida interior do corpo e da alma do outro, de modo a realizar o valor estético do ensino chegando ao ponto em que o contemplador se aloja dentro do objeto contemplado, ou seja, o professor vivencia a vida, a postura, os resultados dos alunos, de seus íntimos, indo além da mecanização tida como processo de ensino atualmente. Seria quando, no limite educador e educando coincidiriam, quando experiências seriam trocadas e um aprenderia com o outro, chegando ao estado máximo vivencial contemplativo.O educador deve estar ciente de que o educando é um cidadão com experiências, e nem sempre boas por isso há necessidade do educando ser estimulado.
És que chegou o tempo de findar com aulas monótonas, com a instrução feita a partir de monólogos em que o professor é a verdade absoluta, único dono do conhecimento. Basta de representações e ilusões de que algum conhecimento está sendo transmitido desse modo, chega de viver outra vida sem sair dos limites da própria vivencia e consciência, sem lidar com o outro como tal. É necessário superar os erros do passado para de fato avançarmos em uma nova construção identificaria do professor. A educação deve ser alicerçada a praticas advindas de uma visão holística e politizadora para se construir uma educação que leve em consideração o saber do aluno e sua história pregressa, construindo assim, uma troca de experiências e aprendizagens.
Vamos nos ausentar dessas míseras vivencias e passar ao ato da contemplação. Educadores passem a contemplar seus educandos- parceiros de representação- com olhos de participantes e não com olhos de espectador. Façam do processo de educação um dialogo que servirá como escada de grandeza intelectual e humana para seus alunos,envolvam- se na arte de educar, participem da educação e cresçam juntamente com os educandos ao invés de apenas observar seu crescimento.
As considerações tecidas nos convidam para uma reflexão que é urgente que se comece a educar os educadores para que se cresça a educação.

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